Quarta-feira

VALOR ECONÔMICO

Saneamento deve ter R$ 1,5 bi do BNDES

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) espera dobrar o crédito para saneamento básico, incluindo coleta de lixo, neste ano. Na estimativa do diretor de Governos e Infraestrutura, Marcos Ferrari, o banco de fomento deverá desembolsar R$ 1,5 bilhão até o fim de 2018, ante os R$ 725 milhões liberados ano passado. A contratação de novos empréstimos deverá ficar entre R$ 3 bilhões e R$ 4 bilhões, segundo a chefe do Departamento de Saneamento Ambiental, Laura Bedeschi.

A demanda será impulsionada pela saída da recessão, pelo término de movimento de consolidação das empresas privadas que controlam concessionárias de água e esgoto e pelo Programa Avançar, sucessor do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), cuja segunda fase foi lançada em novembro.

O Avançar reúne investimentos da União, de estatais e financiamentos de bancos públicos, num total de R$ 130,97 bilhões até o fim deste ano. Segundo Ferrari, a participação do BNDES nos investimentos em saneamento da primeira fase do Avançar, lançada em junho passado, foi pequena. Para a segunda fase, o BNDES mudou condições, de forma a atrair maior demanda. O empréstimo poderá chegar a 95% do investimento, ante os 80% da primeira fase.

O Avançar seleciona projetos de investimento em infraestrutura de entes públicos, municipais ou estaduais. A submissão de projetos para a segunda fase vai até a próxima segunda-feira.

Demanda. Ferrari disse que há muita demanda por investimentos. “Nos últimos dez anos, a média de investimentos foi de R$ 10 bilhões a R$ 11 bilhões por ano. A necessidade é de R$ 20 bilhões por ano”, afirmou o diretor, citando dados do Plano Nacional de Saneamento Básico.

O País tinha 20,6 milhões de domicílios sem rede de esgoto e 2 milhões de residências sem água encanada em 2016, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra Domicílios (Pnad) Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apenas 65,9% dos lares tinha escoamento do esgoto através da rede geral, rede pluvial ou de fossa ligada à rede.

Companhias estaduais, como Sabesp (SP), Cedae (RJ), Copasa (MG) e Sanepar (PR), são as principais investidoras em saneamento no País, pois prestam o serviço de água e esgoto em 70% dos municípios, segundo a Abcon, entidade que representa o setor privado de saneamento. Só 6% das cidades têm concessionárias privadas de saneamento, segundo Alexandre Lopes, vice-presidente da entidade.

O financiamento é fundamental para o setor, disse Lopes, porque os investimentos são pesados e os contratos de concessão, longos – podem chegar aos 30 anos. Caixa e BNDES são as fontes tradicionais de financiamento, mas opções como a emissão de títulos (debêntures de infraestrutura, com incentivo fiscal) têm ganhado espaço.

A disponibilidade de recursos aumentou com a consolidação do setor privado. A canadense Brookfield comprou a Odebrecht Ambiental, por R$ 2,9 bilhões, e adotou o nome de BRK. A CAB Ambiental, que era da Galvão Engenharia, foi vendida para a IG4 Capital e passou a se chamar Iguá. A lista das principais empresas inclui ainda a Aegea (do grupo Equipav, em sociedade com o fundo soberano de Cingapura GIC e com o IFC, subsidiária do Banco Mundial) e a Águas do Brasil. Entre as grandes, a última é a única que ainda tem como sócio empreiteiras citadas na Lava Jato, o grupo Carioca Christiani Nielsen.

 

Três dias de intervenção e venda de US$ 9,25 bi não tiram dólar de R$ 3,70

Após três dias de atuação extraordinária do Banco Central (BC) no mercado de câmbio, venda de US$ 9,25 bilhões de contratos de swap e queda de 7%, ante os quase R$ 4 alcançados na quinta-feira passada - quando a instituição anunciou uma nova estratégia de intervenção -, o dólar se mantém no patamar de R$ 3,70.

Na quinta à noite, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, informou que, até a sexta-feira, dia 15, seriam ofertados ao mercado US$ 24,5 bilhões, além das ofertas para rolagem de contratos que estão a caminho do vencimento. Dessa oferta total, portanto, ainda poderão ser vendidos mais US$ 15,25 bilhões entre hoje e sexta-feira. Até ontem à noite não havia, contudo, uma indicação mais segura de que o BC poderá ou conseguirá vender, em média, US$ 5,083 bilhões ao dia. Essa constatação reforçou a expectativa com as próximas decisões que podem vir a ser tomadas pela autoridade monetária.

