Quarta-feira

VALOR ECONÔMICO

Cresce aposta em corte menor da Selic

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reiterou, na ata divulgada ontem, a intenção de promover nova redução na taxa básica de juros - atualmente em 7% ao ano - na próxima reunião, em fevereiro, mas em magnitude menor que o 0,5 ponto percentual decidido na semana passada.

O comunicado do Copom já trazia essa sinalização, que agora ganhou mais força na percepção de economistas e analistas. De 18 economistas consultados pelo Valor, 11 alteraram suas projeções para corte de 0,25 ponto da taxa Selic na reunião do Copom de fevereiro, a primeira de 2018. Outros seis já esperavam juro de 6,75% na próxima reunião. Apenas uma casa acredita que o ciclo já foi encerrado em dezembro.

Os membros do colegiado presidido por Ilan Goldfajn advertiram, no entanto, "que essa visão é mais suscetível a mudanças na evolução do cenário e seus riscos que nas reuniões anteriores". Essa ponderação é uma forma de o Copom não se comprometer com um tamanho determinado de corte e manter a liberdade de acenar os próximos passos de acordo com sua avaliação sobre a evolução do cenário econômico, incluindo suas projeções para inflação, as expectativas de mercado para os índices de preços e os riscos adiante.

"Um cenário de estresse antes de fevereiro pode até mudar os planos, mas o corte na próxima reunião está mais consolidado", diz o economista-chefe da Icatu Vanguarda, Rodrigo Melo. "Se tiver um ambiente externo tranquilo e a reforma da Previdência, com inflação ainda baixa, pode ir além da taxa de 6,75%", acrescenta. Apesar de o BC não ter descartados cenários alternativos, boa parte dos especialistas vê o Copom mais cauteloso, o que significa que o risco maior seria de não haver um novo corte em fevereiro.

Numa visão mais positiva, o mais provável é que o BC prolongue o ciclo, em vez de repetir a dose de 0,5 ponto de corte na próxima reunião. "Olhando para cenários alternativos, é mais provável que o Copom mantenha a taxa em 7% do que corte para 6,5%, seja com uma dose de 0,50 ponto de uma vez ou duas de 0,25 ponto", diz o economista-chefe do Rabobank Brasil, Maurício Oreng.

O economista-chefe do banco Votorantim, Roberto Padovani, também vê uma postura mais defensiva da autoridade monetária. "Caso haja um quadro de maior instabilidade internacional e incertezas fiscais e políticas domésticas, é possível que o Copom não corte a taxa de juros na próxima reunião, encerrando o ciclo no patamar atual." Os preços no mercado de juros futuros confirmam a visão mais conservadora. As expectativas seguem divididas entre a manutenção de juros em fevereiro e o corte de 0,25 ponto da Selic.

Ilan reforçou ontem, em evento da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), a mensagem da ata. Segundo ele, o BC vê como adequada uma nova redução moderada da flexibilização monetária na próxima reunião do Copom se o cenário evoluir como esperado. "Essa visão para a próxima reunião é mais suscetível a mudanças na evolução do cenário e seus riscos que nas reuniões anteriores", disse em discurso.

Dentre os economistas consultados, há quem afirme que a aprovação da reforma da Previdência poderia influenciar os próximos passos do BC. O sócio da 4E, Juan Jensen, avalia que, com a reforma, a Selic poderia cair em 0,50 ponto em fevereiro. E voltar a cair 0,25 ponto em março e maio. O Itaú, que esperava um corte de 0,5 ponto da Selic em fevereiro, agora vê um ritmo mais brando, de 0,25 ponto. Mas essa redução será sucedida por outro corte da mesma magnitude, avalia o economista-chefe da instituição, Mario Mesquita.

Isso por causa do quadro de inflação baixa. Na ata, o colegiado informa que avaliou a extensão do ciclo de distensão monetária e a conveniência de uma sinalização sobre os passos seguintes à reunião de fevereiro. "Houve consenso em manter liberdade de ação, mas sinalizar que o atual estágio do ciclo recomenda cautela na condução da política monetária", diz o documento.

Nas discussões sobre a próxima reunião, os membros avaliaram pontos favoráveis e desfavoráveis. Por um lado, citaram que diversas medidas de inflação subjacente estão em níveis confortáveis ou baixos, inclusive os componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária, assim como refletiram sobre a trajetória de inflação em direção à meta.

