Segunda-feira

TRIBUNA DO NORTE

Natal tem o metro quadrado mais barato para a venda

Natal é a capital com o metro quadrado de menor valor para a venda de imóveis. O preço nominal médio do m² para venda na capital potiguar teve queda real de 5,84%, passando a valer R$ 3.577 o m² em fevereiro de 2017, em comparação ao mesmo período de 2016. A desvalorização chegou a 10,62%, se considerada a inflação. Esta foi a maior variação negativa observada no balanço anual.

Os dados são do relatório mensal da Properati e a Hiperdados, plataforma de gestão de informações integradas do mercado imobiliário, que levantou a variação em 50 cidades de todo o país monitoradas pelo índice. O cálculo considera anúncios de vendas de imóveis (novos e usados) a partir de sistema integrado de registros de preços de imobiliárias. Em Natal, a média foi feita a partir de 1,7 mil registros. O levantamento não identifica quais os motivos para variações de preços por cidade.

Mas a recessão agravada em 2016, explica Renato Orfaly, country manager do Properati, é a principal causa da queda nos preços observada em muitas cidades pesquisadas que, assim como Natal, também apresentaram performance negativa. “Com a crise econômica, esta é a realidade em várias cidades, muito porque as construtoras revisaram estratégias para tentar reduzir estoques”, observa.

Enquanto a queda nos preços indica que, para o consumidor, o momento é favorável para aquisição de imóveis, do ponto de vista do mercado imobiliário, a situação não é a melhor. No caso de Natal, que teve a maior desvalorização, o preço do imóvel usado e a falta de lançamentos de novos empreendimentos podem ter pressionado os preços para baixo.

O diretor observa que a conjuntura de redução da taxa de juros Selic, inflação controlada; em torno de 4,5% e medidas como uso do FGTS e aumento do valor para financiamento devem estimular a recuperação da economia e do setor da construção civil, no segundo semestre. “Com indicadores da economia mais positivos no segundo semestre e a redução dos estoques, a tendência é que os preços se valorizem ao longo do ano”, afirma.

Os dados são usados para precificação com base no que está à venda junto a imobiliárias. “O estudo permite analisar a concorrência, a partir do que está posto à venda, analisar o preço, se é preciso reposição, se o preço de mercado é absorvido para o consumo”, explica Orfaly.

Em nove cidades (18%) apresentaram variação maior que a registrada pelo IPCA/IBGE nos últimos doze meses, o que, comparado com o mês passado, significa que mais cidades estão apresentando aumento real de preço médio frente à inflação.

O Rio de Janeiro apresenta o preço mais caro entre as 50 cidades analisadas no estudo: R$ 8.577 em média o m². Fortaleza viu seus preços médios aumentarem 7,34% durante o ano. Considerada a inflação, houve uma variação positiva de 1,89%. Com o custo do m² em R$ 4.971, esta foi a maior valorização observada no ano. Em João Pessoa o preço do metro quadrado teve aumento real de 4,79% e 0,53% acima da inflação.

 

Setor imobiliário prevê leve retomada de preços

Estratégias para redução do estoque de imóveis prontos, falta de novos lançamentos e a crise financeira que deixou o consumidor mais receoso na hora de comprar são algumas das causas apontadas por representantes do Sindicato da Construção Civil (Sinduscon-RN) e do Sindicato de habitação (Secovi) para a redução de preços dos imóveis no último ano.

A vice-presidente do Sinduscon, Larissa Dantas, afirma que os preços estão mais baratos devido a campanhas das grandes construtoras, com oferta de descontos agressivos. “Se a pesquisa considera imóveis de mesmos bairros, neste período, esta redução se deve a essa ação de marketing agressiva para vender os imóveis prontos e também o tipo de imóvel que está em estoque, já que não tivemos lançamentos em 2015 e em 2016”, afirma.

Larissa, disse que não teve acesso a pesquisa e lembra que, diferente do levantamento de preços e IVV divulgados pelo Sindicato que considera apenas imóveis novos, o estudo contabiliza também os usados. E lembra ainda que o preço nesta média [R$ 3.577 o m²] obtido é encontrado hoje, para novos, apenas em áreas mais afastadas, como Planalto e Nova Parnamirim. “Em bairros mais nobres como Tirol, Petrópolis, Lagoa Nova, o metro quadrado é mais elevado”, explica.

O momento agora é de aumento de preços, segundo a diretora da Construtora SDantas Empreendimentos Imobiliários, puxada pela melhora dos indicadores econômicos e a redução do estoque. Contudo, ela observa que o aumento no preço da casa própria não deve chegar aos praticados entre 2010 a 2012, quando o mercado esteve mais aquecido. “Estamos num movimento de subida. Em um momento o estoque acaba e isso leva a valorização dos preços, por falta do imóvel novo pronto. E com os projetos para lançamento este ano, esse valor virá reajustado.

O presidente do Secovi, Renato Gomes Netto, explica que o reajuste para baixo nos preços dos imóveis em natal já era esperado ao longo de 2016, com estabilização a partir de dezembro do ano passado. “Este decréscimo é reflexo do cenário econômico, com menos crédito e com o consumidor com medo do desemprego. Isso levou a menos compras e as promoções para redução o que tinha de unidade pronta”, afirma. “Com a retomada dos lançamentos, o momento é de repensar os preços aos custos de construção”, acrescenta Renato Gomes.

