Sexta-feira

FOLHA

Governo eleva projeção oficial do PIB de 0,85% para 0,9%

O Ministério da Economia elevou a previsão oficial para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de 2019 de 0,85% para 0,9%. Para 2020, a projeção passou de 2,17% para 2,32%.

 A visão expressa pela equipe econômica nas últimas semanas era que fatores como a liberação dos saques do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) levariam a uma melhora nas previsões em novembro para os atuais 0,9%, conforme mostrou a Folha no mês passado.

Na visão da pasta, os dados também têm mostrado que os investimentos privados têm sido favorecidos pela melhora no ambiente de negócios decorrente do processo de ajuste nas contas públicas e da queda dos juros.

 “Estamos em um processo de recuperação fiscal onde a redução do gasto público favorece o crescimento econômico”, afirmou Adolfo Sachsida, secretário de Política Econômica.“O setor privado já mostra um sinal de dinamismo. Antes você tinha um governo liderando o crescimento econômico, que agora é liderado pelo setor privado”, disse.

O secretário disse acreditar em uma surpresa positiva para a atividade no ano que vem. “Os dados mostram hoje que, de maneira consistente, estamos retomando um crescimento de longo prazo de forma sustentável”, afirmou.

 As declarações sobre a retomada de investimentos contrastam com os eventos mais recentes que testaram a disposição de aportes de empresas no país.

 Dois leilões de petróleo feitos pelo governo nesta semana, o da cessão onerosa na quarta-feira (6) e da 6ª rodada de partilha do pré-sal nesta quinta (7), acabaram sem propostas de consórcios liderados pela iniciativa privada.

Apenas três das nove áreas ofertadas foram arrematadas e, ainda assim, pela estatal Petrobras (sozinha ou liderando consórcios com participação minoritária de chineses).

 Sachsida ponderou afirmando que é preciso averiguar as causas da ausência de propostas privadas nos leilões recentes. “Temos que olhar se o desenho do leilão foi o mais adequado e o quanto a questão da partilha [modelo em que parte da produção é compartilhada com a União] está afetando”, disse.

 Perguntada sobre onde a retomada dos investimentos privados está sendo observada, a equipe cita setores como o da construção civil. “Está muito aquecido. Em São Paulo você vê três ou quatro lançamentos por rua”, disse Vladimir Kuhl Teles, subsecretário de Política Macroeconômica.

 Ele diz que o setor de serviços também está em recuperação, graças à liberação de saques do FGTS e à redução da inflação. Além disso, a equipe percebe melhoria no agronegócio.

O Orçamento de 2019 foi elaborado no ano passado pela equipe econômica do governo de Michel Temer, com uma previsão de crescimento de 2,5%. O mercado estava alinhado à estimativa. As perspectivas, no entanto, começaram a se deteriorar já nos primeiros meses do ano.

Em março de 2019, a equipe econômica cortou a projeção oficial para 2,2%; em maio, para 1,6%; em julho, para 0,81%; e em setembro, aumentou para 0,85%.

 O mercado atualmente prevê um crescimento de 0,92% para o PIB em 2019, de acordo com o último boletim Focus (compilado pelo Banco Central). Para 2020, a previsão dos analistas é de crescimento de 2%.

 Em tese, o aumento na projeção do PIB eleva a previsão de arrecadação do governo por uma atividade mais aquecida e favorece a liberação de recursos contingenciados. Como a melhora nesse caso é vista no fim do ano, no entanto, o aumento nas receitas é limitado.

 Para a inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), a projeção para 2019 diminuiu de 3,62% para 3,26%. No caso do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), de 3,67% para 3,26%. Para 2020, a previsão é de 3,53% para o IPCA e de 3,54% para o INPC.

No relatório elaborado pela Secretaria de Política Econômica, o Ministério afirma que os novos parâmetros vão servir como base para a modificação do projeto de lei orçamentária anual (PLOA) de 2020 já enviado ao Congresso e para o relatório de avaliação de receitas e despesas do quinto bimestre (que deve liberar recursos, segundo informado nesta semana).

