Terça-feira

VALOR ECONÔMICO

Queda do estoque de imóveis começou em 2016

Embora o mercado imobiliário tenha enfrentado no ano passado um período de "extrema retração", segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), iniciou-se então um processo de redução do número de imóveis estocados - ou seja, construídos e não comercializados. A explicação para essa diminuição do estoque de imóveis é ruim (deveu-se à redução do número de lançamentos), mas nem por isso esse fato pode ser desconsiderado, por seu impacto positivo para as empresas.

Estudo da consultoria Brain para a Cbic, relativo a 2016 e abrangendo 20 das principais cidades e regiões metropolitanas do País, mostrou que 72.617 imóveis foram vendidos nas áreas analisadas, 13.231 mais do que as 59.386 unidades residenciais lançadas no período. O estoque de 135.142 unidades no primeiro trimestre caiu para 129.207 no quarto trimestre de 2016. A queda do estoque foi menor no último trimestre, quando houve uma intensificação dos lançamentos (20.941 unidades). A redução foi mais expressiva em Curitiba e no Rio de Janeiro, mas alcançou quase todas as áreas avaliadas.

Em razão da amplitude do levantamento, feito em regiões que representam cerca de 40% do PIB e 35 % do potencial de consumo do País, os resultados ajudam a avaliar com razoável precisão o comportamento do mercado imobiliário por tipo de unidade e por locais.

Predominaram os lançamentos de imóveis com dois e três dormitórios (88,8% do total), mas as vendas foram de 84,6% da mostra. Ou seja, a oferta dr moradia foi concentrada nos segmentos dr classe média, mas a demanda nesse segmento específico deixou a desejar, o que se deve ao desemprego e ao temor dos mutuários potenciais de se comprometer com dívidas, ainda que para investir.

Já no caso dos imóveis de um e de quatro dormitórios, as vendas foram bem superiores à oferta. Nas unidades menores, isso se explica pelos preços mais baixos desses imóveis, mas não necessariamente pelo preço por metro quadrado. Nas unidades maiores, a oferta e mais condicionada à disponibilidade de áreas edificáveis, em especial em metrópoles como São Paulo e Rio de Janeiro.

A queda do estoque é o primeiro passo para a melhora do mercado imobiliário. Mas, segundo o presidente da Cbic, José Carlos Martins, o número de unidades à venda ainda é muito alto.

 

IGP-DI cai 1,24% em abril e registra menor taxa desde janeiro de 1998

O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGPDI) apresentou deflação de 1,24% em abril, após ter tido queda de 0,38% um mês antes, informa a Fundação Getulio Vargas (FGV). É a menor taxa para o indicador desde o início da série disponibilizada pela FGV, em janeiro de 1998. A mediana das expectativas do boletim Focus, do Banco Central (BC), indicava queda de 0,77% no quarto mês de 2017.

Em abril do calendário anterior, o IGP¬DI tinha subido 0,36%. Com o resultado de abril, o IGP¬DI acumula deflação de 1,13% no ano e alta de 2,74% em 12 meses. Entre os componentes que formam o indicador, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) recuou 1,96% em abril, após baixa de 0,78% no mês antecedente.

Destaca¬-se a queda dos preços das matérias¬-primas, que saíram de decréscimo de 1,51% em março para baixa de 5,83% em abril, por causa principalmente do minério de ferro (3,41% para ¬9,53%), da mandioca (¬5,06% para ¬12,20%) e da laranja (¬1,97% para ¬15,13%). Já o índice relativo a Bens Finais subiu 0,39%, ante queda de 0,04% em março. O principal responsável por este movimento foi o subgrupo combustíveis para o consumo (¬3,08% para ¬0,20%).

O índice do grupo Bens Intermediários caiu 0,86%, seguindo declínio de 0,89% em março. A taxa menos negativa decorreu, sobretudo, do comportamento do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção (¬3,05% para ¬1,70%). No varejo, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) desacelerou para 0,12% em abril, vindo de uma alta de 0,47% em março. Das oito classes de despesa avaliadas, a maior contribuição partiu do grupo Habitação (1,10% para ¬0,69%), influenciado pela tarifa de eletricidade residencial (de 6,15% para ¬6,22%).

