Quinta-feira

VALOR ECONÔMICO

Eleição piora condições financeiras e juro real sobe

O cenário eleitoral indefinido, além do ambiente mais avesso aos mercados emergentes, impôs um aperto das condições financeiras no Brasil, com forte subida do juro real, mesmo com a taxa básica sendo mantida pelo Banco Central em 6,5% ao ano desde maio. O mercado de taxas futuras embute uma alta de quase dois pontos percentuais para o prazo de um ano, o que tende a pressionar o custo crédito e as expectativas para a economia.

O juro real - considerando o swap de juro de 360 dias, na casa dos 8,2%, descontada a inflação de 3,8% esperada para os próximos 12 meses - alcança 4,14%, quase dois pontos acima da taxa de 2,17% registrada em 27 de abril, menor patamar desde junho de 2012. O efeito imediato desse aumento é o encarecimento do custo de captação das instituições financeiras, o que pode se traduzir em aumento do juro dos empréstimos na ponta tomadora se esse cenário persistir. Outro reflexo é a paralisação da demanda por crédito de médio e longo prazos.

Segundo uma fonte ligada a uma grande instituição bancária que pediu para não ser identificada, "com essa volatilidade no juro longo ninguém quer tomar crédito de prazo maior. Está todo mundo esperando a incerteza passar, a demanda por esse tipo de linha está praticamente parada". De acordo com esse interlocutor, o custo para operações de curto prazo não sente essa oscilação, porque "o que vale é o depósito à vista". Para o profissional, "não existe uma pressão para os financiamentos que têm saído no momento porque o custo segue o DI diário".

A volatilidade tem inibido também a disposição dos bancos de oferecer linhas prefixadas de prazos mais longos. "A oferta está reduzida, porque os próprios bancos têm sido mais conservadores em conceder crédito longo e focado mais em linhas com garantia, como o imobiliário e o financiamento para veículos", pondera outro executivo que pediu anonimato. Do lado dos juros cobrados nos empréstimos, por ora o que se viu diante da perspectiva de volatilidade com as incertezas políticas foi a interrupção do processo de redução.

"A queda dos juros dos empréstimos tem ficado atrás não apenas da redução da taxa Selic, mas também do ritmo de recuo da inadimplência, especialmente no segmento corporativo", assinala o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi). Conforme mostram os dados mais recentes do Banco Central, entre julho de 2017 e julho de 2018, a inadimplência das empresas recuou 38%, enquanto as taxas médias dos financiamentos caíram apenas a metade disso, ou seja, 19%.

Segundo os dados do BC, os juros médios dos empréstimos com recursos livres em julho permaneciam em 20,6% ao ano para empresas e em 52% ao ano para as famílias, taxas classificadas pelo Iedi como "muito elevadas". Nesse mesmo período, a taxa Selic caiu de 10,25% para 6,5% ao ano.

Esse descompasso preventivo adotado pelas instituições, com maior lentidão do repasse dos cortes da Selic para as taxas finais e a provável paralisação desse movimento diante do quadro atual, tem segurado um aumento generalizado dos juros cobrados nos financiamentos nas principais linhas de pessoa física. Mas o aumento do custo de capital dos bancos pode começar a ser repassado em breve. A taxa prefixada média do Certificado de Depósito Bancário (CDB), uma das principais fontes de recursos das instituições, chegou a 9,88% no dia 30 de agosto, de acordo com dados do BC.

O presidente do Itaú Unibanco, Candido Bracher, afirmou que o banco terá de voltar a aumentar a rentabilidade das operações de crédito, já que o custo de capital dessa atividade aumentou recentemente. O executivo, que fez apresentação ontem a investidores na Apimec, lembrou que o crédito destruiu valor para o Itaú na crise econômica, mas a rentabilidade voltou a superar o custo de capital na primeira metade deste ano.

"Agora, o custo de capital subiu de novo, então vamos ter de aumentar a rentabilidade do crédito." A deterioração das condições financeiras também afeta em cheio a confiança dos agentes de mercado, avalia Rodrigo Borges, gestor de renda fixa da Franklin Templeton. "Isso segura investimento, consumo e prejudica a economia. Por isso, as expectativas de crescimento têm sido revisadas para baixo", explica.