 

ESTADÃO

'Economia brasileira é avião com motor ligado, mas freio de mão puxado'

A economia brasileira é um avião, parado na cabeceira da pista, com o motor ligado, mas o freio de mão puxado, compara o economista Carlos Langoni, diretor do Centro de Economia Mundial (CEM) da Fundação Getulio Vargas (FGV) e ex-presidente do Banco Central (BC).

Para o avião decolar, basta o Congresso Nacional seguir com o perfil reformista, como já está, ao tocar a nova etapa de reformas apresentada pelo governo na terça-feira, disse Langoni, que projeta crescimento econômico de 3,0% em 2020, acima da maioria das estimativas. Para o economista, interlocutor frequente do ministro da Economia, Paulo Guedes, e tido como consultor informal da equipe econômica, o crescimento ganhará ritmo com investimentos privados e será impulsionado, de um lado, por um “mix macroeconômico” inédito, com política fiscal contracionista e política monetária expansionista, e, de outro, por uma redução na percepção de risco da economia brasileira.

Langoni organiza, na sexta-feira, no Rio, um seminário sobre a avaliação de risco, com a participação do ministro Guedes. A seguir, os principais trechos da entrevista ao Estadão/Broadcast:

O risco do Brasil medido pelas taxas dos CDSs está nas mínimas. Por quê?

Isso já vinha se refletindo na escalada do mercado acionário, sempre correlacionado com a melhora de percepção de risco, e reflete a visão do mercado de que a estratégia da equipe econômica do ministro (da Economia) Paulo Guedes está absolutamente consistente. Em política econômica, a ordem dos fatores altera o produto. O governo atual começou de maneira absolutamente correta, colocando todo o peso na reforma do Estado, construindo uma âncora fiscal sólida e previsível. Isso se refletiu, à medida que foi ficando evidente a viabilidade da aprovação da reforma da Previdência pelo Congresso, numa melhora nos índices de confiança, principalmente de confiança empresarial. Em torno de julho, esses índices de confiança se estabilizaram num patamar alto, aguardando a sequência de reformas. Essa sequência veio agora, com uma reforma do Estado ampla e profunda, que tem alguns aspectos muito importantes, porque cria condições institucionais para evitar crises fiscais recorrentes.

Se a ordem dos fatores altera o produto, a equipe econômica está certa ao privilegiar reformas e deixar de lado medidas de curto prazo pró-crescimento?

No Brasil, com esse histórico de crises fiscais recorrentes, de desequilíbrio das contas públicas crônico, não só no governo federal, mas já contaminando Estados e municípios, seria impossível adotar qualquer política pró-crescimento de curto prazo sem antes reestabelecer a ordem nas contas públicas e a perspectiva de reversão, principalmente, da tendência explosiva de crescimento da relação entre dívida pública e PIB, que está caminhando já para a faixa de 80%. Ao colocar todo o peso na questão fiscal, inclusive melhorando o desempenho no curtíssimo prazo, com recursos extras relacionados aos leilões de petróleo, repasses ao Tesouro de recursos da Caixa e devoluções do BNDES, foi reestabelecida a confiança. Isso já se refletiu na melhora do mercado acionário e na melhora da percepção do risco-País.

Isso é suficiente para a retomada do crescimento?

O que as pessoas não perceberam é que nessa transição existe uma mudança no “mix” macroeconômico, que beneficia tremendamente a retomada do crescimento. Hoje temos uma política monetária expansionista, com juros reais e nominais historicamente baixos, e uma política fiscal contracionista. É exatamente o oposto de tudo o que já fez o Brasil nos últimos 10 ou 12 anos. O Brasil sempre usou e abusou de estímulos fiscais, subsídios, e apertava o monetário. Temos agora uma mudança que facilita imensamente a retomada do crescimento, que, desta vez, vai ser liderado pelo investimento privado e não pelo consumo das famílias. Não só investimentos em infraestrutura e no setor de óleo e gás, mas também os setores que são intensivos em financiamento, como bens duráveis e a construção civil. Sem precisar criar nenhum artifício, apenas com a correção desses megadesequilíbrios internos, criaram-se as condições para, pela primeira vez, haver uma retomada com “mix” macroeconômico que privilegia a política monetária, com juros baixos, e não a política fiscal. Isso já está se refletindo e vai começar a aparecer de forma muito mais visível no crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) no ano que vem, principalmente a partir do segundo trimestre. Estou com crescimento do PIB de 3,0% para 2020.