Reduziram o ritmo de alta Despesas Diversas (0,90% para 0,13%) e Alimentação (0,71% para 0,69%).Vestuário registrou uma mudança de rumo, deixando elevação de 0,11% para queda de 0,47%. Também apresentou alteraçao na direção o grupo Comunicação (¬0,95% para 0,84%). Educação, Leitura e Recreação acentuou a trajetória de baixa (¬0,11% para ¬0,19%) enquanto Transportes diminuíram a queda (¬0,30% para ¬0,14%).

Subiram mais Saúde e Cuidados Pessoais (0,71% para 1,15%). Por fim, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou, em abril, decréscimo de 0,02%, após elevação de 0,16%. O índice relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços cedeu 0,05%. O custo da Mão de Obra não registrou variação.

 

Incerteza sobre reformas inibe aposta de estrangeiro no Brasil

A perda de fôlego dos ativos domésticos nas últimas semanas envia uma mensagem de cautela aos otimistas com o Brasil. Mesmo a aprovação na semana passada do texto-¬base da reforma da Previdência não consegue impedir que o real se deprecie a mínimas desde janeiro. Ontem, o dólar subiu 0,68%, a R$ 3,1964. A percepção é que serão necessárias muito mais do que vitórias pontuais do governo para levar a uma nova rodada de compra no mercado de renda fixa e câmbio doméstico.

A Pimco, que gere US$ 1,51 trilhão em ativos, ainda vê as mudanças no país com bons olhos, mas não chega a recomendar mais compra de papéis brasileiros. O Credit Suisse segue "neutro" no real, mas chama atenção para o fato de o dólar ter alcançado os R$ 3,20 "muito antes" que o estimado.

O Société Générale diz que os preços dos ativos brasileiros parecem "caros" e que a história positiva sozinha é insuficiente para superar o aumento de preocupações de ordem global. A correção do câmbio e dos juros ficou mais visível a partir de abril. Não por acaso, nesse mês cresceram ruídos em torno da capacidade do governo de obter a aprovação da reforma da Previdência.

Após muito vaivém, na semana passada a comissão especial aprovou o texto¬base da reforma, mas que teve seu efeito diluído em cerca de 30%, segundo cálculos de instituições como Itaú Unibanco e Bradesco. Operadores têm relatado diariamente uma presença tímida de estrangeiros nos negócios, o que reforça a percepção de que esse grupo ainda tem mais observado o mercado do que participado dele.

Na semana passada, Lupin Rahman, chefe global de crédito soberano da Pimco, e Ismael Orenstein ¬ gestor de renda fixa da instituição, destacaram o caminho do Brasil na direção de taxas mais baixas de juros. Ambos não deixaram de fazer ressalvas à perspectiva para o Brasil, entre elas a impopularidade das propostas de reforma fiscal e os escândalos de corrupção, além dos riscos voltados às eleições de 2018.

A resistência às medidas ¬ não só da população, mas também de parte da base aliada do presidente Michel Temer ¬ esfria o otimismo do estrategista de câmbio do Credit Suisse, Alvise Marino, baseado em Nova York.

Para ele, a aprovação na semana passada do parecer da reforma foi um elemento positivo, mas apenas necessário para sustentar a visão "muito benigna" que o mercado local tem mantido. "Há um posicionamento concentrado em real que dificulta um rali extra da moeda sem uma notícia de maior peso." Marino previa que o dólar alcançasse R$ 3,20 apenas nos próximos três meses.

Ontem, no entanto, a moeda chegou a ser negociada a R$ 3,2054. A performance mais fraca, porém, não é exclusiva dos ativos domésticos. Desde o fim de março o real perde 2%, mesma variação do peso mexicano. O rand sulafricano recua 1,4% no período e o rublo russo cede 3,4%. O que esse comparativo deixa claro é que, diferentemente de meses anteriores, a falta de surpresas positivas sobre o ajuste fiscal deixou o câmbio local mais suscetível ao movimento externo.

