Quinta-feira

VALOR ECONÔMICO

BC corta Selic para mínima histórica

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) reduziu a taxa básica de juros, a Selic, de 7,5% para 7% ao ano, nova mínima histórica desde a adoção do regime de metas para a inflação, em 1999, e acenou com a possibilidade de novo corte em 2018. O menor percentual até então era de 7,25% ao ano, em outubro de 2012, mas durou apenas sete meses.

No comunicado apresentado logo após a decisão, o colegiado presidido por Ilan Goldfajn indica uma nova baixa da Selic na próxima reunião, marcada para os dias 6 e 7 de fevereiro de 2018, mas menor do que o corte de meio ponto decidido agora. No entanto, o BC ressalvou que "essa visão para a próxima reunião é mais suscetível a mudanças na evolução do cenário e seus riscos que nas reuniões anteriores".

O colegiado também deu uma sucinta sinalização sobre a condução da política monetária após a reunião de fevereiro, afirmando que "para frente, o Comitê entende que o atual estágio do ciclo recomenda cautela na condução da política monetária".

Na reunião de outubro, o Copom havia evitado dar sinalização sobre o que faria depois do encontro imediatamente seguinte. Na ocasião, o BC comunicou que preferia "manter liberdade de ação e adiar qualquer sinalização sobre as decisões futuras de política monetária de forma a incorporar novas informações sobre a evolução do cenário básico e do balanço de riscos".

Dessa vez, o BC reorientou a sua comunicação para avisar que, depois da próxima reunião, o ciclo recomenda "cautela", ao mesmo tempo em que não diz textualmente que o ciclo de distensão monetária vai acabar. Mais uma vez, o colegiado diz que suas decisões futuras vão depender da "evolução da atividade econômica, do balanço de riscos, de possíveis reavaliações da estimativa da extensão do ciclo e das projeções e expectativas de inflação".

O Copom voltou a afirmar que a conjuntura econômica prescreve política monetária estimulativa, ou seja, com taxas de juros abaixo da taxa estrutural (Selic que coloca o crescimento da economia no seu potencial e não acelera nem desacelera a inflação). Também enfatizou que o processo de reformas e ajustes contribui para a queda dessa taxa estrutural. O atual ciclo de distensão monetária começou em outubro de 2016, quando a Selic estava em 14,25% ao ano, e ganhou corpo depois que a inflação recuou do patamar de 9% para pouco menos de 3% ao ano.

A maioria dos economistas ouvidos pelo Valor trabalha com um cenário base de que o Copom possa fazer mais um corte de 0,25 ponto na Selic em fevereiro, a depender das condições de mercado e das expectativas para inflação e atividade econômica. Por outro lado, se o governo Temer conseguir aprovar a reforma da Previdência ainda neste ano, o BC pode até fazer uma nova redução de 0,5 ponto na Selic em fevereiro.

"A principal variável a ser considerada para a próxima reunião é a reforma da Previdência, por isso eu não descartaria uma redução de 0,5 ponto se a proposta for aprovada", afirma Zeina Latiff, economista-chefe da XP Investimento. Para Thaís Zara, economista-chefe da Rosemberg Associados, o comunicado trouxe poucas mudanças em relação ao anterior, mas deixou claro que os próximos passos do BC estão mais suscetíveis a mudanças no cenário.

"Além da reforma da Previdência, a aprovação do plano tributário nos EUA é um fator de incerteza", diz. A economista aprovou o tom cauteloso do BC no comunicado. "Desde o ano passado tivemos uma queda de 7,25 pontos na Selic, e nem todo o efeito da flexibilização monetária foi captado pela economia", afirma.

Para Sérgio Goldenstein, sócio gestor da Flag Asset Management, o cenário base do Copom é fazer um último corte de juros, de 0,25 ponto percentual, em fevereiro, o que levaria a taxa para 6,75%. Mas, caso aconteça a reforma da Previdência e haja uma reação positiva do câmbio, existe a chance de o Banco Central voltar a cortar a taxa básica da economia em março, para 6,5%. Em termos reais, o juro orbita a casa dos 2,9% ao ano, considerando o swap de juros de 360 dias, de 7%, descontado o IPCA projetado em 12 meses, de 3,96%. O patamar de juro real é o menor desde meados de 2013.

No Relatório de Inflação (RI) do terceiro trimestre, o BC apresentou uma pesquisa feita em abril para colher a avaliação do mercado sobre essa taxa estrutural, também conhecida como "taxa neutra". A mediana mostrou taxa de 5% no curto prazo, 4,5% em dois anos e 4% em cinco anos. O BC já explicou que em algum momento a taxa precisará ser normalizada, e isso pode ocorrer por eventos que reduzam esse juro neutro, por um aumento da Selic ou pela combinação dos dois fatores.

