Quarta-feira

FOLHA

Concessões de saneamento atraem interesse de 20 grupos nacionais e internacionais, diz BNDES

Mais de 20 grupos nacionais e estrangeiros já manifestaram interesse em participar da concessão de quatro empresas estaduais de saneamento, segundo o diretor de infraestrutura e concessões do BNDES, Fábio Abrahão, ao ressaltar que a fluminense Cedae desperta apetite dos investidores apesar da crise no abastecimento de água do Rio de Janeiro.

A concessão das áreas de distribuição de água e coleta e tratamento de esgoto da Cedae está prevista para o segundo semestre deste ano e a expectativa do governo fluminense é arrecadar ao menos R$ 11 bilhões.

Abrahão destacou que a concessão desperta uma gama de interessados, que incluem operadores do setor de saneamento, investidores estratégicos e fundos de investimento nacionais e globais. Há grupos europeus, chineses, norte americanos e de outras nacionalidades, disse o executivo.

"A presença e atenção dos investidores está consistente e tem bastante gente interessada. São mais de 20 interessados e a Cedae é o ativo mais relevante", disse Abrahão à Reuters, sem revelar nomes dos interessados. "Achamos que o mais provável é ter uma composição entre um operador com um investidor", acrescentou o diretor de infraestrutura, concessões e PPPs do BNDES.

Além da Cedae, empresas estaduais de saneamento do Amapá (Caesa), Acre (Sanacre) e Alagoas (Casal) também devem ser concedidas esse ano.

A Cedae vive em 2020 uma das maiores crises de toda a sua história. Desde o início do ano, depois de uma proliferação de uma alga conhecida como geosmina, a água fornecida pela Cedae sai das torneiras de milhões de cariocas e fluminenses com cheiro, gosto e até cor de terra. A Defensoria Pública e Ministério Público negociam com a Cedae um desconto na conta de água dos consumidores. O martelo deve ser batido numa reunião na quarta-feira.

"A origem do problema (crise da água da Cedae) tem a ver com a qualidade da água que chega ao sistema Guandu. Isso não apareceu como problema e não é uma questão para os investidores", disse Abrahão à Reuters, se referindo ao sistema responsável por abastecer quase 10 milhões cariocas e fluminenses.

Pelo modelo desenhado pelo BNDES e entregue ao governo do Rio de Janeiro, o futuro concessionário da Cedae terá que investir mais R$ 30 bilhões ao longo de 35 anos de contrato. A modelagem de venda prevê a concessão apenas das áreas de coleta e tratamento de esgoto da Cedae, e, o governo fluminense já pensa num novo modelo para os segmentos de captação e tratamento de água, envolvendo venda no mercado acionário de participação de 60% da companhia restante a partir de 2021.

Abrahão disse que o BNDES ainda não foi procurado pelo governo do Rio de Janeiro para essa segunda etapa de monetização da Cedae, mas vê com bons olhos a iniciativa fluminense.

"Se a demanda chegar estamos totalmente preparados para ajudar nisso...O que tem de conversa com vários governadores é que fazer IPO minoritário de companhia estatal a gente não recomenda, não apoia e o mercado não concorda com esse risco", avaliou o diretor do BNDES.

 

VALOR

Economia brasileira cresceu 1,2% em 2019, segundo Monitor do PIB da FGV

O Monitor do PIB, da Fundação Getulio Vargas (FGV), sinaliza que a economia brasileira cresceu 1,2% no ano de 2019. Os destaques positivos pela ótica da demanda foram a formação bruta de capital fixo e o consumo das famílias, que cresceram 2,7% e 1,8%, respectivamente. Pela ótica da oferta, os três grandes setores de atividade (agropecuária, indústria e serviços) cresceram, embora alguns de seus componentes como as atividades extrativa, transformação e administração pública tenham apresentado retração no ano (-1,3%, -0,1% e -0,1% respectivamente).

