Terça-feira

O ESTADO DE SÃO PAULO

BB vai liberar até R$ 50 bi para 18 projetos de infraestrutura

Uma semana depois do anúncio do novo programa de privatizações do governo Michel Temer, que incluiu Eletrobrás e outras estatais, o presidente do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli, disse ao Estadão/Broadcast que o banco analisa liberar até R$ 50 bilhões em crédito para 18 projetos de infraestrutura. A avaliação dele é que esse setor será o principal indutor de uma retomada mais sólida do crescimento econômico.

O Banco do Brasil liderou um novo desenho de financiamentos para as concessões que agrada mais ao mercado, diferente do adotado na gestão da ex-presidente Dilma Rousseff, quando houve forte concentração no papel do BNDES nos projetos. Como o banco de fomento não honrou empréstimos de longo prazo que tinham sido acertados, muitos projetos acabaram naufragando. Agora, segundo Caffarelli, o setor deve ter um novo impulso.

O governo anunciou um programa vasto de privatizações. De que forma o BB vai entrar nesses financiamentos?

O Banco do Brasil fez um trabalho muito importante, que foi trazer de volta para os financiamentos de infraestrutura os bancos privados. Existia um descontentamento muito grande dos bancos em relação aos empréstimos-ponte (financiamentos que eram contratados num primeiro momento da concessão até que o crédito de longo prazo, cuja análise é mais demorada, fosse aprovado) que eles fizeram. Se olharmos, ficaram para trás algumas operações que foram feitas de empréstimos-ponte na expectativa de que o BNDES fizesse a operação de longo prazo, o que não aconteceu. Eu fui bater na porta dos bancos para falar como a gente desenha um modelo de financiamento para infraestrutura.

E qual a reação dos bancos?

Eles falaram que só voltariam se acabasse com o empréstimo-ponte. Além disso, fizemos (o governo) outras alterações: mudamos o prazo do edital, demos um prazo maior para que as empresas possam analisar o processo. O leilão vai acontecer num prazo mais definido. O contrato começa a correr a partir do momento em que a emissão das debêntures (títulos de crédito emitidos por empresas para captar recursos) começarem a gerar o ingresso de recursos para a construção definitiva. Nesse período, que é o mais delicado, os bancos vão dar fiança. Quem vai comprar as debêntures? O BNDES, o FI-FGTS ou um investidor externo. Nesse primeiro período, os bancos vão dar a garantia que, se acontecer alguma coisa, assumem essa responsabilidade. Em seguida, os bancos saem da operação e vão dar fiança para outro projeto.

O sr. mapeou o interesse dos bancos nesse modelo?

Com esse modelo, sim. Vai ser por meio de um sindicato de bancos. Não vai ter o BB fazendo sozinho. Faz um sindicato, o que dura em média quatro ou cinco anos, e depois sai fora e vai fazer com outro. O bom é que, como no Brasil os bancos ainda não têm funding (fonte de recursos) de longo prazo, deixa o funding para quem quer investir no longo prazo, como o BNDES, o FI-FGTS ou investidores institucionais (como fundos de pensão).

O mercado olhou a carteira de concessões meio ressabiado...

Tem muita gente que não vai precisar de financiamento. Virá com recursos próprios. Outros, que vão precisar de financiamento, terão um desenho com um avanço significativo.

O BB vai emprestar quanto com recursos próprios?

Temos uma carteira de infraestrutura de R$ 103 bilhões. Dessa carteira, R$ 85,2 bilhões são de recursos próprios. Hoje, estamos analisando 18 projetos, o que dá R$ 50 bilhões em investimento.

Esses R$ 50 bilhões são crédito novo? Vão ajudar a dar uma movimentada...

Ajuda muito. Eu acredito muito que o grande estímulo à retomada da atividade econômica)mais intensa sejam os processos de infraestrutura. Não tem nenhum outro segmento que vá mobilizar de uma forma tão forte como a retomada dos projetos de infraestrutura.

 

VALOR ECONÔMICO

Fundos de private equity voltam a captar

Está dada a largada à temporada de captação dos fundos de private equity. Levantamento feito pelo Valor constatou que gestoras estão levantando pelo menos R$ 5,3 bilhões em fundos para comprar participações em empresas brasileiras. A última rodada de captação no Brasil tinha acontecido em 2014, quando Advent, Gávea e Pátria levantaram cerca de US$ 5 bilhões em fundos. Neste momento, Vinci Partners, Carlyle, Kinea, Bozano e Spectra estão em busca de recursos dos investidores.

A despeito da economia fraca, esses fundos estão conseguindo atrair o interesse dos investidores até agora, mesmo que para veículos menores do que os já captados em safras anteriores. "A perspectiva dos fundos de private equity é de médio prazo. Muitas vezes eles conseguem fazer bons negócios quando o ambiente é mais difícil", diz Cristiano Guimarães, diretor do banco de investimentos do Itaú BBA e responsável pelo relacionamento com gestoras de private equity.