 

VALOR ECONÔMICO

Mercado reduz projeção de inflação de 2017 para 4,15%

Continuam a melhorar as expectativas dos analistas do mercado financeiro para a inflação deste ano, de acordo com o boletim Focus, do Banco Central (BC). Eles também cortaram a estimativa para o juro básico da economia no próximo ano. A mediana das projeções para o avanço do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano saiu de 4,19% para 4,15%.

Para 2018, a expectativa continuou em 4,5% pela 34ª semana consecutiva. Em 12 meses, houve ligeira alta, de 4,54% para 4,56%. Quanto ao juro, a expectativa para a Selic ao fim deste ano seguiu em 9%, mas a taxa para o fim de 2018 foi revisada de 8,75% para 8,50%. Os analistas Top 5 ¬ que mais acertam as projeções ¬ revisaram a previsão de médio prazo para o aumento do IPCA de 2017 de 4,21% para 4,20%, mas mantiveram a de 2018 em 4,30%.

A projeção para a Selic foi alterada de 9% para 8,50% no encerramento deste ano e também de 9% para 8,50% ao fim de 2018. Sobre a atividade, a estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano permaneceu em 0,48%. Para 2018, aumentou pela quarta semana consecutiva, de 2,40% para 2,50% de expansão.

 

Mercado dá benefício da dúvida ao Brasil, afirma CEO do Citi

Michael Corbat, de 56 anos, fez na semana passada sua quarta visita ao Brasil desde que assumiu o posto de CEO do Citigroup, em 2012. A primeira desde que fechou a venda das operações de varejo para o Itaú. Sem revelar o tamanho da exposição do banco ao país, disse que a intenção é continuar crescendo com os negócios de clientes institucionais, corporativos e governamentais. "O ano de 2016 foi o mais ativo de nossos clientes no Brasil."

Corbat falou ao Valor com exclusividade no início da noite de quinta-¬feira, 24 horas depois de passar por Brasília e reunir-¬se com o presidente Michel Temer e o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.

Valor: O que o senhor disse ao presidente Michel Temer e o que ouviu dele?

Michael Corbat: Comecei a reunião parabenizando o presidente. Em outubro tive uma conversa com o ministro [Henrique] Meirelles e falamos da importância de se conseguir aprovar o teto de gastos e sinalizar para o mundo disciplina fiscal e começar a atacar inflação, taxas de juro, estabilidade da moeda e percepção de mercado. Hoje, cinco meses depois, acredito que o Brasil excedeu as expectativas do mercado e está voltando a crescer. Existe uma percepção do comprometimento do presidente e da equipe econômica em implementar reformas. Falamos da importância da reforma da Previdência para criar uma sustentabilidade de longo prazo. Depois falamos do Citi e seu compromisso com o Brasil. Vamos comemorar nossos 102 anos aqui. É a quinta economia para a atividade dos nossos clientes, depois de Estados Unidos, Reino Unido, Hong Kong e Cingapura. E, claro, tocamos na questão da saída do Citi do negócio de banco de varejo e da difícil decisão que tomamos, mas que foi acertada, já que hoje não temos a escala para enfrentar competidores brasileiros muito fortes. E que vamos usar esses recursos, depois de concluída a venda [do varejo para o Itaú], para o nosso negócio institucional continuar a crescer.

Valor: Que riscos o sr. vê de o Brasil perder resiliência? Ela depende de reformas estruturais que ainda não foram feitas.

Corbat: O presidente e o ministro da Fazenda traçaram um plano, eles sabem o que precisa ser feito para a sustentabilidade fiscal. As reformas têm um enorme papel nisso. O mercado agora está dando o benefício da dúvida, mas o tempo vai dizer. O presidente definiu um prazo curto para aprovar as reformas, por volta de junho a agosto. Então, vamos descobrir bem rápido se vai acontecer.

Valor: O país está em meio a uma grande turbulência política por causa de desdobramentos da Lava¬Jato. O senhor enxerga nisso um risco para as reformas?

Corbat: Pode levar mais tempo para os candidatos surgirem e anunciarem suas candidaturas, o que pode dar ao presidente e ao Congresso mais tempo para passar as reformas antes que comece a corrida eleitoral.

Valor: Como o senhor vê o interesse de investidores estrangeiros pelo Brasil agora? Os de longo e os de curto prazo.

Corbat: Está mudando, se tornando muito mais positivo. Um ano atrás era muito difícil engajar investidores em torno do Brasil. Agora, com as expectativas de disciplina fiscal, o momento positivo para inflação e taxas de juros, a trajetória do mercado de ações e futuras reformas, os investidores estão muito animados para se comprometer novamente.

Valor: Qual a sua avaliação da administração de Donald Trump até agora?

Corbat: Está muito no começo. Eu diria que há um alto grau de otimismo nos negócios. Os empresários estão animados com a perspectiva de reforma tributária, regulação e infraestrutura. Coisas que criam um ambiente indutor do crescimento.

