Sexta-feira

ESTADÃO

Reforma da Previdência é positiva, mas insuficiente para crescimento econômico, diz Sinduscon-SP

Embora o encaminhamento da reforma da Previdência seja um ponto positivo para o reequilíbrio das contas públicas, essa medida, sozinha, não terá o poder de desatar o nó que atrapalha a retomada do crescimento econômico do País e, especialmente, da construção civil.

A avaliação é do vice-presidente de Economia do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), Eduardo Zaidan.

"O encaminhamento da reforma foi um passo importante para demonstrar que a sociedade brasileira se preocupa com o ajuste da situação fiscal do País", observa. "É muito positivo. Mas ainda é insuficiente para retomar o crescimento", ponderou.

Na sua avaliação, o Brasil continuará carente de investimentos públicos e privados capazes de impulsionar a economia nacional a menos que outras reformas sejam encaminhadas, como a tributária. "A economia é desfuncional como um todo e precisa de outros ajustes", avaliou.

O Produto Interno Bruto (PIB) da construção civil em todo o País deve crescer apenas 0,5% em 2019, e não mais 2,0%, conforme a projeção revisada no mês passado pelo Sinduscon-SP em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV).

O corte nas projeções do setor acompanhou o esfriamento das expectativas para o PIB nacional. Com isso, a quantidade de vagas de emprego a serem geradas no setor da construção neste ano deve ficar em 25 mil postos, e não mais 100 mil como previstos inicialmente.

"O PIB do ano já está dado. Dificilmente o PIB da construção terá uma melhora relevante antes do segundo semestre de 2020. A retomada só deve vir no médio prazo", estimou Zaidan.

Ele explicou que o desempenho ruim do PIB da construção civil reflete o "deserto" de obras de infraestrutura no País em função da falta de investimentos públicos. "Os governos mal conseguem fazer a manutenção de pontes e rodovias, quanto mais investir em novos projetos."

Outro problema, na sua avaliação, é o nível elevado de capacidade ociosa de vários segmentos da indústria, além da atividade ainda baixa do varejo. "Enquanto não vermos o reaquecimento desses segmentos, não teremos obras de expansão", disse. Já no segmento de edificações residenciais e comerciais, há uma expectativa mais positiva, uma vez que o aumento dos lançamentos e das vendas de imóveis demandará a abertura de canteiros de obras no curto a médio prazo. "Isso deve ajudar", afirmou Zaidan.

 

VALOR

Avanço da Previdência melhora balanço de riscos, diz Campos

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta quinta-feira (11) durante entrevista à "GloboNews" que o avanço da reforma da Previdência, que teve o texto básico aprovado em primeiro turno pela Câmara dos Deputados, melhorou o chamado balanço de riscos avaliado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) para ajustar os juros básicos da economia.

Campos explicou que, desde a gestão passada, o Copom leva em conta três grandes fatores para ajustar a política monetária: o setor externo; a capacidade ociosa da economia; e as reformas fiscais. “Viemos atualizando esses três pontos nessas reuniões que participei e o que dissemos na última comunicação é que, quando observamos o [lado] externo, ele está mais benigno; quando olhamos a capacidade ociosa, ela está maior — inclusive reconhecemos que houve uma interrupção no crescimento, que é um termo forte”, disse.

“Como nós tinhamos três fatores e dois deles melhoraram sensivelmente, então, o fator preponderante ficou sendo o das reformas. Nessa linha, obviamente, um avanço nas reformas faz com que o cenário fique mais benigno para a inflação”, completou. Segundo Campos, a reforma da Previdência “foi uma vitória dos brasileiros”.

“Não é todo dia que a gente vê multidões nas ruas pedindo reforma. É muito importante para a economia porque um dos problemas que não foram resolvidos é o [ajuste] fiscal. Agora, a gente tem o primeiro passo para ajustar o fiscal, que tem outras partes para serem endereçadas”, disse Campos.

Segundo o presidente do BC, o avanço da reforma da Previdência melhora a percepção do Brasil para o investidor estrangeiro. “Vai estimular também com que o investidor local privado faça investimento”, completou.

Crescimento x inflação

Na entrevista, Campos disse que o BC se preocupa com a atividade econômica, mas nunca vai permitir trocar crescimento de curto prazo por inflação, que, segundo ele, foi uma troca equivocada no passado no país e depois experimentado também pela vizinha Argentina.

