Quinta-feira

VALOR ECONÔMICO

Gestores veem risco em 2018 com eleições e fim de estímulos

Um crescimento global sincronizado e que vai carregar as economias emergentes é o cenário de consenso de alguns dos principais gestores de recursos do mercado brasileiro para 2018. Mas, com a retirada de estímulos monetários nas economias desenvolvidas e as eleições no Brasil, a percepção de que algo pode dar errado no meio do caminho não é desprezível.

Na Ibiuna, por exemplo, gestora de Rodrigo Azevedo e Mario Torós, egressos do Banco Central, o grosso do risco neste ano estava ligado ao Brasil, mas 12 meses à frente o ambiente tende a ser menos favorável. "Será que estamos próximos de uma outra grande crise?", questionou Azevedo ao participar ontem do "Simpósio de Gestores", promovido pelo Santander. "Acho que não, mas o melhor da festa pode ter ficado para trás." A tendência nos próximos 12 a 18 meses, disse, é ter posições menores em Brasil.”

O que está por trás do viés mais previdente é a dúvida se o quadro de farta liquidez e de taxas negativas vai prevalecer no mundo desenvolvido. "Até aqui, a alta de juros foi comedida, mas até quando?", prosseguiu. O principal risco é uma aceleração mais rápida da inflação americana e o melhor termômetro será o bônus soberano de dez anos dos EUA. "É possível a taxa curta [definida pelo Fed] subir desde que a longa siga comportada. Se isso acontecer, os ativos de risco performam bem."

No curto prazo, ele diz não haver evidências do deslocamento dos juros longos, mas esse é um risco que aumenta num horizonte de 6 a 12 meses. Embora os investidores mundo afora não comprem a ideia de que o Fed vá fazer três altas de juros em 2018 como tem sugerido, desta vez o executivo da Ibiuna acha que o mercado está errado e que virá a correção monetária mais acelerada. Ele lembra que a redução do balanço do Fed já começou e que o processo pode acelerar no segundo semestre de 2018, o que coincide com as eleições no Brasil.

O investidor que quiser colocar um pé no mercado externo deve se cercar de cautela, apesar das condições macroeconômicas globais parecerem favoráveis, com 2018 marcando uma das expansões mais longas em 150 anos, pontuou André Jakurski, sócio-fundador da JGP Gestão. Para ele, a reversão monetária não deve ocorrer sem efeitos sobre o valor dos ativos. "Parece que não existe bolha, mas os preços estão muito altos", disse.

"Apesar de os bancos centrais ainda estarem injetando dinheiro, o ar está murchando." O executivo acha que um ponto de atenção são os fundos passivos, que passaram muito tempo na ponta compradora e quando estiverem na mão contrária podem não encontrar a vazão necessária. Em meio à política fiscal do governo de Donald Trump, que pode trazer de volta a inflação, Jakurski recomenda encurtar o prazo médio na renda fixa, além de privilegiar posições em ações mais líquidas, ficando "mais perto da saída".

Com a retirada gradual dos estímulos haverá ainda uma demanda por risco e ativos emergentes, previu Carlos Calabresi, fundador e executivo-chefe de investimentos da Garde Asset Management. Para ele, não há pressões inflacionárias que alterem o plano de voo gradualista do Fed. Mas depois de uma injeção de liquidez da ordem de US$ 10 trilhões nos últimos anos, os preços esticaram a tal ponto que talvez seja hora de questionar se já não foram longe demais. Um dos riscos, citou, é que há ainda uma pilha de US$ 8 trilhões de dívida soberana e corporativa rodando a taxas negativas. "Espero que o [balanço] dos BCs possa ser reduzido de maneira a não causar estresse."

Calabresi não viu a realização de lucros recente uma mudança estrutural. "A retirada de liquidez e o pacote fiscal de Trump podem gerar a reprecificação do dólar e dos juros lá fora, o que contamina os emergentes, mas é diferente de aversão a risco." Não dá para ignorar, porém, o peso que o calendário eleitoral carrega, ressalvou, pois não se sabe se a agenda populista pode prosperar.

