Quarta-feira

VALOR ECONÔMICO

Pragmáticos, estrangeiros aproveitam queda da bolsa

Os investidores estrangeiros estão pragmáticos em relação à crise política no país e aproveitaram a queda expressiva nos preços dos ativos para ampliar suas posições no mercado de ações brasileiro. O Ibovespa, principal índice da bolsa, caiu 8,76% desde a quarta-feira, quando o jornal "O Globo" noticiou a existência de gravação de diálogo comprometedor entre o presidente Michel Temer e o empresário Joesley Batista.

Considerando-se a desvalorização de 4,32% do real em relação ao dólar nesse período, a queda do índice na moeda americana foi de 12,19%, criando um ambiente propício para o estrangeiro garimpar pechinchas. Os investidores externos colocaram R$ 4,6 bilhões no ano até 19 de maio. Só no dia 18, investiram R$ 190 milhões em ações. No dia seguinte, mais R$ 192,8 milhões. O maior fundo de índice de ações brasileiras negociado em Nova York, conhecido como EWZ, movimentou US$ 5,5 bilhões, um recorde.

No mês, até o dia 19, as aplicações de estrangeiros em ações locais alcançam R$ 1,142 bilhão, na contramão do observado entre março e abril, quando as retiradas somaram R$ 3,37 bilhões. A alta da taxa de juros no mercado de renda fixa também chamou a atenção dos estrangeiros, em meio a um cenário global ainda de caça a retornos elevados. Números do Banco Central mostram que o fluxo cambial financeiro foi positivo tanto na quinta quanto na sexta¬feira. Nessa conta, o saldo foi superavitário em quase US$ 2 bilhões na soma dos dois dias. O balanço de pagamentos também mostra evolução confortável.

O país teve superávits nas transações correntes de US$ 1,337 bilhão em março e US$ 1,153 bilhão em abril. Para o mês de maio, a projeção é de novo superávit, da ordem de US$ 1,5 bilhão. Segundo o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, as contas externas estão entre os amortecedores que deixam o país menos vulnerável a choques internos, como a crise política, e externos. Em 12 meses, o déficit é de US$ 19,8 bilhões ¬ mas vem caindo por conta do superávit comercial, de US$ 53,2 bilhões em 12 meses até abril ¬, compensado pelo investimento direto estrangeiro de US$ 84,7 bilhões no período.

 

"Não houve erro, o mercado está neurótico"

A um mês de completar o primeiro ano na presidência do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o economista Paulo Rabello de Castro se esforça para explicar as recentes discordâncias envolvendo os números divulgados pelo instituto nas pesquisas de Comércio e de Serviços. Em entrevista ao Valor, Rabello de Castro busca explicações técnicas e enumera três razões para o que chama de "condição excepcional": uma amostra menor que a usual, um resultado do mês de dezembro muito ruim, e a não retropolação do índice (ver explicação em Revisão causou questionamentos e dúvidas entre analistas).

Para ele, esses três fatores combinados explicam o porquê, por exemplo, da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) ter mostrado o melhor resultado da série em janeiro e o segundo pior mês da série e março. Rabello de Castro avalia ainda que é comum ter "soluços" no índice quando há reponderação, mas que no passado recente esses soluços não eram adequadamente notados por conta da trajetória de "boom" que existia antes. Agora, numa fase de aguda crise econômica, os soluços estariam mais audíveis. "Aqui não houve uma mudança de metodologia, pelo contrário, houve uma observância da metodologia", diz.

O economista aparece ainda como voz dissonante num momento em que o governo tenta apresentar indícios de recuperação econômica, sobretudo em um momento de crise institucional, após as denúncias e gravações que põem em xeque o presidente da República, Michel Temer. Enquanto ministros e o próprio Temer insistem em defender a tese de que a recuperação econômica vinha em marcha, Rabello de Castro vai no caminho oposto. E é taxativo ao definir o cenário econômico: "muito ruim".

Rabello de Castro afirma que o ambiente econômico "não melhorou". Questionado sobre possível interferência no IBGE num momento de necessidade de números melhores na economia, ele defende o instituto e suas pesquisas: "Que se dane o governo. Eu não 'tô' aqui nem para produzir dados bons nem dados ruins para ninguém. Os dados são o que são." A seguir, os principais trechos da entrevista, concedida na manhã da última sexta¬feira:

Valor: Como o senhor avalia as dúvidas do mercado em relação a pesquisas do IBGE?