"Nós achamos que a melhor forma de permitir um crescimento sustentável é ter credibilidade na política [monetária], ter uma inflação ancorada no curto, no médio e no longo prazo. Esse experimento [de curto prazo] não deu certo. Você termina com uma inflação para cima e um crescimento para baixo", disse.

"Existe um debate [sobre] se a taxa de juros está estimulativa ou não. Entendemos que sim — ou seja, o sinal está correto. Existe um outro debate que é o quanto estimulativa está a taxa. Esse é o debate de todo o Copom. Quando chegar o Copom, vamos discutir, à luz dos acontecimento, se está estimulativa o suficiente ou não", disse.

Juro ao consumidor

Campos afirmou que está discutindo com os grandes bancos medidas para reduzir as taxas de juros ao consumidor. Ele afirmou que os esforços são para resolver questões ligadas à chamada assimetria de informações na concessão de crédito e depois relacionadas à recuperação do crédito.

"Precisamos organizar as garantias de tal forma que seja transparente e que se consiga recuperar [crédito inadimplente]. A outra parte, que é mais complexa, é que [envolve] uma decisão judicial, o que torna o processo muito longo”, disse.

Segundo Campos, recuperar uma garantia no Brasil leva em média quatros anos, enquanto a média de mercados emergentes é de menos de dois anos. “Isso faz com que os banco cobre mais. A gente precisa resolver isso", disse.

Na entrevista, ele afirmou que a inadimplência continua respondendo pela maior parte do custo do crédito, de cerca de 35%, seguido por 23% de despesas operacionais, e 15% de margem dos bancos. Campos afirmou que o BC fez um estudo que identificou que 50% das pessoas que utilizam o cheque especial ganham até dois salários mínimos, 67% têm até a educação básica.

"O comprometimento de renda é bastante alto para quem ganha até dois salários mínimos em um produto emergencial", disse. Na discussão sobre juros ao consumidor, Campos classificou o crédito em três blocos: crédito com garantia, com taxas na casa de 20% ao ano; empréstimos sem garantia, com taxas em torno de 120% ao ano; e o crédito emergencial _ cheque especial, rotativo do cartão etc _, com juros de 320% ao ano, classificados por ele como "muito altos".

Ele afirmou que as categorias emergenciais são regressivas porque as pessoas de maior renda, que têm essa facilidade disponível, geralmente não a utiliza. Por outro lado, aquelas de menor renda pagam mais por um volume menor de empréstimos para cobrir o benefício daqueles que não usam. "Estamos pensando em apresentar uma solução em breve", disse, se referindo à ideia já aventada no passado de cobrar uma tarifa pelo uso da facilidade do crédito emergencial.

O presidente do BC disse ainda que o Congresso Nacional está mais maduro para discutir a autonomia da autoridade monetária. Ele afirmou que a medida permitiria uma separação entre o ciclo político e o da política monetária, com consequente redução dos prêmios de riscos e de uma forma mais parecida com a dos demais pares emergentes. “[Isso] permite com que o prêmio de risco das curvas mais longas de juros seja mais baixo”, disse.

Na entrevista, Campos voltou a afirmar que o custos de carregar as reservas internacionais é o menor da história e que as discussões em relação ao tema envolvem uma avaliação entre o risco e retorno de mantê-las. "Se o custo do seguro caiu 60%, isso significa que a probabilidade de um sinistro caiu muito", disse.

Questionado sobre o fato de o ministro Paulo Guedes ter se pronunciado sobre uma eventual redução dos compulsórios que permitiriam a liberação de R$ 100 bilhões dos bancos, que obrigou o Banco Central a divulgar nota para esclarecer o caso, Campos afirmou que o ministro se referia a um horizonte de longo prazo. "Conversamos com o ministro sobre os planos de longo prazo [sobre redução de compulsório], e ele falou sobre esse horizonte mais longo", disse.

 

Equipe econômica pretende unificar reformas tributárias

O governo pretende fazer uma proposta de reforma tributária para conciliar as diversas sugestões em curso, tanto os projetos de reformas que tramitam na Câmara e no Senado quanto os sugeridos pelos secretários de Fazenda dos Estados e por empresários. Além da fusão de vários tributos federais em um só, o governo avalia a criação do Imposto de Renda Negativo e a redução da alíquota do IR das empresas, como fez o governo de Donald Trump, nos EUA, que cortou de 35% para 20% o IR sobre pessoas jurídicas.