Por outro lado, os membros consideraram o risco de a atual conjuntura inflacionária ser interrompida por uma frustração das expectativas sobre a continuidade das reformas e ajustes, em particular em um contexto de reversão do atual cenário externo favorável a economias emergentes. Para o BC, a política monetária tem flexibilidade para reagir a riscos de que efeitos secundários de choques de oferta e propagação do nível corrente baixo de inflação produzam inflação prospectiva abaixo do esperado. E também ao risco de eventual revés externo e de expectativas frustradas com as reformas.

Além disso, o Copom reiterou que a sua reação a possíveis mudanças de preços relativos, como alimentos e tarifas de energia elétrica, "será simétrica", com a política monetária seguindo os mesmos princípios tanto diante de choques de oferta inflacionários quanto desinflacionários.

Também foi reafirmada a premissa de que em ambiente com expectativas de inflação ancoradas, a política monetária deve combater apenas efeitos secundários de eventuais choques de preços. Isto é, quando movimentos pontuais se espraiam para outros segmentos da economia.

 

Ilan: Expansão do PIB com juros baixos tornou 2017 bom para o país

O cenário de volta do crescimento econômico com juros baixos tornou 2017 um ano bom para o Brasil, afirmou nesta terça-feira o presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn. Ele destacou que o país passou por um ano marcado pela queda da inflação e dos juros e recuperação da economia. “Não acho que a combinação desses três fenômenos deve ser desprezada”, disse, em palestra durante almoço de fim de ano promovido pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

Ilan também ressaltou o cenário externo positivo para as economias emergentes ao longo do ano. “É difícil encontrar um período de crescimento generalizado onde não há pressões inflacionárias”, disse. O presidente do BC mencionou o histórico recente da inflação, que passou de 10,7% no fim de 2015 para 2,8% no acumulado de 12 meses até novembro. “É uma queda muito significativa e que sociedade brasileira deveria preservar”, acrescentou.

Na avaliação dele, a dosagem da política monetária se mostrou bem-sucedida em reduzir a inflação e ancorar as expectativas inflacionárias. Ele creditou a queda da inflação à condução firme da política monetária, aliada à mudança na direção da política econômica. O desvio para baixo na meta de inflação foi resultado principalmente do choque deflacionário nos preços dos alimentos, observou.

O presidente do BC disse ainda que os bons princípios da política monetária recomendam reagir apenas aos efeitos desse tipo de choque, tanto positivos quanto negativos, sobre os demais preços. “O choque positivo combatemos para não se perpetuar e virar inflação abaixo da meta no futuro”, acrescentou. Ele destacou ainda a queda da taxa básica de juros (Selic) para 7%, mínima histórica do regime de metas de inflação.

 

Emergentes terão neste ano menor saída de capital desde 2014

O fluxo líquido de saída de capital dos mercados emergentes neste ano será o menor desde 2014 e apenas um oitavo do que foi em 2016. O cálculo é da Capital Economics, que projeta saída de US$ 55 bilhões, ante US$ 440 bilhões em 2016.

O ano de 2015 teve o pior número de últimos sete anos, em torno de US$ 700 bilhões de fluxo negativo. A tendência de queda de manteve firme desde 2010, quando o saldo foi positivo em cerca de US$ 400 bilhões. O “Rastreador de Fluxos de Capital” é um instrumento criado pela consultoria canadense para contornar o atraso habitual de divulgação desses números por outras fontes.

Os fluxos desempenham um papel importante para os emergentes (EM) já que “financiam gastos e afetam o desempenho do mercado financeiro”, diz o estudo. De janeiro a novembro, as saídas de capital permaneceram lentas e estáveis nos emergentes. De fato, a “grande mudança” aconteceu no fim de 2016, com uma forte desaceleração do fluxo negativo. Na sequência, no primeiro mês do ano, as saídas aceleraram, mas “foram apenas tão fortes como as registradas na média mensal em 2016”, segundo a Capital.

O que explica o quadro é a melhora da posição externa dos emergentes, que fez com que os bancos centrais acumulassem ativos em moeda estrangeira em termos líquidos de forma sustentada pela primeira vez em três anos. O valor total das reservas desses BCs aumentou US$ 320 bilhões até o momento neste ano, um forte contraste em relação a 2016, quando suas reservas totais caíram em cerca de US$ 280 bilhões.