Os participantes do mercado não ignoram a relevância das reuniões de política monetária promovidas, nesta semana, pelos três maiores bancos centrais do mundo e que podem provocar turbulência no câmbio internacional e, por tabela, no mercado local que anda para lá de arisco. Entretanto, se as decisões sobre juros a serem anunciadas nesta quarta-feira pelo Federal Reserve (BC dos EUA), amanhã pelo Banco Central Europeu (BCE) e, na sexta, pelo Banco do Japão não surpreenderem os investidores globais, o Banco Central do Brasil poderá ficar com os contratos de swap não demandados no mercado local.

Esse pode vir a ser, aliás, o melhor resultado das intervenções extraordinárias anunciadas por Ilan Goldfajn, mas não é suficiente para esclarecer dúvidas levantadas por especialistas nos últimos dois dias. Eles questionam se haverá um novo degrau a ser testado pela taxa de câmbio, no fim desta semana ou início da próxima, caso o BC consiga colocar no mercado a oferta integral de US$ 24,5 bilhoes, mas o dólar continua orbitando R$ 3,70.

Outra questão: se o mercado não mostrar interesse pelo gigantesco lote integral de swaps e o dólar persistir no patamar atual, o Banco Central estará satisfeito e limitará suas atuações à rolagem das carteiras? A quatro meses da eleição presidencial, se o dólar tiver outro repique, estará o BC disposto a promover "leilões de linha" - operação equivalente à venda de dólares das reservas internacionais condicionada à recompra da moeda em data futura?

A possibilidade de realizar esses leilões foi apresentada pelo presidente do BC na quinta-feira passada, ocasião em que também abriu a porta para eventual venda das próprias reservas, que alcançam US$ 380 bilhões. Há dois dias, Ilan Goldfajn afirmou que o estoque de swaps pode até superar os US$ 100 bilhões alcançados em 2015.

Ao citar essas operações alternativas que podem ser usadas para manter a funcionalidade do mercado cambial, mas não só dele, o BC expôs suas "armas" ao mercado que reconhece o poder das intervenções, mas também as consideram previsíveis e arriscadas se ocorrerem em excesso.

Apesar de toda essa ação do BC, especialistas consideram intrigante a resistência da taxa de câmbio em R$ 3,70. Esse equilíbrio observado nos últimos três dias levanta uma suspeita: estaria havendo uma queda de braço entre o BC e uma ala do mercado que ainda não descarta a ideia de que o Comitê de Política Monetária (Copom) deverá elevar a taxa Selic mais cedo do que pretendia?

Essa pergunta torna-se imprópria não exatamente pela tensão que se viu no câmbio e que pode ser despertada a qualquer momento, ante tantas incertezas com as eleições, mas pela proximidade da reunião do comitê em junho. Semana que vem uma nova Selic poderá ser anunciada. E parte do mercado financeiro vê chance de alta de 0,25 ponto.

 

A inversão dos 'culpados' pelos altos juros bancários

O primeiro Relatório de Economia Bancária da gestão Ilan Goldfajn procura mudar o jeito como a opinião pública vê as causas dos altos juros cobrados no crédito no Brasil. A responsabilidade seria menos dos altos lucros dos bancos e mais da inadimplência e dos custos administrativos; menos da concentração bancária e mais da eventual falta de competição. Fazia três anos que o Banco Central não publicava o relatório.

Na edição anterior, de 2015, a margem líquida do crédito - uma aproximação do lucro dos bancos - respondia por 37,75% do chamado "spread" bancário, que é a diferença entre os custos de captação dos bancos e as taxas cobradas do tomador final. Era o fator que mais pesava.

Agora, a margem financeira responde por 14,9% do spread bancário. É apenas o quarto fator mais importante para explicar os altos spreads no Brasil, atrás da inadimplência (37,4%), da despesa administrativa (25%) e dos tributos mais as taxas ligadas ao seguro depósito (22,8%). Os lucros dos bancos perderam protagonismo devido a mudanças adotadas na metodologia para decompor o spread bancário.