Com a abertura da economia, segundo a equipe econômica, o sistema tributário brasileiro precisa se aproximar do vigente nos principais parceiros comerciais do país, para que não haja perda de competitividade das empresas. O IR negativo pressupõe a definição de uma determinada linha de renda. Acima dela, paga-se um percentual de imposto e, abaixo, recebe-se uma fração do tributo. Funciona como um programa de renda mínima.

Esse sistema foi citado pela primeira vez por Juliet Rhys-Williams, política britânica nos anos 1940 e a ideia foi abraçada pelo pai do liberalismo, o economista Milton Friedman. No Brasil, foi instituída a renda básica de cidadania pela Lei 10.835, de 2004, proposta pelo então senador Eduardo Suplicy, mas nunca foi implementada.

Estudos do Ministério da Economia avaliam também o fim das deduções de despesas médicas em troca de redução das alíquotas do IR das pessoas físicas em todas as faixas de renda. Espera-se, na questão tributária, um "belo embate" de propostas, segundo um assessor qualificado da Economia.

A Comissão Especial da Câmara começa a discutir a emenda do deputado Baleia Rossi (MDB-SP), elaborada com base em proposta do economista Bernardo Appy. O Senado desengavetou projeto do ex-deputado Luiz Carlos Hauly. "Ambas são irmãs gêmeas", segundo o assessor do ministro Paulo Guedes. O PSL, partido do presidente Bolsonaro, pretende ressuscitar a ideia do Imposto Único.

 

Após Previdência, Guedes prepara a cruzada tributária

Com o texto básico da proposta de reforma da Previdência aprovado em primeiro turno no plenário da Câmara e com os investidores já desengavetando planos para o Brasil, o ministro da Economia, Paulo Guedes, reuniu toda sua equipe num refúgio às margens do lago Paranoá. O encontro durou quase todo dia de ontem e teve a proposta de esquadrinhar as medidas que compõem os próximos passos da agenda econômica.

A ideia foi checar a consistência das iniciativas que têm sido informadas desde antes de Jair Bolsonaro assumir o Planalto. A reunião fez um balanço do primeiro semestre. O que foi bem, o que poderia ter sido melhor. Um destaque positivo foi a assinatura do acordo Mercosul-União Europeia.

O encontro adotou um formato comum no setor privado: avaliação e os passos à frente. A intenção é divulgar a agenda já na próxima semana, o que pode ser adiado por alguns dias porque Guedes pretende viajar a Santa Fé (Argentina) para participar da reunião de cúpula do Mercosul. O governo discutia ontem a forma como encaminhará o próximo item prioritário da pauta: a reforma tributária.

O secretário especial de Receita, Marcos Cintra, evitou na manhã de ontem detalhar como o governo entrará nessa discussão. "O conceito de apresentação é muito relativo. Não sei se nós vamos apresentar projeto pronto, já formalizado, ou abrir para discussão. Semana que vem já teremos notícias", disse.

A parte mais conhecida da reforma do governo, a que cria o Imposto sobre Valor Agregado (IVA) federal e a Contribuição sobre Pagamentos (CP) acoplada à desoneração da folha para empregados e empregadores, já está redigida. Já a reforma do IR, que vai na direção de reduzir as alíquotas do IR da Pessoa Jurídica de 25% para 20%, eliminar a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) e reformar a estrutura do IR da Pessoa Física ainda está em discussão.

Discutido há três décadas, o tema tornou-se mais urgente com a assinatura do acordo UE-Mercosul. A reforma tributária também está no topo da agenda pós-Previdência do Congresso.

Na Câmara, o presidente, Rodrigo Maia (DEM-RJ), apoia proposta do deputado Baleia Rossi (MDB-SP), elaborada pelo economista Bernard Appy. O Senado pretende debater a partir do projeto do ex-deputado Luiz Carlos Hauly, apresentada pelo presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP). A proposta de Cintra se limita a tributos federais.

As de Appy e Hauly buscam simplificar o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Cintra não vê conflito entre sua proposta e as duas em discussão no Congresso. Ele já declarou que elas se espelham e se complementam.

Paralelamente, o deputado Luciano Bivar (PSL-PE) apresentará emenda criando um imposto único parecido com a CP de Cintra. Como mostrou o Valor na edição do dia 8, o pacote do "day after" da Previdência inclui outras medidas, como o "choque de energia barata" a partir do uso do gás do pré-sal.

