Terça-feira

CLIPPING (10.09.2019)

FOLHA

Cinco desafios que Kristalina Georgieva enfrentará à frente do FMI

Kristalina Georgieva está a ponto de substituir Christine Lagarde como diretora executiva do Fundo Monetário Internacional (FMI), depois que o conselho da instituição multilateral de empréstimos sediada em Washington declarou na segunda-feira que ela era a única candidata ao posto.

Georgieva, 66, nascida na Bulgária, é presidente-executiva do Banco Mundial desde o começo de 2017, e enfrentará diversos desafios se sua indicação for confirmada pelo conselho do FMI. A falta de outros indicados significa que seu sucesso na disputa está praticamente garantido.

Como defensora do multilateralismo, Georgieva deve manter o foco recente de Lagarde no combate à mudança do clima, estímulo a uma maior participação feminina na força de trabalho, e redução a desigualdade.

Veterana funcionária do Banco Mundial, Georgieva foi comissária da União Europeia para assistência e combate a crises. Ela tem mais experiência em desenvolvimento do que Lagarde, mas menos familiaridade com os problemas financeiros das economias avançadas.

O FMI anunciou que gostaria de concluir o processo seletivo no começo de outubro, o mais tardar. Enquanto Georgieva avança com tranquilidade para sua indicação, há cinco grandes questões que ela terá de enfrentar.

 O FUTURO DO RESGATE À ARGENTINA

O maior resgate da história do FMI —uma aposta de US$ 57 bilhões na condução da economia pelo presidente reformista Mauricio Macri— está enfrentando águas revoltas.

Quando Georgieva assumir, a expectativa é de que Macri seja removido do posto em uma eleição que deve favorecer Alberto Fernández, um desafiante populista com pouca simpatia pelo FMI ou pelos termos de seu empréstimo.

A perspectiva de derrota de Macri causou uma queda forte do peso recentemente, anulando boa parte do progresso econômico conquistado e tornando mais provável que o FMI tenha de renegociar ou substituir o programa em vigor.

Ainda que o FMI tenha defendido sua abordagem, críticos questionaram tanto a concepção quanto a escala de seu empréstimo, e a incapacidade do Fundo para obter apoio mais amplo ao pacote por parte do público argentino.

A DESACELERAÇÃO ECONÔMICA

A economia mundial está se desacelerando, o que coloca mais pressão sobre o FMI como emprestador mundial de último recurso.

De acordo com as projeções do FMI, que foram rebaixadas repetidamente, a produção mundial deve crescer em 3,2% este ano, ante 3,8% em 2017 e 3,6% em 2018. A tendência de queda aumenta o risco de que mais países precisem buscar ajuda do FMI.

 CONFLITO COMERCIAL

A guerra comercial entre Washington e Pequim não só deitou sombras sobre a economia mundial como fez de instituições multilaterais, a exemplo do FMI, campos de batalha no conflito.

Lagarde tinha relacionamentos sólidos tanto com Trump quanto com a liderança chinesa, e o mesmo pode ser dito sobre Georgieva.

Mas o FMI mesmo assim corre o risco de ser apanhado no meio se os Estados Unidos ou a China objetarem a suas pesquisas, contestarem suas constatações básicas ou dificultarem um resgate problemático. O trabalho do Fundo quanto à transparência cambial e de dívidas também será acompanhado atentamente.

ENCONTRAR DINHEIRO

Georgieva terá de colocar os toques finais em um acordo negociado por Lagarde para renovar os arranjos de empréstimo entre o FMI e os Estados Unidos, que manteria os recursos do FMI em cerca de US$ 1 trilhão. Mas muita gente no Fundo não acredita que isso seja suficiente, dada a demanda que a instituição pode encontrar em caso de uma nova recessão ou crise financeira.

Na próxima campanha de arrecadação de fundos do FMI, Georgieva pode tentar realizar o que Lagarde não conseguiu: uma elevação permanente do capital da instituição, em troca de mudanças de governança que dariam mais poder às grandes economias de mercado emergente —uma mudança que seria controvertida tanto junto à Europa quanto junto aos Estados Unidos.

 OS REINCIDENTES

Além da Argentina, o foco de Georgieva estará na Ucrânia e no Paquistão, dois outros países que tomam empréstimos do FMI frequentemente mas jamais conseguiram estabilizar plenamente suas economias e sistemas financeiros.