"Mais de 90% desse aumento é prêmio de risco. Se você tiver um cenário antirreformas, a inflação vai disparar e aí o juro nominal atual seria muito baixo. Se tiver um governo pró-reformas, esse juro vai ter de cair", afirma o ex-diretor de política monetária do BC e atual sócio da Mauá Capital, Luiz Fernando Figueiredo.

Segundo ele, não se esperava que a essa altura do processo eleitoral as dúvidas sobre o resultado seriam tão grandes. E se o cenário de indefinição persistir conforme se aproxima a eleição, mais prêmio de risco o mercado vai exigir, acrescenta Figueiredo. Roberto Padovani, economista do Banco Votorantim, segue a mesma linha de raciocínio. Para ele, o cenário eleitoral imprevisível implica mais prêmio de risco.

Ele acrescenta que a alta recente do dólar também tem sua culpa no movimento de alta do juro real, por conta dos potenciais efeitos sobre a inflação, o que exigiria uma reação do BC. Outro cenário seria a intervenção da autoridade monetária para segurar o valor da moeda. Embora considerado pouco provável pela maior parte dos investidores, ele tem seu preço no mercado.

O UBS, em relatório assinado pelo economista-chefe Tony Vopon e pelo economista Fábio Ramos, aponta que a inflação implícita nos juros futuros de cinco anos "está acima da meta", superior a 6% ao ano. Segundo os economistas, "apesar da inflação atual baixa e das expectativas ancoradas [segundo o boletim Focus], a curva local de juros está abrindo de maneira acentuada e, em nossa opinião, esse movimento reflete as incertezas internas política e fiscal e um ambiente externo mais hostil para os emergentes".

O UBS espera que, diante desses fatores, o BC "eleve a Selic no encontro logo após a eleição, ao contrário das expectativas [do mercado] de uma nova alta apenas na metade de 2019". A instabilidade política cria um processo de aperto monetário que foge do controle do Banco Central.

Essa conjuntura junta-se a outros fatores e cria uma espiral negativa - o juro está mais alto, afeta o custo do crédito e impacta diretamente a atividade econômica, que por sua vez volta a trazer mais prêmio de risco. Para o UBS, "o cenário para crescimento em 2018 permanece binário: vai depender de como os agentes econômicos percebem a probabilidade de continuidade das reformas após as eleições e se as condições externas benignas vão continuar".

 

Piora das condições financeiras já afeta PIB

A piora das condições financeiras já atrapalha a retomada da economia e pode ter um impacto ainda maior sobre o Produto Interno Bruto (PIB) de 2019. Os juros futuros e o câmbio, em especial, se deterioraram nas últimas semanas. Como a maior parte dessa piora está ligada às incertezas sobre as soluções do próximo presidente para a crise fiscal, o quadro ainda é descrito como "binário" por economistas.

Ou seja: a vitória de um candidato reformista traria uma melhora quase imediata às condições financeiras; já a eleição de um presidente com propostas pouco claras sobre as contas públicas levaria a uma deterioração ainda maior. Ambos os casos teriam impacto sobre a atividade. "Parte das revisões do PIB deste ano incorporava condições financeiras adversas", diz Carlos Kawall, economista-chefe do Banco Safra.

No modelo do Safra, os juros futuros respondem por 60% das condições financeiras, que incluem também o comportamento de câmbio, risco-país e ações negociadas na Bolsa. Atualmente o banco calcula expansão de 1,5% para o PIB deste ano. Mas, desde a última revisão, as condições se deterioraram ainda mais, sugerindo crescimento abaixo de 1%" caso as variáveis se mantenham no nível atual.

Ontem foi a vez de o Santander revisar a sua estimativa de crescimento, de 2% para 1,5%. "O fraco desempenho nos últimos meses" do índice de condições financeiras do banco "reforça a avaliação de perda de ímpeto do PIB no curto prazo", escrevem economistas da instituição em relatório. Os juros futuros e o dólar começaram a subir com mais intensidade no primeiro semestre, puxados principalmente pela perspectiva de normalização monetária nos Estados Unidos.