Simulações do Ministério da Economia mostram que o PIB industrial cresceria 10% em um ano em caso de redução de 50% no custo da energia. Além do uso do gás na geração de energia, há um grande conjunto de medidas que passa pela venda de ativos da Petrobras e o fortalecimento dos governos estaduais na regulação e na privatização da distribuição. Incentivos para que governadores aperfeiçoem suas estruturas regulatórias foram incluídos nos programas de ajuda financeira do Tesouro aos governos estaduais. Um novo pacto federativo também está na lista de Guedes.

A agenda contém ainda medidas no campo macroeconômico, como o aperfeiçoamento das debêntures de infraestrutura. O Brasil precisa dobrar os investimentos em infraestrutura durante 30 anos para alcançar a média mundial. A logística deficiente é um dos principais fatores de perda de competitividade dos produtos brasileiros. O governo estuda estímulos de curto prazo à economia como a liberação de recursos do PIS/Pasep e do FGTS.

 

FOLHA

Guedes discute agenda econômica pós-Previdência e até 2022

O ministro da Economia, Paulo Guedes, vai acelerar o lançamento de medidas após a aprovação da reforma da Previdência. A previsão é que os anúncios comecem a ser feitos a partir da semana que vem após uma reunião do titular da pasta com secretários ter discutido iniciativas a serem tomadas até 2022.

Desde o começo do ano, uma série de ações foram seguradas pelo titular da pasta para direcionar o debate às reformas. Entre as medidas, está o de incentivos a saques do PIS/Pasep e do FGTS. Segundo Guedes, no entanto, a liberação sairia após as reformas. "Se abre essas torneiras sem as mudanças fundamentais, é o voo da galinha", afirmou o ministro em maio.

A reunião desta quinta-feira (11) foi organizada pelo ministério em um espaço de eventos em Brasília afastado da região central, próximo ao Lago Paranoá e a um mosteiro. Para manter o conteúdo sob sigilo, o encontro foi feito a portões fechados e só eram autorizados integrantes da equipe econômica que tivessem o nome registrado em uma lista. 

Na lista de medidas a serem tomadas a partir da aprovação da Previdência, a principal é o envio da reforma tributária do Executivo ao Congresso. O governo ainda estuda o tema e se aproxima das definições sobre o assunto, embora o fato de Câmara e Senado terem, cada um, uma proposta própria de reforma complica o cenário para o governo.

Também estão na lista das próximas ações mudanças nas normas regulamentadoras do trabalho, a construção em conjunto com o Senado da retirada das despesas obrigatórias do orçamento, a abertura da economia por meio do início da redução de tarifas. 

Também está previsto o envio do projeto de lei que distribui recursos do fundo social do pré-sal com Estados e municípios, a definição do novo modelo de privatização da Eletrobras e a criação de vales a serem usados pela iniciativa privada para a qualificação de empregados no Sistema S (dentro de um programa que vem sendo chamado de Emprega Mais).

Entre as propostas discutidas, está a de reformulação do FGTS. Poderá haver penalidades para o gestor caso o prometido —a correção das contas acima da inflação— não seja alcançado de acordo com a meta a ser definida. 

Outro projeto prevê que convênios federais serão submetidos a uma plataforma de inteligência artificial que avalia os riscos de desvios nos contratos com prefeituras, como SUS (Sistema Único de Saúde) e Funpen (Fundo Penitenciário Nacional).

A reunião do governo faz parte de uma iniciativa interna batizada de Integra, que tem como objetivo modernizar a gestão do ministério da Economia por meio de discussão e definição de metas.

Uma das frentes de atuação do programa é também definir pontos do Plano Plurianual (PPA), que por lei precisa ser enviado ao Congresso até 31 de agosto e contém medidas para o resto do governo e até o primeiro ano do governo seguinte. O Ministério quer um PPA mais rígido a partir deste ano, com metas mais claras e verificáveis para o cumprimento.

 

Para S&P, Brasil agora precisa acelerar PIB para melhora de rating

Mesmo que se a reforma da Previdência seja confirmada, o Brasil ainda precisará acelerar o ritmo de crescimento da economia de forma consistente antes de ter a nota de crédito elevada, disse nesta quinta-feira (11) uma analista da agência de classificação de risco S&P Global Ratings.

