Quinta-feira

VALOR ECONÔMICO

BC perde R$ 2,8 bi com atuação no câmbio em julho até dia 13

As perdas do Banco Central (BC) com operações de swap cambial somam, em julho, R$ 2,797 bilhões até o dia 13, informou a autoridade monetária nesta quarta-feira. Em junho, o prejuízo foi de R$ 7,084 bilhões e, no ano, a conta está negativa em R$ 19,225 bilhões. Os swaps são contratos derivativos por meio dos quais o BC oferece ao mercado proteção contra oscilações excessivas do câmbio.

O BC é perdedor quando o dólar sobe frente ao real. Desde maio, a autoridade intensificou o uso desse instrumento, em meio à volatilidade do mercado. O estoque de swaps está em US$ 67,4 bilhões, após ter encerrado o ano de 2017 em US$ 23,8 bilhões. O presidente do BC, Ilan Goldfajn, já afirmou que, se necessário, a oferta dos contratos poderá superar os valores máximos utilizados no passado, de US$ 115 bilhões.

Em julho, as reservas internacionais do país, quando convertidas em reais, tiveram um ganho de R$ 4,317 bilhões até o dia 13, variação que reflete também o impacto da correção cambial. Nesse caso, uma alta do dólar é favorável à contabilidade do BC. Em junho, o valor das reservas em reais aumentou em R$ 35,823 bilhões.

 

BNDES terá operação digital com crédito pré-aprovado

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está migrando da estratégia de financiar projetos para financiar clientes, disse ao Valor o diretor de transformação estratégica e digital do banco de fomento, Ricardo Ramos.

Segundo ele, a instituição caminha para ter uma operação amplamente digital nos próximos anos, processo que deu um passo importante com a aprovação pela diretoria do banco de um programa-piloto de financiamento direto (sem outros bancos como intermediários) de máquinas e equipamentos para médias e grandes empresas por meio da internet. O programa começa com 20 empresas que já são clientes e abrirá para as demais a partir do fim de agosto.

A intenção do banco de fomento é trabalhar com limites de crédito individualizados para as empresas, que escolherão as linhas que mais se adequarem as suas necessidades. É como já trabalham os grandes bancos de varejo, que colocam à disposição de seus clientes linhas pré-aprovadas de crédito para imóveis, veículos e outros produtos, a partir de uma análise global de crédito do cliente. "É uma mudança de olhar do projeto para o cliente. A relação dependerá do cliente e não mais da apresentação do projeto", disse Ramos, comentando que isso deve acelerar a liberação de recursos da instituição para seus clientes.

Ele pondera que grandes projetos, como o financiamento de uma hidrelétrica, ainda terão seus trâmites longos ocorrendo, pela própria natureza do empreendimento. O diretor afirmou que o BNDES caminha para transformar seu portal na internet em um "hub de serviços", no qual as empresas terão uma "interface única" para se relacionar com o banco e também com parceiros ligados à instituição.

Esse processo, inspirado no modelo do KfW (banco de fomento alemão), já está em curso com iniciativas implantadas com micro e pequenas empresas e um processo de interação com as chamadas "fintechs". Ramos aponta que uma dessas novas ferramentas ajudará a instituição na análise do risco de crédito das empresas, contribuindo para uma melhor avaliação em especial das companhias de menor porte.

O superintendente de planejamento estratégico do BNDES, Maurício Neves, explica que a instituição está fazendo um movimento de reposicionamento a partir de 12 projetos, que inclui a digitalização como um de seus vetores. "Tem um esforço concentrado de transformação muito grande agora em curso em 2018", disse Neves, apontando que nessa agenda há temas também como busca de novas fontes de financiamento e o fomento ao mercado de capitais.

"O banco está em movimento", completou. Ramos acredita que o desempenho do banco deve ser cada vez menos avaliado pelo volume de desembolsos, em queda nos últimos anos, para a efetividade de sua atuação, que pode se dar também sem aporte direto de recursos, com ações como oferecimento de garantia a projetos importantes e o suporte ao desenvolvimento do mercado de capitais.

 

FMI aponta riscos ao Brasil por conflitos comerciais dos EUA

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, apontou que o Brasil pode correr riscos devido aos conflitos na área comercial promovidos pelos Estados Unidos. O governo do presidente Donald Trump não apresentou metas específicas contra o Brasil, mas os embates do mandatário na área comercial estão exacerbando uma situação considerada complicada em vários mercados. “O aumento das taxas de juros nos EUA pressionou muitas economias em desenvolvimento, incluindo o Brasil e a Turquia”, afirmou Lagarde ao tratar de um estudo sobre riscos envolvendo os países do G-20.