Paulo Rabello de Castro: O órgão estatístico IBGE é internacionalmente referência, não é perfeito, mas está no primeiro escalão. Não cabe o argumento de que uma restrição de qualquer ordem, seja ela de talento humano ou restrição orçamentária, justifique um erro metodológico. Pode até ter um erro de grafia, pode ter um cochilo. Somos muito bem organizados e estamos nos preparando para dar um salto quântico em termos de controle de qualidade. Portanto, seria muito estranho que um deslize tivesse ocorrido. Não se justifica. Se houve um erro de caráter metodológico, nós teríamos que parar, avaliar e, eventualmente, afastar quem tivesse cometido esse erro.

Valor: E houve erro?

Rabello de Castro: Aí vem a segunda parte. É um erro atribuir isso a um deslize. As pessoas que estão do lado de fora cismam em não ouvir as explicações, às vezes um pouco complexas, às vezes meio herméticas. Essa é uma segunda campanha minha aqui, além de dar um salto quântico de qualidade, também dar o salto quântico de simplicidade e capacidade de comunicação. Traduzir do "estatisquês" para o português.

Valor: Ainda há dúvida no mercado se o IBGE está conseguindo medir a atividade econômica com precisão.

Rabello de Castro: É o "Noivo neurótico, noiva nervosa"; conhece esse filme? Um começa a ficar de um jeito e afeta o outro. O mercado está neurótico e quer botar o IBGE nervoso. Ou seja, a neurose está no mercado e não no IBGE. O mercado já não aguenta mais as idas e vindas de um país que, de fato, não consegue acordar do sono da grande recessão em que ainda está metido.

Valor: Houve erro de comunicação nessas pesquisas?

Rabello de Castro: Não houve erro de comunicação. Houve, na realidade, um cochilo, sim.

Valor: E qual foi esse cochilo?

Rabello de Castro: Aquele número [queda de 0,7% nas vendas do comércio em janeiro, dado revisado para uma alta de 6%] na realidade estava numa condição excepcional, que foi o alto grau de recusas e de atrasos nas respostas no mês de dezembro para janeiro. O mês foi péssimo, o mau humor dos respondentes foi péssimo e muitos não responderam. Na realidade, teve uma diferença de tamanho da amostra. Quando ocorre em toda pesquisa amostral, ela é revista no mês seguinte.

Valor: Mas o que assustou foi a magnitude.

Rabello de Castro: Exatamente. E é isso que os caras [pesquisadores] não conseguem dizer, e eu estou dizendo como presidente do IBGE. Eu acho que deveria ter havido uma observação quando soltamos o primeiro número de janeiro dizendo que esse número é bem possivelmente sujeito a uma revisão, porque neste mês nós não atingimos um número razoável de respondentes. Quando aparece um número, quem não gostou foi o noivo neurótico.

Valor: Mas a revisão do dado foi muito forte.

Rabello de Castro: Juntaram¬se praticamente três fenômenos. Um que eu acabei de mencionar: pequena amostra versus amostra normal. Por um acaso, a turma que veio respondendo depois tinha mais resultados positivos a contar do que negativos, uma coincidência. Segundo efeito: dezembro péssimo versus janeiro menos ruim. Essa parte é que eu denuncio meus colegas [economistas] por não prestarem atenção. Nós estamos tratando de variações mês/mês. Foi um soluço. No número mês/mês, quando a base do mês anterior é péssima, qualquer coisinha um pouco menos péssima te dá mais alguma coisa. E um terceiro efeito, que é o mais curioso: existe uma diferença entre amostra encadeada versus série retropolada, como no caso do PIB quando você tem uma redefinição de algum item. Para uma melhor visão de como era o passado, dentro de uma nova definição, houve uma mudança da metodologia, aí você faz a retropolação. Aqui não houve uma mudança da metodologia, pelo contrário, houve uma observância da metodologia. Quando a realidade não vai na linha, começam a enxergar as limitações do índice, que todos eles têm. Só que isso é a combinação que foi feita, vamos trabalhar com esses índices e com essas limitações. As combinações são fixas até que as mudemos. A tendência é criar ao longo do tempo uma ligeira subestimação dos setores que estão crescendo mais em relação aos outros. Repito para que entre na cachola dessa turma: não faz sentido retropolar porque isso não é mudança de metodologia, é observância de metodologia. É bom que o mercado aprenda isso.

