Quinta-feira

TRIBUNA DO NORTE

Emenda proposta por Garibaldi garante R$ 300 milhões para a duplicação da BR-304

A Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) aprovou a relação de emendas que incluirá no Projeto de Lei Orçamentária para 2017. Entre elas, foi incluída proposta do senador Garibaldi Filho de uma dotação inicial de R$ 300 milhões para a duplicação da BR-304 - entre o entroncamento com a BR-226 (que dá acesso ao Seridó por Bom Jesus) até o entroncamento com a BR-116 (nas proximidades de Aracati-CE).

A BR-304 é a principal via de acesso de Natal para as regiões central e oeste do Rio Grande do Norte. Também é a estrada que liga o estado ao Ceará. Sua duplicação vai facilitar o escoamento da produção e contribuirá para que as viagens se tornem mais confortáveis e seguras. Os R$ 300 milhões da emenda apresentada pelo senador Garibaldi serão destinados ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), do Ministério dos Transportes.

?Quem trafega hoje pela BR-101 no trecho que liga Natal a Recife já constata a importância que vai representar também a duplicação da BR-304, em termos de comodidade, segurança e até na perspectiva de aumentar o fluxo turístico?, afirmou o senador Garibaldi Filho.

Segundo o senador Valdir Raupp (PMDB-RO) ? relator da proposta da Comissão de Orçamento para alterar o Orçamento de 2017 ? foram apresentadas 97 propostas de emendas. Além da sugestão de Garibaldi foram aprovados R$ 500 milhões para a Ferrovia Transcontinental (trecho que liga Sapezal-MT a Porto Velho-RO), R$ 400 milhões para o Fundo Nacional de Aviação Civil investir em aeroportos regionais e R$ 400 milhões para o Ministério da Integração Nacional aplicar em projetos de desenvolvimento sustentável local integrado.

A Comissão de Serviços de Infraestrutura também aprovou o remanejamento de R$ 300 milhões para a Valec aplicar na Ferrovia Ferroeste (na ligação entre Cascavel-PR e Maracajú-MS) e de R$ 50 milhões para o DNIT investir na construção da ponte internacional ligando Porto Murtinho-MS a Carmelo Peralta, no Paraguai.

 

O ESTADO DE SÃO PAULO

'A decisão foi covarde. Prevaleceu o medo"

ENTREVISTA

Luiz Carlos Mendonça de Barros, diretor estrategista da Quest Investimentos

Para o economista Luiz Carlos Mendonça de Barros, diretor estrategista da Quest Investimentos, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central tomou uma "decisão covarde". Segundo ele, fez um corte de apenas 0,25 ponto porcentual na Selic, a taxa básica de juros, quando tem espaço para ir 0,50 ponto, porque teme o julgamento dos analistas financeiros. "Prevaleceu o medo das críticas dos radicais do mercado financeiro", diz ele. Para Mendonça de Barros, os sinais são inequívocos de que a recuperação está sendo travada justamente pelos juros. "O sinal claro é que a economia tentou melhorar um pouquinho e capotou sob os peso dos juros", diz. A seguir trechos da entrevista que concedeu ao Estado :

Como o sr. avalia esse primeiro corte na Selic, de 0,25 ponto porcentual, após 4 anos?

Foi uma decisão covarde. Tem espaço para um corte de pelo menos 50 pontos.

Por quê?

Primeiro, porque a desinflação está surpreendendo todo mundo, quer seja por razões estruturais da recessão ou por causa de reduções de preços, como o da energia elétrica. Se você fizer uma média móvel dos três últimos meses, a inflação está correndo a 4%. Mas fica todo mundo olhando 12 meses, aí vai mesmo demorar para aparecer a queda. Segundo, a gente está vendo a desaceleração de toda a atividade, dos serviços, do comércio, da indústria. A economia está pedindo um refresco mais rápido dos juros. Terceiro, é um desrespeito com o esforço do Temer.

Como assim, desrespeito?

Desrespeito porque estão fazendo um esforço enorme para passar no Congresso a PEC do Teto (Proposta de Emenda Constitucional que fixa um limite para os gastos). Deram um passo grande na direção de começar a corrigir a questão fiscal.

O corte de 0,25 ponto, então, não faz a diferença necessária?

