Quarta-feira

VALOR ECONÔMICO

Um 'circuit breaker' para a Turquia

A tentação para investidores experientes em mercados emergentes é reagir à venda em massa de papéis induzida pela Turquia com uma estratégia que funcionou por muitos anos. Mas, antes de comprar cestas de bônus e moedas dos mercados emergentes, é preciso absorver um fato importante: a reação de política monetária da Turquia, até agora, pouco se assemelhou àquela que normalmente funciona como um interruptor ou disjuntor ("circuit breaker") em relação ao risco de contágio para outros mercados.

Quanto mais tempo a Turquia mantiver essa postura, maior será o risco de que vazamentos técnicos desfavoráveis sejam acompanhados por um contágio econômico e financeiro mais desestabilizador, tanto para os ativos do país quanto para os dos mercados emergentes como um todo. As crises cambiais estão longe de serem incomuns nos mercados emergentes devido às vulnerabilidades representadas pelos deslizes de política interna e pelas turbulências externas.

Os formuladores de política monetária tendem a reagir com firmeza devido ao seu potencial de desestabilizar o sistema financeiro interno de um país e de privá-lo de capital. Isso pode incluir uma combinação de elevação de taxa de juros (para combater a possível preferência dos habitantes e das empresas por dólares americanos, em detrimento de sua moeda de origem, e atrair ingressos de capital), medidas para apertar as políticas fiscal e de crédito (para reduzir a tomada de empréstimos interna), e acesso a crédito externo excepcional, que, no caso de programas do FMI, também vêm com um aval aos ajustes de política interna.

Enquanto não se consolida essa abordagem de política monetária, a categoria de ativos de mercados emergentes como um todo tende a ficar vulnerável a fugas de capital, principalmente da parte de investidores "diagonais" que assumiram apostas distantes do referencial e agora voltam ao seu habitat natural. Esse contágio tende a ser tanto temporário quanto reversível, criando uma janela atraente para um capital menos volátil se fixar em uma combinação de altos rendimentos e potencial de valorização do capital.

A crise cambial da Turquia começou de maneira conhecida, já que fatores tanto internos quanto externos contribuíram para o que foi um colapso assustador da moeda que envolve o risco de recessão, inflação, estresse problemático de bancos e falências corporativas.

Mas, em vez de optar pela reação convencional de política monetária, o presidente Recep Tayyip Erdogan descartou reiteradamente tanto a medida de elevar as taxas de juros quanto a de contatar o FMI. Em vez disso, o banco central tomou uma série de pequenas medidas, na segundafeira, de aperto do crédito e destinadas a demonstrar maior paciência regulatória para com os bancos.

Por seu lado, não foi identificada qualquer fonte alternativa confiável de crédito, fosse ela China, Rússia, Catar ou instituições e países europeus. Diante disso, o governo não conseguiu ativar um "circuit breaker", o que amplificou as desestabilizadoras ondas de choque tanto dentro quanto fora do país.

A menos que a Turquia esteja disposta a permitir que a lira passe dos limites de forma ainda mais significativa, na tentativa de encontrar seu próprio piso - se arriscando, portanto, a sofrer grandes prejuízos econômicos e financeiros -, a atitude tomada até agora apenas deixa o governo com duas grandes alternativas de política fiscal: austeridade significativa e/ou alguma forma de controle de capital.

Esse entendimento estimula o setor privado a acelerar seu afastamento da lira, num momento em que os habitantes acorrem ao dólar, a fuga de capital aumenta e os estrangeiros repatriam seu capital. Quanto mais esse quadro persistir, maior a probabilidade de que a Turquia acabe tendo de recorrer ao FMI, que, por sua vez, poderá impor condições ao país a fim de mobilizar fontes adicionais de financiamento, em vista da magnitude das necessidades anuais de crédito.

É bom não nos esquecermos de que tudo isso está acontecendo no contexto de um quadro mundial nem um pouco tranquilizador. Isso inclui um afastamento da farta liquidez mundial, num momento em que Federal Reserve continua a normalizar sua política monetária, de crescentes evidências de que, fora dos EUA, a economia mundial está se desacelerando e de persistência da incerteza sobre o regime de comércio internacional. Há, assim, potencial para riscos de acontecimentos individuais relativos à política (Brasil), às sanções (Rússia) e a bolsões de superalavancagem (China).

 Não se pretende dizer que tudo isso terminará de forma linear. Devido à magnitude da recente queda da lira, alguns fatos novos (como a solução do impasse político com os EUA) poderão facilmente levar ao alívio de uma significativa alta. Mas, sem um relaxamento das limitações de Erdogan sobre as políticas de juros e ao acesso ao FMI, essa alta pode acabar se revelando mais uma oportunidade de vendas do que uma oportunidade de compras sustentáveis.