A greve dos caminhoneiros tornou o cenário econômico mais turvo, mas foi o crescimento das incertezas eleitorais que levou à alta recente, mais intensa. Nos cálculos do Safra, dois terços da deterioração podem ser explicados pelo setor doméstico. A elevação da curva de juros acontece justamente no período em que a taxa básica, a Selic, atingiu 6,5%, o menor patamar da história. Ou seja: os efeitos positivos sobre a atividade causados pela queda histórica podem acabar minimizados pela alta dos juros futuros.

"Mesmo com a taxa Selic parada no menor patamar de sua história, as condições financeiras não estão, na margem e na prática, sendo estimulativas", diz o Santander. "Tudo isso reduz consideravelmente o impacto da redução de juros colocada em prática pelo Banco Central", diz José Ronaldo de Souza Jr., diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O instituto deve rever a sua projeção de crescimento de 1,7% neste ano, em parte pela piora das condições financeiras.

Em meio às dúvidas sobre a eleição, é consenso entre os economistas que a vitória de um candidato reformista reverteria boa parte da piora recente. "Você acaba antecipando o cenário futuro e começa a crescer hoje, não lá na frente", diz Fábio Ramos, economista do UBS. Para Souza Jr., a redução dos juros nesse cenário otimista se daria por dois canais: o menor risco fiscal, em um primeiro momento, e a menor pressão que esse risco mais baixo exerceria sobre o câmbio, na sequência. Já a eleição de um candidato com propostas pouco claras a respeito de como equilibrar as contas públicas teria efeito oposto.

"É evidente que uma política econômica que não enfrente os desafios fiscais de maneira tempestiva acabará por produzir juros maiores", escreve a equipe econômica do Bradesco em relatório divulgado ontem. "Esses acabariam subindo porque haveria piora da credibilidade de política econômica, contaminando as expectativas para 2019, ou porque o câmbio continuaria descolado dos fundamentos externos, refletindo os riscos fiscais."

Para Kawall, no cenário pessimista, "seria real a possibilidade de recessão no ano que vem". A combinação entre os juros futuros de três anos em 10% e a expectativa de inflação em aproximadamente 4% levaria os juros reais para cerca de 6%. Como a taxa de juro neutra estimada por ele é de 4%, os juros reais de 6% estariam "em um patamar claramente contracionista", sinalizando retração da atividade. "Todas as vezes em que a economia brasileira se recuperou, os juros futuros ficaram abaixo da meta Selic", afirma Margarida Gutierrez, professora do Coppead da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

A transmissão das taxas futuras mais altas para a atividade se daria, em parte, pelo encarecimento do crédito. "Nas operações mais longas, a referência do empréstimo é a curva de juros, não a Selic", diz Kawall, citando o exemplo do financiamento pré-fixado de veículos. Margarida, da UFRJ, lembra que em setembro de 2015, quando a crise econômica e política do governo Dilma Rousseff entrava no seu auge, os juros de três anos estavam na casa dos 17% ao ano. Em 2016, o PIB caiu 3,5%. "Juros de 15% ou 17% ao ano são absolutamente incompatíveis com qualquer nível de recuperação", diz Margarida.

"A empresa pensa: com os juros pagando isso, por que vou investir na produção?" Mas, além de "balizadora do custo do crédito", a curva de juros funciona como "indicador antecedente" da economia. "Isso afeta diretamente as decisões de produção e consumo", afirma. Além dos juros, outra fonte de preocupação para a atividade é a desvalorização do câmbio, principalmente em um cenário de aumento do endividamento de empresas brasileiras no exterior, lembra Souza Jr., do Ipea.

"Até o exportador, que a princípio seria beneficiado por esse câmbio mais desvalorizado, não está ganhando", diz Margarida Para ela, a incerteza eleva a volatilidade e afasta o real de seus fundamentos. "É melhor esperar para fechar um contrato e ter a noção de qual pode ser um câmbio mais estável." Ainda assim, mesmo no caso de vitória de um candidato reformista, a reversão da deterioração das condições financeiras dificilmente seria completa. Além do aperto monetário nos EUA, há questões como o aumento das tensões comerciais e a piora da conjuntura da Argentina e da Turquia, que devem manter o cenário externo desafiador. "O próximo presidente, independentemente de quem for, terá que lidar com consequências do aumento dos juros que já aconteceu, por exemplo", diz Ramos.