“O resultado positivo da economia em dezembro, no quarto trimestre e no ano de 2019,foi influenciado pelo consumo das famílias”, diz Claudio Considera, coordenador do indicador, em comentário no relatório. “Destaca-se que tal desempenho está sendo impulsionado principalmente pelo aumento do consumo de serviços”, acrescenta.

“Com relação ao investimento, a despeito do resultado positivo do ano, o resultado do quarto trimestre, em comparação ao terceiro, mostra retração deste componente. Este resultado é explicado, principalmente, pela retração de máquinas e equipamentos. Tais desempenhos continuam sinalizando que a recuperação da economia está mais ancorada na expansão do consumo do que dos investimentos, o que certamente lança uma dúvida para a continuidade do crescimento deste ano.”

Na análise trimestral, o PIB da FGV apresentou, na série com ajuste sazonal, crescimento de 0,7% no quarto trimestre, em comparação ao terceiro, mostrando aceleração da atividade econômica no fim do ano. Em relação ao quarto trimestre de 2018, o crescimento foi de 1,9%. Na análise mensal, a economia brasileira apresentou estagnação em dezembro, na comparação com novembro, segundo a FGV.

A paralisação no mês também foi verificada no setor de serviços, enquanto a agropecuária apresentou forte recuo (-2,3%) e a indústria teve fraco crescimento de 0,3%. Na comparação interanual, o resultado do PIB foi positivo em 2,3%, com crescimento de todas as 12 atividades. Consumo,investimento e comércio exterior

O indicador de consumo das famílias fechou 2019 com crescimento de 1,8%. “Desde o início de 2019, o consumo de serviços tem sido o principal componente para o crescimento do consumo das famílias, tendo contribuído com 61% do crescimento total deste componente no ano”, aponta a FGV.

“Os serviços de aluguel, alojamento e alimentação e serviços gerais prestados às famílias foram os que mais contribuíram para o crescimento do consumo de serviços”, explica o relatório. A formação bruta de capital fixo cresceu apenas 2,7% em 2019, após ter se expandido 3,9% em 2018. “Apesar de os componentes de construção e de outros terem aumentado a contribuição na FBCF em 1,3 ponto percentual (p.p.) e 0,6 p.p. de 2018 para 2019, não foi suficiente para compensar a diminuição da contribuição de máquinas e equipamentos que, apesar de ainda ser positiva, é 3,1 p.p. menor do que era em 2018”, diz a FGV.

A exportação encolheu 2,2% em 2019, com retração em quase todos os seus componentes, segundo a FGV. Apenas as exportações de produtos da extrativa mineral (1,6%), de consumo semiduráveis (2,4%) e de bens intermediários (2,1%) cresceram no ano. Os maiores recuos foram registrados na exportação de bens de capital (-21,0%) e de bens de consumo duráveis (-18,6%). O recuo das exportações para a Argentina, devido à recessão no país vizinho, é uma das principais justificativas para a retração deste componente.

A importação apresentou crescimento de 1,4% em 2019, segundo a FGV. “Apesar de positivo, este resultado é devido, quase que exclusivamente, ao crescimento da importação de bens intermediários. Além deste, apenas a importação de produtos agropecuários cresceu 5,6% no ano, porém, como não tem grande representatividade na pauta de importações brasileiras, pouco contribuiu para o crescimento da importação.”

Em termos monetários, a FGV estima que o PIB alcançou a cifra de R$ 7,218 trilhões (R$ 7.217.995 milhões) em valores correntes em 2019. Hiato do produto De acordo com a função de produção do Monitor do PIB, o hiato do produto da economia brasileira ficou em -4,1% no quarto trimestre do ano passado.

 Pela média das métricas estatísticas, o hiato do produto ficou em -3,5%, segundo a FGV. As duas formas de estimação mostram tendências parecidas, com correlação de 0,81 no período analisado. O hiato do produto é a diferença entre o produto efetivo e o produto potencial. Para o cálculo do hiato, é necessário estimar o produto potencial da economia.