No multimercado da casa, que costuma ter mais exposição local, Calabresi não descarta a hipótese de aumentar a fatia alocada em ativos internacionais, apesar dos cuidados que terá de tomar com o que classificou de "risco USA". Olhando à frente, Murilo Robotton, responsável pelo multimercado da Santander Asset Management, vê um cenário positivo para as bolsas, pautado pelo crescimento global e pela demanda de commodities, que tradicionalmente puxa o desempenho de exportadores de matéria-prima, como o Brasil. Ele lembrou que com a liquidez global até os BCs compraram ações e não mostram intenção de vendê-las. Conforme citou, o BC da Suíça detém US$ 100 bilhões em ações americanas, sendo US$ 3 bilhões da Apple.

O BC japonês adquiriu outros US$ 146 bilhões no próprio mercado. E até as ofertas iniciais de ações se tornaram raras. "Com condições de tomar dinheiro a quase zero, as empresas têm preferido emprestar recursos de longo prazo e recomprar as próprias ações", disse. "É quase uma questão de oferta e demanda, as ações estão ficando escassas." Para Robotton, esse não é um fenômeno isolado e não é por outra razão que os índices de ações apontam valorizações de 15% a 30% neste ano. "E acho que não vai parar."

Localmente, apesar da queda da Selic, o mercado de juros no Brasil oferece oportunidades, disse Azevedo, da Ibiuna. Após o BC cortar a Selic de 14,25% para 7,5% desde o fim de 2016, ele vê chances de a taxa ceder para 6,5% ou 6,75% em 2018. "No médio prazo há ainda muito prêmio ao longo da curva de juros."

O mercado embute uma alta de mais de 400 pontos básicos, para 11%, 11,5% até 2020. "Mas não tem inflação para colocar o juro lá em cima." Para ele, o que está expresso nesses prêmios é o cenário eleitoral de 2018. Se o processo for bem, Azevedo disse que os preços na bolsa podem explodir, e o segmento de juros reverter tal tendência. Do contrário, considera ter mais cenário ruim embutido no mercado de juros do que na bolsa. Por ora, a casa tem preferido alocações mais táticas, de curto prazo, em bolsa e olha com mais atenção para ativos internacionais, como o juro de curto prazo dos EUA ou ativos do México.

Calabresi, da Garde, considera que o crescimento do PIB brasileiro para o ano que vem, da ordem de 2,5% a 2,8%, está assegurado. E com a desalavancagem do balanço de pagamentos, o país tem, em tese, mais condições de enfrentar turbulências à frente. O Brasil é um dos maiores beneficiários da alta das commodities, mas a recuperação que se vê no país é meramente cíclica, ponderou Carlos Woelz, sócio-fundador da Kapitalo, que calcula um PIB entre 2% e 2,5% para 2018.

Para ele, o país estará altamente dependente do ciclo global e pode não ter tempo para encontrar seu rumo, pois o enxugamento da liquidez pode ter repercussões sobre a economia real. Já Roberto Reis, chefe de renda variável da Santander Asset Management, vê na combinação de crescimento econômico e inflação baixa uma dinâmica positiva para a bolsa brasileira.

"Mesmo com eleições e reformas, há um 'upside' potencial que pode fazer da recuperação cíclica algo estrutural e duradouro quando cumprir o calendário para 2018." Nos anos de crise, ele lembra que as empresas cortaram custos e agora a retomada da confiança e do consumo é um ingrediente poderoso para recuperação de margens. Ele calcula que o aumento das vendas no período entre 2016 e 2019 deve somar expansão na casa dos 200%. Conforme quantifica, só a queda da Selic de um ano para cá libera mais de R$ 100 bilhões para o consumo no primeiro semestre de 2018.

"São quase três FGTS", afirmou, referindo-se ao saques das contas inativas. Entre as preferências da gestão estão empresas ligadas a essa retomada cíclica, caso de Ambev, Lojas Renner, Multiplan, CVC e Raia Drogasil. No multimercado da gestora, Robotton disse que neste ano chegou a ter 50% do portfólio em bolsa local, mas zerou a exposição quando o Ibovespa bateu os 75 mil pontos, trocando o risco por bolsas emergentes.