Particularmente o que fez a diferença foi a China. Neste ano, os fluxos negativos de capital foram em média de US$ 8 bilhões por mês ante US$ 53 bilhões em 2016. A redução do temor com a depreciação do renminbi contra o dólar reduziu o incentivo das empresas chinesas para aumentar suas posições líquidas de ativos estrangeiros.

O investimento estrangeiro chinês também foi reduzido em função de controles de capital mais apertados por parte do governo, avalia a consultoria. Avaliando a composição dos dados dos fluxos dos meses recentes, as compras líquidas de ações e bônus de emergentes por não residentes diminuíram de US$ 61 bilhões em outubro para US$ 53 bilhões em novembro.

Ainda que esse diagnóstico sirva para todo o mundo emergente, proporcionalmente a maior mudança ocorreu na Europa, onde os influxos diminuíram mais que 50%, passando de US$ 1,7 bilhão em outubro para apenas US$ 600 milhões um mês depois. A principal mudança, contudo, foi impulsionada pela redução das compras líquidas por estrangeiros de ativos da Ásia emergente, que compõem a maior parte do total dos ativos de emergentes.

Em dezembro, os primeiros sinais são de enfraquecimento dos influxos, diz a Capital. O índice MSCI Emerging Markets perdeu força neste mês (-0,1% no acumulado até 11/12, depois de fortes altas nos meses anteriores) em parte como resultado de fracas performances da África do Sul, da Hungria e do Chile.

Além disso, as principais moedas emergentes se valorizaram em relação ao dólar, como a rúpia indonésia, o peso filipino e a lira turca. “Mas, como um todo, a demanda de não residentes por ativos de emergentes provavelmente permaneceu bastante forte em relação aos padrões históricos”, conclui a Capital.

 

MRV fará investimentos de R$ 50 bi em dez anos

A MRV Engenharia anunciou investimentos de R$ 50 bilhões em dez anos, período em que estima produzir 500 mil unidades. "Nossa visão é de longo prazo. Não podemos gerir o negócio olhando apenas 2018", diz o copresidente Rafael Menin. Se o que está previsto para a próxima década for concretizado, a companhia se tornará a segunda maior construtora do mundo com atuação no mercado imobiliário. Atualmente, a mineira ocupa a terceira colocação, atrás da China Vanke e da americana D. Horton.

A MRV projeta que, em dez anos, seus investimentos devem resultar em R$ 41 bilhões em Produto Interno Bruto (PIB) potencial - R$ 17,5 bilhões na construção e R$ 23,5 bilhões nos demais setores. Os tributos que podem ser gerados somam de R$ 6 bilhões - R$ 2,4 bilhões no setor e R$ 3,6 bilhões nos demais. A companhia diz que será responsável por 94,6 mil postos de trabalho no período.

Para 2018, a MRV estima lançamentos e vendas brutas de 50 mil unidades. Considerando-se o preço de R$ 150 mil por unidade, o Valor Geral de Vendas (VGV) lançado e vendido será de R$ 7,5 bilhões no próximo ano, mas a companhia deixa claro que não se trata de meta. A MRV tem 93% do total, que inclui a parcela dos sócios nos empreendimentos. A empresa tem apostado em grandes projetos, mas a maior parte dos empreendimentos continuará no patamar de 300 a 400 unidades.

As estratégias para o longo prazo abrangem o crescimento da atuação no programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, a volta ao segmento de média renda (que a companhia chama de premium) a partir de 2018, o aumento da oferta de serviços aos clientes e investimentos em tecnologia. A MRV avalia que não há risco de o programa habitacional deixar de existir. "Pode haver alguma mudança, mas o programa vai continuar. Saiu Dilma [Rousseff, presidente que sofreu impeachment em 2016] e entrou Temer [Michel Temer, presidente da República], e nem o nome do programa mudou", disse o copresidente Eduardo Fischer.

A MRV fará lançamentos para a média renda da mesma forma que tem produzido unidades para o programa. "Vamos trazer escala industrial para o segmento de média renda, usando tipologia única para o Brasil e oferecendo produto melhor e mais barato do que há no mercado", disse Menin.

As unidades serão produzidas com forma de alumínio. "Escolhemos as cidades mais populosas, com maior renda", acrescentou o executivo. A MRV voltará a lançar produtos para a média renda em 2018, quando o segmento vai representar menos de 5% do que será apresentado ao mercado. A intenção é que o médio padrão responda por fatia de 10% a 30% futuramente. Segundo Menin, o ritmo de expansão dos projetos para a média renda dependerá da taxa de juros e da captação positiva da poupança. Parte dos terrenos comprados nos últimos três anos se adaptam ao segmento.

