Segunda-feira

VALOR ECONÔMICO

Mercado espera inflação e juros menores em 2017 e 2018

Caíram as expectativas para a inflação e os juros neste e no próximo ano, segundo o boletim Focus, do Banco Central. O movimento ocorre após a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de junho, que caiu 0,23%, mais que o recuo de 0,17% esperado por economistas.

Na edição de hoje do Focus, a mediana das estimativas dos analistas de mercado para o IPCA caiu de 3,46% para 3,38% em 2017, e de 4,25% para 4,24% em 2018. Em 12 meses, a taxa esperada é de 4,47%, um pouco maior que a de 4,46% estimada uma semana antes. A expectativa para a Selic ao fim de 2017 quebrou uma sequência de 12 semanas em 8,50% ao cair para 8,25%.

Para o fim de 2018, a aposta saiu de 8,25% para 8%. Economistas entrevistados pelo Valor na sexta-feira, quando o IPCA de junho foi divulgado, disseram que a deflação no mês reforça a possibilidade de o Banco Central manter o ritmo do corte dos juros em 1 ponto percentual na reunião deste mês. Os analistas Top 5 de médio prazo também reduziram a projeção para o IPCA em 2017, de 3,48% para 3,26%, mas elevaram a estimativa para 2018, de 3,98% para 4,31%. A exemplo do mercado em geral eles cortaram as projeções para a Selic neste ano, de 8,13% para 8%, e no próximo, de 8% para 7,88%.

O Focus também mostra que houve uma ligeira elevação na estimativa para o IPCA deste mês, de 0,18% para 0,19%. Esse movimento pode ter relação com a mudança na bandeira tarifária da energia elétrica, que passou a amarela em julho, conforme divulgado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na sexta-feira. Com isso, as contas de luz terão um acréscimo de R$ 2 a cada 100 Kwh consumidos.

Atividade

Quanto ao Produto Interno Bruto (PIB), depois de ficar estável por uma semana, a mediana das estimativas deste ano voltou a cair, de expansão de 0,39% para 0,34%. Para 2018 foi mantida a projeção de crescimento de 2%. A expectativa para a produção industrial subiu de alta de 0,66% para 0,84% neste ano e continua em 2,3% em 201

 

Economia resiste à piora da crise política

Quando os índices de confiança deram um salto com a substituição de Dilma Rousseff por Michel Temer na Presidência, em 2016, a economia não reagiu. Agora parece ocorrer o contrário - os índices de confiança desabaram após a delação de Joesley Batista, mas a economia segue em seu lento processo de recuperação. Efeitos mais drásticos sobre emprego e consumo só devem ocorrer se o quadro de incertezas se prolongar.

Os indicadores de atividade já conhecidos do mês revelam sinais mistos e os relatos de empresas e analistas sugerem que, após o "susto" de maio, persistiu a expectativa de melhora em relação a 2016. "O lado real da economia deu de ombros para a crise política", afirma Fabio Silveira, sóciodiretor da MacroSector Consultores. Segundo ele, isso acontece porque algumas variáveis importantes seguem sob controle, como a taxa de câmbio relativamente estável, a inflação baixa e o saldo comercial positivo.

A situação das contas públicas é "apavorante", mas os ânimos estão sob controle porque os agentes ainda confiam que os atores políticos vão tratar dessa questão. Alguns fatores apontam na direção na continuidade da recuperação. Uma queda mais forte do juro ganhou fôlego na sexta-feira, com a deflação do IPCA de junho.

A desaceleração da inflação tem impulsionado a recuperação mais rápida que o esperado dos rendimentos do trabalho. Após caírem 2,3% em termos reais em 2016, os salários acompanhados pela pesquisa Pnad Contínua avançaram em média 2,3% entre janeiro e maio, na comparação com o mesmo período de 2016.

A possível saída de Michel Temer, para dar lugar ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), resgata, segundo economistas, alguma esperança de viabilidade das reformas. A combinação de todos esses fatores poderia melhorar a confiança mais adiante. "Maio teria sido mais um soluço do que uma inflexão de trajetória", diz Borges.

Para ele, o PIB do segundo trimestre pode até ter crescido cerca de 0,1% ou 0,2% na margem. O agravamento da crise política mantém deprimidos os investimentos, desafiados ainda pela grande capacidade ociosa da indústria e pelas incertezas de médio prazo.