 

FOLHA DE SÃO PAULO

Tomar riscos agora seria fazer apostas, diz banqueiro Roberto Setubal

O copresidente do conselho de administração do Itaú Unibanco, Roberto Setubal, afirma que no cenário atual do país, não é um momento favorável para tomar riscos. “Tomar risco agora seria fazer apostas e nós não queremos fazer apostas. Teremos muita disciplina na gestão de capital”, disse o empresário. 

O presidente do banco, Candido Bracher, na mesma linha, afirma que a volatilidade do mercado deverá continuar até o segundo turno das eleições presidenciais. "Ainda não está claro quem vai para o segundo turno. Mas vejo com satisfação que o tema fiscal permeia os discursos de todos os principais candidatos. Eles reconhecem a necessidade do ajuste fiscal", afirmou Bracher sem citar nomes de presidenciáveis.

Setubal e Bracher deram as declarações durante a reunião da Apimec (Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais), em São Paulo, evento do mercado de capitais que reúne analistas e acionistas.

Setubal explicou a questão câmbio após ser questionado se o banco poderia aumentar a concessão de empréstimos. Setubal afirmou que o banco toma medidas de gestão de capital, em função do estresse atual do mercado, para manter o capital mínimo em 13,5%.

O empresário mostrou uma simulação apontando que se o dólar chegasse a R$ 5, o capital mínimo do banco, que no primeiro semestre estava em 14,2%, cairia a 13,3% em dezembro deste ano — abaixo do s 13,5% definidos pelo banco.Capital mínimo é aquele que o banco precisa manter para ultrapassar situações de estresse.

Com as medidas já tomadas pelo banco, que incluem diminuição de operações cambiais e aumento de hedge (proteção), esse percentual subiria para 14,5% no final do ano no caso hipotético de o dólar se situar em R$ 5.

Setubal afirmou que além do câmbio, títulos de dívida de longo prazo, cujo valor de mercado varia em situações de estresse, também afetam a composição de capital, uma vez que o Banco Central desconta da sua base.

“A gente nunca sabe onde vai terminar o estresse, então tomamos medidas para manter o nível de capital elevado."

Bracher destacou que gerir cenários de risco é a essência da atividade de qualquer banco. "Quando você trabalha com crédito, com ativos e passivos em diferentes moedas, que você nunca sabe como vão se comportar, você tem sempre que estar atento aos possíveis cenários", disse.

Ele acrescentou que o Itaú gerencia suas posições de câmbio desde que o dólar atingiu R$ 3,50. "Temos modelos e fazemos nossas operações progressivamente à medida que o câmbio anda,  "Com essas medidas, mitigamos muito o impacto nos nossos negócios", disse.

O presidente do Itaú afirmou que não existe um câmbio ideal. "O importante é que haja um câmbio estável. A volatilidade atrapalha os agentes econômicos em suas tomadas de decisões", disse. Bracher acrescentou ainda que o real está sendo influenciado tanto pela situação brasileira, com a indefinição eleitoral, quando pelo quadro externo, com a alta dos juros dos países desenvolvidos.

 

O ESTADO DE SÃO PAULO

Risco Brasil dobra em 2018 com indefinição eleitoral

As incertezas em relação ao desfecho das eleições presidenciais, aliadas a um cenário externo mais tumultuado para os países emergentes, fizeram o risco Brasil dobrar neste ano. O CDS (credit default swap, uma espécie de seguro contra calotes da dívida de países), que estava em 140 pontos em janeiro, está agora em 282 pontos – depois de alcançar 310 em agosto. Entre os principais emergentes, o Brasil só está melhor que Argentina, cujo risco país está em torno de 700 pontos, e a Turquia, na casa dos 500.

O risco país é uma espécie de sobretaxa que se paga em relação aos títulos do Tesouro americano, considerados os papéis mais seguros do mundo. Ou seja, quanto maior o risco, mais o investidor estrangeiro quer receber de juros para comprar os papéis daquele país, já que a possibilidade de um calote é considerada mais alta. Na prática, um risco país alto acaba afugentando investimentos. Em 2008, quando o Brasil conquistou o grau de investimento pelas agências internacionais (que é um selo de bom pagador), o CDS estava em cerca de 100 pontos.

No caso brasileiro, segundo analistas, a eleição é a principal responsável pelo aumento do risco país. E a avaliação é que esses números podem subir ainda mais, dependendo do quadro que se desenhar para o segundo turno.

