Quarta-feira

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Consumo privado vai puxar alta do PIB no ano que vem, diz FMI

Com o fim do superciclo de preços de matérias-primas, o Fundo Monetário Internacional (FMI) espera que a recuperação da economia brasileira acelere no próximo ano baseada no consumo e nos investimentos privados. De acordo com Jorge Roldos, chefe da divisão de estudos regionais do Hemisfério Ocidental do Fundo Monetário Internacional (FMI), a política monetária acomodatícia no país vai contribuir para a aceleração do crescimento doméstico.

Segundo o Fundo, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro vai crescer 0,9% neste ano e 2% em 2020 - resultado similar ao estimado por analistas consultados pelo Banco Central para o boletim Focus: 0,92% neste ano e 2,08% para o próximo.

“O aumento do consumo e dos investimentos, com a política monetária acomodatícia, ajuda explicar a aceleração da economia brasileira”, disse Roldos. Roldos participou ontem da apresentação do relatório regional de projeções econômicas do FMI no Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV), no Rio. O FMI avalia no documento que a reforma da Previdência Social aprovada no Congresso foi “encorajadora”.

“Projeta-se que a atual agenda de reformas estruturais aumente a confiança das empresas e, com as condições financeiras favoráveis, leve o crescimento para 2% em 2020.” No documento, o Fundo avalia que, para aumentar o potencial de crescimento, o Brasil precisa de reformas estruturais “decisivas e permanentes”, inclusive a reforma tributária, privatizações, liberalização do comércio e outras medidas.

Roldos chamou atenção para desaceleração da economia global e de parceiros comerciais relevantes para o Brasil e a América Latina, assim como o comércio internacional, num ambiente de guerra comercial entre os Estados Unidos e a China. Com tantas incertezas, o organismo multilateral prevê que a região da América Latina e do Caribe vai crescer apenas 0,2% este ano.

Parte desse baixo crescimento vem do Brasil e da Argentina. São incertezas que reduzem preços de matériasprimas, tornam capitais voláteis e desaceleram a economia mundial. O investimento do setor privado já foi o grande responsável pelo avanço de 1% no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no segundo trimestre deste ano, segundo nota divulgada ontem pelo Ministério da Economia.

Decompondo os dados do PIB, a pasta constatou que o PIB privado teve crescimento interanual de 1,69%, ao passo que o PIB público caiu 1,56% no período. Segundo a nota, o secretário de Política Econômica, Adolfo Saschida, avalia que o resultado “reflete a retomada na confiança dos agentes econômicos”, a partir de fatos como a aprovação da reforma da Previdência, a queda nos juros, a liberação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e reformas estruturantes do Plano Mais Brasil.

“Estamos verificando um crescimento sustentável de longo prazo, sem pressionar as contas públicas e com ganho de produtividade para o país. É o setor privado capitaneando a retomada dos investimentos, que evidencia confiança e credibilidade na agenda econômica deste governo”, disse Sachsida.

O subsecretário de Política Macroeconômica, Vladimir Kuhl Teles, avalia que a retomada do investimento privado tende a ser benéfico, pois estimula o empreendedorismo e a melhor alocação dos recursos.

 

Financiamento imobiliário prefixado sai até março, diz Caixa

A Caixa vai começar a oferecer financiamento imobiliário com taxas prefixadas até março de 2020, afirmou nesta terça o presidente do banco, Pedro Guimarães. A medida representa um passo além do financiamento corrigido pelo IPCA, que foi lançado pelo banco em agosto e originou R$ 3 bilhões em operações desde então.

Embora já estivesse nos planos, o crédito sem indexador virá três meses antes do previsto, se confirmado esse prazo. As linhas prefixadas vão conviver, no portfólio da Caixa, com o crédito indexado pela inflação e com os financiamentos tradicionais, que acompanham a Taxa Referencial (TR). “O cliente vai escolher o que quiser”, disse.

A oferta de crédito sem indexação é possível, segundo o executivo, porque a queda da Selic permite fazer “hedge” de taxa de juros para prazos mais longos. Assim como no caso das linhas atreladas ao IPCA, a intenção de Guimarães é securitizar e vender para investidores as operações de crédito prefixadas. “Não precisamos ter R$ 400 bilhões em carteira imobiliária, podemos ter R$ 300 bilhões”, afirmou.