Segundo ela, os investidores retiraram mais de US$ 14 bilhões de mercados emergentes em maio e junho. “Em resposta, os formuladores de políticas em vários mercados emergentes aumentaram as taxas de juros e alguns intervieram diretamente para apoiar sua moeda nacional.”

Lagarde apontou que a maior parte da pressão tem sido limitada a alguns países, como a China. Mas as taxas de juros dos EUA continuam subindo, revelando um risco de que mais países podem enfrentar pressões. O FMI sugeriu a esses países que utilizem algumas ferramentas. Uma delas seria atuar para manter flexíveis as taxas de câmbio. Com isso, elas funcionariam como um amortecedor para ajudar os países a resistirem à saída de dinheiro dos investidores.

Outra sugestão é de os países procurarem evitar o crescimento excessivo do crédito, o que poderia gerar outra crise. Lagarde ressaltou que com altos níveis de dívida em muitos países, a política fiscal deve ser usada para preservação e para reconstrução. “O FMI continuará a fornecer orientação nesta área e estamos comprometidos em fazer tudo que podemos para ajudar nossos membros a fortalecer suas economias e aumentar resiliência em face de ventos contrários”, concluiu Lagarde.

 

O ESTADO DE SÃO PAULO

Investidores já veem dólar acima de R$ 4,00, aponta pesquisa do Bank of America

Apesar da relativa calmaria vista no mercado de câmbio nos últimos dias, a percepção de gestores e investidores é que a moeda brasileira pode perder ainda mais valor ante o dólar nos meses antes da eleição, de acordo com pesquisa do Bank of America Merrill Lynch divulgada nesta quarta-feira, 18. Dos entrevistados no levantamento, 49% veem a divisa norte-americana terminando o ano acima de R$ 3,80, ante 34% da pesquisa feita em junho e de apenas 3% em maio. Além disso, 17% veem a moeda acima de R$ 4,00, ante zero da pesquisa de maio.

Na última terça, o JPMorgan elevou as projeções para o dólar no Brasil também mudou sua projeção e vê a moeda terminando o ano em R$ 3,80, ante R$ 3,60 da estimativa anterior.

"As avaliações do real viraram em apenas dois meses", destaca o relatório do banco norte-americano. Em maio, mais de 70% dos entrevistados viam chance do dólar abaixo de R$ 3,60 no final do ano, porcentual que caiu para 38% em junho e ao redor de 10% agora. Um dos fatores que poderia levar o dólar para esse nível seria a vitória de um candidato pró-mercado, comprometido com reformas.

O maior pessimismo com o real foi acompanhado também de maior cautela sobre a Bolsa. Apenas 3% dos investidores veem o Ibovespa terminando o ano acima de 95 mil pontos, enquanto 29% veem o principal índice de ações brasileiro abaixo de 75 mil pontos e 23% entre 75 mil e 85 mil. Em junho, 38% viam o índice nesse último intervalo e 10% acreditavam na possibilidade de terminar em mais de 95 mil pontos. "Os investidores reduziram as expectativas para os mercados de ações pela quinta vez consecutiva", destaca o relatório.

As eleições são percebidas pelos investidores como um dos maiores riscos para a América Latina este ano. O maior risco é a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China. No caso brasileiro, 77% dos participantes da pesquisa veem menos de 50% de chance de um candidato do centro vencer as eleições. Mesmo assim, 68% ainda acreditam que a reforma da Previdência será aprovada em 2019.

Apesar do pessimismo com a América Latina, a visão dos gestores e investidores é que a região ainda terá melhor desempenho no mercado de ações que outros emergentes: 51% veem essa possibilidade, ante 22% da pesquisa de junho.

Os gestores e investidores ouvidos para a pesquisa sobre a América Latina administram um total de US$ 121 bilhões e foram consultados entre os dias 6 e 12 de julho.