Os fundos também estão sendo beneficiados pela demanda de investidores estrangeiros, que estão atrás de alternativas a ações e bônus, ativos cujos preços estão bastante valorizados. A gestora de recursos Vinci concluiu a captação de US$ 475 milhões (R$ 1,5 bilhão) para investimentos de private equity, segundo o Valor apurou. A Vinci ainda mantém os esforços para levantar mais recursos.

O objetivo é alcançar R$ 3 bilhões quando concluir essa segunda fase de captação. Em 2011, a gestora levantou um fundo de US$ 1,4 bilhão, com o qual fez investimentos na rede de lanchonetes Burger King, na resseguradora Austral, na locadora de carros Unidas, na varejista Le Biscuit, na fabricante de revestimentos cerâmicos Cecrisa e na escola de ensino a distância Uniasselvi, além da incorporadora PDG, que está em recuperação judicial. Procurada pela reportagem, a Vinci Partners não comentou o assunto.

A americana Carlyle também está em fase de captação de um fundo de US$ 500 milhões (pouco mais de R$ 1,5 bilhão) para comprar ativos no Brasil e em países da América Latina. O primeiro fundo da gestora para a região chegou a US$ 800 milhões captados no exterior. Já quase sem recursos para investir, o Carlyle tinha planos mais ambiciosos, mas optou por levantar um fundo mais modesto depois de avaliar que o ambiente não estava tão receptivo à captação. "Os interessados em private equity no Brasil agora são investidores que querem sair na frente", diz Ricardo Kanitz, sócio da gestora Spectra.

"Nem sempre a melhor hora para se captar coincide com o melhor momento para investir." Para ele, o período atual é favorável a investimentos. A Spectra deve concluir até novembro a captação de R$ 400 milhões. O último fundo levantado pela Spectra tinha sido em março de 2015. Esse é o terceiro fundo da gestora, que tem como objetivo selecionar cotas de outros fundos de private equity, comprar cotas de investidores que queiram se desfazer da aplicação e também coinvestir com as gestoras diretamente em empresas.

Com foco em companhias de médio porte, nas quais o fundo possa investir entre R$ 80 milhões e R$ 300 milhões, a Kinea, controlada pelo banco Itaú Unibanco, também está em fase de captação de um fundo de private equity que pode alcançar até R$ 1,2 bilhão. A carteira tem prazo de duração de oito anos.

Depois de investir com recursos próprios na locadora de veículos Unidas e na rede de ensino profissionalizante Grupo Multi, a Kinea levantou seu primeiro fundo, de R$ 1 bilhão, em 2012. Desde então, a gestora comprou participações em oito companhias. O portfólio da Kinea conta atualmente com empresas como a rede de ensino a distância Uninter, do Paraná, a varejista Lojas Avenida, a AGV Logística e a Eliane, de revestimentos cerâmicos, além da própria Unidas.

Também com foco em companhias de médio porte, a Bozano Investimentos está em processo de captação de um fundo de private equity que pode alcançar um valor entre R$ 700 milhões e R$ 1 bilhão. O objetivo é aplicar esses recursos em empresas dos setores de consumo, varejo e serviços. Por companhia, a gestora deve fazer investimentos que vão de R$ 50 milhões a R$ 150 milhões.

Como o fundo já recebeu aportes de alguns investidores, a Bozano já fechou a compra de dois hospitais, um deles é o Vera Cruz, de Campinas (SP). Procurada, a Bozano não comentou as informações. Segundo o Valor apurou, outra gestora em fase de captação de um fundo voltado para a América Latina é a L Catterton. No ano passado, a gestora fechou uma série de compras no país, incluindo a varejista St. Marche, o Empório Santa Maria e o Espaço Laser. A gestora não comentou o tema.

 

Copom monitora ritmo da retomada

O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, destacou as incertezas sobre o ritmo de recuperação da economia, que pode ser mais gradual ou mais forte, em entrevista publicada no sábado pela "Folha de S.Paulo". Também disse que, ao contrário do que se previa há um ano, a retomada da atividade não ocorre primeiro pelo investimento, e sim pelo consumo.

Qual é a consequência desses dois fatos para a condução da política monetária? No curto prazo, provavelmente nenhuma. Mas, à medida que o tempo passa, a recuperação e a composição da atividade econômica tenderão a se tornar determinantes mais importantes na fixação da taxa Selic.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC deu fortes indicações de que pretende fazer um corte de juros de um ponto percentual em reunião que ocorre dentro de uma semana, de 9,25% para 8,25% ao ano, embora tenha destacado que ele só será confirmado se forem mantidas as condições econômicas e políticas que prevaleciam em julho. A leitura dominante dos analista econômicos é que os dados mais recentes de inflação e atividade econômica corroboram um corte de um ponto percentual.