 

Crédito reage mais a redução do que a alta do compulsório

Uma redução na alíquota dos depósitos compulsórios tem impacto duas vezes maior sobre a oferta de crédito do que quando se faz um aumento dessa fatia de dinheiro que os bancos são obrigados reter junto ao Banco Central (BC). E o efeito da alteração é maior para os grandes bancos, já que os pequenos usam o capital extra para recompor liquidez. A avaliação consta de trabalho de servidores do Departamento de Estudos e Pesquisas do Banco Central (BC), que se dispuseram a estimar o impacto das mudanças nas alíquotas sobre o crédito.

O tema está em pauta depois que saíram notícias, no mês passado, dando conta da possibilidade de redução das alíquotas para o compulsório dos depósitos a prazo, algo referendado em recente entrevista do presidente do BC, Ilan Goldfajn, ao jornal "O Globo", na qual admitiu que além da simplificação de regras, um próximo passo seria avaliar o tamanho dos compulsórios.

O estoque desses depósitos gira em torno dos R$ 400 bilhões. Para fazer as estimativas de impacto foram avaliados todos os empréstimos concedidos a firmas não financeiras de controle privado, do primeiro trimestre de 2008 ao segundo trimestre de 2015. Os autores lembram que nesse período várias alterações nos recolhimentos compulsórios foram implementadas no escopo das medidas macroprudenciais.

O trabalho é assinado por João Barata R. B. Barroso, Rodrigo Barbone Gonzalez e Bernardus F. Nazar Van Doornik. Um dos exercícios analisou a resposta da oferta de crédito a uma redução nos níveis do compulsório em 2008, que foi de fato implementada em função da crise de crédito global. E, posteriormente, do aumento das alíquotas em 2010, já num contexto de recuperação do crédito no Brasil.

Os resultados mostraram que a fase de aperto dos recolhimentos compulsórios teve menos impacto sobre os empréstimos do que a fase de relaxamento. Segundo os autores, isso sugere que a oferta de crédito reage mais à redução das alíquotas. Em uma das estimativas apresentadas, uma redução de 1% do compulsório aumenta a oferta de crédito entre 1,3% a 1,43%, considerando o banco e a empresa mais afetados pela medida. Já um aumento de 1% do compulsório mostrou redução do crédito entre 0,45% a 0,66%. Os estudos também apontaram evidências de que as alterações nos compulsórios têm menos efeito em bancos pequenos e em instituições estrangeiras.

Considerando as instituições de grande porte privadas nacionais e estrangeiras, um corte de 1% do compulsório amplia a oferta de crédito em 3%. Já durante um aperto, os grandes bancos nacionais encolhem o crédito em 0,93%, e os grandes privados em 1,7%. Tal resultado, para os autores, sugere que os bancos estrangeiros reagem mais ao ciclo financeiro global. Em 2008, as instituições estrangeiras elevaram os colchões de liquidez, mas não ampliaram o crédito em resposta ao estímulo vindo da política contracíclica. Já no período de contração da política local, os bancos estrangeiros importaram capital e passaram por cima do aperto de liquidez promovido pelo BC.

Os autores mostraram ainda que os bancos tendem a emprestar menos para firmas mais arriscadas e com maior propensão ao calote em um período de relaxamento. Isso sugere maior aversão ao risco na fase de afrouxamento. Ao mesmo tempo, há uma maior busca por retorno em períodos de aperto do crédito, que é colocada em marcha para compensar a queda de lucratividade. Segundo os autores, empresas que deram calote recebem, em média, 40% menos crédito que as outras empresas durante o período de aumento de liquidez, mas embolsam 36% mais crédito durante os períodos de aperto.