A recente onda de vendas nas commodities amplia as dúvidas sobre mais espaço para rali em emergentes, o que por tabela se estende aos negócios locais. A sensibilidade do câmbio aos movimentos do petróleo cresce à medida que os preços do barril ameaçam o nível de US$ 45, diz Mark Ozerov, do Goldman Sachs.

Regis Chatellier, estrategista global sênior de crédito para mercados emergentes do Société Générale em Londres, relata que clientes não têm ampliado o interesse em Brasil nas últimas semanas. "O Brasil não tem sido o queridinho neste momento", diz, citando que a dinâmica do estrangeiro sobre o país tem sido a de "esperar para ver".

Chatellier diz que a aprovação definitiva da reforma da Previdência seria o evento a dar novo impulso aos ativos, mas dificilmente na magnitude que se viu no ano passado, quando ocorreu um rali de recuperação após o tombo de 2015. O real subiu 21% no ano passado, após recuar 33% em 2015. Em 2017, a moeda avança apenas 1,7%.

Hoje, os mercados devem monitorar a votação dos destaques do projeto da reforma da Previdência. Também está no radar a leitura de abril do IGP¬DI. O Bradesco projeta queda de 1,05% sobre março, puxada por declínio nos preços dos produtos agrícolas e do minério de ferro. Ontem, a curva de juros continuou indicando cerca de 37% de chance de corte além de 1 ponto percentual no encontro do Copom de maio.

 

Analistas veem 'janela de oportunidade' com inflação abaixo de 4%

A queda consistente da inflação e a recuperação da atividade econômica mais frágil do que o previsto criaram uma janela de oportunidade única para o Banco Central (BC), avaliam economistas ouvidos pelo Valor. Como o ponto mais baixo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve ser atingido em agosto, a ideia de muitos analistas é que a autoridade monetária poderia aproveitar as duas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) para intensificar o ritmo de cortes na taxa Selic.

Além da trajetória do IPCA, o cenário prospectivo é considerado benigno também em função da evolução dos preços no atacado, que devem mostrar nova deflação em maio. Em abril, o Índice Geral de Preços ¬ Mercado (IGP¬ M) caiu 1,1%, menor taxa para qualquer mês desde o início da série do indicador, em 1989.

O IPCA acumulado em 12 meses deve continuar desacelerando até agosto, quando atingiria, pelo que apontam as projeções do boletim Focus do BC, 3,2%, o que seria a menor taxa desde maio de 2007. Nas contas de Fabio Romão, da LCA Consultores, o índice em 12 meses estará em 3,14% em agosto, a partir daí, a inflação retomaria fôlego, influenciada pela sazonalidade do período, encerrando o ano em 4,3%. "Não vai haver uma escalada de preços, porque a base de comparação de 2016 é que é muito baixa", pondera.

Na segunda metade do ano passado, lembra o economista, as condições climáticas favoráveis permitiram que os preços de alimentos tivessem desaceleração expressiva, contrariando o padrão sazonal. Em seis meses, o IPCA acumulado em 12 meses caiu mais de dois pontos percentuais, fechando o ano em 6,29%. Em 2018, ele diz, a inflação será mais pressionada pelos preços desses produtos.

Há chance cada vez maior de que o El Niño recrudesça as condições climáticas e empurre para cima preços de alimentos. O impacto não deve ser tão forte quanto em 2015 e 2016, mas o suficiente para dar força à tese de que o IPCA do próximo ano ¬ estimado pela LCA em 4,7% ¬ dificilmente será menor do que o de 2016. "A própria recuperação da atividade também deve deixar o cenário cada vez menos desinflacionário", diz.

Assim, a avaliação do economista é também a de que o Banco Central tem uma "janela de oportunidade" até agosto para acelerar o ritmo de corte de juros, dando mais fôlego à retomada da economia. Em relatório divulgado na sexta¬feira passada, a equipe econômica do Bradesco aponta que as surpresas para baixo com os índices de inflação e a velocidade gradual de saída da recessão sustentam a expectativa de reduções maiores dos juros.

