Quarta-feira

VALOR ECONÔMICO

Ritmo fraco e piora externa turvam 2018

Uma frustração com os indicadores da atividade econômica brasileira nos primeiros meses do ano, um cenário externo que começou a ficar mais adverso antes do esperado e incertezas políticas à frente. Esse é um resumo do cenário que levou a uma piora considerável nas perspectivas para a economia do país, na visão dos analistas do Comitê de Acompanhamento Macroeconômico da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Integrantes do grupo, Rodrigo Azevedo, da Ibiuna Investimentos; Luiz Fernando Figueiredo, da Mauá Capital; Carlos Kawall, do Banco Safra e David Beker, do Bank of America (BofA) Merrill Lynch apresentaram ontem as novas projeções em debate na sede do Valor, mediado pela jornalista Angela Bittencourt.

"Estamos pagando o preço por ter adiado as reformas", resumiu Figueiredo, sócio da Mauá e ex-diretor de Política Monetária do BC, ao comentar o crescimento mais lento que o esperado no primeiro trimestre e a subida do dólar mais acentuada do que em algumas outras economias emergentes. A boa notícia, segundo o comitê, é que a solidez do balanço de pagamentos e o nível de reservas protege o Brasil de uma eventual crise com origem no exterior, embora o ambiente global deva se tornar menos favorável aos emergentes.

O exemplo mais evidente da piora das perspectivas refere-se à mediana das instituições associadas à Anbima para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em 2018. Foi a revisão mais acentuada já feita pela entidade para o crescimento deste ano, cortada de 3% para 2,4%. As projeções são feitas sempre às vésperas da reunião do Comitê de Política de Monetária (Copom), cuja decisão será anunciada hoje pelo BC.

Boa parte da frustração com o crescimento deste ano pode ser creditada ao primeiro trimestre - que, para a entidade, se encerrou com alta de 0,5% do PIB em relação aos três meses anteriores, feitos os ajustes sazonais. A estimativa anterior era de aumento de 0,9%. Segundo Figueiredo, os dados de atividade aquém do esperado de janeiro a março contaminaram as previsões para o ano.

O economista da Mauá avalia que a deterioração do cenário externo teve impacto sobre a confiança dos agentes econômicos, ao mesmo tempo em que a euforia com a atividade doméstica no início do ano durou pouco. "Foi aparentemente um voo de galinha", disse. Para Figueiredo, a ausência da continuidade das reformas moderou o ritmo da retomada. Por mais minimalista que fosse não saiu do papel, lembrou.

O último trimestre de 2017 - em particular novembro e dezembro - havia mostrado aceleração forte da produção industrial e das vendas, disse Azevedo, sócio da Ibiuna e ex-diretor de Política Monetária do BC. Esse dinamismo acabou animando os analistas em suas projeções para 2018.

O resultado do início do ano, contudo, foi decepcionante. Além do ensaio de voo no fim do ano passado, economistas ficaram otimistas após a decisão em 2ª instância sobre a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já em 2018. A visão era que a decisão do TRF-4 reduziria a incerteza eleitoral e, consequentemente, poderia antecipar um ciclo de reação do consumo e dos investimentos - mais uma perspectiva que não se concretizou. Azevedo e Kawall também destacaram que saídas de recessão marcadas por níveis elevados de endividamento do setor privado tendem a ser mais lentas.

No caso brasileiro, empresas e famílias entraram na crise bastante endividadas. Isso ajudaria a explicar a demora na retomada, mesmo num cenário de juros muito mais baixos. Outra surpresa ruim, de acordo com Azevedo, veio do cenário externo, que já era considerado um fator de risco, mas piorou antes do previsto. "Todos achávamos que o timing mais relevante era no fim deste ano ou no começo do ano que vem, mas começou a bater bem mais cedo."

Na visão de Azevedo, existe uma "grande chance" de o mundo observar pressão inflacionária maior a partir do segundo semestre, que pode acelerar a redução da oferta de liquidez. "Esse mundo é pior para os ativos de risco e para os emergentes." O economista da Ibiuna reforçou que o Fed está em processo de alta de juros, junto com o enxugamento do balanço, e o Banco Central Europeu (BCE) tem desacelerado a injeção de recursos no sistema.