Tudo isso cria as condições para a instauração de um período persistente de contágio técnico para os mercados emergentes como um todo e, com isso, para o risco de que alguns dos países mais vulneráveis possam ser empurrados para seu próprio círculo vicioso financeiro. Portanto, em vez de se apressar para comprar a categoria de ativos como um todo, os investidores fariam bem em ter paciência, seguida por grande cuidado. Deveriam esperar por níveis mais atraentes para investir em bônus em moeda local e externa emitidos por países dotados de abordagens de política monetária sensíveis, grandes reservas internacionais e poucos descompassos de endividamento. A boa notícia é que a categoria de ativos de mercados emergentes abrange atualmente um maior número de países desse gênero, principalmente quando comparada com crises anteriores.

 

Crise cambial piora situação de empresas e bancos da Turquia

Os últimos meses já vinham sendo angustiantes para o setor empresarial turco, normalmente bastante dinâmico. Mas agora a situação parece piorar a cada dia. Construtoras, incorporadoras imobiliárias e empresas de energia estão tendo que lidar com uma lira turca enfraquecida, enquanto os bancos que as financiam também sentem o impacto. Em julho, a Turk Telekom, um grande grupo local de telecomunicações, anunciou prejuízo de quase 1 bilhão de liras (US$ 145 milhões) no segundo trimestre, abalada pelo aumento no custo para financiar suas dívidas em moeda estrangeira.

Pouco depois, no espaço de uma semana, a Turquia entrou numa forte crise cambial e a lira perdeu 20% do valor em relação ao dólar americano. A desvalorização atingiu duramente as empresas que por anos aproveitaram as baixas taxas de juros e prazos mais longos dos empréstimos em euros e dólares para captar nessas moedas em vez de na lira turca. “Falar em retrospecto é fácil”, disse um executivo de uma grande empresa turca do setor de serviços. “Mas a atual experiência mostra que não deveríamos ter assumido esse risco [de captar grandes dívidas em moeda estrangeira].” Um relatório do banco central da Turquia mostrou que 85% do total de US$ 293 bilhões de empréstimos empresariais em moeda estrangeira no país recaem sobre 2.300 empresas.

Autoridades turcas dizem que as grandes empresas deveriam ter armado estratégias de hedge para se proteger contra a volatilidade cambial. Admitem, contudo, que algumas empresas não se precaveram. A agência avaliadora de risco de crédito Fitch alertou em informe recente para o fato de que grupos varejistas e de bens de consumo, sem muitas exportações, estão entre os com maior exposição ao risco cambial. Até empresas turcas sem grandes dívidas em moeda estrangeira têm sofrido. “Começamos a ter problemas com os fornecedores”, disse o dono de uma pequena empresa processadora de alimentos, que não quis ter o nome identificado.

“Eles não conseguem nos fornecer os itens que encomendamos por dificuldades com a definição do preço.” Na segunda-feira, seis usinas termoelétricas a gás na Turquia tiveram as operações suspensas depois da forte alta do combustível, segundo a Argus Media, firma que fornece dados do setor de energia. Os transtornos das empresas turcas também se disseminaram ao setor bancário, que também enfrenta seus próprios problemas de financiamento.

A Fitch desenvolveu um modelo de “teste de estresse” para avaliar o impacto da mudança das condições financeiras mundiais sobre a Turquia. Concluiu que uma lira mais fraca não só iria “aumentar significativamente” a alavancagem de empresas já muito endividadas, mas também colocar pressão sobre os bancos. O cenário básico do relatório presumia uma desvalorização da moeda turca para 6 liras por dólar até o fim de 2018. Na manhã desta terça-feira, a moeda era negociada a 6,884 por dólar, perto de sua pior cotação histórica, depois de no dia anterior ter repetidamente passado da marca das 7 liras.

Analistas do Goldman Sachs disseram em nota na semana passada que uma depreciação da lira para 7,1 por dólar “poderia corroer em grande medida o excesso de capital os bancos”, uma vez que seu patrimônio em liras diminuiria em relação a seus empréstimos em moeda estrangeira. Os preços dos bônus em dólar dos bancos turcos caíram fortemente na segunda-feira, projetando suas taxas de rendimento para cima de forma dramática.

O rendimento dos bônus sênior sem garantia dos três maiores bancos da Turquia — Isbank, Akbank e Garanti — agora estão acima dos 10%, de acordo com dados da Tradeweb. Os investidores também estão preocupados com os bancos europeus que têm grandes operações na Turquia. As ações do banco espanhol BBVA recuaram 3,3% na segunda feira, para seu menor patamar em 52 semanas.

As do UniCredit, da Itália, caíram 3,9%, as do banco holandês ING, 3,1%, e as do francês BNP Paribas, 1%. Analistas do Deutsche Bank estimaram que o custo de sair da Turquia poderia chegar a 12% do valor patrimonial do BBVA e a 4% nos casos do UniCredit e ING. Os investidores temem que o setor privado turco agora tenha de enfrentar várias frentes de batalha.

O colapso da lira, que se desvalorizou mais de 40% desde janeiro, complica os esforços tanto para pagar o serviço da dívida externa quanto para importar mercadorias. Só nos próximos 12 meses, as instituições privadas não financeiras da Turquia vão ter que pagar ou rolar US$ 66 bilhões em dívidas em moedas estrangeiras. Para os bancos, o montante chega a US$ 76 bilhões.