Não faz a menor diferença. Agora, qual é o problema? É a leitura retrógrada do sistema de metas - essa coisa de ficar olhando os 12 meses. Não é assim que funciona em nenhum lugar do mundo. Olha a discussão que se tem nos Estados Unidos hoje sobre aumentar ou não os juros. Lá, a inflação está em 1,2%, 1,3%, e não tem porque elevar os juros. Mas aqui é aquela coisa: fica o pessoal do mercado financeiro fazendo marcação em cima. Prevaleceu o medo das críticas dos radicais do mercado financeiro. Bullshit (xingamento em inglês) para tudo isso. Do ponto de vista da economia, é só olhar os números que estão saindo. O sinal claro é que a economia tentou melhorar um pouquinho e capotou sob o peso dos juros. Agora, a gente tem uma política econômica correta que já faz diferença. Olha os números. A Petrobrás já esteve a R$ 7 reais. Agora está a R$ 17. A Bovespa foi a 37 mil (pontos) e já está em 64 mil. Não faz sentido isso aí. Para onde vai nos levar essa decisão? Vai levar o dólar abaixo de R$ 3 e reforçar a desinflação. É sandice. Mas é a cabeça desse pessoal radical. Tivemos de aguentar a estupidez keynesiana do PT e agora temos de aguentar a estupidez fridiana desse pessoal (numa referência as teorias dos economistas John Keynes, mais à esquerda, e Milton Friedman, de corrente liberal ).

 

Para CNI, alta na indústria só em 2018

A volta do crescimento da indústria no Brasil não se dará antes de 2018. Essa é a avaliação do presidente da Confederação Nacional da Indústria, Robson Andrade, que acompanhou a visita do presidente Michel Temer a Tóquio, no Japão.

Para o líder empresarial, o retorno do crescimento é moroso pela necessidade de se construir um "ambiente propício". "Essa recuperação não é imediata", entende. "O crescimento da indústria depende, além do otimismo que retornou e está retornando para o empresariado - o que já é importante -, do aumento do mercado interno e das possibilidades de exportações."

Ainda segundo Andrade, a demanda interna precisa ser reaquecida, ao mesmo tempo em que o governo precisa retomar as negociações de acordos comerciais que estimulem as vendas ao exterior.

"As exportações dependem muito dos acordos internacionais que o Brasil está correndo atrás para fazer. E o mercado interno depende de confiança que está sendo readquirida, de investimentos, de geração de emprego", diz. "Eu acho que em 2016 nós estabilizamos, paramos de perder. Acho que 2017 vai ser um ano em que vamos começar a plantar para recuperar, mas o crescimento da indústria mesmo é em 2018."

Relacionamento. Ontem, também em Tóquio, o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, afirmou que apoia a política macroeconômica e o programa de concessões e privatizações do governo de Michel Temer. A declaração foi feita em dois momentos do encontro bilateral entre os dois líderes políticos. De acordo com o premiê, o Brasil "representa um enorme mercado, e a abertura pode tornar esse mercado ainda mais atraente."

 

VALOR ECONÔMICO

Economia brasileira aprofunda queda em agosto ao recuar 0,91%, nota BC

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC¬Br) registrou recuo de 0,91% em agosto, segundo dados com ajuste sazonal divulgados pela instituição. Sem ajuste, houve alta de 0,88%. Em julho, o indicador apresentou recuo de 0,02% (dado revisado de queda de 0,09%). Na comparação com agosto de 2015, a queda foi de 2,72% nos dados sem ajuste e de 4,43% com ajuste sazonal.

No ano, o IBC¬Br, o indicador que tenta antecipar a tendência do desempenho do Produto Interno Bruto (PIB), aponta redução de 4,98% sem ajuste e queda de 5,42% com ajuste. Nos 12 meses encerrados em agosto, a retração foi de 5,48% ¬ e queda de 5,6% no dado ajustado. Devido às revisões frequentes, os dados acumulados em 12 meses costumam ser mais estáveis do que os mensais.

Os números vieram levemente melhores do que as projeções dos analistas econômicos, que previam recuo de 1% entre julho e agosto e queda de 2,8% ante agosto de 2015. Na média móvel trimestral, indicador mais utilizado para capturar tendência, o IBC¬Br aponta baixa de 0,66% nos três meses até agosto, ante os três meses anteriores. Embora seja anunciado como “PIB do BC”, o IBC¬Br tem metodologia de cálculo distinta das contas nacionais calculadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O indicador do BC leva em conta a trajetória das variáveis consideradas como bons indicadores para o desempenho dos setores da economia (agropecuária, indústria e serviços). A estimativa do IBC¬Br incorpora a produção estimada para os três setores acrescida dos impostos sobre produtos. O PIB calculado pelo IBGE, por sua vez, é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país durante certo período.

 

BC corta taxa básica para 14% na 1ª redução em quatro anos

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central cortou ontem a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, para 14% ao ano, promovendo o primeiro alívio monetário à economia em quatro anos, depois de ficar mais confiante em que a inflação vai cair para a meta de 4,5% entre 2017 e 2018. A decisão, unânime, atendeu à expectativa da maior parte dos analistas econômicos, mas frustrou apostas de segmentos do mercado de que o Copom pudesse começar com mais ousadia o processo de flexibilização da política monetária, com uma baixa de 0,5 ponto percentual.