Não há riscos no front externo?

Estou imaginando um cenário de razoável normalidade da economia mundial, partindo do pressuposto de que, até por razões políticas, Estados Unidos e China vão chegar a um acordo comercial e isso vai reduzir as tensões que estão gerando essa desaceleração sincronizada que o FMI (Fundo Monetário Internacional) mencionou. E os bancos centrais das principais economias avançadas estão também com uma política pró-ativa para estimular o crescimento. Então, temos aí uma situação em que provavelmente a economia mundial não deverá ter nenhuma descontinuidade recessiva. Mesmo que ela cresça menos, já é suficiente para que, com essa melhora do ambiente interno do Brasil, a economia decole para a faixa de 3,0%.

O que impulsiona essa aceleração do crescimento?

 

No modelo do Paulo Guedes, o crescimento é alavancado pelo investimento privado, mas vai haver uma retomada dos ganhos de produtividade. Está havendo simultaneamente um processo de abertura muito saudável e necessário. O acordo entre Mercosul e União Europeia é um primeiro passo, mas virão outros acordos bilaterais. A economia vai acelerar porque haverá uma combinação. A taxa de investimento vai aumentar. Hoje, ela está muito deprimida e vai começar a crescer em função da melhoria dos índices de confiança e da redução da incerteza, com o novo “mix” macroeconômico, e, ano que vem, teremos uma onda de concessões e privatizações para valer. Estou vendo o início de um novo estágio de crescimento, com fundamentos macroeconômicos completamente distintos do passado. É um crescimento liderado pelo setor privado, e não pelo Estado. É um crescimento baseado em aumento de investimentos em função da melhoria da percepção de risco e não estimulado por subsídios artificiais e, principalmente, um crescimento ancorado na perspectiva de que o Brasil está, finalmente, reformando o Estado e reduzindo a probabilidade de crises domésticas associadas a déficits crônicos.

A liquidez e juros baixos internacionais não ajudam também na redução do risco?

Para o Brasil, é muito mais o ajuste interno, mas é evidente que, quando há tensões externas, mesmo com a economia bem comportada... Por outro lado, o Brasil tem dois trunfos. Pela primeira vez em muitos anos vamos ter uma retomada com inflação historicamente baixa. E, segundo, estamos plenamente confortáveis nas contas externas. Temos um déficit em conta corrente em torno de só 2,0% do PIB, que é financiado confortavelmente por capitais de longo prazo. Vamos ter este ano investimento direto estrangeiro da ordem de US$ 80 bilhões. As condições para o crescimento estão dadas. O Brasil é um avião, que está na cabeceira da pista, com o motor ligado. O freio de mão está puxado ainda. O que falta para soltar o freio de mão é isso que já está acontecendo: o Congresso seguir como um Congresso reformista. Vai haver mudanças aqui e ali (no conjunto de propostas de reformas apresentado pelo governo na terça-feira), faz parte da democracia, mas o importante é a direção. É um país emergente que está atacando tabus. E o tabu é essa tendência crônica de ter um Estado onipotente e falido do ponto de vista financeiro, econômico e gerencial.

 

Banco do Nordeste quer limitar financiamento a projetos de infraestrutura

O Banco do Nordeste (BNB) vai mudar a diretriz para a concessão de financiamentos a projetos de infraestrutura. A instituição, que vinha sendo usada como alternativa ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) desde o ano passado, considera limitar os empréstimos ao montante que os empreendedores injetarão de capital próprio nos empreendimentos. O restante dos recursos necessários para a realização das obras precisará ser obtido junto a outras fontes, como, por exemplo, o mercado de capitais via a emissão de debêntures de infraestrutura. Atualmente, o BNB financia entre 70% e 90% do total do investimento de empresas de maior porte.