No comunicado, o Copom atualizou suas projeções de inflação. O BC estima que a inflação vai fechar 2017 em 2,9%, menor que os 3,3% projetados da reunião de outubro. O percentual está abaixo do limite inferior do intervalo de tolerância da meta de 4,5%, estabelecido em 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. O BC vai divulgar estimativas mais detalhadas do risco de a inflação ficar abaixo do piso, bem como da trajetória do índice de preços até 2020, no Relatório de Inflação, a ser divulgado no dia 21.

 

EZTec já sente retomada do setor

A retomada do setor imobiliário já começou, na avaliação do fundador da EZTec e presidente do conselho de administração, Ernesto Zarzur. Em tom mais otimista do que o da entrevista concedida ao Valor em fevereiro, o empresário de quase 84 anos afirma que, em 2017, "o maior feito da EZTec foi reduzir estoques" e conta que voltou a frequentar plantões de vendas nos fins de semana em que ocorrem lançamentos. "As vendas do setor melhoraram", diz Zarzur.

Neste ano, a incorporadora concentrou novos projetos no segmento de média-alta renda na cidade de São Paulo, e vendeu, em seis meses, metade dos R$ 343 milhões apresentados. Ao longo de 2017, a companhia desembolsou R$ 100 milhões na aquisições de terrenos, na capital paulista, para projetos de pequeno porte direcionados às classes média-alta e alta, embora o que o fundador da EZTec queira mesmo seja voltar a incorporar empreendimentos grandes em cidades vizinhas à capital paulista. "Temos terrenos para lançamentos em São Paulo de R$ 50 milhões a R$ 100 milhões [por projeto], mas quero fazer empreendimentos com VGV de R$ 500 milhões", afirma Zarzur.

Lançamentos com esse perfil devem ser retomados só em 2019. Segundo o diretor financeiro e de relações com investidores da EZTec, Emílio Fugazza, não está claro se a venda, em seis meses, de 50% dos lançamentos foi possível por se tratar de projetos com número pequeno de unidades. Em geral, os empreendimentos maiores se destinam à média renda, segmento em que a retomada dos investimentos da incorporadora depende da melhora dos níveis de emprego, de solução para os distratos e dos rumos das eleições de 2018. Como estratégia para reduzir as rescisões de vendas, a companhia vem reforçando o financiamento a clientes após as chaves.

No fim de setembro, a EZTec tinha 1.492 contratos de tabela direta, ante 1.043 unidades no ano passado. A empresa também negocia descontos caso a caso com clientes para evitar distratos. A média dos abatimentos é de 5%. A EZTec estima que, em 2018, os lançamentos ficarão entre R$ 500 milhões e R$ 1 bilhão. O ponto médio da faixa projetada corresponde a 119% de expansão ante R$ 343 milhões de 2017.

O foco serão imóveis para as rendas média-alta e alta, mas haverá dois projetos no programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, um deles em parceria com a Sinco Engenharia. A companhia busca licença para o Esther Towers, empreendimento comercial de duas torres, com VGV superior a R$ 1 bilhão, que homenageia dona Esther Zarzur, esposa do empresário. O projeto será erguido em terreno contíguo ao do Parque da Cidade, na zona Sul de São Paulo. Há expectativa que as obras do segundo maior projeto comercial da EZTec - superado pelo EZTowers - comecem em 2018, após a obtenção das licenças.

A incorporadora tem Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepacs) para o empreendimento. "Já tem gente querendo comprar, mas só vendo depois de pronto", diz o empresário. No terceiro trimestre, a comercialização da torre B do EZTowers para a Brookfield por R$ 650 milhões foi a razão para a melhora do desempenho da companhia e contribuiu para geração de R$ 720,1 milhões de caixa.

A incorporadora teve o maior lucro líquido trimestral do setor, de R$ 280,3 milhões. Zarzur - que mantém a rotina de, durante a semana, ir à EZTec pela manhã e visitar obras após o almoço - segue na linha de frente da definição dos rumos da empresa. Exemplo dessa presença ativa é a decisão tomada pelo empresário de que, daqui a quatro anos, seus filhos deverão deixar a diretoria da incorporadora.

Segundo o fundador da EZTec, a presidência poderá vir a ser ocupada por netos e "funcionários mais qualificados". No sistema atual, estabelecido por diretriz criada por Zarzur em 2006, os quatro filhos homens seguem rodízio para ocupar a presidência da companhia. O estatuto ainda está mantido, mas o empresário já informou sua decisão aos filhos, que poderão ocupar assentos no conselho, após a mudança, se tiverem interesse.