Com um novo governo no poder em Kiev, a Ucrânia tem a esperança de selar um acordo com o FMI por novos empréstimos, ainda este ano.

Depois de meses de negociações, o Paquistão garantiu novos empréstimos em julho, a despeito de preocupações americanas de que o dinheiro poderia ser usado para pagar dívidas com a China - mas existem dúvidas quanto ao sucesso desse programa.

 

Mercado corta projeção de PIB para 2020 e reduz a da inflação em 2019

O mercado financeiro reduziu sua estimativa de crescimento da economia brasileira em 2020 para 2,07%, ante os 2,10% registrados na semana passada, segundo dados do Boletim Focus do Banco Central divulgados nesta segunda. A projeção para a inflação também foi cortada pela quinta semana consecutiva.

No sábado, a Folha mostrou que alguns dos principais bancos do país, como Itaú e Bradesco, e consultorias já estimam que a alta do PIB (Produto Interno Bruto) não deverá chegar nem a 2% no próximo ano, com o país chegando ao quarto ano de crescimento pífio.

Neste ano, o PIB deve subir 0,87%, projeção estável na comparação com a semana anterior.

Com a economia anêmica, o mercado também cortou suas projeções para o avanço da inflação. O IPCA (indicador oficial) deve fechar no ano em 3,54%, ante 3,57% previstos uma semana antes. Houve ainda um corte nas estimativas para o próximo ano, de 3,90% para 3,81%.

É o quinto corte consecutivo na projeção para a inflação e o menor patamar de projeção em um ano. A redução de estimativas ocorre mesmo em um cenário de alta do dólar e queda da taxa de juros, mostrando a dificuldade de recuperação da economia.

As previsões para a taxa Selic, atualmente em 6% ao ano, não foram alteradas. Analistas ouvidos pelo Banco Central esperam que ela termine o ano em 5% e 2020 a 5,25%.

Essa é a mediana das projeções. O Bradesco, porém, estima que a taxa cairá a 4,75% e deverá permanecer nesse patamar até o final do próximo ano.

Com a mudança na taxa de juros e os choques vindos do exterior (com a guerra comercial travada entre Estados Unidos e China e a piora na situação da Argentina), taxa de câmbio pode terminar o ano em patamar mais elevado.

Neste ano, a expectativa é de R$ 3,87, ante os R$ 3,75 de quatro semanas atrás, antes das eleições primárias argentinas mostrarem uma vantagem para a volta da chapa kirschnerista ao poder. Para o fim de 2020, o câmbio foi estimado em R$ 3,85, ante R$ 3,80 de um mês antes.

A queda do dólar tampouco deve favorecer a indústria brasileira. Analistas passaram a estimar queda na produção industrial neste ano, ainda que tenham elevado a previsão de crescimento para 2020.

Desde o dia 3 de setembro, quando o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou que a indústria encolheu em julho, economistas passaram a revisar as suas projeções. Agora, eles esperam uma queda de 0,29% neste ano, ante alta de 0,08% uma semana antes. Neste indicador, contudo, opinaram apenas 17 economistas.

Para o próximo ano, a projeção é de alta de 2,75%, ante 2,50% uma semana antes. Neste caso,  14 analistas apresentaram suas estimativas.

 

ESTADÃO

Governo quer quebrar monopólio da Caixa no FGTS e mudar o Minha Casa

O Ministério da Economia estuda o fim do monopólio da Caixa na gestão do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que é uma poupança forçada feita pelos trabalhadores, e planeja uma reformulação na forma como são feitos os aportes no programa de habitação popular Minha Casa Minha Vida.

O banco estatal, responsável pela gestão do FGTS desde 1990, recebe 1% dos ativos do fundo para fazer esse trabalho. Em 2018, isso representou R$ 5,1 bilhões. “Não dá para um país do tamanho do Brasil contar com um banco só”, diz Igor Vilas Boas de Freitas, diretor do departamento do FGTS do Ministério da Economia, área criada no governo Jair Bolsonaro. Para os defensores da ideia, outros bancos poderiam cobrar menos pela administração e oferecer maior retorno aos trabalhadores com outros tipos de aplicação. Por lei, o dinheiro do FGTS só pode ser fonte para financiar as áreas de habitação, saneamento e infraestrutura.