Para os autores, tal avaliação tem implicação relevante para os responsáveis pela estabilidade financeira, já que as empresas de perfil de risco mais agressivo são as mais afetadas em períodos de restrição de crédito e mais inclinadas a se alavancarem durante períodos de forte expansão do crédito. O trabalho mostra que a alíquota de compulsório no Brasil é elevada em comparação com outros países, ficando, em média, em 23% do total de depósitos sujeitos ao recolhimento (à vista, a prazo, poupança e adicionais) entre 2008 e 2015, enquanto a média dos demais emergentes é de 15%, e dos países desenvolvidos fica em 5%.

Durante a crise, a média brasileira caiu para 18% em novembro de 2008, e em março de 2010, com a reversão das medidas macroprudenciais, o patamar anterior foi reestabelecido. Depois, em 2012, ocorre nova redução, para o patamar atual. A íntegra do trabalho ("Credit Supply Responses to Reserve Requirement: loan-level evidence from macroprudential policy") está no site do BC e não necessariamente reflete a visão da instituição sobre o tema.

Menos da metade dos brasileiros acredita em melhora da economia SÃO PAULO - Um levantamento de dados feito pelo instituto DataPoder360 mostra que 46% dos entrevistados acreditam em uma melhora na economia brasileira no futuro, ainda que 71% desaprovem o presidente Michel Temer (PMDB).

Na opinião de 21% dos entrevistados, a economia ficará estacionada e, para 14%, vai piorar. A pesquisa foi feita entre 16 a 18 de novembro, com 2.171 entrevistas por telefone, por um sistema automático, em 143 cidades. A margem de erro é de 2,9 pontos. Foi medida ainda a popularidade de Temer. O mandatário segue com 71% de rejeição.

 

O ESTADO DE SÃO PAULO

Como a redução da SELIC impacta diretamente no mercado imobiliário

O brasileiro conviveu por muitos anos com o fantasma da inflação - entre as décadas de 80 e 90, o Brasil viveu o que ficou conhecido como hiperinflação. Como o próprio nome indica, a inflação era altíssima e o poder de compra dos consumidores era corroído mês a mês. De lá pra cá, cada governo tem, a seu modo, tentado controlar a inflação. Um dos principais métodos é por meio da taxa Selic.

Em termos gerais, a Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia) é a taxa média de juros paga pelo governo brasileiro em empréstimos tomados de instituições bancárias. Quando a Selic aumenta, os bancos tendem a emprestar mais dinheiro ao governo, para aumentar seus rendimentos. De acordo com a mesma lógica, a redução da taxa Selic estimula os bancos a emprestarem mais dinheiro diretamente ao consumidor, porque aumenta a oferta de capital disponível no mercado.

Ainda, é a taxa Selic que regula, mesmo que indiretamente, as outras taxas de juros praticadas no Brasil, como as taxas de poupança, crediário, cartões de crédito, cheque especial e mercado imobiliário.

O que muda para o mercado imobiliário com a redução da Selic?

Segundo o estudo Indicadores Nacionais do Mercado Imobiliário, publicado em setembro de 2017 pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), as vendas do mercado imobiliário e o lançamento de novos empreendimentos voltaram a crescer no segundo trimestre de 2017. De acordo com os indicadores, as vendas aumentaram 17,4% e o volume de imóveis novos cresceu impressionantes 59,8%.

Somada à tímida retomada de confiança do mercado na economia, a despeito da crise política ainda vigente no Brasil, um dos fatores para essa tendência no setor imobiliário é justamente a redução da taxa Selic. No último dia 25 de outubro, a Selic foi reduzida de 8,25% para 7,5% ao ano. Além de ter sido o nono corte consecutivo na taxa básica de juros, que a levou ao menor patamar desde abril de 2013, o mercado ainda estima que a Selic tenha nova queda em dezembro, podendo chegar aos 7%.