O setor bancário turco anunciou no fim de julho que ainda tinha acesso a financiamento por meio de créditos sindicalizados e que os grandes bancos não têm um volume muito grande de vencimentos neste ano. Mas um desaquecimento da economia — possível resultado da queda na confiança, de medidas fiscais mais rigorosas ou de aumentos das taxas de juros — também tornaria a vida de muitas empresas bem mais complicada.

A combinação de enfraquecimento da moeda e condições de negócios mais duras para as empresas turcas provavelmente seria um grande golpe para a qualidade das carteiras de crédito dos bancos do país. “A crise cambial da Turquia significa que os bancos turcos vão ter que passar por um ciclo de crédito difícil”, avalia a firma de análises de mercado Autonomous.

Ela presa prevê que os créditos inadimplentes dos principais bancos do país podem aumentar do atual patamar, de 3,5% da carteira total de créditos, para até 25%, em linha com crises anteriores em países emergentes e um pouco acima do observado durante a crise bancária turca do início do século. Até agora, o banco central turco se recusou a elevar as taxas básicas de juros, apesar do clamor dos investidores internacionais para fazê-lo como forma de defender a moeda.

Um grande fator na equação é o presidente do país, Recep Tayyip Erdogan, contrário à elevação dos juros, algo que segundo ele torna “os ricos mais ricos e os pobres mais pobres”. Na segunda-feira, o banco central tentou aliviar a pressão sobre os bancos turcos e reduziu a taxa do compulsório sobre depósitos bancários e prometeu proporcionar “toda a liquidez que os bancos precisem”. Os bancos turcos são vistos como a joia da coroa do sistema financeiro do país graças à reestruturação que se seguiu à crise anterior. Ainda assim, isso não vai amortecer o impacto da lira mais fraca, como aparentemente sinalizou um executivo de banco na segunda-feira.

“Quanto às taxas de juros, é preciso fazer tudo o que a ciência econômica exigir”, disse Adnan Bali, o executivo-chefe do Isbank, maior banco de capital aberto, em ativos, da Turquia, à Bloomberg. “Podemos não gostar disso — você precisa passar por quimioterapia para se livrar de tecidos indesejados, colocando em risco o sistema imunológico do corpo. É assim que são as taxas de juros.”

 

Risco eleitoral ainda não está 'no preço', dizem analistas

A eleição presidencial deste ano, que gera tanta ansiedade no mercado financeiro, ainda não está devidamente contemplada nos preços dos ativos financeiros, mesmo com toda a instabilidade observada recentemente. Entre gestores, analistas e economistas, a visão ainda é que o risco de um resultado desfavorável - a vitória de um candidato sem compromisso ou sem capacidade de implementar as reformas fiscais necessárias - não está contemplado, em grande medida porque não está claro o que os diferentes candidatos irão, de fato, defender. E isso pode ser entendido como potencial de muita volatilidade.

Para o Nomura, em meio às incertezas desta eleição, a definição de quem irá disputar o segundo turno pode ser um elemento-chave para o comportamento dos mercados. Os analistas Mario Castro e David Wagner afirmam, em relatório, que o câmbio hoje precifica cerca de 50% de chance tanto de um cenário mais otimista quanto de um cenário mais pessimista. E, para eles, o resultado mais positivo seria uma disputa entre Jair Bolsonaro (PSL) e Geraldo Alckmin (PSDB).

Se isso se confirmar, os analistas veem 70% de chance de o candidato tucano vencer a eleição. Nesse caso, haveria uma reação inicial de um rali de alta do real de cerca de 10% e de queda de 50 pontos-base nas taxas de juro de médio e longo prazo. Já o cenário mais negativo considerado pelo Nomura seria uma disputa entre Bolsonaro e o candidato do PT.

Nesse caso, os especialistas consideram equivalentes as chances de cada um desses candidatos, o que justificaria, como reação inicial, uma queda de 5,5% do real e uma alta de 0,61 ponto percentual da taxa do contrato de DI com vencimento em janeiro de 2025. Segundo o Nomura, Alckmin é "claramente o favorito do mercado", embora tenha tido "performance pobre" nas pesquisas eleitorais até agora.

Para a economista-chefe da XP, Zeina Latiff, o próximo presidente não vai ter direito a "lua de mel" com o mercado financeiro. Isso significa que as reformas fiscais terão de ser implementadas rapidamente, ainda no primeiro semestre. "Se o governo frustrar nas reformas, pode deixar a crise vista em 2015 na saudade."

Por outro lado, caso o próximo governo "aperte os botões certos", o país pode ingressar num cenário benigno e voltar a acompanhar o ritmo de crescimento do resto do mundo. Dada a gravidade do cenário atual e da urgência das reformas, o mais provável é que o próximo governo enfrente a questão fiscal, sob risco de não conseguir governar. "Sem uma agenda fiscal, pode haver uma espiral inflacionária que derrubará o presidente", diz.