"O Fed deve elevar o enxugamento do balanço para US$ 50 bilhões ao mês no último trimestre e o BCE, provavelmente, vai encerrar o programa de compra de ativos no mesmo período, ou seja, a partir de setembro o ambiente global passa a ser de retirada líquida de liquidez." David Beker, chefe de economia e estratégia do BofA, também enxerga uma multiplicação de incertezas no exterior. A mudança de condições lá fora "aumentou o mau humor com a classe de ativos de emergentes", disse.

O integrante do comitê afirmou ter elevado de US$ 65 para US$ 70 sua projeção do preço do barril de petróleo na média deste ano. Para 2019, a previsão subiu de US$ 69 para US$ 75, cotação que pode atingir US$ 90 ou US$ 100 no segundo trimestre de 2019. "Isso seria um choque para a economia global", disse Beker. Apesar do quadro de reprecificação dos ativos, os fundamentos ainda apontam para manutenção de um crescimento mundial forte nos próximos anos. "O cenário externo ainda é favorável", ponderou Carlos Kawall, economista-chefe do Banco Safra e ex-secretário do Tesouro.

Para o ele, o saldo líquido da economia internacional para o Brasil ainda é positivo, o que fica evidente nos preços de commodities. Azevedo, da Ibiuna, ressalvou, entretanto, que "a história do crescimento sincronizado é a história do ano passado". "Neste ano, a história é que o mundo, provavelmente, vai ter o maior crescimento nos últimos dez anos, mas isso vai levar a uma retirada mais rápida da liquidez."

"Os EUA têm crescido acima do potencial e agora a discussão sobre a elevação dos juros pelo Fed é outra; antes se via como um processo de normalização, mas a interpretação mudou", acrescentou Figueiredo, da Mauá Capital. Os estímulos fiscais aprovados pelo governo do presidente americano, Donald Trump, devem "sustentar o crescimento em um patamar razoável nos EUA nos próximos dois anos", afirmou Beker, do BofA.

Segundo o economista, os cortes de impostos afastam o risco de recessão nos Estados Unidos no médio prazo, que poderia ocorrer devido à alta de juros pelo Fed. "Depois de 2020 é que vamos ver o que acontece." O problema, ressalvou o especialista, é que o efeito positivo sobre os resultados das empresas e da expansão da atividade pode cessar de repente, "e os mercados devem se antecipar a esse processo".

De acordo com o analista, "é um risco que tem de ser monitorado" a partir do próximo ano. Dentro desse cenário de crescimento forte nos EUA, com perspectiva de ritmo mais acelerado de aumento de juros pelo Fed e um processo de redução de liquidez, o fortalecimento do dólar é um fenômeno global. "Houve uma correção geral e, apesar de os países terem situações específicas, para o investidor estrangeiro acendeu a luz amarela no caso do grupo dos emergentes", afirmou Beker.

Segundo Kawall, do Safra, o mundo está mais desafiador para o Brasil, mas a piora ocorreu após um período em que o ambiente externo foi "ultrabenigno". Apesar da depreciação do real, os economistas não se mostraram preocupados com a possibilidade de uma crise surgir do cenário global adverso. "Uma depreciação de 11% do câmbio antigamente era a crise e agora parece mais uma reprecificação de ativos", afirmou Azevedo, da Ibiuna, para ilustrar a diferença do Brasil em relação a momentos de turbulência no passado.

Em geral, as crises de países emergentes são originadas no balanço de pagamentos, que, no Brasil, está "impecável", avaliou Figueiredo, da Mauá. O déficit em transações correntes está zerado, disse, enquanto os Investimentos Diretos no País (IDP) devem encerrar 2018 em quase 4% do PIB (3,75%), pelas projeções do próprio BC. "É improvável uma crise vinda de fora, mas também não será o cenário que havia antes. É como se você estivesse de férias na Disney e voltasse para a vida real."

 

Artigo

Cristiano Romero - editor-executivo.

O peso da incerteza eleitoral nos juros

A baixa institucionalidade da democracia brasileira faz com que, mesmo em momentos de estabilidade política e econômica, a transição de governo seja vista com enorme desconfiança por cidadãos e mercado. A incerteza em relação à eleição presidencial está refletida nos contratos futuros de juros.