Valor: Outras instituições usam essas pesquisas para estimar a atividade econômica antes da divulgação do PIB.

Rabello de Castro: Se o senhor Banco Central usa essas informações relativas a comércio para fazer um índice de atividade econômica que se associa ao PIB, se associa, o faz por sua livre e espontânea vontade. Ele pode usar porque é um índice rápido. Use, mas use com cuidados.

Valor: A dificuldade é entender como é que tivemos o melhor mês da série em janeiro e depois o segundo pior mês da série em março.

Rabello de Castro: É por conta da volatilidade, um ambiente que está difícil, que não melhorou e está difícil de explicar. E que está muito ciclotímico mesmo e que aí não adianta sacudir o IBGE e matar o mensageiro. O Marcos Lisboa [economista e presidente do Insper] me desculpe, mas ele foi duro quando disse que quebraram o termômetro. Se quebraram o termômetro, fecha o IBGE. O que ele quis dizer é que embaçaram a comparabilidade. Seria errado, ou no mínimo esquisito, fazer essa retropolação. E de uma total insegurança e incerteza.

Valor: Como o sr. avalia esse futuro político com a crise e a eleição em 2018 para a economia?

Rabello de Castro: Você precisa reformular a pergunta, porque diante de tamanha hecatombe não se pode mais projetar 2018 como sendo ano eleitoral. Há uma hipótese de que eleição possa vir a ser antecipada, inclusive por uma decisão unilateral do nosso presidente atual, na medida em que se sinta desconfortável. A gente realmente não sabe nesse momento o que tende a acontecer.

Valor: O cenário econômico é muito ruim.

Rabello de Castro: Muito ruim. E tende a agravar a síndrome de confiança, porque tudo o que essa administração tem tentado fazer desde o dia 01, que foi comemorado há dias o primeiro ano, foi reinstituir a confiança. E no momento em que politicamente essa confiança é desmontada no seu aspecto mais visceral, que é a confiança na atitude do governante, realmente é para ficarmos muito preocupados.

Valor: A crise política afeta o trabalho do IBGE e a sua presidência?

Rabello de Castro: Em nada. Eu estou presidente, mas existe aqui uma presidência. E a presidência hoje se ressente da falta de um conselho superior de gestão. É muito importante do ponto de vista institucional um conselho técnico ou um conselho superior de gestão que ajude a presidência a manter o caráter institucional desse órgão. Essa proteção que deve ser dada ao campo das estatísticas e da geociência do país.

Valor: Essa crise de alguma forma não pode atrapalhar a relação com o governo?

Rabello de Castro: A realidade é que não. A crise pode ser uma benção disfarçada para o IBGE, porque aumenta a demanda por institucionalização. O país se sente mais carente de relações que transcendam a precariedade absoluta em que hoje se traduz a relação política. Então, é a hora de o IBGE crescer sua imagem e mostrar ainda mais sua face institucional.

Valor: E o sr. já foi sondado pelo PSC sobre a possibilidade de se candidatar. O sr. tem ambição política?

Rabello de Castro: Eu tenho apenas uma ambição de primeiro fazer o trabalho que o IBGE está fazendo e, portanto, completar esse ciclo importantíssimo de recuperação financeira e, principalmente, humana e tecnológica no IBGE. Esse reposicionamento institucional, que passa por relação com o governo e o Congresso Nacional. Fizemos uma administração inteligente, olhando como macroeconomista o que está para acontecer, que é realmente um aperto monumental no setor público a partir deste ano. Quem acha que ano passado houve aperto não tem a mínima ideia do que vai ser este ano. Mas o IBGE, ao se posicionar com créditos suplementares no apagar das luzes de 2016, viabilizou uma base. Porque a regra da PEC dos gastos é rígida e quase imutável, é o que estava mais a inflação. E se por acaso o IBGE estivesse mal no custeio, não teríamos condições de repor isso agora. Vamos conseguir, já projetando para 2018, 2019, uma recomposição. Se incluirmos o Censo, aí dá um salto.

Valor: O IBGE se comunica mal?