Atualmente, os dois filhos mais velhos - Flavio Zarzur e Silvio Zarzur - são conselheiros da companhia. Silvio preside a EZTec e é diretor de incorporação, enquanto Flavio é vice-presidente. Marcos Zarzur e Marcelo Zarzur são, respectivamente, diretor comercial e diretor técnico.

Na sexta-feira, o conselho da EZTec aprovou distribuição de dividendos intermediários no valor de R$ 440,555 milhões. Com essa operação, o total distribuído desde a abertura de capital, há dez anos, chega a R$ 1,362 bilhão, e o patrimônio líquido passa para R$ 2,6 bilhões. A companhia considerou a distribuição de dividendos a melhor forma de remunerar os acionistas, de acordo com Fugazza.

 

'Não está claro se o corte de fevereiro será o último'

O comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central divulgado ontem claramente aponta na direção de redução da magnitude do afrouxamento monetário a partir de agora, diz Mario Mesquita, economistachefe do Itaú Unibanco. Diante disso, Mesquita, que também é ex-diretor do Banco Central, passou a ver declínio de 0,25 ponto percentual da Selic em fevereiro - e não mais de 0,50 ponto. A previsão para o fim de 2018, contudo, segue em 6,50%, com o corte derradeiro ocorrendo no encontro do Copom previsto para março. "Mas vamos esperar a ata do Copom e os desdobramentos da agenda fiscal para avaliar a manutenção da expectativa desse corte de março", afirmou o economista ao Valor.

Mesquita considera que notícias positivas do lado da inflação e o ambiente internacional - bem como uma atividade econômica mais fraca - também chancelam a Selic de 6,5% no fim de 2018. Por outro lado, atribui a capacidade de manter os juros nesse patamar ao longo de um ano eleitoral a progressos não só na reforma da Previdência, mas nos esforços de ajustes das contas públicas de forma geral.

Leia os principais trechos da entrevista.

Valor: O que esperar da decisão do Copom de fevereiro? O Itaú ainda espera redução de 0,50 ponto percentual?

Mario Mesquita: Estamos revisando nossa estimativa para corte de 0,25 ponto. Ou seja, a Selic vai terminar fevereiro em 6,75%. Mas ainda vemos o juro em 6,5% no fim de 2018 e a diferença de 0,25 ponto estará no encontro do Copom de março. O comunicado de ontem claramente vai na direção de uma redução do ritmo de flexibilização monetária. O que de fato não está claro é se o corte de fevereiro será o último ou se o Banco Central fará mais um pouco em março. Eu acho que dependerá de várias questões.

Valor: Qual questão seria a principal?

Mesquita: Sem dúvida é o progresso na agenda de reformas de uma forma geral, agora concentrada na da Previdência. Apesar de os efeitos da reforma nas contas públicas serem mais de médio e longo prazo, a aprovação neste momento tenderia a contribuir para um comportamento benigno da taxa de câmbio. E nós consideramos que em 2018 o câmbio pode vir a ser um risco inflacionário importante, muito mais até que uma recuperação do mercado de trabalho. Para além da reforma, claro, se a atividade econômica se mostrar mais fraca, se a inflação surpreender para baixo e se o cenário externo continuar muito favorável, então o BC pode ver nesses pontos mais argumentos para estender o ciclo a março. Porém, a importância do progresso na agenda de ajuste fiscal vai além do corte do juro em março e inclui ainda a capacidade de o BC manter o juro baixo por mais tempo.

Valor: O BC consegue manter o juro no atual patamar por muito tempo?

Mesquita: Por ora, vemos a Selic em 6,5% para o fim de 2018. Mas tenho de falar que, em reuniões com investidores lá fora, percebi ceticismo quanto à perspectiva do Brasil de manter esse juro reduzido por mais tempo sem que haja o devido ajuste fiscal, sem que se complete a tarefa de correção das contas públicas.

Valor: Sem a reforma agora, qual o potencial de piora para os ativos financeiros domésticos?

Mesquita: Há risco de piora, sim. O pior dos cenários seria aquele em que a reforma é rejeitada em votação. Se isso acontecer o mercado tende a piorar sensivelmente. Um outro cenário é aquele no qual o governo não consegue votar agora, mas tem perspectiva de aprovação para o ano que vem. Ainda assim haveria piora, mas seria mais modesta, porque o mercado teria a expectativa de votação ao longo do primeiro trimestre do ano que vem. Um outro cenário seria a aprovação da reforma agora, mesmo que mais diluída. A reação do mercado, nesse caso, tenderia a ser mais positiva. Haveria assimetria de reação quando se consideram as alternativas aprovação neste ano e rejeição em votação.