Mesmo com a taxa básica (Selic) hoje em 6,5% ao ano, com possibilidade de queda nesta quarta-feira para 6,25%, os contratos de 2019, 2020 e 2021 mostram taxas bem mais elevadas - respectivamente, 7,91%, 10,31% e 11,20% ao ano. Juro de contrato futuro não é abstração, palpite, chute. É preço, custo do dinheiro.

Mostra que as operações de crédito nos prazos mencionados já estão mais caras, apesar de a Selic estar no menor nível da história. Em outras palavras: já está bem mais caro financiar investimento de médio prazo. Evidentemente, isso faz o empresário adiar novos projetos. Sem investimento, a economia não cresce ou cresce muito pouco.

Os números refletem dúvidas sobre quem vencerá a eleição de outubro - se um candidato disposto a levar ao Congresso uma agenda de reformas "impopulares", a da Previdência antes de todas as outras, ou alguém que ainda acredite que o déficit do INSS e do regime de aposentadoria dos funcionários públicos, que no ano passado foi a R$ 269 bilhões, é uma invenção de neoliberais rentistas e malvados, traidores da pátria associados a gente do FMI e da Casa Branca.

Na hipótese de que ganhe um reformista - na verdade, o único com esse perfil, Henrique Meirelles, ex-ministro da Fazenda, parece ter poucas chances de chegar lá; na pesquisa CNT-Ibope, apareceu com 0,5% das intenções de voto -, a pergunta é: ele terá condições de formar maioria parlamentar para aprovar emendas constitucionais, algo que exige 308 votos (3/5 do total) na Câmara e 49 no Senado, em duas votações em cada casa? A necessidade de aprovação de medidas na área fiscal é urgente. Entre 2008 e 2015, quando Dilma Rousseff mandou em Brasília - primeiro, como ministra da Casa Civil do governo Lula, depois, como presidente da República -, os gastos da União cresceram insondáveis 50% acima da inflação, enquanto, no mesmo período, as receitas avançaram, em termos reais, 17%.

O descompasso entre uma coisa e outra se transformou em dívida. Em 2013, Dilma interrompeu a política de geração de superávits primários (resultado que não inclui a despesa com juros) nas contas públicas, iniciada em 1998 durante o governo Fernando Henrique Cardoso e reforçada na gestão Lula.

Essa política foi crucial para reduzir a dívida pública como proporção do PIB, principal indicador de solvência de um país. O esforço fiscal fez com que, em 2008, o Brasil recebesse das agências de classificação de risco o grau de investimento, isto é, o selo de bom pagador, distinção que reduz o custo de financiamento, nos mercados doméstico e externo, tanto do governo quanto das empresas. A promoção foi um marco.

Significou, na verdade, a superação da crise da dívida, que em 1982 quebrou o país, jogando-o num longo inverno, caracterizado por hiperinflação, falência do Estado, precarização da infraestrutura e dos serviços públicos, baixo crescimento, maxidesvalorizações moeda, calote na dívida, fracasso de planos de estabilização... Lula entregou o país à sucessora com dívida bruta de 51,77% do PIB (posição em 2010).

Dilma, cujo mandato foi de janeiro de 2011 a maio de 2016, aumentou a dívida, nesse período, para 69,95% do PIB (dado de 2016). Na verdade, embora a dívida tenha crescido nos dois anos do governo Michel Temer, isso ocorreu graças a políticas adotadas pela ex-presidente - em 2017, chegou a 74% do PIB e, neste ano, deve ficar em torno de 75% do PIB, a mais alta do mundo em desenvolvimento. Só não vai a 80% porque a atual equipe econômica fez cortes drásticos em subsídios e obrigou o BNDES a antecipar parte do que deve ao Tesouro.

Como "as consequências vêm depois" - famoso chiste usado pelo ex-senador Marco Maciel, e atribuído ao Barão de Itararé, para advertir políticos incautos quanto ao risco embutido em suas decisões -, Dilma fez o Brasil perder, em 2015, o grau de investimento obtido havia apenas sete anos. Sem exagero, a ex-presidente, eleita pela enorme popularidade de seu antecessor, destruiu a política econômica que domou a inflação, diminuiu a vulnerabilidade fiscal e externa do país, criou as bases para dobrar o ritmo de crescimento do PIB e permitiu a ampliação dos gastos sociais, entre outros ganhos.

O atual governo iniciou, com sucesso, a rearrumação da casa, mas, desde maio de 2017, quando o presidente Temer foi atingido por denúncias do empresário Joesley Batista, não conseguiu avançar no restante da agenda, que incluía a reforma da Previdência, a privatização da Eletrobras, a concessão de autonomia formal ao Banco Central etc.