Rabello de Castro: Não. Ele se comunica convencionalmente. Como ele se veste muito da nobreza, do rito quase litúrgico do oferecimento de uma estatística oficial, o comunicador acaba confundindo essa importante distância, serenidade que tem que haver na distribuição da notícia de um número ainda que horroroso de desemprego, para a qual ele tem que ter a serenidade de um sacerdote, mesmo dizendo que são 14 milhões de desempregados. Não pode fazer o 'ubalelê' em cima disso ou sair comemorando o número do PIB. Que se dane o governo. Eu não tô aqui nem para produzir dados bons nem dados ruins para ninguém. Os dados são os que são.

Valor: Será possível fazer um Censo Agropecuário na totalidade do que se imaginou inicialmente ou teremos cortes?

Rabello de Castro: Não [haverá cortes]. Na verdade, o que fizemos de maneira criativa foi uma releitura do antigo questionário. O que aconteceu ao longo dos anos? Criou-¬se uma versão do Censo que eu chamo carinhosamente de Censo do fim do mundo, porque não ia rodar. Cada vez que se introduzia [uma questão], introduzia-¬se um elemento adicional de tempo extremamente custoso. Como o Paulo Rabello fez esse milagre de cortar um questionário de duas horas e transformar num de 40 minutos? Porque o raciocínio não é linear. As perguntas que representam a essência de um Censo são de um modo geral sim, não, quanto é. Ao retirar quatro, cinco detalhamentos que serão feitos posteriormente com muito mais seriedade nas Pnads futuras, o Censo, na essência, são 40 minutos. Um Censo de 2 horas é um Censo perdido. Cada minuto são R$ 16 milhões. Dez minutos são R$ 160 milhões. Outra bobagem é falar da agricultura familiar. Quatro quintos [do censo] são agrofamiliar e um quinto agroempresarial. Ele é fundamentalmente uma grande visão da sociedade no campo.

Valor: Existe o planejamento de conseguir recursos vendendo pesquisas?

Rabello de Castro: Não. Eu não estou planejando isso. Eu não conto com isso e não vai ser na minha gestão. Agora que já cumpri um ano aqui, posso dizer que é uma ideia para a próxima gestão.

Valor: Quando o senhor fala que não vai ser na sua gestão, o senhor tem um planejamento de quanto tempo pode ficar no IBGE?

Rabello de Castro: Fui convidado pelo presidente Temer, que agora está enfrentando uma dificuldade grande até de permanência. Eu vim aqui para realizar uma missão. Agora, devo dizer de modo muito claro: tive uma alegria e também uma surpresa enormes de estar na presidência desse órgão que realmente orgulha o país. E se existe bagunça no Brasil, não ponham o IBGE no meio dessa bagunça. Aqui nós preservamos a idoneidade das nossas pesquisas, que se refletem em precisão e imparcialidade de modo rigoroso.

 

Crise pode ameaçar recuo da Selic, diz IIF

O Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês) avaliou que o atraso na implementação de reformas no Brasil poderá reduzir o apoio do mercado, ameaçar o ciclo de afrouxamento monetário e exigir esforços adicionais para o país retomar o crescimento econômico. "A nova rodada de incertezas poderá atrasar a reforma da Previdência e a trabalhista, que exigem ação do Congresso", constatou Martin Castellano, chefe¬adjunto para a América Latina da instituição.

Na avaliação dele, a nova onda de tumultos políticos no Brasil, com novas revelações de corrupção, coloca em risco as perspectivas de crescimento. "A instabilidade política foi um fator chave por trás da vagarosa recuperação", disse Castellano. Segundo ele, as novas alegações de irregularidades envolvendo políticos que têm papel chave no Executivo e no Congresso podem ter duas implicações para o crescimento econômico do país.

A primeira é "uma incerteza exacerbada e uma resistência social a medidas de austeridade no curto prazo". A segunda é a elevação das perspectivas de um político populista vencer as eleições no ano que vem, dado o crescimento da frustração popular com os partidos tradicionais. O IIF apontou ainda fatores que indicam que a instabilidade política está afetando negativamente a economia brasileira, como o baixo investimento em produtos industriais duráveis, apesar da elevação do sentimento de confiança no mercado, antes da delação da JBS, e da performance alta das exportações brasileiras.

Outros fatores são a queda do crédito e a elevação do desemprego para 13,7%, em março. O instituto mencionou ainda a baixa expectativa de médio prazo no mercado, apesar de as reformas terem avançado no período anterior à revelação da delação da JBS.