Os juros estavam estáveis em 14,25% ao ano desde julho de 2015, depois de subirem 7 pontos percentuais a partir de abril de 2013 para conter pressões inflacionárias na economia. Mas o comunicado divulgado logo depois da reunião deixa em aberto qual poderá ser o tamanho da queda no encontro de novembro e nos seguintes. "A magnitude da flexibilização monetária e uma possível intensificação do seu ritmo dependerão de evolução favorável de fatores que permitam maior confiança no alcance das metas para a inflação no horizonte relevante para a condução da política monetária, que inclui os anos-¬calendário de 2017 e 2018", diz a nota do BC.

O Copom cita, na nota, dois fatores que pretende examinar ao longo do tempo para nortear suas decisões. "Que os componentes do IPCA mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica retomem claramente uma trajetória de desinflação em velocidade adequada", diz o comitê, provavelmente se referindo à inflação de serviços. O comunicado do Copom cita também "que o ritmo de aprovação e implementação dos ajustes necessários na economia contribuam para uma dinâmica inflacionária compatível com a convergência da inflação para a meta".

Nesse caso, o Copom se refere à reforma fiscal, incluindo a PEC do teto dos gastos e a reforma da Previdência Social, além de outras reformas econômicas. O Copom divulgou projeções atualizadas sobre a inflação neste e nos próximos dois anos. Segundo o comitê, a inflação projetada para 2017 segue em cerca de 7% nos cenários de referência (que pressupõe os juros estáveis em 14,25% ao ano vigentes até ontem) e no cenário de mercado, com a trajetória de queda da Selic projetada pelos analistas para esta reunião e as próximas.

Para 2017, a projeção de inflação no cenário de referência caiu dos 4,4% divulgados no Relatório de Inflação para 4,3%. No cenário de mercado, a projeção de inflação para 2017 se manteve inalterada "em torno de 4,9%". Já a projeção de inflação para 2018 no cenário de referência subiu de 3,8% para 3,9%. No cenário de mercado, aumentou de 4,6% para 4,7%. O Copom atualizou também os fatores de risco, ou seja, possíveis eventos negativos que podem fazer com que a inflação supere os valores projetados ou possíveis eventos positivos que possam fazê¬la ficar abaixo do projetado.

Do lado negativo, o Copom citou: 1) "o processo de aprovação e implementação dos ajustes necessários na economia é longo e envolve incertezas"; 2) "o período prolongado com inflação alta e com expectativas acima da meta ainda pode reforçar mecanismos inerciais e retardar o processo de desinflação"; e 3) "há sinais de pausa recente no processo de desinflação dos componentes do IPCA mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária, o que pode sinalizar convergência mais lenta da inflação à meta". Já do lado positivo, mencionou: 1) "a inflação mostrou¬se mais favorável no curto prazo, o que pode sinalizar menor persistência no processo inflacionário"; 2) "o nível de ociosidade na economia pode produzir desinflação mais rápida do que a refletida nas projeções do Copom"; e 3) "os primeiros passos no processo de ajustes necessários na economia foram positivos, o que pode sinalizar aprovação e implementação mais céleres que o antecipado".

Na breve descrição da evolução do quadro econômico, o Copom manteve a aposta de que está havendo uma estabilização da economia e de possível retomada gradual. "Os indicadores divulgados desde a última reunião do Copom sugerem atividade econômica um pouco abaixo do esperado no curto prazo, provavelmente em virtude de oscilações que normalmente ocorrem no atual estágio do ciclo econômico", diz o Copom. Sobre a inflação, assinala que ela mostrou¬se mais favorável do que o esperado, "em parte em decorrência da reversão da alta de preços de alimentos".

No lado externo, o Copom reafirmou que o quadro é de o que chama de "interregno benigno", ou seja, de um período de taxas internacionais baixas que favorecem economias emergentes. O Banco Central já vinha preparando o mercado para um possível ciclo de afrouxamento monetário desde a sua reunião de agosto, quando o comunicado então divulgado deixou de afirmar que não havia espaço para flexibilização monetária e indicou que, para baixar os juros, dependeria de fatores que dessem maior confiança no cumprimento da meta de inflação de 4,5%.

A autoridade monetária estava acompanhando, em especial, três fatores que poderiam fortalecer o cenário de cumprimento das metas: a inflação de alimentos, o ritmo de alta dos preços de serviços e a implementação do ajuste fiscal. Os preços de alimentos registraram deflação e a inflação de serviços mostrou certo arrefecimento, enquanto a implementação do ajuste fiscal teve um passo importante com a aprovação na Câmara em primeiro turno da proposta de emenda constitucional (PEC) que impõe um teto para o crescimento do gasto da União.