Valor: Os contratos de juros na BM&F projetam elevação de mais de 100 pontos-base da Selic ao longo do ano que vem. Dada a sinalização do Copom, é o momento de aplicar em taxas?

Mesquita: Acho que há prêmio de risco excessivo na curva, especialmente olhando o segundo semestre de 2018. É como se o mercado estivesse considerando um cenário eleitoral nervoso, que pode, sim, acontecer, mas estamos longe de alguma certeza nesse sentido. Em última instância esse prêmio reflete a incerteza da continuidade do ajuste fiscal diante da mudança de governo prevista para o ano que vem. A impressão que tenho é que, quem montar posição otimista a partir de agora, o fará assumindo uma aposta contra esse prêmio de risco excessivo.

Valor: O Itaú acredita que haverá reforma da Previdência?

Mesquita: Achamos que haverá, sim, aprovação da reforma até 2019. Se aprovada, teremos um cenário mais benigno especialmente para a taxa de câmbio. Nossa avaliação é que a chance de aprovação da reforma com certeza aumentou nas últimas semanas. Se vai ou não ser aprovada depende de fatos e eventos que podem estar mudando enquanto falamos. Alguns analistas veem chances menores que 50% de aprovação, mas isso pode estar mudando.

Valor: Em que medida o cenário externo deve ser encarado como uma fonte de preocupação para a política monetária em 2018?

Mesquita: Temos que olhar as políticas monetárias das economias mais avançadas. Acreditamos que o Federal Reserve (Fed, BC americano) elevará o juro quatro vezes de hoje até o fim do ano que vem - uma agora em dezembro e três ao longo de 2018. Com isso esperamos taxa de câmbio na faixa de R$ 3,50 por dólar no ano que vem. Claro que se a economia americana mostrar pressões inflacionárias mais intensas, o Fed terá de ajustar seu plano de voo e subir as taxas de forma mais intensa. É a esse tipo de cenário que o Banco Central do Brasil se refere em seus documentos. Em linhas gerais, a gente vai ver um estreitamento do hiato do produto na economia mundial - especialmente nos mercados mais maduros. Consequentemente isso levará a um aumento da inflação. O cenário base é que o processo de normalização monetária tende a ser mais generalizado no mundo a partir do ano que vem.

 

Crédito tem dado sinais de recuperação, diz Caffarelli

O presidente do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli, afirmou que a instituição deve ficar em linha com o desempenho do mercado de crédito em 2018, para o qual se espera um crescimento em torno de 6%. "A gente tem uma tendência muito grande a acompanhar isso porque estamos tendo uma retomada forte do crédito", disse o executivo a jornalistas ontem.

Caffarelli afirmou que o crédito tem dado bons sinais de recuperação em dezembro. Segundo ele, a média diária de concessões neste mês está 43% superior à de novembro. "Estou muito feliz com o desempenho do BB neste mês. Parece que o Brasil deu uma alavancada", disse em apresentação a analistas e investidores na Apimec.

Segundo Caffarelli, a recuperação do crédito será puxada pela pessoa física, especialmente em linhas como consignado, e pelas áreas de agronegócio e micro e pequenas empresas. Caffarelli disse também que o volume de operações no mercado de capitais brasileiro em 2018 deve superar com folga o deste ano, tanto em ofertas de ações quanto em emissões de dívida. "Deve ser muito mais forte, podem ter certeza", disse, sem fazer estimativas. No entanto, observou, as eleições devem antecipar boa parte das transações para o primeiro semestre.

O presidente do BB disse ainda que não está nos planos fazer uma nova emissão de bônus no mercado externo neste momento, apesar das condições favoráveis. "A gente está muito bem de liquidez." Segundo ele, o BB tem provisionamento suficiente para cumprir o acordo sobre os expurgos dos planos econômicos. O executivo, porém, não quis fazer comentários adicionais sobre o assunto, alegando que as negociações não foram concluídas. Questionado sobre planos para o Banco Patagonia, reiterou que a intenção é fazer uma oferta subsequente de ações, mas não estimou prazo.

 

Riscos vêm do Brasil e do exterior, apontam gestores

O próximo ano deve marcar uma espécie de embate entre o otimismo com o crescimento global, que vai levar junto os países emergentes, e os riscos eleitorais locais e de ajustes na política monetária de bancos centrais. A análise faz parte das reflexões apresentadas por dois dos gestores de recursos mais respeitados do Brasil sobre as perspectivas para os ativos em 2018. Luis Stuhlberger, fundador e executivo-chefe da Verde Asset Management, e André Jakurski, sócio-fundador da gestora JGP , foram dois dos nomes que se apresentaram na conferência da Fundação Sohn, ontem, em São Paulo.