Neste ano, o banco voltou a crescer no crédito imobiliário, em linha com a estratégia da nova gestão de concentrar o foco nessa atividade, no financiamento à infraestrutura e em operações com pessoas físicas e pequenas empresas. A carteira de empréstimos e financiamentos da Caixa somava R$ 683,186 bilhões no fim de setembro, o que representa alta de 0,1% em relação a junho e queda de 1,5% em um ano.

Do total, R$ 456,328 bilhões se referiam ao crédito habitacional, cujo saldo aumentou 0,9% e 3,6%, respectivamente. A inadimplência recuou 0,08 ponto percentual em relação a junho, para 2,38%. A instituição está reduzindo a exposição a grandes empresas, e não tem renovado as operações de curto prazo à medida que vencem. Esse movimento deve fazer com que o estoque total de crédito da Caixa continue crescendo pouco.

“Não é a intenção ter um crescimento acelerado da carteira”, afirmou Alexandre Ywata, vicepresidente de riscos. O portfólio deve até diminuir à medida que a securitização das operações imobiliárias ocorrer, acrescentou Guimarães.

Os bancos públicos vêm recuando no mercado de crédito no governo Bolsonaro. No terceiro trimestre, o Itaú Unibanco ultrapassou o Banco do Brasil e se tornou a maior instituição financeira do país em tamanho de carteira. Apesar da queda no estoque, o crédito aumentou sua contribuição para o resultado da Caixa em decorrência do foco maior nas operações de varejo.

O banco apurou lucro líquido recorrente de R$ 4,224 bilhões no terceiro trimestre — queda de 14,2% em relação ao mesmo período do ano passado. Os números operacionais melhoraram, mas a instituição pagou um volume maior de tributos. Em termos contábeis, o lucro foi de R$ 8,026 bilhões, com alta de 66,7%.

O resultado foi positivamente influenciado pela venda de uma posição de quase R$ 7 bilhões em NTN-B. O banco usava os títulos do Tesouro como hedge dos instrumentos híbridos de capital e dívida (ICDH), espécie de empréstimos sem vencimento feitos pelo governo à instituição nas gestões petistas.

A Caixa aprovou até agora a devolução de R$ 12,5 bilhões desses títulos ao Tesouro. Guimarães aproveitou a divulgação do balanço para anunciar a redução nas taxas de juros do cheque especial de 8,99% para 4,99% ao mês — bem abaixo da média de 12% praticada pelos bancos privados. A expectativa dele é atrair “centenas de milhares de clientes” com a medida.

O novo patamar pode induzir a redução de juros em outras linhas de crédito pessoal, de forma a ajustá-las. “A Caixa devolve lucro para a sociedade dessa forma”, disse. De acordo com ele, a nova taxa ainda proporciona um retorno de “mais de 100%” para o banco, e pode cair mais num ambiente de Selic baixa. “[O cheque especial] é uma carteira de menos de 1% do total da Caixa. Tem pouco impacto no nosso resultado.”

Guimarães afirmou que um patamar de 15% é o ideal para o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) recorrente do banco — pouco acima dos 14,22% apresentados no terceiro trimestre. Ao mesmo tempo, o executivo disse que o banco poderia reduzir o índice de Basileia (medida de capital bancário) para algo entre 17% e 18%, frente aos 20,1% apresentados no fim de setembro.

 

Agitação política na América Latina e no Brasil derrubam Ibovespa

A instabilidade política na América Latina elevou o nível de receio dos investidores globais e a busca por proteção na região derivada desse sentimento acabou atingindo o Brasil, mesmo diante da avaliação de que o país tem fundamentos melhores e uma situação política menos dramática do que os pares.

Para gestores, o efeito pode até ficar restrito ao curto prazo, mas vai provocar mais nervosismo a depender dos desdobramentos políticos aqui e em outros países. Comentários do presidente americano, Donald Trump, sobre o acordo comercial desenhado com a China nesta tarde levaram o Ibovespa a se afastar da mínima, de 106.232 pontos. No entanto, a busca por segurança que fez disparar indicadores de risco, como o dólar e os juros futuros, conduziu o Ibovespa aos 106.751 pontos no fechamento, uma queda de 1,49%.