 

Economistas veem possibilidade de queda maior em novembro

O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC decidiu ser menos ousado neste início de ciclo de afrouxamento monetário, ao optar por um corte de 0,25 ponto percentual da Selic, para 14%. Mas deixou a porta aberta para intensificar o processo de redução dos juros já na reunião de novembro, segundo economistas. Apesar de o comunicado após a reunião ter sido contido, a leitura do mercado foi que o BC buscou, primeiramente, esfriar a euforia, mas que condições econômicas mais favoráveis e inflação menos pressionada poderão autorizar uma aceleração na trajetória de queda da taxa Selic.

Na avaliação de Tatiana Pinheiro, economista do Santander, o Copom pode acelerar o corte de juros em novembro após a aprovação da PEC dos gastos e se a inflação de serviços recuar. "Olhando a decisão do BC, ela é plenamente cabível. A inflação teve evolução favorável para o retorno à meta no horizonte relevante da política monetária da reunião de agosto para outubro, tanto na parte dos preços de alimentos quanto na queda nos núcleos da inflação de serviços, e expectativa de aprovação final da PEC dos gastos na Câmara ainda em outubro", diz a economista.

O banco esperava o início do ciclo de afrouxamento monetário apenas em novembro, mas a velocidade de avanço da agenda fiscal surpreendeu e abriu espaço para que o BC cortasse a taxa básica de juros já em outubro. A discussão agora, segundo Tatiana, é de qual será o tamanho do ciclo e a possibilidade de a Selic voltar para um dígito. "Acreditamos que há possibilidade de a Selic chegar a um dígito ainda neste ciclo [de corte], com o BC devendo prosseguir com os cortes da taxa básica ao longo de 2017 em todas as decisões", diz.

"Espero 0,50 ponto de corte na próxima reunião porque acho que as condições da inflação vão melhorar", afirma Fernando Rocha, economista-chefe da JGP, ao ressaltar que a taxa Selic deve ir para algo próximo de 10% no final do ano que vem. "O que o BC está passando de mensagem é que se a inflação for mais alta, ele não vai cortar tanto a taxa de juros, pois o compromisso principal é com a meta." Na visão do economista-¬chefe do Banco Fibra, Cristiano Oliveira, o BC optou por um corte de 0,25 ponto para eliminar a possibilidade de uma grande euforia no mercado. "Com 0,5 ponto, o mercado entraria em uma euforia grande e começaria a precificar na curva de juros um corte de 0,75 ponto. Dando 0,25 ponto, ele elimina essa possibilidade", diz Oliveira.

O economista espera corte de 0,5 ponto em novembro porque as condições econômicas, somadas à convergência das expectativas de inflação em um horizonte relevante, permite queda dessa magnitude. Para Rodrigo Melo, economista¬chefe da Icatu Vanguarda, os próximos passos da autoridade monetária serão guiados especialmente pelo comportamento da inflação de serviços, o que abre espaço para um corte maior em novembro. "A inflação de serviços é o fator mais importante, que atualmente mais atrapalha a convicção do BC no processo de desinflação", diz.

 

Copom tenta manter expectativas de corte de juros sob rédeas curtas

Uma leve queda na projeção de inflação para 2017 no cenário de referência deu o conforto que faltava ao Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central para começar a cortar juros, mas o colegiado procura manter sob rédeas curtas as expectativas do mercado sobre o ritmo e intensidade do ciclo de distensão. A sinalização é que, para o próximo encontro, de novembro, a queda garantida na taxa de juros é de 0,25 ponto percentual, se não houver nenhuma tragédia até lá. Mas o Copom poderá cortar mais que isso, talvez 0,5 ponto percentual, dependendo da evolução da inflação de serviços e da implementação do ajuste fiscal ¬ e sobretudo de como fatores como esses vão afetar o cenário de convergência da inflação à meta em 2017 e em 2018.

Isso possivelmente fará com que as apostas do mercado em torno do próximo corte de juro fiquem entre 0,25 ponto e 0,5 ponto. Para apostar do lado maior, é preciso acreditar numa melhora no quadro inflacionário no próximo mês e meio. Com os dados de hoje, não é possível, tanto que o BC não sinalizou cortar mais desde já. A inflação projetada para 2017 no cenário de referência caiu de 4,4% para 4,3% desde fins de setembro, o que significa que na reunião do Copom de ontem havia margem de manobra menos apertada para começar a cortar os juros.