Para Freitas, a Caixa sempre foi um “entrave” para a modernização do FGTS. “Os interesses da Caixa, até pela sua presença no conselho curador, eram impostos aos interesses do fundo e dos seus cotistas”, afirma.

Por ano, o FGTS destina R$ 9,6 bilhões para o Minha Casa. A ideia é que os recursos sejam usados para criar um fundo garantidor em vez de serem utilizados para dar um desconto no valor dos imóveis que são financiados pelo programa a juros mais baixos. Segundo Freitas, isso possibilitaria multiplicar por 200 o número de beneficiários. Em tese, o fundo garantidor funcionaria como um seguro para as pessoas que são barradas no financiamento à casa própria por não conseguirem aprovação na análise de risco do banco.

O fundo garantidor também permitiria, segundo o diretor, baratear o custo da operação, pois os bancos contariam com uma espécie de seguro. Caso o mutuário não pague as parcelas, o fundo cobre. “O que estamos avaliando é de que forma empregar esse recurso, que já é perdido todo o ano, para a equação de sustentabilidade do fundo. Diminuir um pouco esse montante e não prejudicar o nível de execução”, diz.

Freitas afirma que o Minha Casa se transformou em um “samba de uma nota só”. “Tem um modelo único de aplicação de recursos. Com quase R$ 10 bilhões por ano de aplicação, o FGTS pode fazer mais do que faz. O fundo tem de fazer isso de uma forma eficiente e garantir que a população de baixa renda em todo o Brasil receba o recurso”, afirma.

O FGTS hoje é o grande responsável pela manutenção do Minha Casa mesmo em tempos de restrição orçamentária. Na faixa 1 (destinada a famílias que ganham até R$ 1,8 mil), cerca de 90% do valor do imóvel são bancados com recursos do Orçamento. O FGTS, porém, já socorreu o governo para bancar as obras dessa faixa. Em outras faixas, o fundo banca parte do subsídio.

As mudanças foram discutidas na semana passada em reunião com representantes de construtoras e incorporadoras. “O próprio setor de construção já entendeu que o modelo faixa 1 não tem futuro. É preciso que haja outras fontes de financiamento e outros modelos de aplicação dos recursos que não dependam 100% do Orçamento”, afirma. A estimativa é que as mudanças sejam aprovadas até dezembro para entrarem em funcionamento em 2020.

FI-FGTS

O conselho curador do FGTS, órgão formado por representantes do governo, de trabalhadores e de patrões, também aprovou a reformulação do fundo de investimento que usa recursos do FGTS para aplicar em infraestrutura (o FI-FGTS). Um grupo de trabalho foi criado para refazer a estrutura de governança e a política de investimento. O fundo de investimento foi criado tendo como justificativa aumentar a rentabilidade do fundo para os trabalhadores, mas foi alvo de operações da Lava Jato por suspeitas de corrupção.

“Ter investimentos, assumindo maior risco, para ter retorno maior é importante para o FGTS. O problema foi que as regras do FI-FGTS, a maneira pela qual foi gerenciado, é que foram ruins. Privilegiaram o interesse da Caixa e abriram espaço para a corrupção em detrimento do resultado do FGTS”, afirma.

Freitas avisou as construtoras que não façam novas contratações na faixa 1 do Minha Casa destinada às famílias que ganham até R$ 1,8 mil por mês. Veja trechos da entrevista com o diretor.

Quais mudanças o governo estuda para o Minha Casa?

Temos trabalhado com a secretaria de habitação do MDR (Ministério de Desenvolvimento Regional). O modelo faixa 1, o próprio setor de construção já entendeu que não tem futuro. É preciso que haja outras fontes de financiamento e outras modelos de aplicação dos recursos que não dependam 100% do Orçamento.

Um modelo de mercado?

O FGTS já opera em modelo de mercado no faixa 2 para pessoas que têm renda de dois a três salários. O FGTS está pagando uma boa parte dessa parcela. Se cada um de nós concorda ou não que o dinheiro do trabalhador seja doado é outra discussão. O que estou dizendo é que o FGTS com R$ 9, 6 bilhões, R$ 10 bilhões por ano de descontos pode fazer mais do que faz.