Valor: Donald Trump está enfrentando dificuldades no Congresso com seu plano de alterar o Obamacare. A lua¬-de-¬mel dos mercados com seu governo pode enfrentar turbulências, já que isso mostraria que pode ser difícil aprovar uma reforma tributária e o plano de infraestrutura?

Corbat: É cedo demais para julgar. Ele ainda está organizando seu governo. Do ponto de vista dos mercados, o de ações está mostrando otimismo até agora.

Valor: Sobre as mudanças que Trump sinalizou na regulação bancária. Que partes da Lei Dodd¬Frank poderão ser desfeitas e qual a sua avaliação a respeito?

Corbat: Ninguém está defendendo uma derrubada completa da DoddFrank. O que pedimos, como banco e sob a perspectiva da indústria bancária, é que o governo considere o impacto cumulativo da regulação. E o que ele pediu ao secretário do Tesouro é que retroaja e faça um estudo de impacto sobre se as regulamentações adotadas estão surtindo o efeito que deveriam, se estão sendo aplicadas de forma harmonizada. As regras podem fazer sentido, mas não faz sentido ter quatro ou cinco diferentes aplicações da mesma regra. O exemplo que eu citaria é a Regra de Volcker.

Valor: E qual sua avaliação sobre os efeitos que a Regra de Volcker causou para bancos e empresas que dependem de financiamento?

Corbat: Quando você pensa nas premissas que levaram à criação da Regra de Volcker faz sentido. Os bancos nos Estados Unidos não deveriam usar o depósito dos clientes, que são garantidos pelo governo, para especular. Soa muito razoável, certo? De outro lado, há três reguladores responsáveis pela aplicação da Dodd¬Frank. O Federal Reserve, o OCC [Office of the Comptroller of the Currency] e a SEC [Securities and Exchange Commission]. E o desafio é que essas três agências não concordam sobre a forma como as regras devem ser aplicadas. Então, uma empresa como a nossa não faz um teste de Volcker uma vez, mas o faz três vezes a cada trimestre para satisfazer cada um desses reguladores. Nós não somos contra a regra de Volcker, mas nos apliquem apenas um teste.

Valor: O sr. escreveu uma carta para os funcionários do Citi em resposta à proibição, por Trump, da entrada de imigrantes de alguns países nos EUA. Como uma política dessas afeta os negócios do Citi e qual sua opinião em relação a ela como medida de política externa?

Corbat: Escrevi para o nosso pessoal para reforçar que somos uma companhia global e que isso é fundamental para quem somos. O deslocamento de nosso pessoal para apoiar nossos clientes é central para o nosso modelo de negócios. Então, nós queremos apoiar nosso pessoal, nós acreditamos na livre movimentação de nosso pessoal pelo mundo e pelas fronteiras e queríamos que todos eles soubessem disso

Valor: Então o senhor não é favorável a tal proibição?

Corbat: Claro que sempre acreditei na segurança e ter políticas de fronteiras racionais. Mas temos que encontrar o equilíbrio certo entre segurança e a possibilidade de movimentação das pessoas. Valor: Mas se uma política dessas se mantiver, pode afetar os negócios do Citi? Corbat: Sim. Mas, neste caso, dos seis países afetados, não temos um grande contingente de pessoas desses países. Aliás, temos negócios bem limitados com esses países. Mas a questão é mais relacionada ao sentido da medida do que ao seu impacto direto.

Valor: O Fed aumentou a taxa de juro ontem [quarta¬feira, dia 15] pela terceira vez em uma década e os mercados entenderam que a intenção é aumentá¬la mais duas vezes neste ano. O que o senhor espera que aconteça. Há risco de que o Fed tenha que acelerar o ritmo?

Corbat: O Fed de fato mostrou sua disposição em acelerar o ritmo porque não faz muito tempo que março não estava sendo contemplado no calendário de elevação do juro. Depois da alta de dezembro, eles disseram que iriam observar e agir de acordo. Há um sólido crescimento da economia e se você voltar atrás e observar o que o Fed estava mirando em termos de recuperação ¬ primeiro moradia, depois empregos e inflação ¬ vejo que as ações estão acontecendo pelos motivos certos. Isso significa que a economia americana continuará a se recuperar e crescer.

Valor: O sr. acha que o timing é correto? Alguns analistas acreditam que o Fed deveria ter agido antes.

Corbat: Da minha perspectiva, o timing está certo. Numa economia é necessário trabalhar muito duro para assegurar moradia, empregos e inflação. Como havia fragilidades, o Fed demonstrou prudência. Sempre houve o debate do quanto seria necessário andar à frente da inflação, mas acho que Fed tentou fazer o melhor com as informações de que dispunha.

Valor: Qual deve ser o efeito para países emergentes como o Brasil?

Corbat: Se os EUA continuarem a crescer e as taxas de juro continuarem a subir, o dólar deve se apreciar. No entanto, os mercados emergentes hoje têm muito mais resiliência do que no passado, quando pensamos na combinação de reservas internacionais grandes, taxas de câmbio flutuantes, mercados de capitais locais desenvolvidos, sistemas bancários sólidos. No caso do Brasil, citaria a necessidade de disciplina fiscal. O crescimento desses países deve ser menor do que no passado, ainda vão crescer num ritmo equivalente ao dobro do que o dos países desenvolvidos. Neste ano a previsão é de crescimento em torno de 4% e no próximo deve ser maior.