Mas, apesar da melhora, as projeções de inflação do Banco Central não autorizam os cortes de juros previstos pelos analistas econômicos. O mercado projetava uma queda de 0,25 ponto ontem, seguida de cinco reduções de 0,5 ponto percentual a partir de novembro e mais dois cortes de 0,25 ponto em julho e setembro de 2017, levando a taxa básica para 11% ao ano. Nesse cenário, a inflação iria para 4,9% em 2017 e para 4,7% em 2018, ambas acima da meta. No comunicado, o Copom é bem enfático em sinalizar uma queda "moderada e gradual" nas condições monetárias, que seria compatível com a convergência da inflação para as metas de 2017 e de 2018.

Ou seja, ao contrário do que muitos analistas esperavam, o BC não abandonou a meta de 2017 para abrir espaço para quedas maiores de juros. Dessa forma, qualquer conta sobre o que é razoável cortar nos juros em novembro e meses seguintes deve levar o impacto dessas quedas na projeção de inflação para 2017, e não só 2018. A mensagem geral é que o orçamento de corte de juros é mais modesto do que prevê os analistas econômicos. Mas, a ainda assim, o Copom estaria disposto a avaliar a "magnitude da flexibilização ao longo do tempo". Ou seja, estaria aberto a eventualmente cortar mais do que o orçamento moderado atual e pensar numa "possível intensificação" no ritmo de baixa na taxa de juros. Para tanto, o cenário inflacionário tem que melhorar.

 

'BC optou por comprar seguro para desinflação'

O Banco Central está comprando um "seguro" para garantir que a inflação convergirá para o centro da meta e 2017 ao decidir iniciar o ciclo de alívio monetário com um corte de 0,25 ponto da taxa Selic, após um período de 15 meses de juro em 14,25% ao ano. Na opinião do economista do Bradesco Fernando Honorato, que esperava uma redução maior, de 0,5 ponto, o comunicado divulgado após a decisão mostra que o BC busca garantir que o processo de desinflação será consistente e duradouro.

Esse tom cauteloso pode enfraquecer a convicção do mercado de que o BC acelerará o ritmo de corte para 0,5 ponto na próxima reunião ¬ como a maioria do mercado espera. Mas a evolução da inflação e da atividade ¬ que hoje tem um "viés de baixa" ¬ deve autorizar essa dose maior de redução da taxa.

Leia os principais pontos da entrevista.

Valor: O BC começou o corte de juros num ritmo mais lento do que vocês esperavam. O que explica essa decisão?

Fernando Honorato: Tem quatro temas que parecem cruciais dentro do comunicado. O Banco Central percebe que o crescimento da economia estabilizou e atribui baixa probabilidade dessa frustração de curto prazo ser algo mais severo. Outro ponto é que a desinflação vista até agora tem muito a ver com alimentos, que é algo muito volátil e que não depende da política monetária. Ele também avança na questão da desinflação dos itens sensíveis aos juros. Ele já vinha dizendo que não estava confortável com essa questão mas agora adicionou que "parou de melhorar". E, por último, tem as reformas. Então, o que ele está dizendo é que está confortável com a atividade, que não vê um risco enorme de o PIB ser muito baixo; mas que, aquilo que depende dele, a inflação de serviços, parou de melhorar. Política monetária você conduz sob incerteza, você sempre tem dúvidas do que será o cenário lá adiante. Mas o que parece é que eles querem jogar um jogo muito seguro. Dado que ele diz que a inflação elevada por um tempo prolongado pode gerar inércia, o que parece é que eles querem é comprar um seguro de quase 100% de que a desinflação será genuína, duradoura e efetiva desta vez. Claro que eles sabem que tem o risco do outro lado de que, se forem duros demais, a economia piora, o que afetaria a percepção da condição de solvência pública e das empresas e do risco. É por isso que eles colocam como primeiro item o fato de que, por enquanto, eles consideram que a atividade está estabilizando. Eles estão ponderando os dois riscos: de a atividade ser muito ruim versus o risco de não haver desinflação. Por enquanto, preferem focar no risco de não haver desinflação.

Valor: Essa argumentação diminui a convicção de que o próximo passo é de um corte de 0,5 ponto?

Honorato: Essa convicção enfraqueceu bastante. Lendo o comunicado, a impressão é que, se na reunião de novembro se reproduzir mais ou menos o mesmo quadro de hoje, então o corte será de 0,25 ponto. O comunicado foi bastante duro nesse sentido. Mas daqui até novembro, o "check¬list" será o que ele mencionou. Preços de alimentos, ele não vê mais como risco, mas tem o cenário de atividade, os itens sensíveis à política monetária e o ritmo de implementação das reformas. A gente olha para esse quarto elemento, que são as reformas, e parece que, dada a expressiva votação [da PEC dos gastos pela Câmara], que é pouco provável que haja algum revés nesse processo. O Banco Central, nessa estratégia de jogar jogo seguro, preferiu a estratégia mais conservadora. E foi importante ele reforçar que o horizonte [relevante para a política monetária] ainda vale para 2017 e 2018.