A onda de saques por aqui ficou traduzida também no giro financeiro, de R$ 14,1 bilhões, acima da média diária dos pregões de 2019, de R$ 12,5 bilhões. Os quatro piores movimentos cambiais hoje ficaram concentrados em América Latina — peso chileno, peso colombiano, peso mexicano e o real brasileiro se desvalorizam ante o dólar.

O movimento responde aos acontecimentos na Bolívia, que enfrenta a renúncia de Evo Morales da Presidência, e no Chile, que convive com uma onda de protestos e caminha para propor nova Constituição. Em Nova York, o maior fundo de índice (ETF) ligado a ações da região, o iShares Latin America, teve queda de 1,95% hoje — o ETF persegue a rentabilidade das 40 maiores companhias latino-americanas.

O maior ETF de papéis brasileiros de Wall Street, o iShares MSCI Brazil Capped, ou EWZ, registrou baixa de 1,90%, na contramão dos índices americanos. Não bastassem os eventos políticos na região latino-americana, o investidor continua dosando a demanda por risco globalmente porque as disputas comerciais entre China e EUA ainda estão em aberto. O aguardado discurso do presidente Trump nesta tarde trouxe alívio para ativos de risco — mas pouco.

Trump reiterou que é necessário fechar logo a primeira fase de pacto comercial, mas não entrou em detalhes sobre a revogação ou não de tarifas em vigor contra importações chinesas. Da frente doméstica, novos receios também derivam da clara disputa política em torno da prisão após condenação em segunda instância, depois do entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) na semana passada e de declarações do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).

Depois que o STF decidiu pela ilegalidade da prisão em segunda instância, antes de esgotados todos os recursos, Alcolumbre afirmou nesta tarde que vai consultar líderes do Congresso sobre as possibilidades de alterar a questão via uma nova Constituinte. “Para quem está investindo de fora, a visão para América Latina como um todo é ruim sim a partir do que ocorre nos vizinhos do Brasil”, afirma Mohamed Mourabet, sócio-fundador e gestor de investimentos da Hogan Investimentos.

“A visão negativa é capturada por dois setores muito importantes e movimentados por essa classe, que são os bancos e empresas de commodities, que são também as de grande peso no Ibovespa.” Segundo Mourabet, do ponto de vista do investidor local, ainda há oportunidades nas ações, considerando os fundamentos do país, mas não há como ficar imune, no curto prazo, ao movimento dos estrangeiros. “O investidor aqui acaba tendo que buscar nichos de valor e está difícil achar potencial de alta, mesmo para empresas que estão entregando resultados.”

Recentemente, o alívio proporcionado pelo avanço das negociações comerciais sino-americanas havia permitido uma mudança de curto prazo no fluxo de estrangeiros para as ações já listadas (mercado secundário) da B3. No ano até o dia 8 de novembro, porém, essa classe de investidor segue com robusta retirada de recursos, já em R$ 32 bilhões.

Segundo Adriano Cantreva, sócio da Portofino Investimentos, Bolívia e Chile são economias pequenas e com mercados financeiros bem menores e, por isso, é possível que qualquer efeito se dissolva, sem grandes impactos significativos ou duradouros. “O possível acordo comercial entre China e EUA, esse sim, é um processo que mantém a atenção dos investidores, sobretudo considerando a proximidade das eleições americanas presidenciais no ano que vem”, diz.

 

Juros futuros sobem com ruídos políticos e tensões na América Latina

Com o cenário de intensas tensões políticas e sociais na América Latina como pano de fundo, ruídos políticos no Brasil fizeram com que os juros futuros enveredassem por um movimento de forte recomposição de prêmio de risco, sobretudo nos vértices intermediários e longos da curva a termo.

A saída do presidente Jair Bolsonaro do PSL foi um dos fatores atribuídos pelos agentes à aversão a risco que se mostrou mais intensa durante a tarde. Além disso, comentários do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), sobre uma nova Constituinte também estiveram no foco do investidor.

No fim da sessão regular desta terça-feira (12), a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 subiu de 4,52%, no ajuste anterior, para 4,56%; a do DI para janeiro de 2022 passou de 5,07% para 5,16%; a do contrato para janeiro de 2023 foi de 5,58% para 5,69%; e a do DI para janeiro de 2025 avançou de 6,20% para 6,30%. Na ponta curta, o DI para janeiro de 2020 fechou cotado a 4,732%.