Os contratos DI negociados na BM&F ontem apontavam uma chance de 82% de corte de juros de um ponto percentual. As incertezas sobre o ritmo de recuperação da atividade, porém, tendem a ter uma influência um pouco mais expressiva sobre o tamanho do ciclo de corte de juros - ou seja, sobre o valor mínimo que a Selic pode chegar. O mercado vê um ciclo de distensão cada vez maior.

Na semana passada, os economistas consultados no Focus cortaram de 7,5% para 7,25% ao ano sua projeção para a Selic no fim de 2017. Os Top 5 de curto e de médio prazo passaram a apostar em uma taxa de 7% ao ano. Já há analistas que preveem menos que 7% ao ano. O BC, até agora, não deu nenhuma declaração que corrobore as chances de uma Selic tão baixa. No conjunto, porém, as declarações das autoridades do BC tem sido cautelosas. Na entrevista, Ilan resolveu destacar um dos fatores listados no balanço de riscos do BC que, em tese, poderá fazer o Copom conduzir esse final de ciclo de distensão com uma dose de conservadorismo. "A dúvida é o ritmo de recuperação. É gradual, será mais forte? É nisso que estamos pensando agora", disse Ilan.

Como o BC também tem destacado que o nível de ociosidade da economia é muito grande, não se pode exagerar o papel do ritmo de recuperação. Mas, conforme o tempo passa e os estímulos monetários se tornam cada vez maiores, a tendência é o Copom dar um peso crescente para o ritmo de recuperação econômica. Será preciso acompanhar na comunicação oficial como o BC avalia esses dois fatores - o nível de ociosidade e o ritmo de recuperação. O fato de a recuperação estar ocorrendo primeiro pelo consumo, e não pelo investimento, deve pesar nas decisões futuras do BC, mas num horizonte um pouco mais distante.

Naturalmente, seria mais confortável se os investimentos reagissem primeiro, pois eles contribuiriam para a aumentar a capacidade produtiva - e ajudariam a acomodar a recuperação da atividade e do consumo num momento seguinte. Ilan disse à "Folha" que o alto grau de ociosidade da economia fez com que as empresas adiassem investimentos.

Em março, o BC chegou a divulgar um estudo no seu Relatório de Inflação que mostrava ser possível ter alguma recuperação dos investimentos mesmo com capacidade ociosa. Aparentemente, essas expectativas não estão se confirmando. Mas, de novo, não se pode exagerar o papel da falta de reação dos investimentos na condução da política monetária. A capacidade ociosa da economia é tão grande que - salvo surpresas - há tempo para aguardar a retomada dos investimentos e a sua maturação.

 

Meirelles crê que país entrará 2018 crescendo até 3%

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que o governo considera que a economia brasileira encontra-se em trajetória de recuperação. Em sua avaliação, o país já está em trajetória de crescimento ao longo deste ano, o que leva o governo a esperar que a economia chegue em 2018 com um ritmo de crescimento acima de 2,5% possivelmente ao redor de 3%. “Esse é um quadro de previsão, sujeito a variáveis que estão em andamento”, disse.

“O Brasil mostra evidências de crescimento concreto em diversos setores da economia”, completou Meirelles, após reunião ministerial convocada pelo presidente Michel Temer nesta segunda-feira, véspera de sua viagem à China. Meirelles lembrou que a proposta orçamentária apresentada pelo governo é conservadora ao explicar a projeção de crescimento acima de 2,5% para 2018. ”Para a nossa visão de hoje, é um crescimento de 2% com viés de alta”, disse.

“A boa técnica indica que isso não deve estar incorporado ao crescimento. O que devemos é estar preparados para um crescimento maior do que isso”, completou. O ministro disse ainda que considera que deve prevalecer o “senso de realismo e responsabilidade” sobretudo para o governo conseguir aprovar a reforma da Previdência Social. Conforme destacou, o pacote de medidas para realização do cumprimento da meta fiscal de 2017 e 2018 está em processamento e será anunciado nas próximas semanas.

O ministro destacou que a agricultura cresce menos no segundo trimestre ou tem desempenho negativo, mas que, sem esse efeito, o terceiro trimestre apresentará crescimento, assim como o seguinte. De acordo com o ministro, o governo espera um crescimento de 2% no quarto trimestre deste ano em relação a igual período de 2016. Em sua avaliação, essa apresentação deve-se ao resultado da austeridade fiscal, proposta pelo governo, e confiança que a economia passou a ter com a aprovação de todos os projetos em que o governo saiu vitorioso. “Temos medidas importantíssimas em discussão no Congresso e que serão discutidas”, disse.

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