 

Real se torna moeda mais volátil

O alívio verificado ontem no mercado de câmbio doméstico evitou que o dólar voltasse a testar a marca de R$ 3, mas nem de longe tirou os preços de níveis ainda compatíveis com alto grau de incerteza. Não à toa, o real tornou-se a moeda mais volátil do mundo desde o fim da semana passada, roubando o título do rand sul¬africano. O dólar caiu ontem 0,25%, a R$ 3,2667, longe de devolver a alta de 0,6% da segunda-¬feira.

O alerta de dólar mais alto por parte de uma grande tesouraria ¬ que encerrou apostas na queda da moeda americana depois da forte alta da semana passada ¬ adicionou cautela a um mercado que já opera na incerteza sobre novas medidas de suporte do Banco Central. Para alguns operadores, os US$ 10 bilhões injetados pelo BC no mercado via swaps cambiais desde quinta¬feira deixaram os preços do câmbio "descolados" dos fundamentos. Com isso, já ontem o mercado voltou a operar de forma similar ao comportamento de fim de mês, quando a definição da Ptax aumenta a volatilidade.

Na máxima do pregão da véspera, registrada pouco após o fechamento da Ptax, o dólar foi a R$ 3,2866, em alta de 0,36%. "Depois da Ptax, o pessoal voltou a olhar para os fundamentos", diz um profissional. Outro participante do mercado lembra que o dólar devolveu boa parte das altas registradas no pior momento da quinta-¬feira. "Com a incerteza sobre se o BC vai voltar ao mercado, o dólar acaba ganhando mais comprador", diz.

Mesmo com o dólar ainda muito acima dos patamares do começo da semana passada, o Banco Central não anunciou para esta quarta-¬feira novas ofertas líquidas de swaps cambiais. O swap é um derivativo cuja colocação equivale a uma venda de moeda estrangeira no mercado futuro. O BC manteve, porém, o leilão de rolagem de até 8 mil contratos de swap que, por ora, expiram no começo de junho. A volatilidade mais forte, contudo, tem sido observada no mercado de juros.

A volatilidade histórica de 30 dias da taxa de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2019 alcançou ontem 55,12% ao ano. No dia 17 de maio, antes do estouro da crise, estava em 9,43%. Assim como o BC, o Tesouro Nacional também atuou para aliviar os preços. Mas como costuma intervir apenas com leilões de títulos públicos, consegue abrandar a pressão nos DIs apenas de forma indireta ¬ diferentemente da atuação do BC no câmbio, que permite transferência direta de liquidez.

Nas operações realizadas desde quinta¬feira, o Tesouro retirou mais risco do mercado do que colocou. Segundo operadores, ao fazer baixas colocações nos leilões de venda, o Tesouro teria buscado direcionar investidores ao mercado secundário de títulos públicos, movimento que ajuda a reduzir as taxas dos títulos.

Os ruídos no mercado, porém, não deixam de afetar as expectativas para a política monetária. A Quantitas elevou a estimativa para a Selic até o fim deste ano e passou a prever corte menos intenso na taxa básica de juros na próxima semana. A gestora vê Selic de 9,25% até dezembro, ante 8%. Para o próximo dia 31, a casa agora espera redução de 1 ponto percentual, 25 pontos¬base a menos que a estimativa anterior.

 

Menos consumidores esperam que o preço dos imóveis caia, diz FipeZap

A parcela de quem espera queda de preços de imóveis nos próximos 12 meses caiu de 36% do total para 28%, enquanto a fatia dos entrevistados com expectativa de alta dos valores aumentou de 13% para 17% no primeiro trimestre em relação ao quarto trimestre, de acordo com o levantamento Raio¬X Fipe¬Zap, realizado pelo portal Zap e pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), sobre perfil da demanda.

Dos entrevistados, 28% avaliam que os preços ficarão estáveis. Essas respostas foram dadas por quem pretende comprar imóvel nos próximos três meses, fatia que corresponde a 41% dos entrevistados. Na sondagem trimestral anterior, 42% dos entrevistados pretendiam adquirir imóvel nos três meses seguintes. Entre os que têm a intenção de comprar imóvel nos próximos três meses, a fatia dos que consideram os preços “altos” ou “muito altos” caiu de 66% para 64%. Dos que já compraram, a parcela com essa percepção caiu de 49% para 47%, segundo o levantamento.