Valor: Nessa estratégia, o quanto cresce o risco para a atividade?

Honorato: Acho que o BC percebe esse risco como sendo baixo. Essa é a informação importante. Claro que, pela frase que ele usa, parece que ele sabe que existe. Ele vê dois riscos para o ano que vem: da inflação ser 5% ou mais, e de a atividade piorar de tal forma que piore o ambiente econômico. Ele pode pensar que, se cortar demais agora e tiver problema na inflação, ele não conseguirá voltar atrás. Sobre o outro risco, da economia fraquejar, ele pode cortar muito mais a qualquer momento. E acho que ele quis tirar um pouco da euforia do mercado também e isso tem a ver com a projeção do modelo de mercado que subiu um pouco. Com o atual ritmo de desinflação, o BC não está confiante e poderá não fazer um corte tão grande como o mercado estava esperando. E aí eu me refiro ao orçamento, não ao ritmo.

Valor: Isso altera sua expectativa para o rumo da política monetária?

Honorato: Eu acho que não. Continuo vendo duas coisas que são bem importantes. A primeira é que a condução da política econômica como um todo vem sendo adequada. Isso significa que tem recuperação por vir ¬ mais lenta ou mais rápida. A segunda coisa é que o hiato está tão grande, o desemprego está tão alto, que se a política econômica está correta, a inflação vai responder a essa baixa do PIB. Por que nos últimos dois anos ela não respondia? Porque a política econômica estava desorganizada. Havia choques, incertezas, expectativas desancoradas. Agora, com a política econômica organizada, não tem porque a inflação não responder à atividade mais baixa. Isso nos dá a confiança de que o ciclo vai ser longo, de quatro pontos percentuais [o que levaria a Selic para 10,25%]. E, para a próxima reunião, a nossa expectativa ainda é de um corte de 0,5 ponto, porque achamos que, até lá, a desinflação vai continuar. Esse é o nosso julgamento, apesar de o comunicado ter trazido uma mensagem de cautela.

Valor: Qual a sua projeção para o PIB? O quanto o cenário para política monetária pode alterar essa estimativa?

Honorato: Estamos com um crescimento de 1,5%, revisando para baixo, mas isso não tem a ver com o Copom. A nossa cabeça é que o PIB já tem viés de baixa porque estamos vendo um terceiro trimestre mais fraco, de desalavancagem das empresas e das famílias mais lenta. Se o cenário for de quatro pontos percentuais [de corte] ainda, mesmo que mude a trajetória, não vai mudar muito a nossa cabeça. Mas o PIB já tinha um viés de baixa e, portanto, se a curva [de corte de juros] for bem menor do que a gente espera, ele vai ser ainda mais fraco.

 

Monitor do PIB tem pior agosto desde 2000, nota FGV

Depois de apontar crescimento de 0,22% em julho, o Monitor do PIB, da Fundação Getulio Vargas (FGV), teve retração de 1,61% em agosto, na série com ajuste sazonal. É o maior recuo mensal desde a queda de 1,65% em junho de 2014. É também a maior queda para o mês desde o início da série histórica do Monitor, em 2000. O recuo da atividade em agosto foi influenciado pelas quedas expressivas da indústria e do comércio e, do lado da demanda, do consumo das famílias.

Na comparação com o mesmo período do ano passado, o Monitor aponta um recuo menos intenso em agosto, de 3,2%, ante o visto em julho, de 3,8%. Em 12 meses, a atividade econômica se retraiu 4,8%, dado ligeiramente melhor que a queda de 4,9% de julho. Indústria O PIB industrial caiu 2,12% em agosto, após aumento de 0,94% em julho, influenciado pelo recuo nos segmentos de transformação (¬2,14%), eletricidade (¬1,59%) e construção (¬1%). A indústria extrativa cresceu 0,44%. Comércio No comércio, que no PIB fica dentro do conjunto de serviços, a queda foi forte, de 3,54%.

Os transportes recuaram 3,60% e a intermediação financeira teve baixa de 0,64%. O conjunto dos serviços aprofundou o recuo de 0,08% em julho para 0,64% em agosto. A agropecuária foi o único ponto positivo no lado da oferta, com aumento discreto de 0,02%, após a queda de 0,22% em julho. Demanda Sob a ótica da demanda, o consumo das famílias levou um tombo de 1,37%, após ter registrado alta de 0,58% em julho, na série com ajuste. O consumo do governo caiu 0,35%, após recuo de 0,26% no mês anterior, e a formação bruta de capital fixo (medida de investimentos) caiu 2,09%, bem menos que o recuo de 5,84% de julho.