Pesadas as justificativas técnicas, os resultados - com ênfase nos custos administrativos e inadimplência - coincidem com as prioridades da agenda para a redução dos juros bancários de Ilan. No governo Dilma, o foco era na redução dos supostos excessos de lucros dos bancos. Mudaram dois pontos, em especial, na metodologia. Até 2015, o BC calculava o spread das operações prefixadas contratadas ao longo de um ano.

Agora, usa o chamado Índice de Custo de Crédito (ICC), que considera os juros recebidos pelos bancos em toda a sua carteira ativa, incluindo operações contratadas em anos anteriores. As operações de longo prazo, como crédito consignado e imobiliário, costumam ter juros menores, e isso contribui para a queda dos spreads. O lucro fica menor porque, nos cálculos do BC, tecnicamente ele é o resíduo que sobra depois de subtraídos outros fatores, como inadimplência, custos administrativos e tributos.

Outra mudança metodológica que reduz o papel dos lucros no spread é a forma de atribuir os custos administrativos. Na metodologia antiga, eles eram considerados um custo fixo, e apenas a sua parte não coberta por tarifas entrava no cálculo do spread. Agora, todos os custos administrativos entram na conta. Essa mudança aumentou a participação dos custos administrativos no spread de 9,2% em 2014 para 25% agora. Já a participação relativa dos lucros caiu.

No governo Dilma, a estratégia foi atacar as margens de lucro dos bancos (que, na metodologia então vigente, era a principal causa dos altos juros do crédito) com o uso dos bancos públicos, que cortaram as taxas dos empréstimos. Ilan tem sido um crítico dessa abordagem, acusando-a de "voluntarista" e insustentável.

Segundo ele, essa política descapitalizou os bancos públicos, que ao fim tiveram que voltar a subir os juros. Ilan tem priorizado uma agenda de reformas microeconômicas, como aperfeiçoamentos no cadastro positivo e as duplicatas eletrônicas, que reduzem custos de inadimplência; e a reforma trabalhista, que atua nos custos administrativos.

Ele também tem defendido a adoção de medidas para reduzir a parcela dos empréstimos direcionados no mercado de crédito. No relatório, o BC apresenta uma simulação do que aconteceria se fosse liberado 10% dos direcionamentos para aplicação livre pelos bancos - a conclusão é que reduziria em 1,3 ponto percentual os juros do crédito livre. Apesar de, na nova metodologia, cair dramaticamente o peso dos lucros dos bancos no crédito, o BC não nega a importância de atacar também esse ponto.

O argumento da autoridade monetária é que já vem adotando medidas, como aperfeiçoamento na regra que permite a portabilidade de crédito, a adoção de regras prudenciais menos pesadas para facilitar a operação dos bancos pequenos e regras amigáveis para a proliferação das "fintechs".

Mas, ao mesmo tempo, o relatório também procura mudar a perspectiva da opinião pública sobre a concentração bancária. Um estudo do documento sustenta que um maior nível de concentração bancária não leva, necessariamente, ao aumento nos spreads. O BC apresenta, ainda, dados que apoiam a tese de que a competição bancária vem aumentando em anos recentes.

 

O ESTADO DE SÃO PAULO

Greve dos caminhoneiros teve impacto de R$ 15 bi na economia, calcula Fazenda

A equipe econômica estima que o impacto da greve dos caminhoneiros custou ao país R$ 15 bilhões, ou 0,2% do PIB. De acordo com o Ministério da Fazenda, o número foi discutido nesta segunda-feira, 11, em reunião com o ministro Eduardo Guardia e economistas do setor privado, em São Paulo.

Nesta segunda-feira, Guardia admitiu que o governo poderá rever para baixo a previsão oficial para o crescimento da economia neste ano, que está em 2,5%. Ele observou, porém, que essas previsões são reavaliadas a cada dois meses na programação orçamentária e que não faria revisões a cada semana. A aposta do mercado é que o PIB cresça menos do que 2% em 2018

Guardia chegou a dizer que algumas estimativas sobre o impacto da paralisação estavam exageradas e que os economistas já vinham observando perda de ritmo da economia antes da greve.

"Revemos a previsão a cada dois meses, quando divulgamos a programação orçamentária. Então, vamos continuar fazendo isso. Pode ser uma revisão para baixo", afirmou.

 

 

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