Os avanços obtidos - por exemplo, a criação de teto constitucional para impedir que as despesas públicas tenham aumento real - melhoraram as condições financeiras, mas, sem a reforma da Previdência, em 2020 o governo não conseguirá respeitar o teto e, aí, os investidores, sem distinção, punirão o país. A punição não é um ato arbitrário, fruto da perversão de estrangeiros desalmados e brasileiros despatriotas. É automática. Decorre do medo de quem tem capital para investir. Se o governo de um país gasta muito mais do que arrecada em impostos, a dívida é crescente e o custo de financiamento, mais alto que o de outras nações porque é maior a probabilidade de haver calote.

O passado condena o Brasil: na história da República, foram 11 calotes na dívida. Com exceção de Guilherme Boulos, do PSOL, os aspirantes a presidente não inspiram preocupação quanto à adoção da agenda econômica a ser adotada em 2019. Em geral, os economistas que os assessoram são ajuizados. Ciro Gomes, do PDT, tem feito discurso à esquerda dos demais porque quer conquistar os votos de Lula, que não disputará o pleito, e de Joaquim Barbosa, que desistiu.

Em 2002, quando Ciro disputou a eleição, teve como mentores três liberais convictos - Marcos Lisboa, José Alexandre Scheinkman e Francisco Gros - e um professor de Harvard nacionalista - Mangabeira Unger - que não rasga dinheiro. Apesar disso, o mercado vê enorme incerteza no horizonte. A história mostra, porém, que, no Brasil, o fim do mundo é frequentemente anunciado, mas nunca acontece. Sina do país cujo futuro (sinônimo de paraíso) também não chega jamais.

 

De mãos atadas, mercados emergentes lutam contra o dólar

A forte queda dos mercados emergentes que começou há três semanas tem uma conotação perturbadora que a torna ainda mais perigosa que a explosão violenta do fim de janeiro. A “oscilação” global do início do ano ganhou manchetes porque veio com uma súbita onda de volatilidade. Mas aquela foi uma ferida superficial, e a famosa resiliência dos mercados emergentes contribuiu para a rápida recuperação de ações, títulos e moedas.

Quando o dólar americano perdeu impulso, os investidores foram atraídos novamente pelas oportunidades de carry trade (operação na qual os investidores se aproveitam da diferença nas taxas de juros de diferentes países). Desta vez, porém, a ferida é mais profunda. O dólar subiu em 17 dos últimos 21 dias, fazendo com que todas as moedas de países em desenvolvimento, com exceção do rublo, gerassem retornos de carry negativos aos investidores neste mês.

Até mesmo o poderoso rand sul-africano, cujo desempenho acima da média desde dezembro tem dado o que falar, dava retorno negativo nesta terça-feira (15). Mas não é aqui que está a conotação sombria. Ela está no fato de as tradicionais fortificações dos mercados emergentes — preços fortes do petróleo e das commodities — não estão conseguindo proteger as moedas dos países em desenvolvimento do ataque de um dólar mais forte.

Em janeiro, as moedas e as commodities dos países em desenvolvimento caíram juntas e voltaram a subir também em sintonia. Mas desta vez, apesar de o Bloomberg Commodity Index estar ampliando os ganhos, as moedas despencaram. Essa divergência sugere que a força do dólar americano é mais decisiva para o apetite por risco do que os preços das commodities. Trata-se de uma má notícia para países como África do Sul e Rússia.

O rublo, por exemplo, no momento oscila na direção oposta do petróleo, apesar de este ser o item que mais colabora com as exportações do país. A correlação positiva habitual foi destruída por quatro dias de declínio da moeda depois que os Estados Unidos aumentaram as sanções.

Riscos vêm à tona

Os riscos idiossincráticos estão influenciando mais as oscilações cambiais, o que contraria a tendência observada por dois anos a partir de janeiro de 2016, quando os investidores que buscavam rendimentos ajudaram os mercados emergentes a subir em meio a turbulências políticas e problemas diplomáticos.

Na Rússia, as sanções dos EUA freiam o rublo. Na Turquia, os princípios econômicos do presidente Recep Tayyip Erdogan, que prefere combater a inflação com taxas de juros mais baixas, estão derrubando a lira. Esses fatores locais se tornam mais evidentes com a valorização contínua do dólar.