De acordo com Tarik Faraj, sócio-fundador da imobiliária TRK Imóveis , o momento é de otimismo para o setor imobiliário porque juros menores tendem a movimentar o mercado de crédito e investimentos imobiliários. "Há hoje no mercado oportunidades de imóveis que tem grande potencial de valorização com a retomada da economia. Estes imóveis tiveram seu valor de mercado depreciado devido a crise e este momento de virada do mercado é um ótimo momento para investir", diz Tarik. Ainda segundo o empresário, neste momento, com a tendência de retração das taxas de juros, o imóvel volta a ser a melhor opção para o investidor com perfil mais conservador. "Aquele investidor que nos últimos anos teve bons ganhos na renda fixa dos bancos, vai ter que voltar a olhar para os imóveis como opção também conservadora e mais rentável agora que as taxas de retorno da renda fixa caíram consideravelmente." aponta Faraj.

Cenário favorável

O momento é de otimismo, mas também é de cautela para a economia brasileira. O mercado imobiliário, assim como qualquer setor direta ou indiretamente relacionado às oscilações da economia do país, pode ser afetado por fatores que independem das decisões do mercado financeiro. A crise política ainda é a vilã e o grande obstáculo no crescimento econômico do país.

O impeachment de Dilma Rousseff e os constantes escândalos de corrupção que vieram à tona na atual gestão do presidente Michel Temer contribuíram para o crescimento da instabilidade política e prejudicaram o Brasil na visão de investidores externos. Falta confiança aos empresários e os grandes investimentos requerem ainda mais ousadia do que em anos anteriores.

Nesse cenário delicado, medidas como a redução da taxa básica de juros possibilitam que os empresários voltem a respirar com menos dificuldade e ajudem a colocar as engrenagens da economia em seus devidos lugares.

"Embora a atual situação econômica do país ainda esteja longe de ser a ideal, tanto para os investidores como para o consumidor de um modo geral, este é o momento e a oportunidade de repensar os planos para cada centavo investido. O mercado imobiliário espera que a economia do país consiga enxergar uma luz no fim do túnel no mesmo momento em que, por exemplo, cada vez mais brasileiros possam realizar o sonho da casa própria", finaliza Faraj, da TRK Imóveis.

 

Estoque de imóvel novo cai 21,5% em SP

O respiro do mercado imobiliário nos últimos meses, com o aumento das vendas impulsionado pela queda dos juros, fez com que o estoque de imóveis novos na cidade de São Paulo caísse 21,5% em setembro, na comparação com o mesmo mês de 2016.

O dado é do Secovi-SP (entidade do setor) e mostra que no mês 19,2 mil unidades lançadas há até três anos ainda não ti nham sido vendidas. O estoque é alto, mas em setembro de 2016 eram 24,4 mil.

Desde maio, as incorporadoras têm conseguido reduzir o estoque de imóveis. Esse movimento alivia um dos principais desafios do setor desde o ano passado: vender as unidades que haviam sido lançadas na cidade antes da crise e que ainda pesavam nas contas das incorporadoras.

O presidente do Secovi-SP, Flavio Amary, diz que as empresas têm se esforçado para não errar na mão no volume de lançamentos. "Pontualmente, em alguma região da cidade, ainda pode existir um descasamento de oferta maior que a demanda.

Na média, a gente percebe pelos números que o mercado tem sentido que já há mais espaço para voltar a lançar empreendimentos." Ainda há muita cautela nos lançamentos. O consumidor parece mais confiante para comprar um imóvel e as empresas se programam para atender à essa demanda, mas não querem correr o risco de ficar com mais imóveis encalhados, em um cenário de incertezas na política e de alto desemprego.

Segundo dados da Embraesp, a capital paulista teve um total de 2.252 unidades residenciais lançadas em setembro, 4% mais que um ano antes.

"O que aconteceu foi que o aumento no número de lançamentos foi postergado por conta da crise e ocorreu principalmente a partir do segundo semestre. Como os Estados têm se recuperado em velocidades diferentes, a volta dos lançamentos e a queima dos estoques de imóveis também ocorrem em níveis distintos em cada lugar. São Paulo deve liderar esse movimento, enquanto no Rio de Janeiro a recuperação é mais lenta", diz a economista Priscila Trigo, do Bradesco.