"O custo de não se fazer as reformas é enorme." Nesse contexto, a economista ressalta que a agenda que se tem pela frente não é apenas da economia, mas da política. "Será preciso dialogar com todo mundo, e não bater na mesa, assumir uma postura de durão", afirma. "Tem candidato sem qualquer habilidade política, a começar pelo [Jair] Bolsonaro, e não podemos perder de vista de que essa é uma agenda da política."

Por isso, diz Zeina, o mercado quer saber não apenas quem será indicado para o Ministério da Fazenda pelos candidatos, mas também o time político. Zeina evita traçar cenários para o comportamento dos ativos considerando os diferentes candidatos. Mas diz que há grande preocupação com os candidatos de esquerda pelo fato de não ter havido, até agora, um diagnóstico claro do problema econômico atual por parte desses políticos. "Os equívocos cometidos pelo governo Dilma foram muito grandes e não parece que o PT compreendeu isso", diz. "Acho difícil que eles façam o que foi o Lula 1", completa, referindo-se à decisão do petista de implementar, em 2003, uma agenda liberal.

Sobre Jair Bolsonaro, a economista diz que ainda não se tem clareza sobre qual será a agenda defendida pelo candidato. "Só temos ideias vagas, não está claro se ele tem convicção sobre a necessidade de reformas", diz. Mas alerta que o fato de Bolsonaro ter escolhido o liberal Paulo Guedes como seu conselheiro econômico não dá garantias firmes sobre qual será a sua política. "Não dá para ficar confortável com o ministro ortodoxo. Lembrem que a Dilma tinha o Joaquim Levy", diz. "Por isso, o medo é que seja um governo que lembre o que foi o Dilma 2." Para Jorge Penteado Cunha Lima, sócio da empresa de soluções financeiras Eu Investimentos, há muita dúvida sobre se Bolsonaro vai ter a capacidade de implementar as reformas.

Ele afirma que esse risco "não está no preço." Ele acredita que os investidores darão o "benefício da dúvida" para qualquer um que defenda uma agenda fiscal séria, mas o novo governo terá que, rapidamente, mostrar trabalho. "Não tem porque o mercado jogar antecipadamente essa dúvida. Mas, se isso se confirmar, haverá uma forte deterioração." O especialista afirma que o dólar tende a ser o ativo a reagir mais rapidamente a um cenário negativo. E lembra que as plataformas de investimento ampliam a agilidade para que os investidores, inclusive pessoas físicas, recorram ao dólar como forma de proteção. "Muita gente já fez isso em 2014", diz.

 

Itaú reduz taxa para crédito imobiliário na carteira hipotecária

O Itaú Unibanco anunciou a unificação das taxas de juros de financiamento imobiliário das linhas do Sistema Financeiro da Habitação (SFH) e Carteira Hipotecária (CH), buscando, segundo o banco, um alinhamento aos objetivos da Resolução 4.676 para estimular o setor imobiliário, do Conselho Monetário nacional (CMN). A unificação se dará por meio da redução da taxa mínima da Carteira Hipotecária, que tem como funding recursos internos do banco, que cairá de 9% para 8,8% ao ano + TR , independentemente do valor do imóvel.

As taxas do Itaú Unibanco variam de acordo com o perfil do cliente e do seu relacionamento com a instituição. Para ter acesso às novas condições, não é necessário adquirir outros produtos do banco. “Avaliamos como positivas as mudanças anunciadas pelo governo e, dentro do nosso papel de encontrar oportunidades para fomentar o mercado e auxiliar no financiamento da casa própria, decidimos reduzir nossa taxa mínima da Carteira Hipotecária, já estabelecendo uma taxa de referência única, independentemente do valor do imóvel”, diz Cristiane Magalhães, diretora de crédito imobiliário do Itaú Unibanco.

A unificação das taxas é uma das iniciativas do Itaú Unibanco para incentivar a contratação do financiamento imobiliário e vem se juntar à elevação do valor máximo financiado para 82% do valor do imóvel, já implantado no primeiro semestre deste ano. A nova política de taxas valerá a partir do dia 17 de agosto.

No fim de julho, o CMN anunciou mudanças das regras de financiamento imobiliário que trouxeram a possibilidade de usar outros indexadores de mercado, como IPCA ou IGP-M, para a correção dos créditos imobiliários com funding do depósito de poupança. Para o crédito no Sistema Financeiro da Habitação (SFH), contudo, o CMN manteve os juros limitados a 12% ao ano.

No caso da Carteira Hipotecária, os recursos vêm de investimentos e poupança, e o contrato possui condições mais livres. Não há regras prefixadas por lei, ou seja, o contrato segue as regras internas dos bancos, que utilizam os próprios recursos para conceder o crédito. De janeiro a junho desse ano, o Itaú Unibanco destinou mais de R$ 4,5 bilhões para financiamento de imóveis, um crescimento de cerca de 40% em relação a 2017.

 

IBC-Br subiu 3,1% em junho, estimam economistas

Passado os principais efeitos do choque causado pela greve dos caminhoneiros, a reação dos indicadores de atividade levou a economia a crescer em junho, avaliam economistas. Segundo a estimativa média de 23 instituições financeiras e consultorias ouvidas pelo Valor Data, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) subiu 3,1% em relação a maio, feitos os ajustes sazonais.