Valor: Sobre o desempenho do Citi, o sr. está sob certa pressão. Em janeiro o sr. pediu aos acionistas do banco paciência a respeito do cumprimento de metas de performance que estabeleceu em 2013. Em fevereiro, o conselho reduziu sua remuneração, na comparação com 2015. O que aconteceu?

Corbat: Meu pagamento foi um reflexo do fato de que na comparação anual produzimos menos receita líquida do que no ano anterior. Eu acredito muito que se sua performance não aumenta, seu pagamento também não deve aumentar. Sobre as nossas metas, continuamos a progredir. Nosso índice de eficiência é um dos melhores da indústria. Nosso maior desafio tem sido o retorno sobre o capital, por causa da velocidade do aproveitamento dos créditos fiscais advindos das perdas da crise financeira. Pedi paciência aos investidores para devolvermos a eles o capital associado a essas perdas.

Valor: Gostaria de ouvir do senhor o que levou à decisão de vender o varejo no Brasil. E quando o senhor fala sobre continuar a investir no Brasil, poderia ser mais específico? Quanto capital, em quais áreas, quais planos?

Corbat: Não foi uma decisão só de Brasil. Foi mais ampla para América Latina, com exceção de México. O que aconteceu é que os bancos locais ficaram muito maiores e nós e outros perceberam que era muito difícil competir. Avaliamos que poderíamos pegar os mesmos recursos do 'consumer banking' e redirecionar para os clientes institucionais no próprio país e fazer muito mais coisas com os mesmos recursos.

Valor: Quando o senhor espera fechar o negócio com o Itaú?

Corbat: Está dependendo dos reguladores. Valor: Há algo inesperado acontecendo? Corbat: Não esperamos qualquer complicação ou demora.

Valor: Na América Latina, o Citi mantém negócios de varejo apenas no México. O sr. pretende mantê¬lo?

Corbat: Temos varejo no México, nos EUA e na Ásia, bem grande na Ásia. A franquia mexicana tem todo o benefício da escala. É grande, antiga, completa na oferta de produtos e serviços, tem todos os componentes necessários para competir, com muitas vantagens sobre concorrentes. O Banamex tem um papel importante e lucrativo no desenvolvimento econômico, demográfico e de inclusão financeira.

Valor: Quando o sr. observa o avanço das fintechs e de outras experiências digitais, como o senhor vê o futuro da indústria bancária?

Corbat: A digitalização da indústria bancária está começando a, em alguns casos, transformar profundamente o negócio. A tendência é olharmos os consumidores e como a sua instituição financeira interage com você. No seu smartphone você pode pegar seu saldo, pode movimentar seu dinheiro, pode fazer tudo. Mas tão importante quanto isso é o que está acontecendo nos bastidores, como o banco está operando, desde a coleta de dados, o uso de 'big data', inteligência artificial, robótica. Todas essas coisas que, no fim, têm a capacidade de afetar a jornada do cliente. Quando realmente se pensa na digitalização e a mudança que deve causar no negócio bancário, a maior parte das coisas está sendo feita para tirar pontos de dor do caminho dos clientes. Como tornar a vida deles mais fácil, para devolver a eles tempo.

Valor: O que o Citi tem feito para acompanhar esse movimento?

Corbat: Investimentos pesadamente em todas as tecnologias e fazemos isso de três formas. Temos os nossos próprios laboratórios, responsáveis pela criação da implementação digital. Temos quatro desses, em Dublin, Cingapura, Tel Aviv e Vale do Silício. Também criamos diversas parcerias estratégicas com empresas de tecnologia para o desenvolvimento de produtos e serviços. Não acreditamos que temos a habilidade de inventar tudo sozinhos. E, em terceiro lugar, também compramos tecnologia criada por outros. É uma época muito excitante. Estamos no ponto de inflexão do próximo capítulo da indústria bancária. Os bancos poderão ser vistos e experimentados de uma forma muito diferente nos próximos anos.

Valor: E o sr. acha que os bancos como são hoje terão a habilidade de se adaptar ou poderão ser substituídos?

Corbat: Os bancos certamente têm a habilidade de se adaptar. Vamos pensar em uma fintech que quer se tornar um banco. Ela realmente quer ser regulada como um banco? E realmente quer ser negociada na bolsa pelos mesmos múltiplos que um banco? Ou é melhor que faça parcerias ou venda seus produtos e serviços aos bancos e aproveite o fato de que nós podemos implantar o que nos trouxerem em grande escala instantaneamente? Mas ao mesmo tempo, não podemos subestimar o fato de que há muita gente inteligente e muitas coisas interessantes acontecendo e que precisamos estar cientes da concorrência dentro da indústria e também de fora.

 

Resistência à reforma da Previdência faz governo antecipar trabalhista

Com as dificuldades da base em votar a reforma da Previdência, e a percepção entre os aliados de que hoje ainda não há maioria para aprovar a proposta em plenário, o governo decidiu, em conjunto com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM¬RJ), inverter a ordem das reformas e votar antes as mudanças na legislação trabalhista.