 

O GLOBO

Com eleição e guerra comercial, quase triplica procura de empresas por proteção contra dólar alto

A incerteza em relação à eleição presidencial, além do cenário externo turbulento com China e Estados Unidos travando uma guerra comercial, tem levado empresas brasileiras a buscarem proteção contra as oscilações bruscas do dólar, o chamado hedge cambial. De janeiro até agora, a moeda americana subiu de R$ 3,26 para R$ 3,84, um salto de 17,8%. No mesmo período, a procura pelos chamados contratos de swap cambial, um instrumento do mercado futuro que protege as companhias que têm dívidas em dólar, quase triplicou. O saldo desses contratos passou de US$ 23,8 bilhões, em dezembro passado, para US$ 67,4 bilhões, atualmente. O cenário cambial é tão incerto que até bancos e consultorias estão produzindo estimativas muito díspares para a divisa americana até o fim deste ano, que variam de R$ 3,40 a R$ 5,50.

- Aumentou a procura por proteção porque o mercado está desorientado. Os indicadores econômicos se deterioraram, com ajuda da greve dos caminhoneiros, e a disputa comercial entre EUA e China, além da alta dos juros americanos, trouxeram mais imprevisibilidade no cenário externo — avaliou Cleber Alessie, especialista em câmbio da corretora H. Commcor.

Os contratos de swap são vendidos ao mercado pelo Banco Central e oferecidos pelos bancos às empresas. Na prática, eles evitam que as companhias paguem mais por suas dívidas em moeda americana se o dólar subir muito. No Itaú BBA, por exemplo, a demanda por esse tipo de hedge aumentou 60% de janeiro a julho na comparação anual. Uma boa parte dos clientes, cerca de 300, não faziam esse tipo de operação desde 2015.

Bancos trabalham com dois cenários eleitorais

Os dados do Banco Central (BC), até o primeiro trimestre, mostram que a dívida em dólar das empresas e dos bancos brasileiros era de US$ 471,2 bilhões. A estratégia de proteção varia de acordo com a atividade das companhias. Empresas de energia, por exemplo, que têm a receita em real, mas dívida em dólar, costumam usar esse tipo de proteção. A Neoenergia, dona de várias distribuidoras de eletricidade como Elektro, Celpe e Cosern, usa os swaps cambiais para converter seus compromissos em moeda estrangeira para real. Segundo a empresa, a estratégia usada é a de full hedge, ou seja proteção total para sua dívida em dólar.

Já a Petrobras tem proteção natural contra a flutuação cambial pois a cotação do petróleo é em dólar. Da dívida total da companhia, 70% são na moeda americana. A empresa realizou pela primeira vez, entre fevereiro e março, uma estratégia de proteção para parte de sua produção de petróleo prevista para este ano, equivalente a 128 milhões de barris.

A dificuldade de traçar cenários para as cotações da divisa americana é tanta que alguns bancos estão trabalhando com dois cenários eleitorais. Em um, seria eleito um presidente que dê continuidade às reformas da Previdência, fiscal e política, e, nesse caso, o dólar ficaria num patamar até mais baixo que o atual. No segundo cenário, a vitória seria de um candidato menos alinhado às ideias do mercado financeiro, o que faria a moeda americana subir para até R$ 5,50 no fim deste ano e início de 2019.

A questão eleitoral é, na visão dos economistas do banco chinês Haitong, o principal fator de pressão sobre o dólar neste momento. Para o banco, a eleição de um candidato reformista conduziria a cotação para baixo, a R$ 3,40.

- O nome não importa, desde que o mercado tenha a percepção de que as reformas vão ser retomadas - explicou Flávio Serrano, economista sênior do Haitong, que eleva para R$ 4 a previsão caso ocorra a vitória de um presidente de perfil não alinhado ao mercado financeiro. - A guerra comercial cria ruído, mas, hoje, é a incerteza eleitoral que está impulsionando a moeda.

O Bank of America Merrill Lynch também tem dois cenários para o dólar no início de 2019. No primeiro, a divisa americana subiria até R$ 5,50, com a vitória de um candidato contrário ao mercado e com problemas de governabilidade, causando a deterioração das condições econômicas. No cenário mais otimista, a vitória seria de um candidato reformista, com foco na reestruturação da Previdência, e o dólar cairia a R$ 3,65.

Segundo Lucas Vilela, economista do Credit Suisse, a magnitude da depreciação do real neste ano é uma das mais altas já observada em anos eleitorais, perdendo apenas para 2002, e os modelos estatísticos rodados pelo banco mostram que metade deste movimento se deve a fatores internos.

- A provável continuação de um cenário eleitoral incerto sugere que o real permanecerá sob pressão - afirmou Vilela.