Afetado pela paralisação de 11 dias, o indicador havia recuado 3,3% na medição anterior, pior resultado da série do índice, iniciada em 2003. As estimativas para o indicador, que tenta se aproximar do comportamento mensal do Produto Interno Bruto (PIB) e será divulgado hoje pelo Banco Central, vão de alta de 1% a 4%.

Segundo analistas, mais uma vez o dado do BC deve cair no trimestre. Já as previsões para as Contas Nacionais Trimestrais estão tanto no campo positivo - ainda que com alta modesta - quanto no negativo, na comparação dessazonalizada entre o primeiro e o segundo trimestres. "Os indicadores recentes reduziram as incertezas em relação à performance esperada para a economia neste ano, as quais foram infladas pela paralisação dos caminhoneiros", disse a equipe econômica do Santander, em relatório.

Nos cálculos do banco, o IBC-Br subiu 3,7% de maio para junho e 2,4% ante junho de 2017. A expansão foi influenciada por todos os principais setores da oferta, uma vez que indústria, comércio e serviços tiveram resultado positivo no mês, com destaque para o primeiro setor. Após forte queda em maio, a produção industrial deu um salto de 13,1% em junho, enquanto as vendas do varejo ampliado (inclui automóveis e material de construção) aumentaram 2,5%, e o volume de serviços prestados no país ficou 6,6% maior.

Para o Santander, os dados de junho não mostram desempenho "extraordinário" da atividade, mas, ao menos, os números voltaram ao terreno positivo. "Os indicadores de atividade apontam para retomada do crescimento em ritmo mais lento que o observado anteriormente. Como consequência, dificilmente teremos reposição das perdas oriundas da paralisação", afirmam os economistas do banco, que trabalham com alta de 0,3% para o PIB entre o primeiro e o segundo trimestres - bem abaixo da expectativa de alguns meses atrás.

Se a projeção de aumento de 3,6% para o IBC-Br em junho for confirmada, o indicador terá encerrado o segundo trimestre com recuo de cerca de 1% em relação aos três meses anteriores, estima o departamento econômico do Haitong. Como a evolução do IBC-Br mostra padrão similar à do PIB, os economistas Jankiel Santos e Flávio Serrano avaliam que o indicador oficial do IBGE também recuou de abril a junho, na comparação com os três primeiros meses do ano.

"Nossa estimativa preliminar aponta para queda em torno de 0,6% no período", afirmam Santos e Serrano, desempenho que deixaria um "carry over" de apenas 0,5% para o restante do ano. Isso significa que, se a economia ficar estável daqui em diante, terá terminado 2018 com expansão de apenas 0,5% - variação bastante inferior ao consenso de mercado para o ano, de avanço de 1,5%, destacam. O UBS segue projetando crescimento de 1,8% para a economia em 2018.

De acordo com os economistas Tony Volpon e Fabio Ramos, além da recuperação pós-greve, o efeito sobre a atividade da queda das taxas reais de juros deve contribuir com o comportamento do PIB. No terceiro trimestre, o banco suíço estima alta de 0,3% para o indicador em relação ao segundo. Essa é a mesma projeção do Santander para o período. "Em que pese a evidente postergação da recuperação econômica, torna-se mais límpido o cenário de melhora bastante gradual da economia, sujeito, é claro, ao devido cuidado fiscal do próximo governo", comentam os economistas da instituição.

 

FOLHA DE SÃO PAULO

Mercado minimiza risco de exposição de bancos europeus à crise turca

Depois de dois dias de fortes turbulências, os mercados emergentes esboçaram recuperação nesta terça-feira (14). Investidores passaram a ter a avaliação de que a exposição de bancos europeus a títulos turcos é limitada e o nível de contágio da crise cambial vivida pela lira pode ser menor.

Após quatro dias de queda, a moeda turca ganhou força ante o dólar nesta sessão e subiu 8,9%. No ano, a desvalorização ainda supera 40%.

Das 24 moedas emergentes, 12 subiram em relação à americana. No Brasil, o dólar fechou em baixa de 0,79%, a R$ 3,867.

As principais Bolsas também apresentaram melhora. Nos EUA, o Dow Jones avançou 0,45%. O Ibovespa, principal índice brasileiro, subiu 1,43%, para 78.602,11 pontos.

O risco de que a crise atingisse os bancos europeus, uma das preocupações de investidores nos últimos dias, foi praticamente descartado.

"O único banco com maior exposição à dívida turca é o BBVA, mas não é um risco sistêmico. Não é algo para os investidores se preocuparem", diz Cyrique Bourbon, gerente de portfólio da Morningstar Investment Management. O BBVA controla 49,9% do banco turco Garanti.

A consultoria política Eurasia lembra que bancos espanhóis, segundo relatório do BIS (Banco de Compensações Internacionais) teriam US$ 83,3 bilhões em exposição a dívidas turcas, enquanto instituições francesas teriam US$ 38,4 bilhões.

Segundo a Eurasia, esses valores absolutos são pequenos para o tamanho dos bancos.