"Sem dúvida, a aprovação da reforma da Previdência é um passo importante para desacelerar o crescimento da relação dívida/PIB, mas o Brasil segue com um nível de atividade econômica inferior aos de países com o mesmo rating", disse Livia Honsel, analista principal para Brasil da S&P, em entrevista por telefone.

A agência reafirmou a nota brasileira em BB-, com perspectiva estável, o que significa que o rating do país está três degraus abaixo do nível considerado de baixo risco, o chamado grau de investimento.

Além de ter uma expansão de PIB inferior ao da média dos países com a mesma nota, a S&P ainda revisou para baixo a estimativa de crescimento econômico do país em 2019, de 2,4% para 1%. Mesmo com o ritmo subindo para esperados 2,2% em 2020 e 2,5% nos dois anos seguintes, o país ainda seguirá abaixo da média, disse ela.

Segundo a executiva, a S&P vai esperar as demais votações do Congresso Nacional sobre o texto da reforma previdenciária, que foi aprovada na noite de quarta-feira (11) em primeiro turno para calcular os efeitos fiscais da medida.

No entanto, Livia adiantou que, além da aceleração do PIB, a agência de risco também considerará outros fatores para análise da nota soberana do país, como a expectativa de voltar a produzir superávits primários e o aumento do volume de investimentos privados.

"A reforma da previdência desacelera o aumento da dívida, mas são necessários mais indicadores para dar segurança de que o país entrou num melhor cenário de sustentabilidade fiscal", afirmou ela.

 

Aprovação de texto atual da Previdência supera expectativa, diz Moody's

A aprovação do texto-base da reforma da Previdência em primeiro turno pelo plenário da Câmara dos Deputados, com previsão de economia de cerca de R$ 1 trilhão em 10 anos, supera expectativas, disse uma executiva da agência de classificação de risco Moody's.

"Se a aprovação desse texto for confirmada, será um sinal muito bom", disse a analista líder da Moody's para Brasil, Samar Maziad.

Noite da véspera, a Câmara aprovou por 379 votos a 131 o texto principal da reforma da Previdência. O placar foi bem superior aos três quintos exigidos para a aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), o equivalente a 308 votos.

O texto chancelado ainda pode ser alterado por emendas as serem votadas separadamente. A expectativa era de que a Câmara estendesse a votação da reforma para votar todos os destaques até a madrugada e assim concluir o primeiro turno.

Contudo, o presidente da Casa, Rodrigo Maia, preferiu interromper a votação quando percebeu que os deputados estavam confusos com as propostas de mudanças. A votação continua nesta quinta-feira (11).

A previsão inicial da Moody's era de que a economia final com a reforma seria de até cerca de R$ 800 bilhões em uma década.

Mesmo assim, a reforma do sistema de aposentadorias sozinha não será suficiente para recolocar a economia do país de imediato na trilha da recuperação, disse Samar.

A previsão da Moody's é de que o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro cresça ao redor de 1,2% neste ano e aproximadamente 2% em 2020.

"Por ora, a aprovação da reforma da previdência dá suporte ao rating atual (Ba2, com perspectiva estável), mas esperamos que governo continue com a agenda de reformas", disse a analista.

Aprovado em primeiro turno na quarta-feira, o texto da reforma previdenciária ainda precisa passar por uma segunda rodada de votação no plenário da Câmara, antes de seguir para o Senado, onde também será submetida a duas votações.

 

Mercado aposta em crescimento econômico e cortes de juros após aprovação da Previdência

Instituições financeiras acreditam que, após a aprovação da reforma da Previdência, o Brasil deve iniciar ciclo de crescimento econômico, com novos cortes de juros. Este é o pensamento do presidente da seguradora japonesa Tokio Marine no Brasil, José Adalberto Ferrara. Ele afirmou que a reforma, aprovada na última quarta-feira, 11, em primeiro turno na Câmara, marca um novo ciclo de crescimento econômico no Brasil em bases sustentáveis.

O placar de votação, com 379 votos a favor ante 131 contrários, sinaliza, conforme o executivo, que o governo de Jair Bolsonaro tem capital político para seguir com a reforma fiscal e administrativa.

Apesar das divergências entre o governo e o Congresso Nacional, prevaleceu, de acordo com Ferrara, o bom senso a favor da sociedade com a aprovação da reforma da previdência. “A aprovação da reforma da Previdência na Câmara na última quarta-feira, 11, pode acelerar outras reformas no Brasil, mas as medidas econômicas só serão aplaudidas com a redução do desemprego no Brasil”, avaliou ele, durante conversa com a imprensa, nesta manhã.