"Temos observado continuidade das surpresas baixistas com a inflação corrente e também ganhamos convicção de que o comportamento prospectivo da inflação seguirá benigno", afirmam os economistas. Agora, o banco trabalha com cortes de 1,25 e 1 ponto percentual na Selic nas duas próximas reuniões do Copom. Depois, devem ser feitos mais dois cortes de 0,5 ponto, levando a Selic para 8% em dezembro, nível que será mantido ao longo de 2018.

A leitura dos últimos comunicados do BC deixa a possibilidade de reduções maiores na Selic em aberto e essa também é a estratégia correta a ser adotada, afirma Thiago Curado, economista da 4E Consultoria. Nas projeções da 4E, a Selic vai ser cortada em 1,25 ponto nas duas próximas reuniões do Copom. "Os principais motivos que permitiriam essa redução seguem presentes", diz Curado, referindo-¬se à inflação em "queda forte", puxada pelos alimentos, e pelos serviços, e à recuperação frágil da atividade econômica, sujeita a uma série de riscos.

Além disso, a taxa de juros real está em nível ainda bastante contracionista, destaca o economista da 4E, porque a Selic não está caindo na mesma velocidade da inflação. Em seus cálculos, o juro real ex¬post (a taxa de juros descontando a inflação a acumulada nos últimos 12 meses) está em 9%, enquanto, a ex¬ante (juro real estimado para os próximos 12 meses, descontando a inflação prevista para o mesmo período) estaria em 6,43% ¬ quase dois pontos acima da taxa de juros neutra, que produziria o máximo de crescimento com inflação na meta.

Já Flávio Serrano, economista¬sênior do Haitong, avalia que a janela de oportunidade para que o BC acelere o ritmo de redução dos juros é discutível. Se a tendência para 2018 é que a inflação volte a subir, a autoridade monetária poderia ter de voltar a aumentar a Selic no próximo ano se o corte agora for exagerado, diz.

Em seu cenário, a taxa básica de juros encerrará 2017 em 9%. "Achamos que não vale a pena acelerar o corte de juros pela volatilidade que isso adicionaria à dinâmica inflacionária e pela incerteza grande no cenário, devido à reforma da Previdência", aponta Serrano, observando que as expectativas mais baixas para os juros este ano dão como certa a aprovação da proposta do governo. No caso de a esperada recuperação da atividade não ocorrer, cortes maiores nos juros seriam válidos, pondera.

 

BC volta a reinar sobre expectativas para o indicador no ano que vem

O Banco Central volta a reinar sobre as expectativas de inflação do mercado financeiro para 2018, que vinham caindo abaixo da meta nas semanas anteriores devido a rumores de que o alvo poderia ser reduzido. A mediana das projeções de inflação do boletim Focus subiu de 4,3% para 4,39% em uma semana, voltando a se aproximar da meta, de 4,5%. A média das projeções dos analistas também voltou a subir, de 4,33% para 4,35%, sugerindo que o movimento de reancoragem das expectativas tende a se mostrar duradouro.

As projeções de inflação do mercado se moveram em direção à meta depois que a autoridade monetária reforçou a sinalização de que o alvo de 2018 não será modificado. Nos últimos meses, havia se disseminado rumores no mercado de que o governo poderia aproveitar a fixação da meta de inflação de 2019 pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), em junho, para reduzir também a meta de 2018.

O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, reforçou, em entrevistas à imprensa, a mensagem de que o que seria discutido era a meta de 2019, e não a de 2018. O Banco Central é contra mudar o alvo de 2018 porque essas alterações de última hora tiram a previsibilidade nas regras do regime de metas de inflação. Um risco da mudança da meta de 2018 seria abrir um precedente que permitiria aos governantes, no futuro, mudarem as regras para influenciar a política monetária no curto prazo.

