Quinta-feira

ESTADÃO

Vendas e lançamentos de imóveis batem recorde em São Paulo

O mercado imobiliário residencial paulistano viveu, em 2019, seu melhor ano de lançamentos e vendas. Os números do acumulado do ano ainda não estão fechados, mas os volumes até novembro e as indicações do último mês do ano sinalizam o recorde esperado pelo Secovi-SP, o Sindicato da Habitação. Nos 12 meses encerrados em novembro, as vendas tiveram aumento de 48,6%, para 44.134 unidades, na capital paulista.

No período, foram lançadas 53.545 unidades, com aumento de 41,2%, conforme dados da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp) divulgados pelo Secovi-SP. Para 2020, as estimativas preliminares do Secovi-SP são que os lançamentos terão aumento de 10% e as vendas crescerão 5%, na capital paulista, levando-se em conta a expansão projetada para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2% a 2,5%, a continuidade de juros baixos e a calibragem da Lei de Zoneamento, segundo o presidente da entidade, Basílio Jafet.

“O mercado recuperou-se muito bem. Houve aumento da confiança, e o consumidor passou a se sentir mais tranquilo para fazer a maior aquisição da vida. A queda dos juros também é extremamente benéfica para o setor”, afirma Jafet, acrescentando que quem comprou um apartamento no fim do ano passado pode obter prestação 30% menor do que se houvesse adquirido no final de 2018.

A atual série histórica do Secovi-SP, com inferência do total de vendas a partir da amostragem da pesquisa, teve início, em 2004. Desde então, o recorde anterior de comercialização do maior mercado imobiliário do país - cerca de 36,5 mil unidades - tinha sido obtido nos anos de 2008 e 2010. Já 2008 e 2011 tinham sido responsáveis pelos maiores volumes lançados, de 39,5 mil e 39 mil, respectivamente. Em novembro, as vendas de imóveis residenciais novos alcançaram 4.974 unidades, com expansão de 29,4% na comparação anual. O Valor Geral de Vendas (VGV) comercializado cresceu 66,1%, para R$ 2,89 bilhões.

Para efeito de comparação, os valores foram atualizados pelo Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-DI) de novembro. Houve aumento de 24,4% nos lançamentos, para 8.131 unidades. No fim de novembro, a cidade de São Paulo tinha 29.013 imóveis residenciais novos disponíveis para vendas. Considerando-se o ritmo de comercialização do mês, seriam necessários 5,83 meses para escoar o volume. Jafet ressalta que a parcela de unidades enquadradas no programa habitacional Minha Casa, Minha Vida lançadas na cidade de São Paulo, nos últimos anos, teve crescimento expressivo devido à regulamentação das Zonas Especiais de Interesse Social (Zeis) pelo novo Plano Diretor de São Paulo.

“A legislação tornou viável o Minha Casa, Minha Vida em São Paulo”, afirma o presidente do Secovi-SP, dizendo considerar esse ponto muito positivo, embora tenha “muitas reservas ao Plano Diretor”. Por outro lado, destaca Jafet, a legislação “praticamente obriga a produção de apartamentos pequenos nos eixos”. Conforme definido pela nova Lei de Zoneamento, o número de garagens nos chamados eixos estruturantes - proximidades de estações de metrôs e trens, e de corredores de ônibus - se limita a uma vaga por unidade. O presidente do Secovi-SP defende que haja “correção” de vários pontos da Lei de Zoneamento. Mudanças são necessárias, no entendimento do representante setorial, por exemplo, para estimular a produção de imóveis maiores.

 

VALOR

Campos reforça mensagem de cautela na política monetária

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, reforçou nesta quarta-feira que “o atual estágio do ciclo econômico recomenda cautela na condução da política monetária”. Ele participou de evento do Banco Santander em Cancun, no México.

Atualmente, a Selic está em 4,5% ao ano. A necessidade de cautela na condução da taxa básica de juros já havia sido reforçada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do BC após a sua última reunião, em dezembro.

“Os próximos passos [da política monetária] continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação”, de acordo com a apresentação realizada por Campos e divulgada pelo BC.

Ele reforçou que “as condições econômicas prescrevem política monetária estimulativa”, ou seja, com a taxa básica de juros abaixo do seu nível estrutural. A taxa de juros estrutural é aquela que leva ao máximo de crescimento da atividade sem gerar pressão inflacionária.

No evento, Campos Neto também destacou positivamente a queda de 0,27% do índice de inadimplência entre novembro do ano passado e o mesmo período de 2018. Segundo ele, o número representa “a reversão de uma tendência negativa observada em 2018”.