A avaliação dos articuladores políticos é que, assim, governo e Congresso demonstrarão que estão empenhados em aprovar reformas estruturantes, dando um sinal positivo ao mercado financeiro, a despeito da controvérsia com os trabalhadores e sindicatos. E ainda ganhariam mais algum tempo para articular a proposta de emenda à Constituição (PEC) da Previdência.

A proposta de inversão das prioridades foi levada recentemente ao Palácio do Planalto e já obteve o aval do presidente Michel Temer, embora ainda não seja de conhecimento de todos os partidos da base. "Já fizemos a programação com a trabalhista na frente na primeira quinzena de abril", afirmou Maia.

A reforma trabalhista apressou os prazos e, antes prevista para concluir os trabalhos na comissão especial em maio, agora deve receber o parecer ao projeto quase simultaneamente ao da Previdência, no começo de abril. Se não houver atrasos, ambas ficarão prontas para votar no plenário quase que ao mesmo tempo, mas a PEC não está politicamente madura, dizem líderes. "É uma estratégia. A reforma trabalhista é mais fácil e mais rápida, será uma força estimulante", diz um dos vice-¬líderes do governo, deputado Darcísio Perondi (PMDB¬RS), que tem coordenado as articulações na previdência. "Será importante também porque aí você mapeia [as dissidências na base]", pontuou.

A reforma trabalhista é um projeto de lei ordinária, que depende apenas da chamada maioria simples ¬ metade dos deputados votantes, com quórum mínimo de 257. No extremo, pode ser aprovada com o apoio de apenas 129 parlamentares. Já a reforma da previdência tem prazos mais longos, exige dois turnos de votação em plenário e quórum muito mais elevado: no mínimo 308 dos 513 deputados precisam votar a favor do projeto.

Segundo o presidente da comissão que discute a reforma trabalhista, deputado Daniel Vilela (PMDB¬GO), a ideia é que o relator do projeto, Rogério Marinho (PSDB¬RN), apresente o parecer até a segunda semana de abril. "O calendário inicial ia até maio, mas fizemos o plano de trabalho com todas as audiências públicas que a base e a oposição pediram e vamos terminar no fim do mês sem atropelar ninguém", disse.

Para Marinho, o apoio à reforma trabalhista está mais consolidado entre os deputados e na sociedade que as mudanças na previdência, por isso será mais fácil aprovar o texto. "Está mais maduro para votar", avalia. Essa estratégia, contudo, não leva em conta que a reforma da Previdência hoje está centralizando as atenções da população ¬entre os motivos, porque o calendário anterior previa que fosse analisada pela Câmara primeiro ¬ e que o relator incluirá pontos polêmicos no projeto trabalhista, que podem aumentar as resistências: a jornada intermitente de trabalho (que pode ser interrompida nos horários de menor demanda); o fim do imposto sindical obrigatório; e regras para o trabalho à distância. Apesar das discussões sobre a inversão de pauta, o governo trabalha para tentar aprovar a reforma da Previdência antes do recesso parlamentar, que ocorre em julho.

Pelo novo calendário, a PEC seria votada no plenário da Câmara em primeiro turno no fim de abril, prazo que pode ficar para maio devido as resistências, que tendem a se agravar com o recesso, na avaliação do Planalto. Conforme o Valor mostrou semana passada, há fortes críticas na base as campanhas publicitárias do governo sobre a PEC.

O discurso, externado até pelo relator do projeto, deputado Arthur Maia (PPS¬BA), é de que o governo está perdendo a guerra da comunicação para os movimentos contrários, o que pode levar à desidratação da proposta. O governo sabe que tem duras negociações pela frente. Por ora, a orientação é não ceder, deixando o grosso das concessões que puderem ser aceitas para a votação no plenário da Câmara, com poucas mudanças na comissão especial. Nesse sentido, o governo já intensificou as conversas com senadores, antecipando as demandas para evitar alterações no Senado, que levariam a nova rodada de votações na Câmara.

 

Não há desvalorizações entre emergentes, diz Ilan

Está muito longe o risco de uma guerra de moedas, avaliou o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, sobre o compromisso do G¬20 (grupo que reúne as maiores economias do mundo) de recusar desvalorizações competitivas de divisas. "Se olharmos bem o mundo, não se está observando desvalorizações no mundo emergente", afirmou Ilan. "Não é o caso. A China está trabalhando no outro lado de valorização."

Por sua vez, "o Brasil está reduzindo o estoque de swaps cambiais, é para o outro lado também", acrescentou. Os EUA se alinharam rapidamente ao consenso nesse ponto. O G¬20 reiterou que excessiva volatilidade e movimentos desordenados nas taxas de câmbio podem ter implicações adversas para a estabilidade econômica e financeira. As maiores economias desenvolvidas e emergentes confirmaram que vão fazer consultas entre elas sobre os mercados de câmbio. E reafirmaram os compromissos de não definir taxas para propósitos competitivos.