Para Roberto Giannetti da Fonseca, especialista em comércio exterior e presidente da Kaduna Consultoria, o dólar deve fechar o ano a R$ 4 ou até um pouco acima. Ele repete a explicação de que as reduções de juros dos Estados Unidos, a guerra comercial entre americanos e chineses e as incertezas locais por causa do ano eleitoral são os motivos para a alta cotação. Giannetti defende, no entanto, que o dólar alto é positivo para a indústria local, para a diminuição das importações e aumento das exportações. Ele diz que o dólar mais baixo costuma ser festejado pelo consumidor, principalmente porque as viagens ao exterior ficam mais acessíveis e porque produtos importados se tornam mais baratos. Mas, pontua, esse movimento pode ter outros efeitos na economia, por causa do barateamento da importação.

- A indústria vai à falência. Gera desemprego, capacidade ociosa, as importações ganham market-share. Costumo dizer que, neste cenário, o consumidor feliz será um pobre desempregado amanhã - comentou, acrescentando que o problema do câmbio é “muita volatilidade”.

A MB Associados trabalha com dois cenários para o dólar este ano: R$ 3,60 ou R$ 4,50, dependendo do perfil do presidente eleito. Para o economista Sergio Vale, da MB Associados, o problema maior com o câmbio será em 2019:

- Qualquer um que ganhar vai dizer que fará o ajuste. O negócio é saber que ajuste será feito e se passará no Congresso. Por isso, uma piora ou melhora cambial tende a acontecer apenas no ano que vem, quando de fato o eleito tomar posse.

Após quatro altas seguidas, o Ibovespa, principal índice do mercado de ações brasileiro, fechou em baixa de 0,98% nesta quarta-feira, aos 77.362,63 pontos. Já o dólar comercial recuou 0,15%, cotado a R$ 3,841.

 

Estimativas dos bancos para a cotação do dólar neste ano

- As dúvidas em relação ao perfil econômico do presidente a ser eleito em outubro estão fazendo com que bancos e consultorias produzam estimativas muito díspares para o dólar até o final deste ano. Alguns bancos, como o Bank of America Merrill Lynch e o Haitong, estão inclusive traçando dois cenários, com eleição de um presidente reformista e outro com um candidato menos alinhado às ideias do mercado financeiro. Nesses dois extremos, as estimativas para o dólar variam de R$ 3,40 até R$ 5,50, uma variação de 39% entre a máxima e a mínima.

O cenário eleitoral é, na visão dos economistas do banco Haitong, o principal fator de pressão sobre o dólar neste momento. A incerteza em relação às propostas econômicas de quem for eleito fez o banco traçar dois cenários para o câmbio. No primeiro, a divisa americana encerra 2018 num patamar próximo de R$ 3,40. Para que isto aconteça, o banco prevê que a vitória na eleição seja de um candidato reformista, seja ele quem for.

- O nome não importa, desde que o mercado tenha a percepção que as reformas vão ser retomadas - diz o economista senior do Haitong, Flávio Serrano.

No segundo cenário, a moeda americana subiria até R$ 4, com a vitória de um candidato não reformista.

Serrano observa que em março o dólar estava flutuando em torno de R$ 3,30. Com a expectativa de que os juros nos Estados Unidos subissem, o que fato aconteceu naquele mês e depois novamente em junho, a moeda americana começou a se valorizar e chegou a um patamar mais próximo e R$ 3,50. Esse movimento também foi verificado no exterior, onde a moeda americana se valorizou frente a outras divisas de países emergentes.

- Hoje o dólar estrutural esté entre R$ 3,50 e R$ 3,60. O percentual que a moeda americana subiu acima disso pode ser atribuído às incertezas trazidas pelo cenário eleitoral. Por isso, se tivermos a a eleição de um presidente de perfil reformista, a tendência é que ele volte a este nível ou até abaixo disso - diz Serrano.

Para ele, novas altas nos juros americanos (pelo menos mais duas) já estão precificadas, com as taxas dos tresures chegando a 3%, com mais duas aoltas este ano. Portanto, este não é o fator principal de pressão sobre a divisa por aqui. Nem mesmo a guerra comercial entre EUA e China, na avaliação de Serrano, tem poder para levar o dólar às alturas.

- A guerra comercial cria ruído, mas hoje é a incerteza eleitoral que está impulsionando a moeda - diz o economista.

O Bank of America Merrill Lynch também tem dois cenários para o dólar no início de 2019. No primeiro, e mais pessimista, a divisa americana suburia até R$ 5,50, com vitória de um candidato contrário ao mercado e com problemas de governabilidade, causando a deterioração das condições econômicas. No cenário mais otimista, a vitória seria de um presidentre que siga com a agenda de reformas, com foco na Previdência, e tenha governabilidade alta.