No Brasil, as metas são definidas com dois anos e meio de antecedência justamente porque estão fora do alvo mais imediato da política monetária. Decisões sobre juros têm o seu efeito máximo sobre a inflação com uma defasagem entre um ano e meio e dois anos. Em tese, quando as projeções de inflação do mercado divergem da meta, a credibilidade do regime de metas está em jogo. Pode ser porque a meta não está clara ou porque o mercado acha que o BC não vai entregar a meta definida.

Apesar dos esforços em deixar claro qual é o alvo para o ano que vem, o Banco Central não vinha demonstrando um excesso de preocupação com a queda das projeções do mercado abaixo da meta ¬ sua avaliação é que seria capaz de coordenar as expectativas ao longo do tempo. No regime de metas, o mais importante são as projeções do Banco Central, que estão "ao redor de 4,5%", segundo a ata da reunião de abril do Comitê de Política Monetária (Copom). É

 comum as projeções do mercado para prazos mais longos apresentarem pequenas divergências em relação às projeções do BC, desde que de forma temporária. Elas tendem a convergir ao longo do tempo, à medida que a autoridade monetária faz o seu trabalho de coordenar as expectativas de inflação.

No ano passado, as expectativas de inflação do mercado para 2017 estavam acima da meta. Ao longo do tempo, elas convergiram porque a política monetária foi conduzida de forma a cumprir a meta de 4,5% em 2018, e não um percentual mais baixo.

Hoje, tanto as projeções do BC quanto as do mercado para 2017 estão abaixo de 4,5% devido ao comportamento atipicamente favorável dos preços dos alimentos.

 

Top 5 do Focus já vê índice em 3,89% para este ano

A projeção dos economistas para a inflação deste ano continua a cair. No Top 5 ela já está abaixo de 4%, mas eles seguem mantendo no mesmo nível as expectativas para a taxa de juros ao fim deste e do próximo ano, segundo o boletim Focus, do Banco Central. A mediana das estimativas do mercado para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) saiu de 4,03% para 4,01% na última semana.

Entre os analistas Top 5 de médio prazo, a expectativa caiu de forma expressiva, de 4,03% para 3,89%. Para o IPCA de abril, que será divulgado amanhã pelo IBGE, a projeção do mercado em geral recuou de 0,20% para 0,18%. O Top 5 manteve 0,15%. Já para 2018, o mercado interrompeu uma série de quatro revisões para baixo no IPCA e elevou a projeção de 4,30% para 4,39%. Em 12 meses, a estimativa subiu pela terceira semana, de 4,64% para 4,72%. A despeito das revisões da inflação para 2017, ambos os grupos ¬ mercado em geral e Top 5 ¬ mantiveram a expectativa de que a taxa Selic, hoje em 11,25%, caia a 8,50% até o fim deste ano e permaneça assim até dezembro de 2018.

Algumas instituições já veem juros abaixo desse patamar. Na sexta-¬feira, o Bradesco revisou a previsão para o corte da Selic em maio de 1 para 1,25 ponto percentual. Esse novo cenário, disse o banco, contempla uma Selic em 8% ao fim de 2017, taxa que seria mantida até o fim 2018. Já a expectativa do mercado é de corte de 1 ponto percentual, para 10,25%, na reunião do Copom no fim do mês.

Os analistas projetam que a taxa recue para 8,5% e permaneça nesse nível até o fim de 2018. O Bradesco revisou o IPCA de 2017 de 3,9% para 3,7% e o de 2018 de 4,5% para 4,1%. As projeções de atividade para 2017 também tiveram ligeira melhora no Focus. A mediana das expectativas para o PIB aponta agora crescimento de 0,47%, ante 0,46% na semana anterior. A da produção industrial saiu de aumento de 1,47% para 1,49%. Para 2018, as projeções seguem de crescimento de 2,50% no PIB e de iguais 2,50% na produção industrial.

 

Maria Silvia: Banco público tem que ser exigente com garantias

A presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Maria Silvia Bastos Marques, defendeu¬-se nesta segunda¬-feira das acusações de que adotou uma política de diminuição de concessão de créditos desde que assumiu o comando do órgão. “Tem muito essa polêmica de que caiu o desembolso do BNDES.