 

Meirelles diz que Temer, governo e equipe econômica continuam

Em meio ao crescimento da crise política e o aumento das incertezas sobre o governo, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou neste sábado que o presidente Michel Temer “continua”, assim como a equipe econômica. Em um vídeo divulgado pelo Twitter do governo federal, Meirelles disse ainda que a economia brasileira está em “trajetória de recuperação” e que isso é mérito de Temer e da equipe econômica.

“Como já tenho dito, a nossa avaliação é que o presidente Temer continua, que esse governo continua, a equipe econômica está junto e foi escolhida por ele, vai continuar. Essa trajetória de recuperação da economia é um fato consolidado e que irá em frente. Por tanto, gostaríamos de transmitir uma mensagem de que podem continuar investido, consumindo, que o país vai manter essa trajetória de crescimento e de recuperação da economia”, afirmou Henrique Meirelles.

Na Alemanha, onde participa do encontro do G20, o ministro da Fazenda comemorou os números da economia e disse que o desemprego deve voltar a cair no início deste semestre. “A economia brasileira está em trajetória de recuperação. Nós já estamos criando empregos em termos líquidos, o que significa que já há uma estabilização no desemprego, que deve começar a cair a partir do segundo semestre. Nós temos um ganho de renda, a inflação está caindo para patamares historicamente baixos.

Isso gera ganho de poder de compra na população. Isso é um mérito deste governo, mérito do presidente Temer, mérito da equipe que escolheu”, continuou o ministro. O país vem amargando números macroeconômicos ruins. A taxa de desemprego ficou em 13,3% no trimestre encerrado em maio, atingindo 13,8 milhões de pessoas. Essa foi a maior taxa para este trimestre desde o início da pesquisa, em 2012.

A produção industrial, por sua vez, em 12 meses recua 2,4%. Já o Produto Interno Bruto (PIB) registrou alta de 1% no primeiro trimestre deste ano, na comparação com os últimos três meses do ano passado, mas influenciado principalmente pelo bom desempenho da agropecuária.

Na comparação com primeiro trimestre de 2016, o PIB caiu 0,4%. A economia está no patamar de 2010. Excluindo o efeito positivo da agropecuária, a economia brasileira encolheria 0,3% em 2017, segundo projeções do Ibre/FGV.

 

Rabello de Castro sugere vincular nova taxa à meta de inflação

A prefixação à meta de inflação da nova taxa que vai remunerar os empréstimos do BNDES a partir de 2018, e não à inflação apurada ano a ano pelo IPCA, é uma das hipóteses propostas pelo presidente do banco de fomento, Paulo Rabello de Castro, para corrigir um eventual excesso de volatilidade dos juros cobrados em financiamentos de longo prazo no país. Rabello de Castro, cuja defesa de mudanças na medida provisória que cria a Taxa de Longo Prazo (TLP) levou à demissão de dois diretores do BNDES, disse em entrevista ao Valor que não tem divergências com a equipe econômica sobre o assunto. "Estamos juntos", afirmou.

"Talvez eu seja o mais antigo crítico de sistemas de subsídio que ultrapassem um caráter módico", disse, lembrando que foi autor de um texto acadêmico clássico da década de 1970 que denunciou a ineficácia do crédito rural então em vigor. Ele disse que a questão é a fórmula técnica para tapar o ralo dos subsídios no crédito do BNDES sugerida pelo governo por meio da MP. Rabello tem duas críticas.

Uma delas é que a TLP, que é composta por uma parcela de juros reais prefixada e outra flutuante de acordo com a inflação, poderá ter fortes oscilações ao longo de contratos de financiamento que duram até 30 anos. Rabello de Castro diz que levantou pontos como esse em conversa com o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, um dos padrinhos da MP, que procura a um só tempo tapar um ralo de gastos fiscais, vincular a taxa dos empréstimos do BNDES ao ciclo de política monetária para aumentar a potência da taxa Selic e permitir uma queda dos juros e "spreads" bancários para toda a população. "Essa flutuação - e o Ilan concordou - realmente talvez a gente possa melhorar", disse.

A TLP, que substitui a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) a partir de janeiro, terá uma parcela prefixada definida com base na média dos juros reais da NTN-B de cinco anos. Essa parcela é definida na contratação da operação e não muda ao longo da operação de crédito. Os financiamentos serão corrigidos também pela variação da inflação medida pelo IPCA que também atualiza o valor da NTN-B.

"Hoje, a inflação está em 3%, mas dois minutos atrás estava em 11%", disse Rabello de Castro. Uma hipótese para solucionar esse problema, afirma, é adotar a meta de inflação como o indexador da TLP. Do ponto de vista de benefício às empresas que tomam crédito do BNDES, não há nenhum ganho adicional, porque a inflação corrente tende a flutuar em torno da meta, se o BC cumprir seu mandato.