O cenário de maior nervosismo na política brasileira foi um dos principais fatores atribuídos pelos investidores ao avanço das taxas. Rodrigo Franchini, sócio e estrategista da Monte Bravo Investimentos, nota que o processo em torno da troca de partido por Bolsonaro pode colocar em risco a governabilidade e a agenda de reformas em 2020. “O investidor estrangeiro olha esse cenário e fica reticente. Todo o cenário mostra instabilidade no Brasil e arranha a nossa imagem em um momento não muito positivo para a América Latina.”

Franchini afirma que problemas políticos e sociais envolvendo outros países latinoamericanos mostram que a região, como um todo, enfrenta um período de “gigantesca instabilidade”. “Estamos inseridos nesse contexto, mesmo que marginalmente. Se não mostrarmos indicadores mais sólidos, nossa imagem se suja por tabela”, disse.

As quatro piores moedas com pior desempenho em relação ao dólar, hoje, são de países da América Latina: peso chileno, peso colombiano, peso mexicano e o real brasileiro. Apesar disso, o ambiente se mostrou mais avesso a emergentes como um todo.

O fundo de índice (ETF) para investimentos em bônus emergentes cotado em dólar do J.P. Morgan (EMB) cedia ao menor nível desde 17 de junho, durante a tarde desta terça, ao ser negociado em torno de US$ 112. Por aqui, o miolo da curva futura de juros refletiu melhor a aversão a risco, com as taxas de alguns contratos chegando a saltar cerca de 15 pontos-base durante a tarde.

Em relatório enviado a clientes, o banco mexicano Banorte nota que os rendimentos (yields) dos títulos públicos do México subiram com força durante a tarde, às vésperas da reunião de política monetária do banco central do país, que deve efetuar um corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros na quinta-feira (14), para 7,50%. Os analistas do Banorte, contudo, notam que a chance de uma redução de 0,50 ponto tem aumentado diante de indicadores sequenciais que mostram fraqueza no crescimento do México.

“O Chile vem tendo problemas com os protestos, que não têm fim. Além disso, vemos a ex-presidente Cristina Kirchner no próximo governo na Argentina e temos a Bolívia com graves problemas políticos. A situação política geral da América Latina tem permitido oscilações no mercado de juros futuros”, disse Heber Vieira, trader de renda fixa da Terra Investimentos.

Ainda para ele, as tensões entre Bolsonaro e o PSL reforçam que o governo pode perder um pouco da base que tem no Congresso. “Isso estressou o mercado. O governo já teve problemas para aprovar a Previdência e temos uma agenda de reformas pela frente, que nem começou a sair do papel”, afirmou Vieira. Além disso, os investidores monitoraram comentários de Davi Alcolumbre sobre uma Assembleia Constituinte.

Na manhã desta terça, ele havia feito comentários sobre uma nova Constituinte, mas sua assessoria havia pontuado que se tratava de ironia. À tarde, porém, o presidente do Senado reforçou sua fala e disse que pretende consultar os líderes partidários sobre o assunto.

 

ESTADÃO

 ‘As empresas estão retomando seus projetos’, diz presidente do Itaú BBA

Um dos maiores bancos de investimento do País, o Itaú BBA vê um novo ciclo de investimentos das empresas para 2020. “A maior demanda por crédito e o movimento no mercado de capitais são duas variáveis que acompanhamos de perto”, disse Caio David, em sua primeira entrevista desde que assumiu a presidência do Itaú BBA, em janeiro deste ano.

Para David, esse movimento já é nítido nos setores de energia e óleo e gás. No mercado imobiliário, embora a expansão ainda esteja concentrada em São Paulo, há sinais claros de retomada. Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista.

Qual o balanço que o sr. faz de 2019 e o que espera para 2020?

O ambiente econômico mudou. A gente tem uma perspectiva de crescimento da economia, principalmente para o próximo ano, que não se via há um bom tempo. Isso tem trazido um pouco mais de motivação, não só para os entes financeiros, mas também para os nossos clientes. As empresas estão, de fato, com uma agenda de desenvolvimento de seus negócios e mais projetos.