Para que essa forte queda atual termine e os mercados emergentes recuperem o apelo para o carry tarde, três elementos precisam convergir: - o dólar precisa parar de se valorizar; - as economias emergentes precisam dar um tempo nas turbulências políticas autoinfligidas; - as moedas precisam recuperar a correlação positiva com as commodities, especialmente com o petróleo. O cenário oposto, inevitavelmente, é uma enorme moderação das posições de carry.

 

Temer lança nova plataforma para reduzir custos na construção civil

Em iniciativa desenhada durante um ano por grupo interministerial que reuniu sete pastas, o governo lançará, hoje, a "estratégia nacional para disseminação do BIM". Trata-se de referência à sigla em inglês para uma plataforma de gestão que promete reduzir custos e combater a prática de recorrentes aditivos na construção civil.

A medida representa um agrado do presidente Michel Temer ao setor - um dos que mais lhe deram apoio nos dois primeiros anos de gestão - no Encontro Nacional da Indústria da Construção (Enic). O governo finalizava também ampliação do Minha Casa, Minha Vida (MCMV). Essa expansão esbarrava nas restrições orçamentárias da União.

Mas os técnicos da equipe econômica, junto com a Caixa Econômica Federal e o Ministério das Cidades, trabalhavam ontem em remanejamento de despesas e ainda buscavam alternativas com menor impacto fiscal. A expectativa é que haja alguma ampliação do programa. O objetivo inicial era ampliar em 150 mil unidades na faixa 1 do MCMV (a previsão atual de contratação é de 650 mil unidades).

Outra medida que Temer pretende tomar é a publicação de editais de programa de apoio a concessões e parcerias-público privadas (PPPs) municipais, que já havia sido lançado ano passado. Com o sistema de Modelagem de Informação na Construção (BIM) - um dos itens prioritários da agenda tecnológica da indústria -, a expectativa, baseada em estudos contratados pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), é de aumento em 10% a produtividade do setor. E ainda de redução de custos que poderia chegar a 20%.

Aproximadamente um terço dos materiais usados nas obras - de cimento a vergalhões, passando por instalações elétricas e hidráulicas - corresponde a desperdício que pode ser reduzido, segundo o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Jorge de Lima. "O governo pode fazer o papel de indutor no aprimoramento de práticas do setor", comentou o ministro.

Para o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, a criação de uma política nacional para o BIM é essencial, porque o governo, por meio de seu poder de compras públicas, consegue estimular as empresas a migrar para essa plataforma tecnológica. Além disso, diz Martins, facilitará o trabalho dos órgãos de controle, como o Tribunal de Contas da União (TCU), que terão condições melhores para acompanhar as obras.

Na política nacional do BIM, o governo deve inicialmente acionar órgãos, como o Ministério da Defesa e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), para que implantem programas pilotos que exijam o uso da tecnologia por executores das obras contratadas. Além disso, a ABDI trabalha na construção de uma "biblioteca BIM" - o cadastro de produtos e serviços, com seus preços, que podem ser usados em uma determinada obra. Mais adiante, essa biblioteca poderá ser controlada pelo setor privado

 

FOLHA DE SÃO PAULO

Dólar volta a fugir por crescimento baixo e dívida

No despacho da agência Associated Press, pelos sites de New York Times, Washington Post e outros, “Real brasileiro continua a sua queda em meio à incerteza eleitoral”.

E no Financial Times, também nesta terça (15), “Liquidação ampla nas moedas de emergentes”, desta vez encabeçada pela lira turca.

A nova “onda de vendas foi exacerbada pelos dados que mostraram que a economia dos Estados Unidos continua a se fortalecer”, explicou o jornal: “Os sinais levaram os investidores a repensar os números fracos do crescimento e o aumento das dívidas em países como Argentina, África do Sul e Brasil.”

A Bloomberg acrescenta, em análise pessimista, que nas três últimas semanas “as fortificações tradicionais dos emergentes —os preços das commodities— vêm fracassando em proteger as suas moedas do ataque”.

O mesmo FT publicou novo caderno sobre o Brasil, com seis páginas e anunciantes como HSBC e Humanitas360. No título on-line da reportagem principal, “Preso, Lula detém as cartas chaves da incerteza sobre as eleições brasileiras”.