Nessas circunstâncias, a inflação média do IPCA ao longo de 10 anos ou 15 anos tende a ser igual à meta de inflação. O ganho de atrelar a TLP à meta é que, dessa forma, elimina-se a incerteza para o empresário de flutuações na inflação de um ano para o outro, que podem ser causadas por uma má safra ou por choques externos temporários. Rabello de Castro também questiona a escolha de definir a TLP com base na NTN-B com prazo de cinco anos. "Por que cinco anos e não dez anos ou quinze anos?

Consultado pelo Valor, o Banco Central respondeu, por meio de sua assessoria de imprensa que "acredita que a TLP tem que ficar como no projeto, onde não tem volatilidade real. Os juros dos empréstimos serão fixos pelo horizonte do projeto". Em Hamburgo, na Alemanha, onde participou do encontro do G-20, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, avisou que vai conversar com Rabello de Castro, depois que dois diretores do banco se demitiram por causa de divergências. "'Acredito que a criação da TLP já é um projeto que está em andamento no Congresso, e continua com o apoio da equipe econômica", disse Meirelles.

"Preciso inclusive conversar com o presidente do BNDES para entender exatamente qual é a preocupação, qual é o ponto, se existe alguma sugestão." Perguntado se aceitava revisar a proposta, Meirelles sorriu ligeiramente e respondeu: "A proposta que está lá é a nossa proposta." Rabello de Castro, já indicou ao relator da Medida Provisória 777, deputado Betinho Gomes (PSDB-PE), ser favorável a discutir mudanças na Taxa de Longo Prazo (TLP).

Segundo o parlamentar disse ao Valor, Rabello não detalhou o que tem em mente, e Betinho sugeriu que ele encaminhasse uma proposta de mudança. A postura do presidente do BNDES destoa do Ministério da Fazenda e do Banco Central, que defendem o texto original enviado ao Congresso. O deputado evitou entrar no mérito da diferença de postura entre Rabello de Castro e o restante da equipe econômica, mas comentou que é preciso ter clareza sobre o que o governo efetivamente deseja.

"O governo tem duas linguagens, precisa fechar uma posição. O governo tem que se entender", disse Betinho. Ele comentou que ainda não tem posição formada sobre a possibilidade de mudanças na MP e que ainda está ouvindo as diversas opiniões sobre o tema. "Meu comportamento é de ouvir e ver o que é compatível. Queremos algo que atenda os investidores e também a boa prática fiscal", afirmou. Fontes da equipe econômica consideram complicada a visão de Rabello, que demonstra se alinhar à indústria paulista, que é crítica à nova taxa. Ele criticou o atrelamento da taxa à NTN-B.

Segundo um interlocutor da equipe econômica, essa análise é completamente equivocada. Isso porque a TLP não só será definida com base em uma média trimestral da NTN-B de cinco anos, o que diminui a volatilidade, como também não haveria variação da taxa depois de contratada a operação.

 

Caixa só retomará crédito imobiliário com linha pró-cotista em 2018

A Caixa Econômica Federal anunciou que a linha de crédito imobiliário pró-cotista, que oferece juros reduzidos a trabalhadores titulares de contas vinculadas do FGTS, só será retomada no ano que vem. As contratações de operações com a linha estão suspensas desde junho, depois de terem sido paralisadas em abril e retomadas em seguida. A modalidade já atingiu o limite disponibilizado pelo Conselho Curador do FGTS para este ano, de R$ 6,1 bilhões.

“A Caixa Econômica Federal informa que continua atuando em todas linhas de crédito habitacional, exceto pró-cotista. As novas contratações da linha pró-cotista estão previstas para serem retomadas no próximo semestre”, afirmou o banco por meio de nota. Por usar recursos do FGTS, a linha pró-cotista é a mais barata depois do Minha Casa Minha Vida e de uma modalidade de carta de crédito para imóveis de até R$ 225 mil.

Ela pode ser usada para financiar a aquisição de imóveis de até R$ 950 mil no Distrito Federal, Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, e de até R$ 800 mil em outros Estados. Segundo a Caixa, não há relação entre a liberação das contas inativas do FGTS pelo governo e a suspensão da linha pró-cotista. “O saque por parte do trabalhador faz parte do modelo conceitual do FGTS e não fragiliza a capacidade de investimentos, autorizados pelo Conselho Curador do FGTS, nas áreas de saneamento, infraestrutura e habitação”, disse.