As unidades da MRV para a média renda terão preço de R$ 200 mil a R$ 350 mil e serão destinadas à população com faixa de renda de R$ 5 mil a R$ 7,5 mil. "A demanda de imóveis por esse público foi muito represada nos últimos três anos", disse Fischer. Ele ressaltou que o produto "pode ter condições de atingir margens mais altas" do que as da baixa renda.

"O custo por metro quadrado é muito similar, mas o preço por metro quadrado é um pouco mais alto", comparou. A companhia pretende utilizar recursos da poupança, da linha pro-cotista do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e da Letra Imobiliária Garantida (LIG) no financiamento para a média renda e fazer repasse na planta.

Na prática, isso significa repassar os recebíveis dos clientes para bancos durante as obras, como já ocorre na baixa renda. A MRV terá parceria com o Banco do Brasil e com a Caixa Econômica Federal no segmento e negocia financiamentos também com os bancos privados, segundo o diretor executivo de finanças, Leonardo Corrêa. O principal risco para o negócio da MRV são as fontes de financiamento, segundo Fischer. "O risco operacional está mitigado", afirmou o copresidente.

A empresa tem investido também em tecnologia para elevar sua eficiência e produtividade, além de reduzir custos. Nos últimos cinco anos, a MRV destinou R$ 211 milhões para investimentos em tecnologia, e há estimativa de aportes de R$ 50 milhões por ano nos próximos dez anos. A MRV avalia a possibilidade de monetizar serviços oferecidos a clientes, como seguros, garantia estendida, gestão condominial e decoração. A empresa deu início, há dois anos, à oferta de serviços por meio de parcerias.

Ontem, no MRV Day, a empresa reiterou expectativa de que o quarto trimestre será o melhor do ano em lançamentos e vendas e informou que há potencial para que dezembro seja o melhor mês de 2017. Em outubro e novembro, as vendas brutas somaram 8.318 unidades, com média mensal de 4.159 unidades, 46% superior à do quarto trimestre de 2016.

 

Economia está dando sinais de melhora, reforça Meirelles

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, reiterou em entrevista à Rádio Tupi na manhã desta quarta-feira que a economia brasileira “está, sim” dando sinais de melhora, que demora a ser percebida pela população porque o nível de desemprego ainda é muito elevado. Ele também disse que o país deve crescer em torno de 1% neste ano e cerca de 3% em 2018. “A economia está crescendo.

Neste ano, deve crescer próximo de 1% na média, porque caiu muito e começou o ano baixo. Mas vai crescer. E o ano que vem deve crescer próximo de 3%. É um crescimento forte e espero, então com isso, que vá haver também a criação de um número grande de empregos e a população devagar vai começar a sentir isso de maneira forte”, ressaltou. Meirelles calcula que, a cada mês, estejam sendo criados de 70 mil a 80 mil empregos, e assim a sensação de bem estar vai se instalando aos poucos.

Sobre a crise no Rio de Janeiro, o ministro disse que nesta semana será concedido empréstimo com garantia do governo federal para o Estado do Rio que vai permitir que o Estado pague todas as contas atrasadas.

“Estamos ajudando o Rio de Janeiro de diversas maneiras”, disse. “Estamos acelerados. Todos mobilizados no Ministério da Fazenda para viabilizar empréstimo ao Rio de Janeiro”, disse o ministro, acrescentando que o processo de ajuda foi longo e envolveu mudança da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

Futuro político

O ministro da Fazenda repetiu nesta quarta-feira que vai tomar a decisão sobre ser candidato à Presidência da República em março ou abril do próximo ano. “É uma decisão que vou tomar em março ou abril do ano que vem porque no momento estou 100% concentrado, todo o meu tempo concentrado, no que é importante. Isto é, trazer para a economia brasileira a criação de emprego, fazer com que a inflação continue baixa, o que é importantíssimo”, disse.

“É importante que consigamos manter a inflação baixa, gerar emprego e botar a economia para crescer”, ressaltou. Perguntado se teria condições de botar o país nos trilhos como presidente da República, Meirelles disse que acredita ter condições para isso. “Acredito que sim porque, já na posição de ministro da Fazenda, conseguimos em primeiro lugar tirar o Brasil da maior recessão da história”, destacou.

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