O setor externo deu contribuição negativa para o PIB de agosto, com queda de 8,24% das exportações e aumento de 2,45% nas importações. Em julho, a situação foi inversa, com aumento de 2,60% e queda de 4,94%, respectivamente. Já na comparação com agosto do ano passado, a indústria cai menos em agosto (¬2,3%) que em julho (¬3,9%), o mesmo ocorre com os serviços, com queda de 2,7% em agosto ante recuo de 3,5% em julho, e com a agropecuária, queda de 2,3% em agosto e de 3,3% em julho.

No lado da demanda, o desempenho, embora negativo, também é melhor. Em agosto ante o mesmo período do ano passado, o consumo das famílias cai 3,4%, após recuo de 6% em julho. O consumo do governo repete a taxa negativa de 1,9% e a formação bruta de capital fixo sai de queda de 12,4% para recuo de 9,8%. As exportações crescem 10,1%, após queda de 4,6% e as importações aumentam 8,1%, após queda de 16,9% em julho.

 

Venda de imóvel residencial cai 33% em São Paulo

As vendas de imóveis residenciais novos caíram 32,9% na cidade de São Paulo, em agosto, para 1.078 unidades, na comparação anual, segundo dados do Secovi¬SP, o Sindicato da Habitação. Em relação a julho, porém, houve crescimento de 30,2%. O Valor Geral de Vendas (VGV) das unidades comercializadas somou R$ 497,7 milhões, com retração de 38,9% ante agosto de 2015, mas alta de 13,8% na comparação com julho. Os valores foram atualizados pelo Índice Nacional de Custo da Construção (INCC¬DI).

No ano, até agosto, as vendas da capital paulista acumulam queda de 26,1%, para 9.100 unidades. No fim de agosto, havia estoque de 24.411 unidades não vendidas, na capital paulista, incluindo imóveis na planta, em construção e prontos. Considerando¬-se a média mensal de 1.138 unidades vendidas, neste ano, o volume em oferta é suficiente para 21 meses de comercialização em São Paulo.

Dados da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp) divulgados pelo Secovi¬SP indicam que foram lançadas 1.177 unidades em agosto. O volume representa redução de 39,6% na comparação anual, mas aumento de 7,1% ante julho. A retração acumulada em oito meses é de 37,5%, segundo a Embraesp. No período, os lançamentos chegaram a 8.007 unidades na cidade de São Paulo. Os imóveis de dois dormitórios lideraram as vendas, em agosto, com 711 unidades, e os lançamentos, com 675 unidades. Por faixa de preço, houve vendas e lançamentos, principalmente, de imóveis com valor abaixo de R$ 225 mil.

 

FOLHA DE SÃO PAULO

Com queda do juro, economia pode começar a sair da recessão

O processo de corte dos juros iniciado nesta quarta-feira (19) pelo Banco Central era a medida mais esperada por empresários, economistas, investidores e consumidores há muito tempo.

Não é à toa que o mercado financeiro esbanjava otimismo nos últimos dias.

Essa ansiedade em relação aos rumos da política monetária tem duas causas.

A primeira é a falta absoluta de outras fontes possíveis de impulso para a combalida economia brasileira, em recessão há dois anos seguidos.

Estímulos fiscais –leia-se aumento de gastos públicos– estarão, obviamente, fora do rol de políticas disponíveis para estimular a atividade por muito tempo. Os investimentos do governo, por exemplo, estão em queda.

A economia mundial se recupera em ritmo lento desde que começou a emergir da crise financeira global de 2008. As projeções de crescimento mundial feitas por instituições multilaterais como o FMI (Fundo Monetário Internacional), consultorias e bancos têm sido revisadas para baixo frequentemente.

Mesmo que o cenário global fosse mais animador, o baixo peso das exportações brasileiras no PIB (Produto Interno Bruto) do país ainda limitaria o potencial de recuperação por essa via externa.

A confiança no futuro por parte dos próprios brasileiros —que, segundo economistas, é um poderoso motor da economia por estimular gastos e investimentos— também tem se mostrado incapaz de reanimar a atividade no país.

Os indicadores de expectativas futuras até têm melhorado bastante, mas contrastam com uma realidade corrente que teima em não melhorar, o que provavelmente inibe qualquer plano de aumento de gastos por parte de consumidores e empresários.

Para piorar a situação, começaram a aparecer sinais de que a débil retomada da atividade, que era esperada por economistas para algum momento entre o terceiro e o quarto trimestre deste ano, ficará para mais tarde, quem sabe o início do próximo ano.

Dados recentes tanto do consumo quanto da oferta na indústria e nos serviços revelaram renovada fraqueza. Pode ser uma pausa temporária na tendência de recuperação, mas economistas começaram a exibir dúvidas sobre o momento de saída da recessão.