Entre as razões para a queda da inadimplência, o presidente do BC citou a liberação de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e “eventos especiais para a renegociação de dívidas”.

As instituições financeiras realizaram no ano passado um mutirão de renegociações. Para renegociar seus débitos, os clientes precisavam em troca fazer um pequeno curso de educação financeira. O BC pretende realizar outros dois mutirões semelhantes neste ano. No evento, Campos disse que o Brasil deve ter um crescimento econômico maior do que a média da América Latina neste ano.

“Pesquisas recentes mostram o Brasil com desempenho melhor do que a América Latina em 2020”, disse. O presidente do BC também destacou o fato de empresas americanas com ratings mais baixos estarem aumentando a sua participação na emissão de títulos durante as duas últimas décadas. Um gráfico da apresentação mostra que, entre as companhias americanas com grau de investimento, vêm crescendo desde 1999 as emissões daquelas com rating mais baixo, como BBB ou A.

Além disso, Campos Neto chamou a atenção para as taxas de juros negativas ao redor do mundo. A apresentação mostra que, em uma lista de 19 países desenvolvidos, apenas cinco ainda têm taxas básicas de juros positivas.

 

Juros futuros recuam com reforço das apostas na queda da Selic

O novo tropeço da retomada econômica, agora com a frustração no comércio varejista, deu fôlego para as apostas em uma rodada adicional de estímulos monetários em 2020. Os juros futuros caíram do começo ao fim do pregão desta quarta-feira (15), num movimento bastante pronunciado em trechos intermediários da curva, que são os mais sensíveis às expectativas para o caminho da política monetária.

No fim da sessão regular, às 16h, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 caiu de 4,44%, no ajuste anterior, para 4,39%; a do DI para janeiro de 2022 recuou de 5,10% para 5,00%; a do contrato para janeiro de 2023 foi de 5,66% para 5,56%; e a do DI para janeiro de 2025 passou de 6,38% para 6,31%.

“O fraco desempenho do indicador [de varejo] aumenta consideravelmente as chances de um corte de 0,25 ponto percentual na Selic em fevereiro. Se o IBC-Br de novembro, que será divulgado amanhã, apresentar um quadro de recuperação aquém do esperado, acreditamos que a discussão sobre Selic terminal abaixo de 4,25% ganhará força”, aponta a XP, em relatório.

De acordo com o IBGE, as vendas no varejo restrito cresceram 0,6% em novembro na margem, abaixo da mediana de 1,3% dos economistas consultados pelo Valor Data. Já as vendas no varejo ampliado tiveram recuo de 0,5%, ante expectativa de 0,4%. “Os últimos dados jogam um pouco de água nas previsões de crescimento mais acelerado e mostram que a atividade ainda não está tão forte.

Além disso, já começamos a ver um retorno da inflação a níveis bem menores do que os observados em dezembro”, afirma Cássio Andrade Xavier, gestor de renda fixa da Sicredi Asset. De fato, os últimos dias têm sido marcados por forte queda nas taxas de inflação implícita calculadas a partir dos títulos indexados ao IPCA (NTN-Bs). A inflação implícita para agosto deste ano está, hoje, em 3,22%, enquanto a meta do BC é de 4%. Dado esse cenário, os agentes têm ampliado as apostas em queda das taxas de juros.

Nos cálculos da Quantitas, a curva a termo precifica 60% de possibilidade de uma redução de 0,25 ponto percentual no juro básico no mês que vem, de 51% ontem. Economista-chefe do banco Fibra, Cristiano Oliveira contempla em seu cenário mais uma redução de 0,25 ponto da Selic e diz que o BC usará, em fevereiro, “todo o conjunto de informações de atividade e de ancoragem de expectativas de inflação que estiver disponível”.

Para ele, o plano de voo da autoridade monetária indica uma redução adicional dos juros no mês que vem, o que encerraria o ciclo de afrouxamento. “Existe a possibilidade de mais um corte em março, mas ainda é algo muito distante. A reunião de março do Copom será definida com dados bem mais atualizados e é um pouco prematuro dizer o que o BC fará”, aponta Oliveira.

Diante da incerteza quanto ao fim do ciclo de redução da Selic e após os dados recentes, Xavier, da Sicredi Asset, nota que o mercado passou a alongar suas posições e, por isso, as taxas intermediárias têm queda um pouco mais expressiva. “Se não houver cortes adicionais, a leitura é a de que a taxa básica vai ficar parada por mais tempo. Por isso, os investidores passam a aplicar nos DIs para janeiro de 2022 e para janeiro de 2023”, pontuou.