Economistas ressaltam que a principal preocupação do mercado financeiro é se o novo presidente vai prosseguir com o ajuste fiscal, pois a dívida pública brasileira tem trajetória considerada insustentável. Uma das principais medidas de solvência de um país, a relação entre a dívida pública e o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil está perto de 80%, enquanto a média dos emergentes é de 50%.

Fragilidade

Na avaliação do ex-diretor do Banco Central Luiz Fernando Figueiredo, sócio da Mauá Capital, os eventos no mercado doméstico têm sido responsáveis pela determinação de 90% dos preços dos ativos, incluindo as taxas do CDS. Ele ressalta que o mercado externo está mais desafiador para os emergentes como um todo, mas são os países mais fragilizados internamente – Brasil, África do Sul, Argentina e Turquia – que estão sofrendo. São esses países que tiveram maior alta do dólar em 2018. Só na Argentina, a divisa dos Estados Unidos subiu 103%, enquanto na Turquia avançou 68%. No Brasil, a moeda saiu da casa dos R$ 3,20 para o nível de R$ 4,10 – um avanço de 24,5% no ano.

Essa piora dos preços dos ativos brasileiros, incluindo o CDS, só vai se reverter “quando e se” os investidores tiverem uma visão mais clara de como será a política econômica do próximo presidente, ressalta o ex-presidente do Banco Central, Gustavo Loyola, sócio da consultoria Tendências. “Na ausência de sinais mais claros, o mercado vai ficar na defensiva”, afirma.

 

Consignado com garantia do FGTS será oferecido pela Caixa até o final do mês

Trabalhadores da iniciativa privada poderão contar com uma nova opção de crédito até o final do mês. O empréstimo consignado com uso do FGTS como garantia passará a ser oferecido pela Caixa a partir do dia 26 de setembro. A linha de financiamento, que estará à disposição de 36,9 milhões de brasileiros, terá juros de no máximo 3,5% ao mês, com prazo de pagamento de até 48 meses.

“Nosso objetivo é disponibilizar aos trabalhadores uma linha de financiamento que seja realmente viável tanto para tomar o dinheiro quanto para pagar depois”, afirmou, em nota, o ministro do Trabalho, Caio Vieira de Mello.

Os valores emprestados dependerão do quanto os trabalhadores têm depositado na conta vinculada do FGTS. Pelas regras, eles podem dar como garantia até 10% do saldo da conta e a totalidade da multa em caso de demissão sem justa causa, valores que podem ser retidos pelo banco no momento em que o trabalhador perder o vínculo com a empresa em que estava quando fez o empréstimo consignado.

Entenda

Em agosto, o governo federal criou uma nova dinâmica para facilitar a concessão de empréstimos consignados com garantia do FGTS aos trabalhadores da iniciativa privada. Nela, a Caixa cria uma conta apartada no FGTS do trabalhador, contendo 10% do fundo mais o valor referente aos 40% de multa em eventual demissão, que serve de garantia para esses empréstimos.

Desde julho de 2016, uma lei permite ao trabalhador da iniciativa privada fazer um empréstimo consignado, em que as parcelas são descontadas diretamente na folha de pagamentos, com a garantia do FGTS. Essa garantia era formada justamente por 10% do Fundo e pelos 40% da multa paga pelas empresas em caso de demissão sem justa causa.

O problema é que a lei nunca pegou. Isso porque os bancos só eram informados sobre os valores referentes ao saldo do FGTS do trabalhador no momento em que ele era demitido da empresa. Havia ainda casos em que o trabalhador usava os recursos do Fundo em um financiamento imobiliário, o que reduzia os valores disponíveis para a garantia. Como não havia a separação dos 10% para o crédito consignado, mais os 40% da multa, os bancos enxergavam risco maior nas operações.

Com as mudanças normativas promovidas, os bancos têm, em tese, mais segurança para realizar as operações. Segundo o Planejamento, os porcentuais relativos ao crédito consignado ficarão separados do restante do FGTS, como garantia. Ao mesmo tempo, esses recursos vão render normalmente, de acordo com as regras do fundo. O rendimento ficará na conta do FGTS do trabalhador, e não no montante segregado para garantia.

 

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