Noutro texto, sobre Sergio Moro, “Democracia não está em risco, diz juiz cruzado”. Ele “rejeita que o inquérito sobre corrupção possa abrir o caminho para autoritários”, como Jair Bolsonaro —capa do caderno.

 

É improvável que turbulência na Argentina contagie a América Latina, diz Moody's

É improvável que a turbulência nos mercados financeiros da Argentina se espalhe para o restante da América Latina, exceto, possivelmente, para o Uruguai, disse um dos principais analistas da região na agência de classificação de risco Moody's nesta terça-feira (15).

Um cenário econômico fraco, o nervosismo acerca da desvalorização cambial e a preocupação com a safra de soja prejudicada pela seca pressionam o peso argentino, que esta semana caiu para a mínima recorde ante o dólar.

"É difícil ver algum contágio da turbulência argentina na América Latina", disse Mauro Leos, chefe da Moody's para América Latina e Caribe, em uma conferência em Londres, destacando a possível exceção do Uruguai.

Na segunda (14), os ministros das Finanças (Luis Caputo), da Fazenda (Nicolás Dujovne) e o chefe de gabinete (Marcos Peña) tentaram transmitir um clima de normalidade e de sintonia entre a equipe econômica em encontro com jornalistas estrangeiros, após o pedido de ajuda feito pelo governo argentino junto ao FMI, na semana passada, e num dia em que o dólar seguiu subindo, fechando em 25,51 pesos.

Apesar de Dujovne admitir que o impacto da desvalorização do peso fará com que “a Argentina tenha mais inflação e menos crescimento num curto prazo”, o ambiente geral do encontro foi de colocar panos quentes sobre a notícia.

Peña disse que a decisão resultou de um processo que durou algumas semanas de discussão, em que se chegou à conclusão de que “o contexto geral havia retrocedido um degrau, e portanto o presidente e sua equipe decidiram colocar-se adiante da situação e de buscar uma solução”, acrescentando que buscar o FMI foi também uma forma de “diversificar as opções” de financiamento externo do país.

 

O GLOBO

‘É provável que o real tenha um desempenho pior’

A valorização do dólar é um fenômeno global e, por isso, é difícil prever por quanto tempo vai se estender. Contudo, entre as moedas de países da América Latina que têm eleições presidenciais este ano, o real pode ter a maior depreciação. A avaliação é de João Pedro Ribeiro, estrategista de América Latina na Nomura Securities, que acredita também que o Banco Central (BC) deverá ser mais ativo com a proximidade do pleito, intensificando a emissão de swaps cambiais, operação que equivale à venda de moeda no mercado futuro.

O que está por trás da escalada do dólar nas últimas semanas?

- Não há dúvidas de que esse é um movimento global. Temos um cenário de aumento dos juros nos Estados Unidos, fruto do aquecimento da economia americana. Nesse cenário, as moedas de emergentes, que não tinham sofrido nos últimos meses, começam a enfrentar desvalorização mais forte. O real está entre elas.

É uma alta causada só por fatores externos?

- Há componentes domésticos e externos nesse movimento, mas é difícil determinar o peso de cada componente nas diferentes moedas. Com bastante segurança, no caso do real, dá para dizer que o menor diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos ajuda na apreciação do dólar. E existe um debate se já há um contágio das eleições e de quanto é essa influência. Se no processo eleitoral houver a ideia de que uma correção fiscal não irá acontecer, a desvalorização do real vai ser ainda maior.

A situação de países como Argentina e Turquia pode agravar a volatilidade?

- Sobre Argentina e Turquia, é difícil determinar se há alguma contaminação. Mas a eleição será um momento difícil. É provável que o real tenha um desempenho pior que as moedas de México e Colômbia, que também têm eleições este ano. Vamos ver uma piora na cotação, mas não dá para saber até quanto o dólar vai subir.

O Banco Central tem agido de forma correta em relação ao dólar?

A capacidade do BC em conter esses elementos pode ser muito pequena. O BC já avisou que só quer garantir o funcionamento pleno do mercado e suavizar os movimentos de volatilidade. Nesse sentido, vai ter de ofertar mais swaps cambiais, principalmente se o cenário eleitoral ficar mais complicado. Mas não vejo que o BC queira, ou que deva, defender uma taxa de câmbio.

 

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