Com melhores perspectivas para a economia brasileira aprovada a Reforma da Previdência, o presidente da Tokio Marine espera que o setor de seguros, que representa cerca de 6% do Produto Interno Bruto (PIB) local, acelere o ritmo de crescimento. Até maio, o segmento apresentou expansão em torno dos 8% ante o mesmo período do ano passado.

JP Morgan

O banco norte-americano JPMorgan prevê que a reforma da Previdência deva ter diluição adicional, mas o impacto fiscal do texto deve ficar melhor do que o anteriormente esperado. Com o progresso das medidas, após aprovação na quarta no plenário da Câmara com "sólido apoio" mostrado pelos parlamentares, o JP passou a prever que o Banco Central vai cortar a taxa básica de juros em 0,50 pontos base na reunião deste mês e fazer mais outro corte dessa magnitude na reunião de setembro, reduzindo a Selic para 5,5%.

O JP espera que a aprovação da reforma seja concluída no Senado no final de setembro ou começo de outubro. A diluição final do impacto fiscal da reforma deve ficar em 49% em relação ao texto enviado pelo Executivo, mas é melhor que a diluição de 55% anteriormente esperada pelo banco americano.

A aprovação em primeiro turno na Câmara vem apenas uma semana depois de o texto sair da Comissão Especial, ressalta o JP, destacando que este é um "resultado muito positivo". Esta aprovação rápida sugere comprometimento de líderes partidários em passar a reforma com uma "coalização forte".

No plenário, o JP espera diluição adicional de R$ 27 bilhões no impacto fiscal, por conta do abrandamento das regras para policiais e para aposentadorias das mulheres. Com isso, o texto deve sair da Câmara com impacto fiscal de R$ 848 bilhões em dez anos.

Goldman Sachs

A reforma da Previdência deve continuar sólida e em torno de R$ 900 bilhões, mesmo após a apreciação dos destaques que ainda faltam para a conclusão de sua tramitação pela Câmara dos Deputados. A avaliação consta de relatório do Goldman Sachs para quem somente dois destaques devem ser aprovados.

"Essa é uma evolução, em nossa visão, não só pelo forte apoio político da proposta na Câmara, mas também porque é uma sólida reforma e agora está a caminho de uma segunda e final votação na Casa antes do recesso legislativo."

No Senado, o Goldman tem a expectativa que a reforma sofra poucas mudanças e seja aprovada em setembro. Depois disso, completa, o Congresso deve seguir em frente com a reforma tributária.

A instituição ainda acrescenta que a agora provável aprovação de uma sólida reforma na Câmara deve dar mais conforto ao Banco Central para iniciar o processo de corte de juros já na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) no final de julho.

Citibank

A surpresa positiva com a aprovação na quarta da reforma da Previdência no plenário da Câmara aumenta a chance de corte de juros este mês pelo Banco Central, avalia o Citibank nesta quinta-feira, também ressaltando que a sinalização de corte de juros nos Estados Unidos corrobora essa visão. A expectativa é por uma redução agora de 0,25 ponto porcentual na Selic, seguida por mais três cortes desta magnitude. O Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne nos dias 30 e 31 de julho.

O banco americano projeta que a economia fiscal da reforma da Previdência deve ficar em R$ 750 bilhões em dez anos, mas avalia que esse número pode passar a ficar "muito conservador" se os destaques que começam a ser votados nesta quinta-feira, 11, não diluírem muito o impacto fiscal.

"Grande surpresa positiva com a aprovação em primeiro turno da Câmara para a reforma da Previdência", ressalta relatório do banco americano, assinado pelos economistas responsáveis por Brasil, Leonardo Porto e Mauricio Une.

A aprovação por ampla vantagem na quarta mostra que a reforma ganhou apoio adicional de deputados indecisos, incluindo da oposição, observa o Citi. "Apesar da falta de uma coordenação focada no Congresso pelo governo, a retumbante vitória pode melhorar o capital político de Bolsonaro", ressaltam os economistas.

O Citi menciona ainda que o Congresso enfatizou, como esperado, seu protagonismo na reforma e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), apareceu como o "grande garantidor da reforma".

 

 

 

 

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