Executivos de grandes casas de investimento lotaram a plateia no auditório do escritório Pinheiro Neto para ouvi-los, num ciclo de palestras que contou com personalidades da gestão internacional, como o megainvestidor ativista William Ackman, da Pershing Square Capital, e Hernan Kazah, co-fundador da Kaszek Ventures. Embora tenha um viés positivo em relação aos ativos domésticos, o momento não é de estar totalmente alocado em Brasil, disse Stuhlberger.

Os pontos de incertezas são o calendário eleitoral e uma situação fiscal ainda frágil, que vai exigir do próximo presidente da República dar sequência à agenda de reformas do governo Temer. "Quem quer que seja eleito terá de lidar com restrições fiscais", disse. "A hora da verdade chegou e qualquer governo que assumir em 2019 terá de fazer reforma da Previdência."

De acordo com o executivo, o que está incorporado às cotações, hoje, é a aprovação da reforma da Previdência só para 2019 e um embate eleitoral no ano que vem com uma probabilidade de 70% a 80% de o ex-presidente Lula não participar. "Se concorrer, o preço é outro", comentou. "Tem muito prêmio no mercado de juros e também no mercado acionário."

No segmento de juros, citou, nota-se claramente o que é o risco eleitoral. Ontem, enquanto a Selic caminhava para a mínima histórica, a 7% ao ano, as taxas futuras projetavam 11,5%, mesmo nível do fim de 2016, quando o juro básico estava em 13%. "Há espaço para convergir, mas reformas precisam acontecer", comentou. Um eventual avanço da candidatura Lula que reconduzisse o ex-presidente ao Planalto poderia levar o Ibovespa para a casa dos 50 mil pontos, como prevê um dos exercícios do mercado, e para Stuhlberger esse cenário seria uma oportunidade de compra. "Até dá para comprar bolsa hoje, mas tem que guardar dinheiro para a volatilidade eleitoral, se houver."

O gestor não espera, contudo, que um terceiro mandato de Lula seja equivalente aos dois anteriores. Se Lula não for impedido de concorrer pela Justiça, Stuhlberger espera uma campanha raivosa, com um discurso contra a reforma da Previdência, o que, no limite, poderia levar a uma nova recessão.

"Mas se ele entrar dizendo que não vai fazer reforma, o país tem PIB negativo, o país quebra, tem manifestação e o impeachment ocorre rapidamente. E essa é a última coisa que ele quer, porque precisa de tempo para cuidar da vida pessoal dele." Do ponto de vista macroeconômico há uma situação aparentemente mais arrumada, disse Stuhlberger, com inflação sob controle e a economia rodando a juros mais baixos.

Mesmo que o país volte a crescer, ele não vislumbra pressões inflacionárias, a exemplo do que se viu no pós-Plano Real. O setor externo também vem dando contribuição positiva, com déficit em conta corrente perto de zero graças à safra agrícola, e elevação dos preços de minério de ferro e do petróleo. Do lado das contas públicas, porém, ainda há um quadro de fragilidade. "É quase impossível no médio prazo manter o teto [de gastos]", disse.

Para o gestor, o problema fiscal tem se mostrado pior do que se previa, pois não há mais espaço para cortar gastos discricionários ou investimentos. Além disso, nos próximos dez anos o país não vai mais poder contar com o bônus demográfico, com mais gente ingressando no sistema de pensões do que novos contribuintes.

Para o país crescer 2,5% ao ano seria preciso elevar a taxa de investimento para 22% a 23% do PIB, segundo Stuhlberger, da média mais recente que se situa na casa dos 15%. Para o gestor, a reforma trabalhista e a terceirização podem até contribuir para a melhora da produtividade, mas ainda é precoce dimensionar isso. Mas se o cenário doméstico, de certa forma, inspira um certo otimismo, há indícios de que no exterior o momento mais promissor talvez já tenha passado.

Os sinais de euforia emitidos pelos mercados globais deveriam, na verdade, ser lidos como um alerta, afirmou Jakurski, da JGP. O otimismo exibido em meio aos indicadores de crescimento disseminados pelo mundo dissimulam fatos como a expansão econômica nos Estados Unidos já estar em uma fase madura e que os altos preços dos ativos são provocados pelas ações das maiores autoridades monetárias do planeta.

"Os bancos centrais estão criando distorções dramáticas", disse o gestor. Segundo ele, as taxas dos títulos soberanos da Europa e dos EUA representam um exemplo dessas anomalias. "O 'high yield' [ títulos de rating de crédito mais baixo] de bonds na Europa tem sido negociado com mesmo yield em média do título de dez anos dos EUA", apontou.