A segunda causa para a esperança depositada no afrouxamento da política monetária é positiva, ainda que por conta de uma anomalia ruim brasileira: o nível para lá de elevado das taxas de juros.

Com o corte de quarta, a taxa Selic recuou para 14%. Mesmo países emergentes que também convivem com taxas de juros elevadas estão aquém desse patamar: Rússia (10%), México (4,75%), África do Sul (7%). Nas nações desenvolvidas, os juros ainda são próximos de zero.

Essa situação faz com que o Banco Central brasileiro tenha muito espaço para estimular a economia por essa via, se a inflação continuar diminuindo. Isso poderia levar a uma queda das taxas cobradas pelos bancos em seus empréstimos. O que, por sua vez, pode estimular o consumidor a voltar às compras.

Claro que o caminho não é assim tão simples, porque as famílias brasileiras estão muito endividadas. Talvez precisem primeiro liquidar suas dívidas antes de voltar a gastar. Mas já seria um começo.

O mesmo raciocínio vale para o setor privado, que está atolado em financiamentos e renegociando dívidas, mas pode, com a queda dos juros, retomar projetos de investimentos que ficaram engavetados nos últimos meses.

É provável que o efeito da redução dos juros não se dê no curto prazo, mas, pelo menos, o movimento do Banco Central aumenta as chances de que a retomada —ainda que lenta— não seja permanentemente adiada.

 

Para Força Sindical e Fiesp, queda da Selic foi tímida

A redução da taxa básica de juros (Selic) em 0,25 ponto percentual anunciada nesta quarta-feira (19) foi avaliada de maneira positiva, embora com ressalvas, por entidades e organizações ligadas à área econômica.

De forma unânime, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central anunciou o primeiro corte da taxa desde outubro de 2012, reduzindo a Selic de 14,25% para 14%.

A maioria dos analistas esperava que os juros caíssem nesta reunião, diante da desaceleração da inflação e do andamento de medidas do ajuste fiscal. Não havia, no entanto, consenso sobre o tamanho dessa redução. Parte deles dizia acreditar em uma queda maior, de 0,5 ponto percentual.

Confira, na íntegra, o posicionamento de organizações sobre a redução anunciada nesta quarta:

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Força Sindical

Acertou no remédio mas errou na dose

A Força Sindical considera que ainda é muito pequena a queda de 0,25% na taxa básica de juros (Selic), anunciada pelo Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central, que acertou no remédio mas errou na dosagem.

A redução é positiva, mas insuficiente. O que podemos comemorar é que a redução do índice reflete a pressão da sociedade, em especial a do movimento sindical que, constantemente, tem-se manifestado totalmente favorável a uma queda drástica na taxa Selic.

Após longos quinze meses em que a taxa de juros foi mantida em 14,25% a. a., o Brasil teve sua economia estrangulada por juros estratosféricos.

Esperamos, agora, que esta queda anunciada pelo Copom seja o início de uma nova etapa com juros mais baixos. Reduzir os juros é um primeiro e decisivo passo rumo à recuperação da economia nacional.

Paulo Pereira da Silva (Paulinho) - Presidente da Força Sindical

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Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo)

Skaf: Faltou coragem ao BC para um corte maior na Selic

"Redução dos juros é sempre bem-vinda, mas a timidez do corte de 0,25 ponto percentual mostra que faltou coragem ao Banco Central para um corte maior da taxa de juros", afirmou Paulo Skaf, presidente da Fiesp e do Ciesp.

Em janeiro de 2016 a inflação anual era de quase 11%, e a Selic era de 14,25% ao ano, ou seja, tínhamos uma taxa de juros real de 3,85% ao ano. A expectativa para os próximos 12 meses é de inflação de 5%, o que eleva a taxa de juros real para 9% ao ano.

"O Banco Central do Brasil não se preocupa com os 12 milhões de desempregados. Isso é lamentável!", concluiu Skaf.

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Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro)

Queda da taxa de juros está na direção correta, mas continuidade depende da agenda fiscal, diz Firjan

Desde a última reunião do Copom, os elementos fundamentais ao comportamento da inflação seguiram em direção favorável ao início do ciclo de redução da taxa de juros. Houve desaceleração dos preços livres, em especial dos alimentos, e a aprovação da PEC do teto dos gastos em primeiro turno na Câmara dos Deputados.

Nesse sentido, a decisão do Copom está na direção correta. Contudo, a continuidade e a intensidade desse movimento dependem da concretização da agenda fiscal. Por isso, Sistema FIRJAN considera que, imediatamente após a aprovação do teto para os gastos, o Governo Federal deve concentrar esforços no reequilíbrio fiscal dos estados e na reforma da previdência.

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