O Valor indagou ao presidente do BC se no G¬20 houve alguma inquietação de outros países de que, diante da aceleração da economia dos EUA, o Federal Reserve (Fed, banco central americano) eleve os juros mais rapidamente. "Falou¬se de normalização [da política monetária dos EUA], com menos ansiedade do que antes", disse Ilan. No G¬20, o presidente do BC relatou que a economia brasileira está se recuperando, a inflação caindo e a percepção de risco¬país melhorando.

Aos jornalistas, ele confirmou que seguiria a mesma linha do ministro Henrique Meirelles, ou seja, de que a economia pode crescer 2,4% entre dezembro de 2016 e dezembro de 2017, e cerca de 3% em 2018.

Para Ilan, uma recuperação robusta da economia brasileira é uma combinação de quatro elementos. Primeiro, as reformas macroeconômicas, como previdência, fiscal, tributária e trabalhista. Segundo, reformas microeconômicas, que facilitam o ambiente de negócios. Terceiro, os programas de infra¬estrutura. E, quarto, "a política monetária pode ajudar na recuperação". "Falamos de recuperação, que o crescimento vem este ano e que será melhor no ano que vem", afirmou.

"A recepção foi mais positiva do que eu esperava, [porque] às vezes, pode ser morna, pode ser ok." Sua conclusão, após dois dias de discussões no G¬20, é de que a recuperação global está vindo de uma forma "muito mais clara". Disse que todas as regiões indicaram melhora da atividade, sinalizando que o momento econômico é bom "num tom até mais positivo do que esperava".

Nos EUA, o crescimento é tal que o Fed está num processo de elevação dos juros. Na zona do euro, é um crescimento sem chegar no potencial. Na China, o crescimento já faz política monetária ficar mais cautelosa.

 

Documentos mostram que mercado apoiou baixa de juro de Tombini

Um conjunto de documentos reservados divulgado pelo Banco Central mostra que uma boa parte do mercado apoiou os cortes de juros feitos na gestão Alexandre Tombini entre 2011 e 2012, assim como a cautela da instituição em começar a apertar a política monetária em 2013. Tombini, atual representante brasileiro no Fundo Monetário Internacional (FMI), hoje é acusado de ter baixado na marra os juros a 7,25% ao ano, menor percentual nominal em pelo menos trinta anos.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC da época também é criticado por ter demorado demais a reagir aos sinais supostamente evidentes de aceleração da inflação em 2013. "Os cenários externos e local seguem fragilizados", disseram ao BC os "dealers" de câmbio em agosto de 2012, recomendando de forma unânime um corte dos juros de 0,5 ponto, para 7,5% ao ano, que foi efetivamente implementado. "Ainda são escassas as evidências de uma retomada mais sólida da economia local."

As informações constam das apresentações técnicas de conjuntura feitas pelo chefe do Departamento de Reservas Internacionais (Depin) do BC aos membros do Copom nos primeiros dias das reuniões do colegiado. Esses documentos são classificados como reservados, dentro do que permite a Lei de Acesso à Informação, e divulgados com quatro anos de defasagem.

Em agosto de 2012, o Banco Central estava adiantado no seu ciclo de distensão monetária, que teve início em agosto de 2011 depois que Tombini e sua equipe leram sinais de que a economia global entraria em uma nova fase de desaceleração. As informações divulgadas pelo BC adicionam uma nova dose de polêmica sobre a gestão Tombini.

Com as informações disponíveis hoje, não há muita dúvida de que o BC exagerou na dose da distensão monetária e teve pulso fraco para apertá-¬la, já que a inflação ficou acima da meta em todo o período que ele presidiu o BC, de 2011 a meados de 2016. A questão é se a equipe de Tombini tomou a melhor decisão com as informações disponíveis na época em que o BC tomou as suas decisões.

A pesquisa feita junto aos dealers de câmbio é um raro retrato do que pensava o mercado com as informações disponíveis na época das decisões. As apresentações técnicas de conjuntura trazem informações mais amplas do que as captadas na pesquisa de expectativas de mercado Focus, em que analistas econômicos são questionados sobre o que esperam que o Copom faça com os juros.

Na pesquisa feita com os dealers, o Banco Central pergunta não apenas a previsão das instituições financeiras sobre a decisão seguinte do Copom, mas também pede recomendações justificadas sobre o que fazer com os juros.

Em agosto de 2012, por exemplo, os 14 dealers de câmbio consultados pelo BC previam um corte de juro de 0,5 ponto percentual. O mesmo grupo também recomendava, de forma unânime, um corte dessa mesma magnitude. Uma dúvida relevante é o grau de sinceridade das recomendações feitas pelos dealers.

Eles são representantes de instituições reguladas pelo Banco Central e, por isso, as suas respostas poderiam ser feitas na medida para agradar a autoridade monetária. Essa é uma suspeita muito comum também sobre a pesquisa Focus. Mas há incentivos também para os dealers falarem o que realmente pensam. Eles são selecionados pelo Banco Central com base num ranking cujos critérios, entre outros, incluem a relevância das informações sobre o mercado fornecidas à autoridade monetária.

Uma evidência de que os dealers tem uma boa dose de sinceridade nas suas recomendações é que, em vários períodos, pelo menos parte deles sugeriu decisões diferentes das efetivamente tomadas pelo Banco Central. Foi o que ocorreu em outubro de 2012, quando o Copom fez o movimento final de corte no ciclo de distensão iniciado em 2011, cortando a taxa básica de 7,5% ao ano para 7,25% ao ano.