“É possível notar que, na primeira década de análise (2001- 2010), a composição do produto efetivo foi muito semelhante à do produto potencial. No entanto, na década de 2011 a 2019, o crescimento do produto efetivo fica 0,8 ponto percentual (p.p.) abaixo do crescimento do produto potencial”, diz a FGV.

A principal justificativa para essa diferença é o insumo capital: enquanto no produto potencial a contribuição do capital foi de 1,0 p.p., no produto efetivo verificou-se uma contribuição de 0,4 p.p. “Embora o produto potencial já mostre um crescimento menor da economia na segunda década, o crescimento verificado ficou bem abaixo do potencial, resultando em uma abertura do hiato da economia a um dos patamares mais baixos da história brasileira”, diz a FGV.

 

Campos minimiza desvalorização do real e reforça que meta é de inflação

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, voltou a minimizar nesta terça-feira o movimento recente de desvalorização do câmbio. Ele reforçou que a meta do BC é a inflação e que o câmbio é flutuante, mas disse que a autoridade monetária poderá agir, como fez recentemente, quando notar disfuncionalidades no mercado.

"Sempre que identificarmos um movimento de falta de liquidez, ou movimento exagerado, ou que o Brasil está destoando muito de pares, ou que [o câmbio] começou a influenciar a inflação, o BC pode fazer uma intervenção, como fez recentemente", afirmou em reunião com a bancada do DEM na Câmara dos Deputados. O encontro contou com a presença do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Campos Neto reafirmou que a desvalorização atual é diferente das anteriores. "Em todas, havia piora da percepção de risco, taxa de juros longo subia e bolsa caía bastante. Nessa última desvalorização, foi exatamente o contrário", disse. O movimento atual veio acompanhado de um prêmio de risco nas mínimas, bolsa perto das máximas e taxa de juros longa no menor nível da história, destacou.

Ele lembrou que a taxa de juros longa, em função das reformas, caiu a ponto de as empresas pagarem as suas dívidas fora do país antecipadamente para pegarem crédito no Brasil, o que pressionou o mercado de dólares à vista.

Além disso, houve dois outros fatores que influenciaram o câmbio: a desvalorização das commodities e o fortalecimento internacional do dólar. Campos Neto afirmou que com a queda simultânea do preços das commodities fora do país e do valor do real, houve pouco impacto no preço das commodities dentro do Brasil, mantendo a inflação relativamente estável. O presidente do Banco Central aproveitou para defender o projeto de lei de modernização cambial.

Segundo ele, as mudanças ajudarão o Brasil a se “inserir nas grandes cadeias de valor” e a “fomentar os negócios de investidores estrangeiros no Brasil”. “Grande parte da nossa legislação cambialfoifeita em 1940, 1960”, disse. Ele citou como exemplo de atraso da legislação atual o fato de apenas instituições financeiras terem permissão para fechar câmbio.

Aproveitou ainda para citar avanços em outras áreas, como o fato de o financiamento imobiliário atrelado a índices de inflação já somar R$ 7 bilhões. “Achei que teria R$ 1 bilhão” no período desde o lançamento, disse. Autonomia do Banco Central Campos Neto voltou a mostrar confiança na aprovação do projeto de autonomia da autoridade monetária. “A Casa [Congresso] está madura, existe um entendimento suficiente [para aprovação]”, disse na reunião com os parlamentares.

Em sua apresentação, ele negou que a autonomia deixará o BC demasiadamente alinhado aos bancos. “O BC é uma instituição bastante blindada”, disse, destacando positivamente “a confiança muito grande” nos quadros do órgão. O presidente do BC também saiu em defesa da sua própria administração na autoridade monetária, chamando a atenção, entre outros pontos, para a agenda de competição no sistema financeiro que o BC vem promovendo.