O risco de um efeito colateral a bancos europeus também é mitigado pelo fato de muitos empréstimos terem sido tomados por subsidiárias dos bancos, e não pela matriz, diz a Eurasia. Alguns desses créditos foram denominados em lira turca, o que minimiza a flutuação cambial.

Ao Brasil, o risco também é considerado mínimo. "O setor bancário brasileiro é altamente concentrado e nacional", diz André Perfeito, economista-chefe da Spinelli.

Alvaro Bandeira, economista-chefe da Modalmais, ressalta que ações de bancos no Brasil subiram bem neste pregão.

Para Viktor Szabo, gestor sênior de investimento da Aberdeen Standard Investments, a única reação realista para a Turquia enfrentar a crise que vive —a inflação está em 16% ao ano— é aumentar os juros.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, se opõe à medida, afirmando que diminuiria o crescimento do país.

Nesta terça, Erdogan pediu um boicote aos produtos tecnológicos americanos. “Se eles têm o iPhone, há a Samsung do outro lado”, disse, a líderes do partido governante. “No nosso país mesmo existe a Venus”, fabricante turca de smartphones.

As relações entre Estados Unidos e Turquia se deterioraram na sexta-feira (10), quando o presidente americano, Donald Trump, dobrou as tarifas sobre metais do país —as alíquotas subiram para 50% e 20%, respectivamente.

Com a medida, Trump tenta pressionar a Turquia a liberar o pastor americano Andrew Brunson, preso no país acusado de tentativa de golpe contra o governo turco em 2016.

A piora das relação com os EUA deve aproximar Turquia e UE, avalia a Eurasia.

“A postura errática e volátil de Trump em relação à crise em desdobramento é, assim sendo, diametralmente oposta a como a União Europeia está acostumada a conduzir seus negócios com a Turquia (e especificamente a estratégia que Berlim empregou para assegurar a libertação de 4 dos 11 jornalistas alemães que estavam detidos na Turquia no começo do ano)”, afirma a consultoria em comunicado.

Além disso, prossegue, a impopularidade de Trump na Europa torna altamente improvável que líderes europeus se alinhem com sua abordagem.

 

O ESTADO DE SÃO PAULO

Governo recua e mantém trecho que garante correção de gastos em educação pela inflação

O governo voltou atrás e decidiu manter o trecho da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2019 que garante à educação a manutenção do atual valor de gastos corrigido pela inflação. Segundo apurou o Estado, houve "pressão de todos os lados" para que esse dispositivo fosse mantido.

Nesta terça-feira, 14, o governo vetou 18 dispositivos da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2019 que havia sido aprovada pelo Congresso Nacional. Entre os trechos vetados estava o que corrigia despesas da educação pela inflação e da saúde pela inflação e evolução da população. Pouco após o anúncio dos vetos, o governo mudou de ideia e manteve o trecho que garante a correção de gastos na educação pela inflação.

Também ficou de fora o trecho que cobrava um Projeto de Emenda à Constituição (PEC) para alterar a regra de ouro. Na Câmara, já existe uma PEC em tramitação, apresentada pelo deputado Pedro Paulo (DEM-RJ), sobre o tema.

Outro veto está no polêmico trecho da LDO que poderia cortar recursos de programas com financiamento próprio de instituições de ensino. Na prática, isso permitira que as universidades públicas usassem receitas próprias para bancar gastos fora do teto.

Nesse tema, o trecho vetado diz que "não serão consideradas" as "despesas financiadas por meio de receitas próprias, de convênios ou de doações, quando forem relacionadas à execução de projetos ou atividades, contratos ou convênios direcionados ao apoio e desenvolvimento de pesquisa científica e tecnológica; à manutenção e ao desenvolvimento do ensino; a programas de pós-graduação e extensão; à realização de exames educacionais; bem como à avaliação, ao monitoramento e à realização de estudos e pesquisas para o desenvolvimento de políticas educacionais".

Recuo rápido

A decisão de restabelecer a correção dos gastos da educação pela inflação foi tomada pouco tempo depois que o ministro do Planejamento, Esteves Colnago, defendeu o veto em entrevista coletiva. Segundo ele, a proposta do Congresso Nacional provocaria um engessamento muito grande no Orçamento.

A medida criaria um "subteto", advertiu o ministro, e pode representar uma obrigação adicional para Orçamentos dos próximos anos.

O governo já vinha sofrendo pressão da área de educação por recursos no Orçamento de 2019. A Capes ameaçou suspender bolsas de pesquisa científica devido ao corte de recursos para a área. Uma audiência pública foi realizada hoje no Congresso para debater as verbas para a Educação.

Segundo apurou o Estado, o veto que atingia a educação foi incluído porque houve um "raciocínio equivocado" de que a correção dos gastos assegurada pelo texto superaria a inflação - a exemplo da regra para as despesas em saúde, que subiriam de acordo com a inflação e com o crescimento populacional. Quando ficou claro que o ganho para a educação seria apenas a inflação, Temer não concordou com a proposta de veto.