As baixas taxas pagas pelos papéis europeus estão diretamente ligadas ao programa de compras de ativos do Banco Central Europeu (BCE). De acordo com o gestor da JGP, em 15 anos o total de ativos nos portfólios das autoridades globais saltou dez vezes de tamanho para quase US$ 20 trilhões.

O Banco do Japão (BoJ), citou Jakurski, já detém quase metade da dívida soberana japonesa, enquanto o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) acumula 30% dos Treasuries e o BCE está perto de ter em carteira mais de 20% dos títulos emitidos pelos governos da zona do euro. "E isso é uma coisa que não vai mais se repetir." Para Jakurski, o pico da liquidez injetada pelas instituições já passou e o movimento de desaceleração dos impulsos dos BCs, como a redução do balanço pelo Fed e a diminuição do volume de compras de ativos pelo BCE, vai cobrar um preço. "Eu diria que, se eles ajudaram os mercados a subir, então no momento que essa desaceleração ocorre, se não cair, ao menos, vai parar de subir", pondera.

O fundador da JGP criticou ainda a complacência de investidores em um momento no qual os preços dos ativos negociam nas máximas. "A alocação em ativos financeiros é uma das mais altas da história", afirmou. Conforme Jakurski, o otimismo generalizado tem mantido as condições financeiras extremamente frouxas. "Apesar de o Fed ter aumentado a taxa várias vezes e sinalizar que vai subir na semana que vem, cada vez que o BC americano eleva os juros, os [preços dos] ativos continuam subindo, os juros continuam fechando e você tem condições financeiras mais frouxas do que tinha antes do aumento", considerou. "Estresse no mercado financeiro? Está baixíssimo. Não tem estresse. Nós temos tido em 2017, nas bolsas de Nova York, a menor volatilidade em 50 anos e tivemos a menor volatilidade da renda fixa em 30 anos."

A euforia dos analistas e investidores tem sido alimentada, na maior parte, pelos sinais de crescimento econômico em escala global. "Pela primeira vez em mais de dez anos, todas as economias do mundo ou estão em expansão ou em recuperação, então todo mundo, quando faz projeções para o ano que vem, é otimista. O ciclo de expansão nos EUA, que tem sustentado o longo período de alta das ações americanas, porém, já mostra evidências de que pode se exaurir. "Se o crescimento dos EUA continuar até agosto do ano que vem - e eu acredito que vai - será o mais longo ciclo de expansão dos últimos 150 anos", afirmou.

"Mas isso significa que não estamos no início e sim numa parte mais madura do ciclo." Um indício que deveria levar os investidores a acender a luz amarela está no nível dos "yields" dos Treasuries americanos. "Os juros dos títulos do Tesouro dos EUA estão em nível historicamente baixo, mesmo depois de dez anos de expansão e com a economia no pleno emprego. Isso não é um bom sinal", disse.

O achatamento recente da curva de juros dos EUA, quando os yields dos papéis de dois anos se aproximam das taxas de dez anos, mostra um flerte com uma reversão de tendência na economia. Segundo Jakurski, com a continuidade da euforia atual, existe até a possibilidade de a curva se inverter, ou seja, o yield curto ficar mais alto do que o longo. O "spread", ou seja, a diferença entre os yields de dois anos e de dez anos está no menor nível desde 2008. "Toda vez que essa curva tende à inversão é um indício de que pode haver uma recessão", afirmou.

O evento da fundação Sohn reúne em diversos países gestores de recursos que apresentam suas teses de investimentos com o objetivo de arrecadar recursos para a pesquisa e tratamento de crianças com câncer. O dinheiro levantado com as apresentações de ontem será destinado ao Tucca.

 

Crédito imobiliário chegará a R$ 117 bilhões neste ano, diz Abecip

O total de crédito imobiliário concedido pelos bancos chegará a R$ 117 bilhões neste ano, ante R$ 116 milhões em 2016, incluindo recursos que têm a poupança como fonte e os do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Há expectativa de retomada do crédito imobiliário no próximo ano.

O financiamento com recursos da poupança somará R$ 45 bilhões em 2017, abaixo dos R$ 47 bilhões do ano passado. Já o desembolso dos recursos do FGTS aumentou de R$ 69 bilhões em 2016, para R$ R$ 72 bilhões. Na avaliação do presidente da Abecip, Gilberto Abreu, a captação líquida da poupança voltará a ficar positiva ainda neste ano, após um período de perda de recursos.