O ciclo de concessão do crédito do banco é longo”, disse ela, durante almoço-¬debate promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide), do Grupo Doria. Nesse domingo, a revista Época noticiou que o presidente Michel Temer (PMDB) planeja substituir Maria Silvia no comando do banco, em função de reclamações de empresários de que ela teria “fechado o caixa” da instituição.

Em sua palestra, Maria Silvia tentou rebater essas afirmações. “Reclamam que BNDES é exigente com garantias. Ele é banco público, tem que ser exigente, sim”, disse, afirmando que, mesmo assim, o banco tem flexibilizado as garantias, ao aceitar, por exemplo, recebíveis em troca de empréstimos. “Temos trabalhado para reduzir o tempo de concessão do crédito direto”, afirmou.

Em outro momento, sugeriu que a queda dos desembolsos é resultado da falta de demanda. “O banco não inventa projetos, o banco financia projetos. Ele é um retrato do que está acontecendo no país”, disse. 'Relacionamento excelente' A presidente do BNDES garantiu que não se sente pressionada pelo governo para mudar sua atuação à frente do órgão. “Nunca tive nenhuma pressão do governo para mudar nada do que estamos fazendo agora”, afirmou.

Segundo a executiva, quando foi convidada por Temer para assumir o comando do BNDES, pediu a ele liberdade para trabalhar e montar a própria equipe. “Até hoje nunca me faltou isso”, disse. “Tenho relacionamento excelente com o presidente Michel Temer e a equipe de governo.” Ela afirmou que o banco “está aberto a aperfeiçoamentos”, mas que não sabe “de onde vem essas coisas”, disse, referindo¬s-e aos boatos sobre reclamações de empresários.

O anfitrião do evento, Roberto Gianetti da Fonseca, classificou Maria Silvia como “corajosa” e “amiga” e disse que ela está comandando “uma transição no BNDES”. Mas ele também cobrou do banco e de todo o governo coordenação para que a recuperação econômica se concretize o quanto antes.

“O Brasil tem pressa e nós precisamos do BNDES e de todo o setor econômico do governo ¬ Fazenda, Planejamento, Banco Central ¬ em perfeita sintonia com a necessidade de termos efeitos de curto prazo na redução do desemprego, aumento do investimento, crescimento da demanda”, disse. “Nós precisamos acelerar”, afirmou. O slogan "Acelera, São Paulo" foi usado pelo prefeito da capital paulista, fundador e ex¬presidente do Lide, João Doria, na campanha do ano passado. Doria se afastou do comando do grupo pouco antes de assumir a prefeitura.

Gianetti foi enfático ao pedir à plateia que apoiasse o governo federal e o Congresso nesta semana, “uma fase crítica” em que serão votadas as reformas da Previdência e trabalhista. De acordo com ele, as atuais regras da aposentadoria atendem a interesses “corporativistas” e a legislação trabalhista em vigor gera três milhões de processos judiciais por ano, ao custo de R$ 7,9 bilhões.

'Crescimento'

Durante parte de sua palestra de quase uma hora, Maria Silvia tentou passar à plateia de empresários a mensagem de que a recuperação econômica está se concretizando. Questionada pelo secretário de Fazenda da cidade de São Paulo, Caio Megale, ela disse que já é possível perceber dentro do BNDES um processo “avançado” de desalavancagem das empresas.

Maria Silvia citou também “a expectativa de tomada importante dos investimentos no setor de óleo e gás”, a queda “consistente” dos juros e da inflação, a safra agrícola “que a cada dia nos surpreende”, e alta na produção de veículos, entre outros fatores que indicam uma retomada. Os juros reais, disse, também darão sua contribuição para a recuperação.