A variação média de preços esperada para os próximos 12 meses é de queda de 3,5%. Entre os que adquiriam imóvel nos últimos 12 meses, 62% tinham a intenção de destinar a unidade para moradia, e 38%, para investimento por meio de aluguel ou revenda. Cerca de 63% adquiriu imóvel usado. A fatia de operações com desconto foi de 75,1%, a mesma da sondagem anterior.

O percentual de abatimento ficou em 8,9%, também estável ante o trimestre passado. A pesquisa foi realizada de 6 a 28 de abril com 3.837 participantes. Entre os que responderam às questões do Raio¬X Fipe¬Zap, 58% são homens, 67% têm menos de 50 anos, e 65% possuem renda domiciliar mensal de até R$ 10 mil.

 

País precisa acelerar reformas, diz presidente local do Goldmand Sachs

O presidente do Goldman Sachs no Brasil, Paulo Leme, afirmou nesta terça¬feira que o Brasil precisa acelerar a aprovação no Congresso de reformas como a da Previdência. Na visão dele, a tramitação dessas mudanças já vinha sendo prejudicada pela menor “profundidade” em relação à proposta original do governo federal. “Eu acho que são louváveis os esforços e espero que as reformas continuem no Congresso. Mas a minha preocupação é que a intensidade, ou seja, a profundidade dessas medidas, e a velocidade com que elas têm que ser aprovadas precisam ser um pouco maiores para resolvermos esse problema da [baixa] poupança”, disse.

As declarações foram feitas durante a participação de Leme no seminário Financiamento e Garantias para Infraestrutura, organizado pela Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib). A reforma da Previdência proposta originalmente pelo governo federal sofreu várias mudanças durante a sua tramitação na comissão especial da Câmara dos Deputados, como a flexibilização da idade mínima para a aposentadoria.

O governo estima que, mesmo assim, 75% dos ganhos fiscais estabelecidos pelo texto original foram mantidos. Leme falou a uma plateia de empresários durante aproximadamente dez minutos, mas não fez referências à crise política deflagrada na última quartafeira pela delação premiada do grupo JBS nem ao futuro do governo do presidente Michel Temer.

 

FOLHA DE SÃO PAULO

Política econômica vai continuar, diz ministro Henrique Meirelles

A política econômica vai continuar, assegurou nesta terça (23) o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, em evento em São Paulo.

"Vamos passar um pouco sobre isso com essa perspectiva, de reformas. Essa é a agenda econômica independentemente de qualquer coisa", disse a uma plateia de empresários e agentes de mercado, em referência ao caos político que se instalou no país desde que o nome do presidente Michel Temer foi envolvido nas delações do empresário Joesley Batista.

Segundo Meirelles, no Brasil, a crise política dá origem à crise econômica quando a crise política gera incerteza sobre a orientação de política econômica futura –o que buscou afastar durante o início de sua fala.

Meirelles ressaltou ainda que em conferência com cerca de mil investidores globais recentemente a mensagem que colocou foi a seguinte: "existe dúvida de que a política econômica vai continuar?". Para ele, há uma espécie de consenso no país de que medidas como a contenção dos gastos públicos, controle de inflação e solvência futura vão continuar.

Meirelles disse também que o Brasil está saindo da crise econômica, rumo a outra estrutura em comparação a um ano atrás. "O país já está numa trajetória de crescimento e vai continuar a crescer", disse, ressaltando a trajetória de queda do endividamento das famílias e empresas.

No evento, o ministro afirmou que o Congresso Nacional tem que dar mostras de que não vai parar.

"O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, anunciou que espera para o início de junho colocar em votação a reforma da Previdência. Existe uma consciência nacional de que as reformas precisam continuar sendo feitas", disse ele.

Meirelles convidou a todos para "olhar para um prazo mais longo e disse que "a última coisa que precisamos agora é a economia começar a ter problemas por causa das questões discutidas na arena política", afirmou. "Eu aposto no futuro do Brasil e estou trabalhando dia e noite nesta direção."

Segundo Meirelles, o que interessam são as "correntes profundas". "Não vamos achar que é pouca coisa a aprovação do teto de gastos. É a primeira vez que se altera a Constituição para isso", disse. Segundo ele, a capacidade de o país crescer sem pressionar a inflação (o chamado "PIB potencial"), é de cerca de 2,3% sem reformas, subindo para 3,7% com reformas.

A despeito da tentativa de transmitir tranquilidade, Meirelles deixou o evento apressado e não falou com a imprensa, como sinalizado por sua assessoria antes de sua fala.

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