 

Mercados sofrem com varejo fraco

A frustração com as vendas no varejo em novembro voltou a levar investidores a questionarem o otimismo com a retomada econômica do país. Como resultado, o real e o Ibovespa ignoraram qualquer viés positivo trazido pela assinatura do acordo comercial entre Estados Unidos e China, firmado ontem em Washington, e tiveram um dia de perdas próximas a 1%.

O dólar comercial terminou em alta de 1,32%, aos R$ 4,1843, perto da máxima intradiária. É o maior nível de fechamento desde 5 de dezembro, quando encerrou em R$ 4,1880. Como em pregões anteriores, o real também destoou do comportamento dos demais pares emergentes. O peso chileno, segunda divisa com maior desvalorização no dia, cedia 0,66% no fim da tarde.

Na renda variável, o Ibovespa fechou em queda de 1,04%, aos 116.414 pontos, com giro financeiro de R$ 16,5 bilhões. O sentido de negociação foi dado logo na abertura. De acordo com o IBGE, as vendas no varejo restrito cresceram 0,6% na passagem de outubro para novembro, abaixo da mediana de 1,3% dos economistas consultados pelo Valor Data. Já as vendas no varejo ampliado tiveram recuo de 0,5%, ante expectativa de 0,4%.

“Os últimos dados jogam um pouco de água nas previsões de crescimento mais acelerado e mostram que a atividade ainda não está tão forte”, afirma Cássio Andrade Xavier, gestor de renda fixa da Sicredi Asset. “Além disso, já começamos a ver um retorno da inflação a níveis bem menores do que os observados em dezembro.”

O dado de varejo se junta aos números fracos da indústria e dos serviços, divulgados nos últimos dias, e coloca em perspectiva o ritmo de recuperação do PIB no fim do ano passado. Todo esse contexto também reforça a aposta em queda adicional da Selic em 2020.

Nos cálculos da Quantitas, a curva a termo precifica 60% de possibilidade de uma redução de 0,25 ponto percentual no juro básico no mês que vem, o que levaria a Selic para 4,25%. Até terça, as chances de corte estavam bastante dividas, em 51%. Ontem, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 caiu de 4,44% para 4,40%, enquanto o juro do DI para janeiro de 2023 recuou de 5,63% para 5,59%.

Diante da incerteza quanto ao fim do ciclo de redução da Selic e após os dados recentes, Xavier, da Sicredi Asset, nota que o mercado passou a alongar suas posições e, por isso, as taxas intermediárias têm queda um pouco mais expressiva. “Se não houver cortes adicionais, a leitura é que a taxa básica vai ficar parada por mais tempo. Por isso, os investidores passam a aplicar nos DIs para janeiro de 2022 e para janeiro de 2023”, pontua.

O cenário de crescimento em ritmo mais moderado que o imaginado reduz a atratividade do Brasil para capitais estrangeiros interessados em investir. “Este ano, houve alguma decepção com a entrada de fluxo que geralmente vem em janeiro. Além disso, o mercado tirou um pouco do grande otimismo de se crescer acima de 2,50% esse ano”, diz Luiz Eduardo Portella, gestor da Novus Capital, uma das instituições que ficou no Top 5 de dezembro para câmbio no curto prazo da Focus.

“O cenário para o Banco Central cortar juros acabou se fortalecendo e acaba que o dólar sente.” Roberto Secemski, economista-chefe para Brasil do Barclays, observa que, além dos dados piores que o esperado de novembro, o real sofre por ser usado como instrumento de hedge para apostas em ativos emergentes em geral.

Essa característica faz a moeda oscilar mais fortemente em momentos de salto na aversão ao risco. “Por causa do baixo diferencial de juros, ficou muito barato se proteger no real para aplicar em emergentes. Isso ficou muito claro quando o [presidente dos Estados Unidos] Donald Trump fez um discurso mais apaziguador sobre a tensão com o Irã.

A moeda brasileira se depreciou rapidamente, cerca de 1%, em menos de 20 minutos”, diz o economista do Barclays, outra casa que integrou o Top 5 de dezembro para câmbio no curto prazo. Na renda variável, os ativos mais penalizados no Ibovespa foram as blue chips: Ambev ON (-1,78%), Petrobras (-2,23% a ON e -1,50% a PN), e Vale ON (-0,32%), por exemplo. Da mesma forma, as ações de bancos tiveram firme baixa. Entre os destaques negativos, estavam Banco do Brasil ON (-1,83%), Bradesco (-2,29% a ON e -1,75% a PN) e Itaú Unibanco PN (-1,23%).

O segmento foi afetado ainda pelo anúncio do governo de que há estudos para a flexibilização do pagamento de contas de serviços públicos e tributos, uma vez que esse tipo de operação está concentrada entre as grandes instituições.

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