Segundo a executiva, mesmo com o início de recuperação econômica, a queda nos desembolsos do banco deve continuar, em função do recuo na demanda por crédito decorrente da recessão nos últimos anos. “Os desembolsos não refletem necessariamente o que é aprovado naquele ano”, disse, mencionando que o ciclo de aprovação de crédito no BNDES é longo. Ainda assim, ela destacou a alta de 32% nas aprovações de crédito do Finame (linha de financiamento de máquinas e equipamentos do BNDES) entre o primeiro semestre do ano passado e o deste ano. Excluídas máquinas, caminhões e equipamentos agrícolas, o crescimento chegou a 128%, disse.

Ela afirmou ainda que um dos principais focos do banco é aumentar a produtividade da economia brasileira. Por isso, “as reformas micro são tão importante quanto as estruturais”. Em junho, revelou a executiva, o BNDES lançará um portal exclusivo para micro e pequenas empresas, a fim de facilitar o acesso delas ao crédito. “Queremos aproximar o banco das micro e pequenas empresas”, disse. A volta do crescimento econômico já é perceptível dentro BNDES, disse Maria Silvia. “É importante falar que começamos a ver internamente esses sinais de retomada”, afirmou.

 

FOLHA DE SÃO PAULO

Minha Casa socorre crédito imobiliário Pró-Cotista, interrompido pela Caixa

Três meses depois de lançar uma nova faixa do Minha Casa, Minha Vida para renda entre R$ 6.500 e R$ 9.000, o governo decidiu redirecionar 85% do montante que abastece esse programa para socorrer a linha Pró-Cotista, que havia sido interrompida pela Caixa por falta de recursos.

Com a decisão, tomada pelo Ministério das Cidades, a Caixa disse que voltará a receber propostas para a linha nesta terça-feira (9). Na sexta (5), o banco suspendera os financiamentos do Pró-Cotista.

Serão remanejados R$ 2,54 bilhões de um total de R$ 3 bilhões que estavam reservados para ampliar o alcance do Minha Casa, Minha Vida, em medida anunciada em fevereiro durante cerimônia comandada por Michel Temer.

O orçamento para este ano da linha Pró-Cotista era de R$ 5 bilhões, montante aprovado em outubro do ano passado pelo Conselho Curador do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço).

A Caixa, que empresta esses recursos diretamente e por meio de bancos privados, confirmou na semana passada que os novos pedidos dessa linha estavam suspensos porque 62% desse montante já estava contratado, e o restante, em fase de análise.

SAQUES DO FGTS

O banco negou, por meio de sua assessoria de imprensa, que os saques de contas inativas do FGTS tenham influenciado no esgotamento de recursos, já que a decisão sobre o orçamento da linha foi tomada antes da medida que autoriza as retiradas.

A Folha apurou, no entanto, que a avaliação do governo é que houve um impacto indireto, pois sem as autorizações para a movimentação das contas inativas haveria um espaço maior para liberar novos recursos sem a necessidade de redirecionamento de outras linhas de crédito.

O Pró-Cotista tem tido muita demanda desde o ano passado, devido à escassez de recursos de fontes com taxas de juros equivalentes, como a caderneta de poupança.

Segundo o Ministério das Cidades, o melhor caminho para direcionar mais recursos para a linha é usar o montante destinado a uma das faixas do Minha Casa, porque as duas linhas atendem a clientes de perfil semelhante. A faixa entre R$ 6.500 e R$ 9.000 é a mais alta do programa.

A pasta chegou a avaliar a possibilidade de remanejamento de recursos de uma linha de crédito para urbanização de favelas, concedida a municípios, mas a ideia foi abandonada.

A linha Pró-Cotista só pode ser acessada por trabalhadores com pelo menos três anos de vínculo com o FGTS. Além disso, eles precisam estar trabalhando ou ter saldo na conta do FGTS de pelo menos 10% do valor do imóvel.

Os juros variam de 7,85% (para clientes que tenham débito em conta ou conta-salário) a 8,85% ao ano. O valor máximo dos imóveis a serem financiados é de R$ 950 mil para Minas, Rio, São Paulo e Distrito Federal e de R$ 800 mil no restante do país. Não há limite de renda familiar.