Quais os sinais que o banco vê de retomada desses projetos?

São duas variáveis que acompanhamos de perto. Primeiro, a demanda por crédito. Ela vem bem forte nas médias empresas e também no segmento corporate. Esses dois segmentos têm crescimento de dois dígitos. Quando a gente olha somente a originação (novas operações de crédito), ela vem ainda mais forte, um belo sinal de que a economia está ganhando tração. Quando se olha o mercado de capitais, a gente vê um pipeline crescente em renda fixa e variável, além de fusões e aquisições (M&A). Para o ano que vem, essa agenda de M&A pode ficar mais animadora.

Na divulgação do balanço do terceiro trimestre, o Itaú Unibanco afirmou que a demanda por crédito de grandes empresas também cresceu.

As grandes empresas vinham se financiando pelo mercado de capitais. Mas a gente viu também, neste último trimestre, uma maior demanda no mercado de crédito. Claro que, depois de uma involução a gente percebe alguma tração, ainda em patamares inferiores do que tínhamos na carteira.

Nas operações de fusões e aquisições para 2020, o sr. coloca na conta as privatizações?

Não. São operações de mercado. Temos 50 possíveis transações para o próximo ano. Tem de lembrar que a taxa de mortalidade é grande, mas mostra um movimento positivo.

Investidores estrangeiros retornam ao País com força?

Estive em Washington, na reunião do FMI, e pude perceber que diversos investidores já têm uma posição no Brasil. Talvez agora estão esperando o melhor momento para buscar oportunidades. Tem uma agenda de investidores que vai participar de concessões e privatizações.

O sr. tem uma projeção de quanto as privatizações podem movimentar?

A agenda de desinvestimento (do governo) soma mais de R$ 400 bilhões, incluindo cessão onerosa. Bancos de investimentos estão sendo contratados para atender a essa demanda. Olhando para um passado recente, este ano foi intenso. Ano que vem pode ser ainda melhor.

Por que será melhor?

Quando se vê taxa de juros nos patamares mais baixos da história, isso faz com que investimentos sejam transferidos da renda fixa para variável. Além disso, tem a agenda de privatização que vem fomentando possíveis transações no mercado. Isso é bem positivo.

Mas a economia como todo não tem crescido no ritmo esperado...

Nos anos recentes, o País teve muita participação de investimentos públicos, que ajudaram a fomentar o crescimento do PIB nacional. Vejo agora uma maior participação do setor privado. Pode ser um fomentador do crescimento econômico acima dos 2,5% nos próximos anos.

Quais setores da indústria que já estão reagindo?

Nos últimos trimestres, o setor de energia foi um grande demandador de crédito e de operações de mercado de capitais. Há uma reação do segmento de óleo e gás. O setor imobiliário tem apresentado sinais de aceleração, mas ainda muito concentrado em São Paulo, mas já é um bom sinal. Várias empresas do setor foram a mercado para captar recursos para investimentos. Estamos redesenhando nossa área dedicada ao mercado imobiliário, assim como a de agronegócios.

Como será a reorganização do setor do agronegócio?

Até o ano passado, o banco tinha basicamente uma cobertura voltada para as usinas e para os produtores rurais, mas não tínhamos uma visão integrada de toda a cadeia do agronegócio. Temos uma equipe dedicada para cobrir todas as empresas, desde o insumo e a própria comercialização do produto. Queremos dobrar o número de clientes atendidos (hoje são 405 clientes).

Mas que oportunidades o banco está vendo no setor?

É um dos setores que têm uma pujança tanto para o mercado de crédito como para o de capitais. O segmento passa por mudanças e adota uma das melhores tecnologias do mundo. Estamos entendendo que a tecnologia está mudando o setor.

Passamos por uma recessão e muitas empresas se endividaram. Essa fase mais crítica já passou?

Vejo pela qualidade de nossa carteira de crédito. Durante a recessão, empresas de diversos setores tiveram oportunidade de reestruturar o seu passivo. A taxa de juros no atual patamar permite que as empresas acessem o mercado de capitais. Diria que hoje a saúde financeira das empresas está boa e percebemos isso nos movimentos que elas estão fazendo. É, sim, um novo ciclo de taxa de juros e inflação baixa e que dá mais liquidez para que as companhias façam mais investimentos.

 

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