Para baixa renda?

Isso. Pode gastar menos e fazer mais.

O que fazer para mudar esse quadro?

Mudando a maneira de alocar o recurso. É criando o fundo garantidor, é trabalhando com o compartilhamento de risco de outras formas. Ao usar só as regras hoje vigentes do Minha Casa, estamos perdendo oportunidades de ganho de eficiência de uso dos recursos do fundo. Isso está sendo trabalhado no âmbito do conselho curador. Estamos discutindo com Estados e outros agentes financeiros oficiais para que deem sugestões de compartilhamento de risco de crédito, de arranjo, para operar.

Mas há a pressão da construção civil?

Sim. Eu disse para eles o seguinte: faixa 1 vocês precisam entender que não é má vontade; é que realmente não tem dinheiro. Estamos fazendo um esforço para não paralisar mais obras. Mas iniciar obras novas no faixa 1 agora é de uma inconsequência enorme. O que o governo está dizendo é que no faixa 1 não tem condição de abrir contratação nova. Não façam isso! Eu deixei isso claro na reunião de comunicação.

 

Recursos para Minha Casa vão cair 50%

Um sentimento de alívio tomou conta de Ângela Maria Bonifácio da Silva, de 46 anos, quando ela finalmente colocou a mão nas chaves de sua nova casa no residencial Cidade Jardim II, empreendimento do Minha Casa Minha Vida localizado no sul de Fortaleza. A mudança significará sair de um aluguel mensal de R$ 300, que consome praticamente todo o benefício de R$ 358 que recebe do Bolsa Família e obriga ela e a filha de 4 anos a depender da ajuda de vizinhos para sobreviver.

A família de Ângela foi uma das 736 a receber uma casa na manhã de sexta-feira passada, em Fortaleza. Na versão 2019 do Minha Casa, as cerimônias de entrega das unidades ainda são palco para políticos locais e famílias emocionadas por realizar o sonho da casa própria. Mas sem a suntuosidade que garantia no passado presença presidencial.

Um dos símbolos das gestões petistas, o programa habitacional que injetou R$ 113 bilhões em subsídios à moradia de 2009 a 2018 definha. Para o ano que vem, o Orçamento da União reserva apenas R$ 2,71 bilhões, metade da dotação prevista para 2019. O dinheiro deve ser usado apenas para honrar as obras já em andamento, sem novas contratações.

A falta de perspectiva de novos recursos já acendeu a luz amarela nas associações e cooperativas de Fortaleza, que tinham no programa a esperança de reduzir o déficit habitacional de 90 mil famílias. A cobrança sobre a prefeitura já começou.

O governador do Ceará, Camilo Santana (PT), que participou da cerimônia na sexta-feira, disse esperar que o governo federal honre pelo menos os contratos em andamento. “A gente espera que, primeiro, o governo garanta os recursos dos empreendimentos que estão em andamento. São muitos”, afirmou o governador.

Para Ângela, a espera durou oito anos. Moradora do conjunto São Cristóvão, a seis quilômetros do novo endereço, ela comemora a saída do aluguel que lhe deixava apenas R$ 58 mensais para comer. A filha de quatro anos nasceu prematura e tem problemas respiratórios, o que a impede de trabalhar, disse. “Fico pedindo ajuda”, contou. Agora, segundo ela, vai ter um alívio no bolso porque a prestação da casa é bem menor, de R$ 80 por mês.

Cortes

O Ministério do Desenvolvimento Regional, que é responsável pelo Minha Casa, teve para 2020 um dos maiores cortes nas chamadas despesas discricionárias, que podem ser alocadas com maior liberdade e contemplar investimentos. A redução foi de 27,1% em relação à previsão para 2019, somando R$ 6,56 bilhões.

Em nota, a pasta informou que as equipes do ministério estão realizando estudos para avaliar o impacto da redução orçamentária e planejar as ações do próximo ano. “É prioritário assegurar a continuidade de empreendimentos em execução e aqueles já contratados, sobretudo na área de habitação e segurança hídrica”, informou o MDR. A nota não cita novas contratações.

Segundo o ministério, o Orçamento de 2020 será distribuído entre as diversas unidades da pasta, segundo critérios de demanda, priorização de programas, andamento de projetos e obras, entregas à sociedade, entre outros.

 

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