Dor de cabeça. As possíveis mudanças no BNB preocupam os investidores. Na esteira da redução do papel do BNDES no financiamento à infraestrutura, o banco vinha exercendo um papel relevante no crédito a projetos de energia elétrica e infraestrutura de transportes no Nordeste. O temor é que, sob o novo critério, os custos finais de financiamento dos projetos aumentem de maneira a comprometer a rentabilidade ao investidor, traçada quando ele arrematou projetos em leilão ou desenhou o plano de negócios.

Com a palavra. Procurado, o BNB informou que, para 2019, não há mudanças. Para o ano que vem, a instituição aguarda “a aprovação da programação orçamentária do FNE (Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste), pelo Conselho Deliberativo da Sudene (Condel)”.

 

'A 4ª Revolução Industrial não vai esperar o Brasil', diz diretor do Fórum Econômico Mundial

O Brasil deve acelerar com a digitalização da indústria e parar de perder tempo com a terceira revolução industrial, defende Murat Sönmez, diretor do Fórum Econômico Mundial. Para ele, o País precisa entrar na era da indústria 4.0 (ou Quarta Revolução Industrial) para evitar que as pequenas e médias empresas sejam tiradas de fora do mercado por grandes competidoras nacionais ou estrangeiras.

A seguir, leia trechos da entrevista que ele concedeu ao Estado:

Quais são os resultados do Centro para a Quarta Revolução Industrial até agora?

Temos 38 projetos em andamento. Temos um sobre drones, por exemplo, para pessoas que vivem em vilarejos distantes. Podemos usar drones para fazer entregas? Nosso primeiro piloto foi em Ruanda, onde ajudamos a criar um protocolo há 18 meses. Agora, eles têm a maior rede civil de drones do mundo. São capazes de entregar suprimentos médicos em clínicas no topo de montanhas. No passado, as pessoas não teriam acesso a esses materiais porque as condições não estavam certas. Agora, em média, em 45 minutos, você recebe um remédio vindo de uma localização centralizada.

O Brasil está muito para trás na indústria 4.0. Como consertar isso?

Não ficar perdendo tempo com a terceira revolução industrial. Olhe para Ruanda. Normalmente, para distribuir sangue, seriam necessários estradas, sistemas de refrigeração, eletricidade. Levaria provavelmente dez anos. Agora, com drones, eles entregam sangue em 45 minutos. Eles pularam a terceira revolução industrial. É possível. Se existe um carro disponível, e você tem carroça, você quer o carro, e não o cavalo mais rápido. Em vez de gastar bilhões em infraestrutura, você pode gastar uma fração disso com melhores resultados.

Em 2018, o Fórum Econômico Mundial defendeu que o Brasil fizesse reformas estruturais para melhorar crescimento e produtividade. Houve alguma melhora nesse diagnóstico?

Essas reformas vão levar um tempo para serem implementadas. Mas a Quarta Revolução Industrial não vai esperar. Nós temos essa urgência, que é partilhada com o governo estadual (de São Paulo) e federal.

Qual o papel da infraestrutura de 5G na Quarta Revolução Industrial?

É muito importante. Imagine se você não tivesse congestionamento em uma cidade. É bom para o meio ambiente, a população. E você precisa de dados em tempo real para conseguir regular o tráfego. Se você distribuísse sensores na cidade e coletasse os dados em tempo real, você reduziria o congestionamento e o uso de energia apenas usando inteligência artificial em uma rede de 5G. A Internet das Coisas é a fonte dos dados, mas você precisa de uma rede de 5G para usá-los.

Como podemos adotar a automação e evitar o desemprego?

Ninguém sabe, não há modelos. Existem previsões, mas ninguém sabe. No passado, a automação ajudou a melhorar os nossos padrões de vida, mas ainda assim uma grande parte da sociedade ficou para trás. Melhora a eficiência, mas precisa ver o que acontece com as pessoas que perderam os empregos. É por isso que é importante fazer esses programas pilotos para ver se têm escala. Se você não automatizar, as companhias irão desaparecer. As grandes vão automatizar, reduzir os empregados e ganhar mais eficiência. Mas, para as PMEs, se não adotarem essas tecnologias, elas desaparecerão. O risco de não fazer a automação é muito maior do que fazer.

 

 

 

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