De acordo com a Caixa, o volume financiado com recursos da linha pró- cotista em todo o ano passado foi de R$ 5,5 bilhões, ou 6,6% do montante de R$ 83,2 bilhões de contratações em todas as modalidades de financiamento habitacional oferecidas pelo banco. O orçamento para este ano é de R$ 84 bilhões, sendo R$ 6,1 bilhões via pró-cotista. A Caixa informou ter feito a contratação de R$ 18,79 bilhões em crédito imobiliário no primeiro trimestre deste ano, ante R$ 15,35 bilhões no mesmo período de 2016.

 

FOLHA DE SÃO PAULO

Investidor estrangeiro resiste à crise e aposta no Brasil

A disposição em investir no Brasil parece imune às más notícias. Enquanto a economia patina, as reformas econômicas balançam e o presidente Michel Temer é denunciado por corrupção, os investidores mostram uma tolerância surpreendente.

É certo que o país conseguiu acumular um volume respeitável de reservas internacionais e exibir uma inflação em níveis historicamente baixos, o que o protege de possíveis choques.

Mas os fluxos de recursos respondem muito mais a um cenário de ampla liquidez global e a uma disposição maior a correr riscos que coloca não só o Brasil, mas os emergentes de uma maneira geral, no centro das atenções.

"O mundo cresce sem inflação, o que afasta o medo de uma disparada dos juros globais e gera um otimismo geral. O investidor fica mais propenso a investir, inclusive em emergentes", diz Luiz Gustavo Cherman, estrategista da Itaú BBA Corretora.

É essa a principal explicação para o comportamento aparentemente errático do investidor, que primeiro ansiava por uma troca de governo que organizasse de vez as contas públicas, depois passou a apostar as fichas na reforma da Previdência, atrelando a recuperação econômica a ela, e agora parece aceitar que isso fique para depois das eleições.

"Metade dos investidores acredita que dá para passar a reforma da Previdência com uma idade mínima e outra metade avalia que não dá, mas que isso não é o fim do mundo, dado que nenhum outro país emergente está propondo reformas tão ambiciosas", afirma João Augusto de Castro Neves, da consultoria Eurasia.

"E isso também explica em parte a tolerância do estrangeiro", afirma.

A condescendência dos investidores com o risco político global vai muito além do Brasil e engloba as incertezas causadas por Donald Trump, nos EUA, Recep Erdogan, na Turquia, ou mesmo pelo "brexit", a saída do Reino Unido da União Europeia, diz Marco Casarin, economista-chefe para América Latina da consultoria inglesa Oxford Economics.

Uma variável local bem específica a manter o Brasil na mira do investidor externo, diz Casarin, seriam os juros locais acima da média de países semelhantes.

"Num mundo de juros extremamente baixos, o Brasil continua oferecendo rendimento muito decente, mesmo com juros cadentes", diz.

Na Bolsa, diz Cherman, da Itaú BBA Corretora, a história é um pouco diferente.

No acumulado do ano, em dólar, a Bolsa brasileira cresce 2%, mas tem o segundo pior desempenho entre os mercados emergentes, à frente apenas da Rússia, que apresentou queda de 10%.

ESTRANGEIRO

Ainda assim, o fluxo de estrangeiro prevalece em relação aos locais. "Se alguém está investindo na Bolsa são os estrangeiros. Sem eles, estaria pior", afirma Cherman.

Para Castro Neves, uma das razões para a disposição do estrangeiro, além da ampla liquidez, seria a possibilidade de diversificação, que abre espaço para que tolere ganhar menos ou até mesmo perder em um mercado para compensar em outro.

Já o brasileiro, bem mais exposto ao dia a dia local, oscilaria mais do otimismo ao pessimismo. João Pedro Ribeiro, economista do Banco Nomura em Nova York, diz que, quando se dispõe a olhar o que está acontecendo no país, o investidor estrangeiro tende a afastar a possibilidade de ruptura da política econômica, ao avaliar que, mesmo se o presidente Temer sair do poder, a equipe que toca a economia permanecerá.

Cherman, da Itaú BBA Corretora, diz não ser possível dizer se esse bom humor todo tem prazo de validade.

Ele lembra que um indicador que mede a propensão a tomar risco do investidor global caiu para os níveis mais baixos em muitos anos.

O VIX (Volatility Index) estava em 23 há um ano e meio e hoje está em 11.

"Se eu fosse escolher um lado, escolheria o daqueles que avaliam que o provável é que indicador deve subir."

CALMARIA POR QUANTO TEMPO?

Uma saída agressiva dos investidores do mercado brasileiro não está no horizonte dos especialistas, mas os riscos a esse cenário de quase calmaria não devem ser desprezados.

O risco fiscal, por exemplo, impõe um viés de depreciação para o câmbio, ainda que de forma bastante contida.

João Pedro Ribeiro, economista do Banco Nomura, diz que o dólar próximo de R$ 3,30 não reflete a instabilidade política e toda a dinâmica de atraso da reforma da Previdência.

"Por isso, a nossa posição é de recomendar a compra de dólar e venda do real. Esperamos que o dólar se aprecie ante o real nas próximas semanas ou meses", diz.

Ele não crê no dólar de volta a R$ 4, por exemplo, e diz que a expectativa para o Brasil é negativa, mas está controlada.

Castro Neves, da Eurasia, diz que uma mudança brusca da economia global, com o banco central americano elevando juro em ritmo mais forte e a economia da China desacelerando bruscamente e levando à queda de commodities, afastaria o investidor do Brasil.

Assim como, do lado interno, sinais de um duplo mergulho na economia (uma nova recessão) ou manifestações nas ruas. "Mas é muito improvável que tudo ocorra simultaneamente para azedar o cenário", diz ele.

 

O ESTADO DE SÃO PAULO

Saneamento entra no radar de investidor e pode atrair até R$ 35 bilhões

Setor mais atrasado da infraestrutura brasileira, o saneamento básico entrou no radar de investidores bilionários espalhados pelo mundo. Desde que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) iniciou a contratação de estudos para desenhar um programa de concessão para 18 Estados, grandes empresas como a gestora canadense Brookfield, o fundo de private equity Vinci Partners, a empresa brasileira Aegea, as japonesas Itochu e Mitsui e a sul-coreana GS Corporation começaram a se estruturar para disputar os ativos estatais. As concessões ou Parcerias Público-Privadas (PPPs) podem movimentar entre R$ 20 bilhões e R$ 35 bilhões, de acordo com um relatório feito pelo BTG Pactual. Porém, os aportes vão depender especialmente da modelagem econômico-financeira em andamento e da situação macroeconômica do País. Dez Estados já tiveram os estudos técnicos contratados: Alagoas, Amapá, Maranhão, Pará, Pernambuco, Sergipe, Acre, Ceará, Rondônia e Santa Catarina.

Os próximos a entrar para essa lista serão Amazonas, Bahia, Paraíba, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro e Tocantins. "Nunca houve uma iniciativa como essa (do BNDES), que cria inteligência para o setor", afirma Hamilton Amadeo, presidente da Aegea, segunda maior empresa privada do segmento e que quer ampliar sua participação no País. A estruturação dos estudos combinada aos indicadores negativos que atormentam milhares de brasileiros sem acesso aos serviços básicos explicam o forte interesse dos investidores nacionais e estrangeiros. Após décadas de abandono - e desprezo - do setor público, hoje metade da população não tem coleta de esgoto e quase 20% não é atendida pela rede de água. Pior: mais de um terço de toda água distribuída se perde no meio do caminho por falta de investimento. De acordo com o plano do governo federal, para universalizar os serviços de saneamento básico até 2033, o País teria de investir R$ 20 bilhões por ano.

Mas, de 2010 a 2015, o investimento médio ficou na casa de R$ 11 bilhões - quase a metade do necessário, segundo dados da GO Associados. Nesse ritmo, a meta de universalização atrasaria 20 anos para ser alcançada. O quadro caótico, no entanto, virou uma grande oportunidade de negócios para empresas e fundos com muito dinheiro em caixa para gastar e que querem aumentar sua posição no Brasil - ou estrear no setor. Embora a crise política tenha se agravado nas últimas semanas, gerando mais incertezas sobre o cenário econômico, os potenciais investidores olham o longo prazo e acreditam que, em algum momento, esse cenário será revertido. Hoje boa parte do setor de saneamento é administrado por empresas estatais estaduais, cuja situação financeira é bastante complicada. Algumas empresas têm patrimônio líquido negativo, dívidas elevadas, problemas trabalhistas e um serviço de péssima qualidade, afirma o sócio da BF Capital, Renato Sucupira.

"Trata-se de um projeto que tem dimensão enorme e com muitas possibilidades de concessão, PPPs e subconcessões." Na avaliação do sócio da gestora de recursos Vinci Partners, José Guilherme Souza, a carência de investimentos e os avanços que podem surgir por meio de uma gestão eficiente (com a redução de perdas) mostram um potencial de retorno grande. "Ainda é cedo para dizer se todos os projetos serão atrativos, mas temos interesse em avaliar os estudos." 

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