 

Boas notícias na economia começaram a aparecer, diz presidente do BNDES

Para a presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos Marques, as boas notícias na economia começaram enfim a aparecer.

Segundo ela, diferentemente do ano passado, quando a expectativa de recuperação econômica não se concretizou, agora há sinais concretos de retomada.

"Temos números, fatos, indicando que setores da indústria começam a apresentar recuperação. No BNDES, as aprovações nesse primeiro trimestre estão muito positivas", disse a executiva após participar de evento promovido em São Paulo pelo Lide. "Isso se soma à melhora dos índices de confiança".

Maria Silvia citou o crescimento de 32% nas aprovações do Finame no primeiro trimestre deste ano em comparação ao mesmo período de 2016.

Trata-se de linha do BNDES que financia aquisição de máquinas e equipamentos. Excluindo-se o setor agrícola e de ônibus e caminhões, a alta foi de 128%, afirmou Maria Silvia.

Como sinais de retomada, ela elencou ainda a revisão pela agência Moody's da perspectiva de classificação de risco do Brasil, que passou de negativa para estável, a alta na produção de veículos neste ano, e a elevação da expectativa do mercado para o crescimento do PIB neste ano.

"É uma coisa mais espalhada, que vem na esteira da redução da taxa de inflação", afirmou, lembrando que a taxa de inflação em 2017 deve ficar abaixo do centro da meta definida pelo governo, de 4,5%.

"Isso tudo faz com que a economia possa se planejar e se reaquecer", completou.

De acordo com Maria Silvia, da mesma forma que as famílias, as empresas brasileiras buscaram nos últimos meses a redução de seu endividamento.

Esse fator deve dar combustível à retomada econômica, avaliou.

Segundo ela, a dívida elevada de pessoas físicas e jurídicas fez com que a recuperação fosse "mais lenta e mais dolorosa" do que em outras crises enfrentadas pelo país.

Nomeada para o comando do BNDES logo após Michel Temer assumir o poder, a executiva reafirmou o valor das reformas promovidas pela equipe econômica do peemedebista.

Segundo ela, o teto dos gastos, já aprovado pelo Congresso, fará com que o Brasil passe a ter de debater o Orçamento, o que antes não ocorria em bases realistas.

"O Brasil viveu durante muitos anos como se pudesse fazer tudo ao mesmo tempo. A sociedade terá de verdade que elencar suas prioridades", disse.

 

O ESTADO DE SÃO PAULO

Para acelerar economia, governo quer mudar lei de recuperação judicial

O governo vai enviar em junho ao Congresso Nacional o projeto de uma nova lei de recuperação judicial para as empresas, informou ao Estado o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Com a proposta, Meirelles previu a redução para dois anos, em média, de todo o processo de recuperação judicial. Hoje, esse tempo pode chegar a sete ou oito anos.

O projeto de recuperação judicial encabeça a lista das próximas medidas do Plano de Reformas Microeconômicas que serão adotadas pela equipe econômica para aumentar a produtividade do Brasil e garantir que o crescimento potencial do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, hoje entre 2% e 2,25%, se estabilize entre 3,5% e 4% nos próximos anos, disse Meirelles. O PIB potencial representa a capacidade de crescimento do País sem aumento da inflação.

O plano do governo Temer está sendo coordenado pelo Ministério da Fazenda por meio da assessoria especial de reformas microeconômicas. Recém-criada, a assessoria, que tem status de secretaria, é chefiada pelo economista João Manoel Pinho de Mello. O diagnóstico da Fazenda é que o processo de retomada mais lenta da economia ocorreu, em parte, por conta da legislação atual, que estimula que o processo judicial se arraste por muito tempo.

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O SINDUSCON/RN tem o compromisso com a satisfação do cliente - a comunidade da construção civil do Rio Grande do Norte - representada por seus associados - priorizando a transparência na sua relação com a sociedade, atendimento aos requisitos, a responsabilidade socioeconômica, a preservação do meio ambiente e a melhoria contínua.

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