Vendas. Em setembro, foram vendidos 1.819 imóveis residenciais novos na cidade de São Paulo. O resultado representa uma alta de 5,9% em relação às 1.717 unidades comercializadas no mesmo mês de 2016. Em 12 meses, o Valor Global de Vendas (VGV) foi de R$ 10,2 bilhões â esse número mostra o potencial de venda de todas as unidades lançadas no período.

A política de queda dos juros tem tido papel importante na retomada dos negócios. No fim de outubro, o Banco Central fez um novo corte na Selic, a taxa básica de juros, para 7,5%.

Também houve um aumento nos financiamentos imobiliários que usam recursos da poupança, que atingiram R$ 3,41 bilhões em setembro, uma alta de 8,2% em relação ao mesmo mês de 2016, segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).

O presidente do Secovi-SP avalia que a demanda reprimida por imóveis deve fazer com que os preços voltem a subir. "Os preços estão estáveis há muito tempo. Ainda é cedo para afirmar quando vai começar o novo ciclo de valorização imobiliária, mas ele virá."

 

O GLOBO

Caixa faz campanha para mutuário amortizar financiamento imobiliário com FGTS

Em mais uma tentativa de se recapitalizar, a Caixa Econômica está contatando, por telefone, consumidores que possuem financiamento imobiliário no banco para que analisem a possibilidade de usar o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para amortizar sua dívida. De acordo com a instituição financeira, são cerca de 40 mil clientes com operações pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH). O banco diz que adotou a medida para alertar os mutuários sobre a utilização do fundo para pagar parte da prestação, amortizar o saldo devedor ou liquidar a dívida.

Para especialistas, no entanto, o banco precisa reforçar seu capital para atender ao Acordo de Basileia 3, que entra em vigor até janeiro de 2019, prevendo regras mais duras quanto ao risco do banco e volume de capital. Além disso, o Tribunal de Contas da União (TCU) quer que a Caixa devolva R$ 27 bilhões para o Tesouro Nacional

- A Caixa passa por um momento delicado e busca levantar esse crédito. Apesar administrar o FGTS, o dinheiro não está disponível para o banco - explica a advogada Paula Farias.

A presidente da Associação de Mutuários do Rio(AmuRio), Lizia Jacintho, acredita que usar o FGTS para amortizar a dívida pode ser um bom negócio.

- Os juros do financiamento, em torno de 10% ao ano, são muito maiores do que o rendimento do Fundo. Mas o trabalhador perde essa reserva financeira - observa.

Como boa parte dos financiamentos imobiliários tem parcelas decrescentes, Lizia recomenda a opção de reduzir o prazo do financiamento, mas lembra ainda que outra possibilidade é diminuir o valor das prestações ou ainda, com o saldo do FGTS, quitar até 12 mensalidades.

A regra vale para quem financiou imóveis com máximo de R$ 950 mil em Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal, e R$ 800 mil em outros estados.

Medidas freiam oferta de crédito imobiliário

Nos últimos meses, a Caixa implementou uma série de medidas que restringiram ainda mais o acesso ao crédito imobiliário. Uma delas foi a redução da cota de financiamento de imóveis usados para 50% - antes, os clientes podiam financiar até 60% ou 70% do valor de avaliação do bem - e suspendeu as operações com interveniente quitante (quando uma pessoa procura a instituição para financiar a compra de um imóvel que ainda está alienado em outra operação de financiamento).

Além disso, o banco adotou o sistema de execução mensal de orçamento para todas as linhas de crédito imobiliário e trava novas operações com o volume de recursos previstos para aquele mês é atingido.

Segundo o banco, a contratação do crédito imobiliário neste ano está 20% superior ao mesmo período do ano passado, e que já emprestou mais de R$ 62 bilhões.

No último dia 7, a Caixa informou que, até o fim desse mês, vai regularizar as propostas de crédito habitacional que foram aprovadas pelo banco. Segundo a Caixa, já estão disponíveis R$ 8,7 bilhões em recursos de orçamentos suplementares do FGTS para o crédito imobiliário Pessoa Física e Apoio à Produção.

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