A regra do teto de gastos prevê que apenas o mínimo constitucional para a educação seja corrigido pela inflação, mas não assegura na Constituição a preservação do valor real do orçamento para a área de um ano para o outro.

Segundo apurou o Broadcast, a desistência do veto não deve provocar impacto em termos fiscais, já que a proposta orçamentária trará uma dotação superior para a Educação do que seria obtido com a aplicação do artigo que prevê a correção pela inflação. Mas, de acordo com uma fonte, o precedente é "preocupante", porque será difícil retirar esse texto das próximas LDOs, e todas as demais áreas vão trabalhar para terem regras idênticas no próximo ano.

O próprio Congresso Nacional pode se articular para derrubar vetos aos artigos que pretendiam assegurar a correção dos gastos em saúde e assistência social.

Risco fiscal

Os vetos decididos pela equipe econômica e a Casa Civil seguiram duas diretrizes principais: evitar medidas que tragam enrijecimento do Orçamento e ações que poderiam colocar em risco a execução fiscal. A explicação foi dada pelo ministro do Planejamento, Esteves Colnago.

Sobre o argumento do enrijecimento, o ministro deu como exemplo o veto ao trecho que tratava da contratação de agentes comunitários. "Isso traria enrijecimento para o Orçamento da Saúde e custo para os Estados", disse. Colnago explicou que o enrijecimento orçamentário "tira a liberdade" para reorganização dos recursos e, no futuro, pode caminhar "no sentido de se tornar uma alocação obrigatória de recursos".

O veto ao trecho da LDO que tratava das despesas financiadas por receitas próprias foi decidido com o argumento de que o texto entrava em conceitos sobre o que é uma despesa primária. "Isso trazia para a Lei um conceito que não deve estar nela", disse o ministro.

O ministro comentou ainda vetos que derrubam trecho que atribuía um prazo para que o próximo presidente encaminhasse ao Congresso um plano para reduzir os benefícios tributários do atual patamar em torno de 4% para 2% do Produto Interno Bruto (PIB) em até 10 anos. A decisão do governo foi vetar o prazo para que o governo encaminhasse uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) até 31 de março. Colnago explicou ainda que seria uma inconstitucionalidade obrigar o próximo presidente a encaminhar uma PEC.

A meta de redução dos benefícios tributários de 4% para 2% do PIB, porém, ficou mantida e o próximo presidente poderá fazê-lo até o fim do exercício. "O próximo vai propor aquilo que entende que deve ser retirado. É um desejo do governo, mas não deveríamos impor definições e o próximo presidente vai ter essa liberdade", disse o ministro.

Colnago explicou ainda que foi vetado trecho que permitia alocação de recursos em estradas vicinais. "As vicinais estão em todo lugar. Não há nenhuma vinculação que estejam ligando ligadas a alguma rodovia federal. Essa seria uma possibilidade de custos muito grandes", disse. "Então, solicitamos veto".Para o ministro, o próximo governo precisa ter discricionariedade para gerenciar os recursos. Atualmente, o governo só tem autonomia para dispor sobre cerca de 5% de todo o Orçamento.

Sobre os trechos da LDO que exigiam do presidente da República um plano para revisão das renúncias tributárias, o ministro comentou que foi retirado o prazo para apresentação das medidas, mas o próximo presidente terá de apresentar o plano ainda no próximo ano. "Se o próximo presidente não enviar um plano de revisão das renúncias, estaria descumprindo a LDO de 2019", disse.

A decisão do governo foi vetar o prazo para que o governo encaminhasse uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) até 31 de março. Colnago explicou ainda que seria uma inconstitucionalidade obrigar o próximo presidente a encaminhar uma PEC. A meta de redução dos benefícios tributários de 4% para 2% do PIB, porém, ficou mantida e o próximo ocupante do Palácio do Planalto poderá fazê-lo até o fim do ano.

Colnago também mencionou que o governo decidiu vetar o trecho da Lei que permitia que municípios inadimplentes firmassem novos convênios - o que representaria uma nova fonte de recursos aos prefeitos. "Estaríamos comprometendo recursos do município e, se ele estiver inadimplente, não poderia ser redirecionado", disse o secretário de gestão do Planejamento, Gleisson Rubin.

Aumentos para servidores

A autorização para o reajuste no salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) está, na prática, nas mãos do presidente Michel Temer. O ministro Colnago disse que a Constituição exige que propostas de aumento sejam autorizadas na LDO, e o texto aprovado pelo Congresso Nacional para 2019 não traz essa permissão. Só Temer pode encaminhar uma proposta de mudança, e essa decisão ainda está em debate pelo governo.

Mesmo que o Judiciário inclua dotação orçamentária para bancar o reajuste, Temer precisa enviar um projeto de lei para alterar a LDO e incluir a autorização expressa para novos aumentos. Essa proposta só pode ser enviada pelo Poder Executivo, ou seja, não é algo que esteja ao alcance dos parlamentares.

O ministro reconheceu, porém, que não há martelo batido no governo sobre enviar ou não essa proposta - o que significaria abrir caminho para o aumento, que gera efeito em cascata em outros poderes e também nos Estados, mesmo em cenário de forte restrição fiscal.