 

Juro futuro de curto prazo deve recuar mais após Copom

O mercado de juros futuros da BM&F vai iniciar o pregão desta quinta-feira incorporando a sinalização do Banco Central de que a Selic cairá mais 0,25 ponto percentual em fevereiro. Essa indicação deve levar os juros de curto prazo para baixo, uma vez que os contratos da BM&F ainda refletiam apostas divididas entre estabilidade e corte de 0,25 ponto.

Tomando como base o contrato de juros DI com vencimento em julho de 2018, as posições dos investidores na bolsa brasileira chegaram ao fim do pregão de ontem projetando 56% de probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual em fevereiro. O alívio nos DIs curtos pode ser intensificado por leituras de que o Comitê de Política Monetária (Copom) deixou a porta aberta para outro corte de 0,25 ponto no encontro de março.

Para a economista-chefe da XP Investimentos, Zeina Latif, um declínio de 0,50 ponto percentual na taxa não está descartado caso o governo consiga a aprovação da reforma da Previdência ainda neste ano. A extensão do ciclo de afrouxamento monetário para março é uma possibilidade, segundo o economista do Daycoval Rafael Cardoso. Ele destaca a queda da expectativa de inflação do Copom para 2018, a despeito da estimativa de economistas, segundo a Focus, de que a Selic passe boa parte do ano que vem em 6,75%.

Cardoso vê IPCA de 3,9% para 2018, o que corrobora a visão de que o ciclo pode prosseguir para além de fevereiro. Mas alguns analistas mostram um pouco mais de conservadorismo. Marco Caruso, economista do Banco Pine, diz que a probabilidade de estabilidade do juro na primeira reunião do ano é maior que a de redução de 0,50 ponto percentual. Caruso avalia que a decisão dependerá "amplamente" dos efeitos da conjuntura nas projeções de inflação para 2018 e, de forma crescente, para 2019. Por isso, prefere esperar a evolução do cenário antes de revisar sua atual projeção, de Selic de 7% ao fim de 2018.

 

Setor da construção defende seleção de cidades para o 'Minha Casa'

Em reunião com o presidente Michel Temer, o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), José Carlos Martins, comunicou o apoio à reforma da Previdência Social para destravar investimentos e restringir privilégios. Além disso, ele defendeu os critérios de seleção de municípios para construção de unidades habitacionais do faixa 1 do programa Minha Casa, Minha Vida.

Considera, no entanto, que é preciso dar prioridade às empresas que já estão prontas para dar início às obras. Segundo Martins, para que o setor volte a crescer e a gerar empregos, é preciso resolver o problema de falta de capital da Caixa, que impede o aumento do ritmo de empréstimos para a habitação. Além disso, destacou a necessidade de medidas para dar maior segurança jurídica para investimentos do setor privado em concessões como de pequenos municípios. "Não viemos aqui para pedir para botar dinheiro, viemos pedir para que sejam criadas condições para que o investimento volte."

Sobre as críticas feitas pelo ministro das Cidades, Alexandre Baldy, ao sistema de seleção, elaborado pela equipe do ex-ministro Bruno Araújo para construção de moradias da faixa 1 do Minha Casa, Minha Vida, Martins disse que, em sua avaliação, os critérios são técnicos e não políticos. Segundo apurado pelo Valor, a ideia de Baldy era revogar a portaria feita pela equipe de Araújo definindo os critérios de seleção.

Mas, por enquanto, nada aconteceu. A avaliação na ocasião era de que as cidades ligadas a parlamentares do Centrão tiveram atendimento aquém do desejado, ao contrário do que teria acontecido com as de tucanos. Para acelerar as obras do Minha Casa, Minha Vida, Martins propôs que construtoras que perderem o prazo para cumprimento das exigências previstas nos critérios de seleção sejam colocadas no fim da fila para assinatura de contratos para construção de moradias do programa.

A ideia é priorizar quem já está preparado para assinatura do contrato para acelerar a construção de unidades habitacionais e ajudar no aumento da geração de emprego pelo setor da construção civil. Baldy não participou dessa reunião entre entidades do setor da construção civil e o presidente Michel Temer.

No início de novembro, o Ministério das Cidades divulgou portaria com a seleção dos projetos para construção de 54.089 unidades em municípios de vários Estados brasileiros. A meta de contratação da faixa 1 (renda mensal de até R$ 1,8 mil) para este ano é de 170 mil unidades.

 

FOLHA DE SÃO PAULO

Queda recorde do juro não chega ao crédito

A taxa Selic atingiu nesta quarta (6) a sua mínima histórica, mas os juros médios cobrados pelos bancos seguem distantes dos níveis mais baixos registrados.