Dos 14 dealers consultados, 12 previam que o BC iria cortar os juros em 0,25 ponto percentual, enquanto dois previam estabilidade. Mas o placar sobre as recomendações era diferente: a maioria, com oito opiniões, defendia manter a taxa de juro inalterada, enquanto que seis instituições sugeria cortar o juro em 0,25 ponto. "A inflação segue sob controle e dentro da meta", disseram integrantes do grupo de dealers que queria juros menores. "O risco de a inflação sair da meta está aumentando", disseram ao BC membros do grupo conservador.

O fato de o BC ter agido em consonância com o mercado certamente não eximirá a responsabilidade do Copom chefiado por Tombini de erros de política monetária. Muitas vezes os bancos centrais devem nadar contra a corrente para cumprir seu mandato de estabilidade de preços. Foi o que ocorreu em fins do ano passado, quando o atual presidente do BC, Ilan Goldfajn, foi criticado por excesso de conservadorismo. O próprio Tombini sofreu críticas semelhantes em meados de 2015. A mais recente apresentação técnica de conjuntura divulgada pelo Banco Central é de março de 2013.

Nessa época, a inflação se acelerou, e um dos principais vilões foi o preço do tomate. Todos os 14 dealers consultados previram e recomendaram a manutenção dos juros nos 7,25% ao ano então vigentes. Eles argumentavam que a renda e o nível de atividade evoluíam de forma mais lenta do que o esperado e apontavam que a alta da inflação estava ligada sobretudo aos preços dos alimentos. "Ainda há incerteza sobre a persistência da inflação e sobre a expansão do Produto Interno Bruto (PIB)", disseram os dealers consultados. "O Copom deve monitorar os próximos indicadores para definir a sua estratégia de política monetária." Em abril de 2013, o BC aumentou os juros.

 

Certificado imobiliário sofre pouco com a crise

Diante da profunda crise das incorporadoras, os certificados de recebíveis imobiliários (CRIs) têm sofrido pouco na visão de especialistas. A estrutura de securitização, com a cessão de recebíveis e a possibilidade de atrelar garantias reais às emissões, tem contribuído para evitar um grande número de calotes. Há, no entanto, perda da qualidade dos papéis, com rebaixamento da avaliação de crédito, e risco de renegociação de amortizações e de condições originais das emissões.

Os investidores seguem com o sinal de alerta ligado, embora acreditem que o pior momento esteja prestes a passar. Ao mesmo tempo, uma das reclamações do mercado é a dificuldade de levantar informações sobre os papéis e de mensurar a real situação dos ativos atrelados a eles. O caso atual mais emblemático é o da PDG Realty. A incorporadora, que emitia os CRIs por meio da PDG Securitizadora, fez em fevereiro pedido de recuperação judicial com dívidas de cerca de R$ 7,6 bilhões na holding.

A dívida relativa aos CRIs é estimada em cerca de R$ 1,3 bilhão. Agora, os detentores de diferentes emissões devem ser convocados para assembleia de investidores por conta do vencimento antecipado automático a fim de deliberar sobre os próximos passos. O caso, no entanto, é visto como isolado e não dita necessariamente o ritmo que deve ser observado nos próximos meses.

Os especialistas enxergam uma piora na qualidade dos ativos, com redução do fluxo de caixa em relação às amortizações, mas a maior parte não deve chegar ao calote. "Há negociações de alongamento dos títulos para que o serviço da dívida seja menor, deixando a geração de caixa mais saudável em relação ao que se tem que pagar. Muitas vezes são providas garantias adicionais, como prevenção caso algo ruim aconteça", explica um grande investidor do ramo que preferiu não ser identificado.

Lucas Drummond, diretor da securitizadora Gaia, explica que a PDG foi um caso extremo e diz que o comum é passar pelo processo de repactuação em um momento de arrocho de crédito e queda da atividade. "Vemos a inadimplência aumentar desde o fim de 2014 em diversos segmentos, mas as operações estruturadas preveem gatilhos para renegociação, o que acaba criando um mecanismo de autorregulação", afirma. Além disso, a composição do patrimônio afetado separadamente das demais dívidas blinda as emissões, pois tem o propósito específico de responder pelos direitos dos investidores.

Drummond diz que dentro da Gaia, dos R$ 8,8 bilhões de CRIs a vencer, 7,84% foram repactuados nos últimos seis meses em função da deterioração do crédito das companhias cedentes e devido ao aumento de inadimplência. Segundo ele, as emissões com mais repactuação foram as com perfil corporativo.

A construtora Moura Dubeux é um exemplo de perda de qualidade dos títulos, com corte no rating de crédito, mas que ainda não chegou no calote. No mês passado, a agência de classificação de risco Fitch reduziu o rating de debêntures e de CRIs da empresa para refletir a proposta de reestruturação de dívida com credores bancários. Essa proposta abrange R$ 293 milhões de dívida corporativa, carência de juros e principal, além de novas garantias e extensão do prazo do pagamento dos passivos.