“Quem acompanha essa gestão pode falar tudo, menos que o BC é entregue aos banqueiros”, disse. Entre os benefícios da autonomia, ele citou a taxa de juros estrutural menor, uma inflação mais baixa e mais controlada, o que “permite planejamento melhor”. “O projeto de autonomia colocaria o Brasil num patamar diferenciado”, disse. “Ficaríamos mais próximos aos nossos pares.”

Campos Neto disse a parlamentares que a aprovação do projeto de lei sobre autonomia da autoridade monetária será importante para direcionar a “credibilidade futura” da economia brasileira. “Esse é um projeto que a gente tem a oportunidade de deixar um legado para as próximas gerações. É muito importante separar atos de política monetária de ciclo político”, afirmou.

Segundo ele, a falta de autonomia é motivo de questionamento “forte” nos fóruns internacionais, como a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). Avaliação do CMN Ele explicou que o projeto estabelece que o Conselho Monetário Nacional (CMN) será responsável por avaliar as performances dos diretores e do presidente da autoridade monetária. O CMN seguirá também responsável por estabelecer as metas de inflação, segundo ele.

De acordo com Campos Neto, o desenho da autonomia foi feito de maneira a evitar atitudes “disruptivas” de qualquer membro na condução da política monetária. Campos Neto ainda frisou que a melhor maneira de o país crescer de forma sustentável é com um sistema financeiro “sólido e inflação controlada”.

Durante todo o dia, o presidente do BC tem mantido conversas com bancadas do Congresso com o intuito de defender a aprovação da proposta de lei. Mais cedo ele almoçou com a bancada ruralista e ainda tem um encontro com parlamentares do PSD.

 

 “Vai faltar produto chinês”, diz presidente do Foro Brasil-China

Empresas brasileiras que usam insumos fabricados na China devem se preparar para um cenário de desabastecimento momentâneo por causa da crise provocada pelo novo coronavírus. A afirmação é do empresário Henry Christian Osvald, presidente do Foro Brasil China, que reúne representantes de companhias brasileiras que operam em solo chinês. Radicado em Xangai, ele diz que, segundo um cenário otimista, as fábricas em diversas cidades da China só deverão voltar a operar com todos os seus funcionários em maio. “No segundo semestre, vai faltar produto chinês no Brasil”, avisa.

Para tentar conter a disseminação do Covid-19, Pequim impôs às empresas que providenciem máscaras, luvas e gel higienizante a seus funcionários. “Se tiver casos de contaminação, a fábrica é multada”, diz Osvald. Um dos resultados é que muitas companhias estão mantendo parte de seus funcionários em casa, o que significa redução de produção.

Depois do feriado do Ano Novo Lunar, as empresas que já voltaram a funcionar – brasileiras ou não – o fizeram com apenas com de 20% a 30% de sua mão de obra, segundo o presidente do Foro Brasil China. “Grande parte volta na semana que vem, e também com 20% a 30% dos funcionários.”

Seu cenário é o seguinte: em fevereiro, o parque fabril chinês – nas regiões de maior alerta para a contaminação – opera com 20% de seus trabalhadores; em março, essa fatia sobe para a faixa de 30% a 50%; em abril, de 50% e 80%; e somente em maio a situação se normalizaria. Como em geral passam-se aproximadamente 90 dias entre a produção e o embarque de produtos chineses para o Brasil, o impacto dessa redução do ritmo de trabalho deverá bater no Brasil no segundo semestre, afirma Osvald.

O Foro Brasil China nasceu em 2006 por iniciativa da Embaixada do Brasil em Pequim. Reúne mais de 60 empresas, entre elas Petrobras, Banco do Brasil, Vale, BRFoods, Itaú, Suzano, Marcopolo e Weg. Osvald, de 42 anos, está na China desde 2004. Ele é dono da Simerx, que atua no desenvolvimento de componentes e produtos na China para empresas no Brasil. Além da província de Hubei, epicentro da epidemia do novo coronavírus, outras regiões classificadas como de alto risco abrigam cidades fortemente industrializadas, como Anhui, Zhejiang, Henan e Guangdong.

 

 

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