"A mudança na LDO para autorizar novos aumentos ainda está em discussão", afirmou Colnago em entrevista coletiva.

Como mostrou o Broadcast, o reajuste de 16,38% que os ministros do STF querem aprovar no próprio salário para 2019 pode gerar uma fatura extra de até R$ 4,1 bilhões a ser dividida entre os demais poderes da União e os Estados, segundo cálculo das consultorias de Orçamento da Câmara e do Senado. As consequências dessa medida preocupam a equipe econômica, já que boa parte do esforço fiscal recente se reverteria para salários, enquanto o espaço para investimentos e gastos com manutenção de serviços à população fica cada vez menor.

Sem o reajuste do STF, a folha de pagamento da União já chegará a R$ 328 bilhões no ano que vem. Enquanto isso, a margem para despesas de investimento e custeio cairá a R$ 90 bilhões, o que impõe severas restrições ao funcionamento dos órgãos. O efeito causado pelo aumento dos ministros tiraria "do pouco que ainda tem" para esses gastos, segundo uma fonte da área econômica. O Ministério da Educação já alertou para o risco de suspensão de bolsas de pesquisa científica em 2019.

 

Para crescer em crédito imobiliário, Banco Inter aposta em poupança

Com uma carteira de R$ 1,6 bilhão de crédito imobiliário, o Banco Inter, presidido por João Vitor Menin, espera aumentar em até 40% a linha nos próximos anos, a partir do lançamento, hoje, da opção de investimento em poupança em seu aplicativo. Embora tenha foco no público de varejo, a caderneta ainda não constava no leque de aplicações. Com a poupança, a instituição espera, além de atender seu maior público, ser mais competitiva em sua principal linha de crédito, a imobiliária, e abocanhar parte desse mercado, onde a concorrência deve aumentar diante das novas regras do financiamento imobiliário.

Pensando grande. O banco calcula em R$ 14 bilhões o montante potencial que as aplicações em poupança poderiam alcançar em 12 meses, considerando a perspectiva de chegar a 2 milhões de correntistas no mesmo período e uma penetração de 2% do estoque de R$ 750 bilhões da poupança no sistema. Até o final de julho, o banco digital somava 900 mil correntistas.

 

Com incertezas na economia, setor imobiliário reduz ritmo de lançamentos

A recuperação tímida da economia e as incertezas quanto aos rumos do País a partir do ano que vem têm pesado no mercado imobiliário. De olho em um consumidor que pensa duas vezes antes de gastar, as empresas reduziram o ritmo de lançamentos.

O número de unidades residenciais lançadas na cidade de São Paulo foi 3,9% maior no primeiro semestre deste ano ante o mesmo período de 2017, segundo a Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp), obtidos pelo Estado. Na comparação do primeiro semestre de 2016 com o de 2017, a alta havia sido de 10,3%.

O Secovi-SP, entidade do setor, que havia previsto crescimento de 10% para o mercado este ano, já disse que terá de revisar as projeções.

O setor sempre segue a aceleração da economia, diz o diretor do Núcleo de Real Estate da Poli-USP, João da Rocha Lima Júnior. “A compra do imóvel demanda grande investimento. Quando se tem uma segurança frágil na economia, a família posterga a compra.”

As unidades de dois dormitórios lançadas entre janeiro e junho representaram mais de 60% do total de novos imóveis.

Espera. O analista de TI Gabriel de Sousa, de 33 anos, adiou os planos de sair da casas dos pais. Efetivado no emprego em abril, parou de procurar um imóvel na planta e vai esperar até janeiro. “Até encontrei opções mais baratas, mas alguns colegas da empresa não tiveram os contratos renovados.”

“A gente tinha uma expectativa no início do ano de o País crescer. Os números que foram apresentados até maio eram bem positivos. Em um certo momento, sobretudo após a greve dos caminhoneiros, houve uma mudança no humor das pessoas”, diz Milton Bigucci, dono da construtora MBigucci. A empresa segurou lançamentos.

Lima Júnior avalia que o setor deve ficar mais aquecido após as eleições, já que o País terá mais pistas quanto aos rumos da economia a partir de 2019.

 

BANCO DE TALENTOS

ÁREA DO ASSOCIADO

O Sinduscon/RN pensa como você, e por isso trabalha:

NOSSA MISSÃO

Representar e promover o desenvolvimento da construção civil do Rio Grande do Norte com sustentabilidade e responsabilidade sócio-ambiental

POLÍTICA DA QUALIDADE

O SINDUSCON/RN tem o compromisso com a satisfação do cliente - a comunidade da construção civil do Rio Grande do Norte - representada por seus associados - priorizando a transparência na sua relação com a sociedade, atendimento aos requisitos, a responsabilidade socioeconômica, a preservação do meio ambiente e a melhoria contínua.

CONTATO

55 84 3206 5362

contato@sindusconrn.com.br

SOCIAL

LOCALIZAÇÃO

Rua Raimundo Chaves, 2182 - Sala 101 Empresarial Candelária - Candelária - Natal/RN

SINDUSCON/RN (C) 2012 - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS