Sexta-feira

O ESTADO DE SÃO PAULO

Incorporadoras registram mais um trimestre de perdas

Sofrendo com a debilidade do setor imobiliário, a maioria das incorporadoras do país teve mais um trimestre de resultados negativos: Tecnisa, Cyrela, Gafisa, Direcional e Rodobens registraram prejuízo entre abril e junho. As perdas das empresas decorreram sobretudo do encolhimento de suas operações, o que inibiu a diluição das despesas. Distratos (desistência de contratos de compra) e queda no faturamento também prejudicaram.

A Tecnisa encerrou o período com prejuízo líquido de R$ 139,9 milhões, conforme balanço publicado nesta quinta-feira, 10. O prejuízo foi 52,5% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado, quando ficou em R$ 91,8 milhões. No acumulado do semestre, as perdas cresceram 127,6%, totalizando R$ 203,4 milhões. O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado ficou negativo em R$ 85,185 milhões, piora de 18,5%. Já o prejuízo da Cyrela ficou em R$ 141 milhões, ante lucro de R$ 44,7 milhões no segundo trimestre de 2016. No semestre, as perdas acumuladas ficaram em R$ 137 milhões.

 

O GLOBO

MP do distrato de imóveis deve ser publicada nesta sexta-feira

O governo deve divulgar amanhã a minuta da medida provisória (MP) que trata do distrato de imóveis, situação em que o consumidor desiste ou não consegue pagar um imóvel ainda em construção e quer devolver o bem. A regulamentação do distrato é uma demanda da construção civil e um dos itens da agenda microeconômica do governo, uma vez que o setor é um forte gerador de empregos e tem demorado a reagir.

A MP vai estabelecer os valores que poderão ser retidos pelas construtoras nesses casos e fixar o direito de arrependimento de sete dias na compra de imóveis. Em casos de inadimplência superior a seis prestações, a construtora deverá ter direito a reter 50% do valor pago pelo imóvel. Para atrasos entre três e seis parcelas, esse percentual cai para 30%.

A retenção está limitada a 10% do valor do imóvel, quando residencial, e a 5% em casos de imóveis de interesse social. Quando a desistência ocorrer por iniciativa do consumidor, a retenção é de 50%, também limitado a 10% do valor do imóvel.

A construtora deve ter 90 dias para devolver o valor do imóvel. O ponto de divergência estava na multa em casos de atraso na devolução. Os cenários em discussão eram de uma penalidade de 0,5% sobre o valor do contrato ou o 0,5% aplicado sobre o valor pago pelo consumidor.

 

 

 

VALOR ECONÔMICO

'Não vai faltar crédito para as empresas' , afirma Caffarelli

A demanda por crédito pelas empresas brasileiras no processo de retomada da economia será atendida pelos bancos e pelo mercado de capitais. A afirmação é do presidente do Banco do Brasil, Paulo Rogério Caffarelli. Alguns bancos atuaram de forma cíclica, reduzindo as operações de crédito durante a crise. Esse não foi o caso do BB, segundo Caffarelli. "Eu não posso puxar o tapete do cliente na hora que ele mais precisa de dinheiro", disse o executivo, em entrevista ao Valor. Pouco mais de um ano depois de assumir o comando do BB, Paulo Rogério Caffarelli conseguiu reduzir a distância entre a rentabilidade do banco e a dos principais concorrentes privados. Mas sabe que ainda tem um longo caminho a percorrer. "Eu ainda não estou satisfeito", diz.

Leia a seguir os principais trechos da entrevista.

Valor: As empresas reclamam com frequência da escassez de crédito. O que acontece?

Paulo Caffarelli: Grande parte das empresas que batem na porta já tem crédito com o banco. Como temos limite de crédito por empresa, nós não podemos expandir mais o volume com esse determinado cliente. O Banco do Brasil não parou de operar na crise, por isso a gente acaba tendo certa limitação, não por nossa vontade. Isso também não quer dizer que nós somos conservadores nesse limite. Eu estou rolando [o crédito], adaptando as condições à nova capacidade de pagamento.

Valor: O sistema financeiro está pronto para atender à demanda das empresas a um custo competitivo no processo de retomada da economia brasileira?

Caffarelli: Não tenho dúvida. Alguns bancos trabalham de forma cíclica e outros de forma anticíclica. Em um momento de estabilidade, há espaço para os dois. O mercado de capitais também precisa ser considerado na composição de mix de captação das grandes empresas. No final do dia, é um funding disponível, com um custo que o mercado vai regular e que não vai concorrer com os limites de crédito dos bancos.

Valor: Os grandes bancos têm falado em aumentar a exposição ao varejo. Esse foco não pode prejudicar o crédito às empresas?

Caffarelli: O Banco do Brasil tem feito um esforço redobrado nessa área. Veja a nossa base de clientes pessoa jurídica, por que a gente sofreu mais com a inadimplência? Porque a nossa base é infinitamente maior. Alguns de nossos concorrentes atuam de forma cíclica. Em um momento de estabilidade, como agora, eles retomam o processo de crédito. Nós não chegamos a ser anticíclicos, mas temos uma relação de perenidade com o cliente. Eu não posso puxar o tapete dele na hora que ele mais precisa de dinheiro.

Valor: Mas a carteira de crédito de empresas do BB também caiu...

Caffarelli: A carteira caiu porque o volume de liquidação e perdas foi maior do que os desembolsos. Mas se você observar ao longo do tempo, nós não paramos de desembolsar, e com crescimento na pessoa jurídica. As empresas também reduziram a tomada de recursos, e você não faz crédito forçando a demanda.

Valor: Quais os efeitos da maior concentração bancária no crédito? A pressão para a redução nos spreads diminui?

Caffarelli: O banco sobrevive de crédito. Nos cinco maiores bancos já existe concorrência. E mesmo os bancos menores têm o seu papel no fornecimento de crédito, o mercado que funciona. E eu sou cobrado por resultado. Se o meu maior resultado vem do crédito, como eu não posso fazer crédito? A gente não pode simplesmente achar que pode segurar os spreads para manter as margens.

Valor: Como o Banco do Brasil deve atuar crédito no pós-crise?

Caffarelli: O crédito chegou a representar 55% do PIB e hoje está em 47%. Se vai voltar para os níveis anteriores eu não sei te dizer, mas certamente não vai ficar em 47%. O que pode haver é uma diferença no perfil na carteira do banco, com o agronegócio, pessoas físicas e micro e pequenas empresas ganhando participação e uma redução no corporate, porque o mercado de capitais deve atrair essa demanda. Outro ponto que você tem que considerar é que, se eu dou crédito para um cliente muito grande no atacado, consumo mais capital e tenho menor margem do que se eu aumentar o consignado, por exemplo.

Valor: Mas isso não significa que pode faltar crédito para as grandes empresas?

Caffarelli: Impossível. Em um ambiente de queda dos juros é natural que a demanda no mercado de capitais cresça. O investidor precisa de mais retorno e vai procurar o risco privado.

Valor: Quais as iniciativas em curso para estimular o crédito?

Caffarelli: A gente tem trabalhado praticamente toda semana com o BNDES e a Caixa [Econômica Federal], com participação do Ministério da Fazenda e do Planejamento. E o primeiro movimento será o lançamento de uma linha no fim do mês para micro e pequenas empresas, chamada Crédito Ágil. Vamos trabalhar com funding do BNDES, mas não vamos depender de mandar um processo para o banco analisar. O que está fechado é que em um dia teremos a resposta se pode ou não com aquele determinado cliente.

Valor: Qual o seu principal desafio hoje à frente do banco?

Caffarelli: Eu ainda não estou satisfeito com o resultado presente do banco, embora esteja crescendo, com a participação ativa dos 100 mil funcionários. O Banco do Brasil tem total capacidade de ter resultados melhores pelo seu tamanho, capilaridade e relacionamento com os clientes. Temos que buscar resultados compatíveis com o tamanho do banco e comparáveis com os nossos concorrentes.

Valor: E como o banco pretende chegar lá?

Caffarelli: O banco tinha uma carteira de crédito muito concentrada em operações com taxas baixas. Nossa carteira era maior, mas nosso spread era a metade dos outros bancos. Por isso a gente acredita que, trimestre após trimestre, a gente vai melhorar o nosso resultado. Há um ano isso vem acontecendo, o que mostra que estamos em uma estratégia correta. Além de gerar receita com crédito, serviços e tesouraria, é preciso fazer uma lição de casa bastante forte em relação à redução de despesas.

Valor: Ainda há espaço para ajuste nas taxas?

Caffarelli: Esse ajuste é permanente. É possível reduzir taxas e aumentar o spread mudando o perfil da minha carteira, trazendo [linhas com] mais margem e melhores spreads.

Valor: Qual a meta de crescimento do banco, até onde pode chegar?

Caffarelli: A meta é a primeira desde o primeiro dia: chegar junto ao Bradesco e ao Itaú. Como no passado já tivemos resultados compatíveis, não tem por que não termos hoje.

Valor: Essa busca por uma maior rentabilidade é compatível com o papel de banco público?

Caffarelli: Sim, e por um único motivo: a gente não deixa de fazer o nosso papel. O agronegócio e as micro e pequenas empresas são uma grande demonstração disso. Mas nós somos uma empresa de capital aberto. Se deixo de ter a mesma performance dos meus pares, vou perder valor. A única maneira de continuar sendo eficiente é ter uma performance adequada aos pares. E a única maneira de não fazer isso é fechar o capital e transformar o banco em uma empresa pública.

Valor: A velocidade da recuperação da economia frustrou a todos no primeiro semestre. Quais as perspectivas?

Caffarelli: Vários indicadores mostram que houve uma melhora no primeiro semestre, embora não seja uma melhora significativa. Espero um segundo semestre melhor do que foi o primeiro e que, obviamente, a gente tenha uma nova realidade a partir de 2018.

Valor: E o risco político?

Caffarelli: Acho que a questão econômica tem sua pauta própria, e ela não se baseia na questão política. Agora nem por isso eu posso deixar de dizer o quão importante é a aprovação da reforma da Previdência, para ratificar esse processo de retomada.

Valor: O BB sinalizou que pretende vender ativos que não façam parte da atividade principal do banco. Como está esse processo?

Caffarelli: Está em andamento. Nós anunciamos [a venda da participação de] Kepler Weber. Na Neoenergia, nós devemos sair em uma oferta de ações. Nós também já vendemos um pedaço do IRB. O que a gente puder fazer, dentro dos ativos que não são "core business", para reforçar a nossa estratégia de capital será feito. Mas nós não dependemos disso.

Valor: E quanto às participações no Banco Votorantim e no argentino Patagonia?

Caffarelli: Sobre o Patagonia, seria muito bom continuarmos operando na Argentina, acreditamos no crescimento da economia e o banco nos dá um resultado muito satisfatório. O que nós vamos fazer lá é trabalhar na possibilidade de uma oferta de ações. Agora, nós somos banqueiros. Não podemos deixar de analisar qualquer oferta que venha, mas vale é o que nós anunciamos ao mercado. No Votorantim, neste momento nosso grande objetivo é rentabilizar o banco. Se nós vamos vender no futuro é outra conversa.

 

Diretor defende papel do BNDES como 'dealer' do BC

O novo diretor financeiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Carlos Thadeu de Freitas, considera acertada a decisão do Banco Central de convidar a instituição de fomento para atuar como "dealer" do BC intermediando transações com títulos públicos em operações compromissadas. "Uma instituição como o BNDES, com um caixa do tamanho que o banco tem, não pode ficar na mão de outras instituições financeiras [para gerir sua liquidez]", disse Thadeu ao Valor.

Thadeu toma posse hoje como diretor do BNDES, no mesmo dia em que também será oficializado no cargo o novo diretor de planejamento, Carlos da Costa. Thadeu disse que, diferentemente de bancos privados, o BNDES não conta com os depósitos compulsórios, o melhor mecanismo, segundo ele, para maximizar a liquidez. Como o banco não conta com depósitos à vista e a prazo, não pode lançar mão do uso do compulsório.

O depósito compulsório é uma das maneiras que o BC tem para controlar a quantidade de dinheiro na economia. O compulsório obriga os bancos a depositar parte dos recursos captados dos clientes via depósitos à vista, a prazo ou poupança em uma conta no BC. Thadeu chefiou na década de 1980 o Departamento de Mercado Aberto (Demab) do Banco Central, a mesa do BC para operações de liquidez. Agora o BNDES será "dealer" do BC justamente nas operações do Demab.

Ele entende que a decisão do BC de convidar o BNDES para ser dealer em operações compromissadas com títulos públicos é um reconhecimento à capacidade do BNDES de fazer esse tipo de operação. Na visão de Thadeu, até ontem o BNDES dependia de outras instituições financeiras para tomar ou dar dinheiro.

Desde ontem, como "dealer" do BC, o BNDES terá maior flexibilidade operacional e não precisará dar conhecimento da movimentação de sua carteira de títulos públicos federais para outros bancos. Nesse sentido, atuar como "dealer" permitirá ao BNDES preservar informações importantes relacionadas à sua carteira de títulos.

 

Governo adia anúncio de revisão da meta fiscal à espera de novos dados

O anúncio das novas metas fiscais para 2017 e 2018 não deverá ocorrer mais hoje e o novo indicativo é de que possa acontecer na semana que vem — o que também não está garantido. Segundo fontes do Palácio do Planalto, a avaliação é que é preciso esperar a chegada de mais dados sobre a economia e novas definições, como a negociação sobre o novo Refis, para determinar o cenário de receitas para este ano.

No fim da manhã, o presidente Michel Temer realizou reunião para discutir o tema, mas o Palácio do Planalto informou que não haveria anúncio do resultado. O encontro começou às 11h30, durou cerca de três horas e abordou a revisão da meta fiscal para este ano e para o ano que vem, além de medidas para o reequilíbrio fiscal, como a redução de despesas e eventualmente aumento de tributos.

A reunião para debater o tema será retomada na segunda-feira, segundo fontes. O encontro desta quinta foi um desdobramento de reunião feita ontem, sobre o mesmo assunto, que também durou três horas. Hoje, Temer agregou ao grupo representantes do Congresso. Participaram da reunião o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), líderes do governo na Câmara — André Moura (PSC-SE), Lelo Coimbra (PMDB-ES), Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) —, além dos ministros da equipe econômica: Henrique Meirelles, da Fazenda, e Dyogo Oliveira, do Planejamento, e Eliseu Padilha, da Casa Civil.

Pela manhã, técnicos do governo já se preparavam para o anúncio das novas metas ao longo do dia, previsto para ocorrer após a reunião. Uma fonte chegou a dizer que havia sido decidido que a meta fiscal para este e para o próximo ano seria de déficit primário de R$ 159 bilhões. No ano passado, o déficit foi de R$ 159,5 bilhões. Um dos problemas do governo em definir as novas metas é a resistência do Congresso, já desgastado com o arquivamento da denúncia de Temer e a necessidade de votar a Previdência, em elevar mais tributos.

Dessa forma, o saldo do dia, até o momento, é que permanece a indefinição em torno das metas. A curva de juros para 2018 chegou a reagir negativamente à possibilidade de elevação do rombo fiscal.

 

Meirelles: há duas fontes de financiamento: aumentar imposto ou dívida

Num momento em que o governo discute o aumento da meta de déficit primário para este ano, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, destacou hoje que o governo só tem duas fontes de financiamento: aumento de impostos ou pegar recursos emprestados. “O caminho para não aumentarmos impostos, mais ainda, e para a inflação ficar baixa, com queda de juros, é controlar as despesas”, disse o ministro, que participou de solenidade para anunciar a distribuição do lucro do Fundo Garantia do Tempo Serviço (FGTS).

Meirelles explicou que a garantia para a sociedade de que haverá controle no tamanho do Estado e da despesa foi a aprovação do limite para o crescimento da despesa. Além do aumento de imposto e da dívida, o ministro destacou que existiria outra forma de o governo se financiar, que não vem sendo mais utilizada, que seria a emissão de moeda pelo Banco Central. “Faz parte do passado. Não se discute mais isso”, contou.

Ele ressaltou que, portanto, o governo tem duas fontes de financiamento e ambas com custo elevado para a sociedade. “No momento em que isso começa a ser enfrentado com força e vigor, temos aqui uma mudança grande”, destacou. Meirelles disse acreditar que a economia no Brasil começa a caminhar na direção certa por meio de adoção de uma série de medidas que começam a organizar a economia e dar condições de o país crescer.

Sobre a distribuição do lucro do FGTS para os trabalhadores, Meirelles destacou que o FGTS tinha a menor remuneração do sistema financeiro e agora terá uma melhora. Meirelles voltou a falar do combate ao desemprego e afirmou que o número no ano passado era elevadíssimo. Para ele, há uma mudança nesse quadro. “Tínhamos um desemprego, temos ainda, começou a cair, mas tínhamos desemprego altíssimo”, afirmou Meirelles, acrescentando que nos sete primeiros meses deste ano foram criados mais de 103 mil postos, contra corte de 623 mil vagas no mesmo período do ano passado.

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