O Copom (Comitê de Política Monetária) decidiu cortar o juro básico em 0,5 ponto percentual, para 7% ao ano, em decisão unânime e esperada pelo mercado. Foi a décima redução seguida.

O Copom sinalizou ainda que haverá um novo corte, em ritmo menor, em fevereiro, mas que ele está atrelado à continuidade das reformas, em especial a da Previdência.

Apesar da queda histórica, os juros cobrados pelos bancos não caem com a mesma velocidade e proporção.

Para explicar a diferença, os bancos usam como principal argumento a alta do calote em decorrência da recessão. Isso tem sido válido para as empresas, mas não para os empréstimos pessoais.

Em outubro, dado mais recente do Banco Central, a taxa média no crédito pessoal (excluído o consignado) estava em 132% ao ano para uma inadimplência de 8%.

Chama a atenção que, no piso, em novembro de 2012 –quando a Selic ia ao menor nível até então, de 7,25% ao ano–, o juro no pessoal estava em 66,3% e a inadimplência era até um pouco maior, de 8,8%.

No caso das empresas, a taxa média subiu na trilha da alta dos calotes. Em outubro, o juro era de 23,3%, para inadimplência de 5,2%. Na mínima, no fim de 2012, a taxa era de 18,7%, e o calote, 3,6%.

Além da inadimplência, o custo de manter uma estrutura bancária, exigências regulatórias do Banco Central e a elevada incidência de impostos –a tributação sobre o lucro chega a 45%– também são citados pelos bancos como fatores que mantêm os juros elevados, a despeito da queda da Selic.

CONCENTRAÇÃO

Para especialistas, além do risco de calote (ainda considerável apesar do fim da recessão), pesa a concentração no setor bancário no país. Hoje os cinco maiores bancos detêm 70% dos ativos totais.

"Há uma forte concentração de crédito nos principais bancos, logo não seria difícil intuir certo acordo tácito em manter os juros elevados para o consumidor", afirma João Augusto Salles, da consultoria Lopes Filho.

José Francisco Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator, diz que, na conta dos juros, a inadimplência sempre faz parte e é maior ou menor dependendo do momento econômico: "Mas pesa menos do que a fatia do lucro nesse 'spread'".

O "spread" bancário é a diferença entre o custo do banco para captar o dinheiro e a taxa cobrada no empréstimo.

Para Luis Miguel Santacreu, da Austin Rating, os bancos têm pouca concorrência e o consumidor não tem muito para onde ir se quiser barganhar as taxas.

Rafael Cardoso, do banco Daycoval, diz que os bancos poderiam reduzir os juros se emprestassem mais. Mas, diante de uma economia que está apenas começando a se recuperar, essa opção não é vista com entusiasmo.

Deixada para trás a crise, com mais espaço para estabilidade e planejamento, os bancos devem reduzir os juros com mais celeridade, diz Ricardo Teixeira, da FGV.

Consultados, Bradesco, Santander e Itaú afirmam que vêm repassando os cortes da Selic para as linhas de crédito, mas que a queda depende de outros fatores. Dizem ainda que taxas médias não são cobradas de todo cliente.

 

Cenário da Selic para 2018 divide especialistas

Após cair a 7% ao ano e atingir a mínima histórica em termos nominais, a trajetória futura da taxa Selic segue rotas distintas, a depender da origem das projeções: se economistas de bancos e consultorias que ganham para fazê-las ou investidores que, com base nelas, arriscam dinheiro na compra de títulos.

A maior parte do primeiro grupo tem a avaliação de que o juro básico deve se manter em 7% durante todo o ano que vem. Há até quem espere queda maior para a Selic, entre 6,75% e 6,5%, no começo de 2018.

Para esse grupo, diz o Boletim Focus, do Banco Central, a Selic só voltaria a subir em 2019, para 8% ao ano, por pressões inflacionárias geradas pela economia mais aquecida.

Investidores, porém, "pensam diferente". Por investir dinheiro em um prazo mais longo, eles embutem uma espécie de prêmio em suas previsões.

É esse prêmio que aparece na curva futura de juros, que considera as taxas negociadas em títulos de longo prazo.

Nela, os juros se mantêm em nível mais baixo na primeira metade de 2018. A partir daí, sobem, de modo gradual, cerca de três pontos percentuais até 2019.

Para Fernando Rocha, economista da gestora JGP, a Selic vai cair para 6,75% no início de 2018, mantendo-se nesse nível até 2019. Mas o investidor, explica, vê risco maior nas eleições e cobra mais para comprometer seu dinheiro.

"Para ele, o dólar pode subir, puxando a inflação e provocando alta de juros." 

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