"A Fitch entende que o objetivo desta estratégia é fortalecer o caixa para as operações da companhia e adequar os vencimentos da dívida a sua expectativa de geração de caixa, que tem sido afetada pelo fraco desempenho da economia", diz a instituição em relatório. Outro caso de renegociação é o da OP Centro Administrativo, controlada da Odebrecht Properties Parcerias, devedora nos CRIs da 70ª série da primeira emissão da RB Capital.

A empresa tenta reunir investidores para propor um reforço de garantia de financiamento imobiliário para evitar o vencimento antecipado. Como contrapartida, oferece 0,2% de prêmio sobre o saldo dos CRIs existentes. Jayme Bartling, diretor sênior de operações estruturadas da Fitch no Brasil reconhece algumas reduções nos ratings, mas defende que são pontuais os casos com renegociação.

A incidência disso acaba sendo menor nos CRIs pulverizados, que possuem carteira diversificada de créditos e com estrutura de subordinação. "Não temos visto uma deterioração de forma genérica dessas carteiras. Revisamos muitas vezes, olhamos as carteiras com a preocupação de que os dois anos de recessão pudessem ter impactado a capacidade das pessoas de pagar a prestação da casa, mas não temos visto mudança muito grande nessa rota", afirma o especialista. "Por ser um bem familiar, existe um grande esforço dos consumidores para pagar as prestações. Além disso, quase toda carteira tem garantias em alienação fiduciária, o que permite a recuperação de parte do crédito inadimplente por parte dos investidores", disse Bartling.

As emissões feitas com estrutura de subordinação conseguiram absorver o impacto da inadimplência nas primeiras camadas, subordinada e mezanino, sem deixar chegar no título sênior, segundo Valdery Albuquerque, diretor do banco de investimento do Fator. "Não estamos enxergando default, mas as camadas de resistência foram bastante utilizadas. Isso não significa, no entanto, perda líquida e definitiva porque é possível reaver alguma garantia com alienação fiduciária", afirma.

"Dá trabalho reaver a garantia. Primeiro o gestor precisa estancar a sangria e depois recuperar os ativos. Achamos que o pior já está passando, não esperamos grandes problemas de crédito, mas seguimos em alerta", disse

 

Moody’s eleva perspectiva de 13 empresas brasileiras para estável

A agência de classificação de risco Moody’s elevou de negativa para estável a perspectiva de 13 companhias brasileiras e de suas emissões. A mudança ocorre após alteração de negativa para estável da nota de crédito soberana do Brasil, com a reafirmação do rating em “Ba2”, feita na última quarta¬feira. Foram alteradas a perspectiva de Ambev, com rating reafirmado em “Baa3”; BRF, com rating da companhia e de emissões reafirmado em “Ba1”; Cielo, rating da companhia e de emissões reafirmado em “Ba1”; Embraer, rating da companhia e de emissões reafirmado em “Ba1”; e Telefônica Brasil, rating da companhia e de emissões reafirmado em “Ba1” na escala global e em “Aaa.br” na escala nacional.

Também tiveram a perspectiva elevada Raízen Energia, com rating da companhia e de emissões reafirmado em “Ba1” na escala global e “Aaa.br” na escala nacional; Ultrapar Participações, rating da companhia e de emissões reafirmado em “Ba1”; Suzano Papel e Celulose: rating da empresa e de emissões reafirmados em “Ba1” na escala global e “Aaa.br” na escala nacional brasileira; e Fibria, com rating reafirmado em “Ba1” na escala global e em “Aaa.br” na escala nacional. Segundo a Moody's, também tiveram a perspectiva elevada de negativa para estável Fleury, com rating da companhia e de emissões foram reafirmado em “Ba2” na escala global e “Aa2.br” na escala nacional, perspectiva foi alterada de negativa para estável; Globo Comunicação e Participações, ratings reafirmados em “Ba1”; e Localiza, rating da companhia e de emissões reafirmado em “Ba2” na escala global e em “Aa1.br” na escala nacional.

Braskem

A agência de classificação de risco também elevou a perspectiva dos ratings da Braskem, de negativa para estável, mantendo a nota da companhia em Ba1. Segundo a Moody's, a mudança, além de refletir a alteração da perspectiva da nota soberada, "reflete a melhora na métrica de crédito da empresa observada em 2016, sustentada por spreads petroquímicos favoráveis, fortes resultados das operações internacionais, incluindo a entrada em operação do complexo México e o aumento das exportações, que ajudaram a compensar as fraquezas do mercado interno brasileiro”.

A Moody's afirma ainda que a Braskem tem demonstrado resiliência operacional para enfrentar os desafios em seus principais mercados e a volatilidade dos ciclos petroquímicos. A perspectiva estável também incorpora a expectativa da agência de que a petroquímica manterá boa liquidez para suportar suas operações e administrará a distribuição de dividendos “sem prejudicar seu perfil financeiro e alavancar métricas”.

A instituição afirmou, entretanto, que uma atualização da classificação da Braskem é improvável, devido ao alto risco de crédito dos acionistas controladores — Odebrecht e Petrobras — “que poderiam exigir que a Braskem ampliasse sua distribuição de dividendos a níveis substancialmente acima das exigências legais mínimas, comprometendo sua posição de liquidez”.

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