“Neste cenário, O PIB (Produto Interno Bruto) aceleraria para 4% em 2019, com inflação baixa e a Selic permanecendo abaixo dos 7% . Nesse caso dólar ficaria em R$ 3,65 no fim do ano, caindo para R$ 3,30 em 2019. No cenário mais pessimista, o PIB cresceria 0,8% neste ano, com a volta da recessão em 2019, com uma queda de 1% do PIB. A Selic voltaria para um patamar de dois dígitos, a inflação estouraria os 6% definidos como teto de meta e o dólar chegaria a R$ 5,50", escreveram os analistas David Beker e Ana Madeira no relatório.

Segundo eles, "o ruído político associado ao ciclo eleitoral deve se intensificar nos próximos meses, adicionando riscos ao processo de retomada econômica".

O banco JPMorgan elevou suas projeções para o dólar nesta semana. Para dezembro, o banco aumentou de R$ 3,60 para R$ 3,80, mas, em relatório, ressalta que a moeda americana pode bater em R$ 4 no fim de setembro, às vésperas da eleição. Nas palavras do JP, a disputa pela Presidência é "altamente incerta" e "sem previsibilidade".

Segundo Lucas Vilela, economista do Credit Suisse, que pontua que a magnitude da depreciação do real neste ano é uma das mais altas já observada em anos eleitorais, perdendo apenas para 2002, os modelos estatísticos rodados pelo banco mostram que metade da depreciação observada de dezembro para cá se deve a fatores internos.

- A abordagem da eleição presidencial e a provável continuação de um cenário eleitoral incerto sugere que o real permanecerá sob pressão. Além disso, o fortalecimento de candidaturas com agendas menos comprometidas com o processo de consolidação fiscal intensificaria essa tendência - afirma Vilela, em relatório.

O Santander Brasil trabalha com um cenário de dólar a R$ 3,50 no final do ano. A economista do banco Adriana Dupita avalia que com os atuais fundamentos econômicos do país a taxa tende a convergir para este patamar, independente do cenário eleitoral incerto neste momento, até o final do ano.

- O país tem um déficit externo baixo, há dinheiro para financiá-lo com entrada de recursos externos, incluindo o investimento direto. E o Brasil tem reservas internacionais de US$ 370 bilhões. Hoje, o patamar do dólar acima dos R$ 3,50 tem influência do cenário eleitoral incerto, mas também dos fatores externos, como guerra comercial entre China e EUA, possibilidade de aumento de juros nos EUA e disputas geopolíticas - diz Dupita.

Para Roberto Giannetti da Fonseca, especialista em comércio exterior e presidente da Kaduna Consultoria, o dólar deve fechar o ano a R$ 4 ou até um pouco acima. Ele explica que as incertezas locais por causa do ano eleitoral são os motivos para a alta cotação. Giannetti defende que o câmbio valorizado é positivo para a indústria local, para a diminuição das importações e aumento das exportações. Ele diz ainda que o câmbio subvalorizado costuma ser festejado pelo consumidor principalmente porque as viagens ao exterior ficam mais acessíveis e porque produtos importados tornam-se mais baratos. Ele pontua, no entanto, que a subvalorização do dólar diante do real pode ser perigosa à economia, por causa do barateamento da importação.

- A indústria vai à falência. Gera desemprego, capacidade ociosa, as importações ganham market share. Costumo dizer que quando o câmbio está subvalorizado o consumidor feliz será um pobre desempregado amanhã - disse, acrescentando que o problema do câmbio é “muita volatilidade”.

A MB Associados também trabalha com dois cenários para o dólar este ano: R$ 3,60 ou R$ 4,5, dependendo do perfil do presidente eleitos. No caso de um candidato populista, contrário ao ajuste fiscal, o dólar sobe até os R$ 4,5. Já se a vitória for de um governo mais realista, que dará continuidade às reformas e ao ajuste fiscal, a divisa americana recua. Para o economista Sergio Vale, o problema com o câmbio não é nem este ano, mas será em 2019.

- Qualquer um que ganhar vai dizer que vai fazer o ajuste. O negócio é saber que ajuste será e se passará no Congresso ou não. Por isso uma piora ou melhora cambial tende a acontecer no ano que vem. Pode ser semelhante ao que se vê no México agora, em que o candidato de esquerda López Obrador está se vendendo realista e não populista. Mas a questão é quando ele tomar posse - diz Vale.

 

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