Terça-feira

VALOR ECONÔMICO

Copom reforça redução moderada no ritmo de corte de juro

O Comitê de Política Monetária (Copom) renovou a sinalização de que “uma redução moderada na magnitude de flexibilização na próxima reunião parece adequada sob a perspectiva atual”, conforme ata do encontro realizado na semana passada divulgada pelo Banco Central (BC) nesta terça-feira. O documento também detalha as discussões feitas pelo comitê sobre sinalizar os passos seguintes de política monetária, indicando um final gradual do atual ciclo de distensão do juro. “De forma geral, os membros do Comitê concordaram que, tudo o mais constante, há benefícios em se promover encerramento gradual de ciclos monetários”, afirma o documento.

“Um processo gradual facilita a comunicação e permite o acúmulo de mais evidências sobre o comportamento da economia à época de encerramento do ciclo.” Segundo a ata, os participantes do colegiado também “concordaram que em alguns casos excepcionais a necessidade de antecipação tempestiva do ciclo pode trazer benefícios maiores que os de um encerramento gradual”. Mas, segundo o documento, no caso atual, os integrantes do Copom avaliaram adequado sinalizar o encerramento gradual do ciclo. “Avaliando as circunstâncias atuais, o Copom julgou conveniente sinalizar que, caso o cenário básico evolua conforme esperado no momento, o Comitê antevê encerramento gradual do atual ciclo de flexibilização monetária”, afirma o documento.

O colegiado avalia ainda que a atual política monetária tem flexibilidade para reagir a riscos que eventualmente se concretizem tanto para o lado de uma inflação menor quanto para eventos que levem a uma desancoragem das expectativas. O grupo cita como riscos os efeitos secundários do choque de alimentos e a propagação do nível corrente baixo de inflação produzindo inflação prospectiva abaixo do esperado. No outro lado, há o risco de possível impacto inflacionário de um eventual revés do cenário internacional dentro de um contexto de frustração das expectativas com ajustes e reformas.

Na apresentação do balanço de riscos, o BC explica que uma frustração das expectativas sobre a continuidade das reformas e ajustes pode afetar prêmios de risco e elevar a trajetória da inflação no horizonte relevante para a política monetária. Tal quadro se intensifica em caso de reversão da cena externa favorável para emergentes. "O processo de flexibilização continuará dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos, de possíveis reavaliações da estimativa da extensão do ciclo e das projeções e expectativas de inflação", diz a ata.

O Copom voltou a afirmar que o processo de reformas tem potencial para baixar a taxa de juros estrutural da economia. “O Copom entende que o processo de reformas, como as recentes aprovações de medidas na área creditícia, e de ajustes necessários na economia brasileira contribui para a queda da sua taxa de juros estrutural. As estimativas dessa taxa serão continuamente reavaliadas pelo Comitê”, afirma a ata.

Com relação à situação da atividade, o colegiado acredita que “o processo de estabilização da economia se consolidou”. “O conjunto dos indicadores de atividade econômica divulgados desde a última reunião do Copom mostra sinais compatíveis com a recuperação gradual da economia brasileira”, afirma o documento. “A economia segue operando com alto nível de ociosidade dos fatores de produção, refletido nos baixos índices de utilização da capacidade da indústria e, principalmente, na taxa de desemprego.”

Inflação

O BC projeta que o IPCA ficará ao redor de 3,3% em 2017 e em aproximadamente 4,4% em 2018, conforme a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada nesta terça-feira. Nesse cenário, a autoridade monetária leva em consideração as estimativas contidas na pesquisa Focus.

A Selic considerada é de 7,25% no fim de 2017, de 7% durante boa parte de 2018 e de 7,5% no fim do ano que vem. Para o câmbio, a hipótese é de uma taxa de R$ 3,20 no fim deste ano e de R$ 3,35 no encerramento de 2018. Para os preços administrados, o BC trabalha com uma alta de 7,5% neste calendário e de 5,2% no próximo ano.

 

Na retomada, renda da classe 'A' sobe 6 vezes mais depressa

Depois de liderar as perdas durante a recessão, a renda da classe A é agora a que mais cresce na retomada econômica. Levantamento da Tendências Consultoria mostra que a massa de rendimento do trabalho do "topo da pirâmide" cresceu 10,3%, em termos reais, no primeiro semestre, frente ao mesmo período de 2016. Isso significa incremento de R$ 2,9 bilhões no rendimento somado desse grupo.

Esse avanço da massa salarial da classe A - composto por famílias com renda superior a R$ 17.286 mensais, no critério do estudo - foi seis vezes mais rápido que a média geral (+1,5%) no primeiro semestre. Superou, desta forma, a recuperação percebida pelas classes B (+0,69%) e C (+1,06%). A massa de renda das classes D e E, por sua vez, apresentou perda de 3,15% no período.

Segundo Camila Saito e Adriano Pitoli, economistas da Tendências e autores do estudo, a recuperação mais acelerada da classe A reflete a forma como ela está inserida no mercado. Um em cada quatro são empregadores, ou seja, donos de negócios. Isso significa que seus rendimentos estão intimamente ligados ao desempenho dos lucros das empresas, que tendem a se recuperar no ciclo de retomada econômica.

"No momento de recuperação, as empresas buscam retomar o padrão histórico de lucro antes de reajustar salários de empregados. Como a renda desses empreendedores se confunde com o lucro das empresas, é natural que cresça primeiro.

Outras classes sociais também tiveram, porém, aumento real da renda, ajudados ainda pela acelerada queda da inflação", afirma Pitoli. Essa característica também vale ao contrário. A renda dos donos de negócios recua mais em momentos de crises. Durante o biênio recessivo de 2015-2016, a massa de rendimentos das famílias da classe A recuou 12,2%, segundo o levantamento da Tendência.

Foi um desempenho pior em comparação às classes B (-5,9%), C (-3,3%) e D/E (+8,7%). Para realizar o levantamento, a Tendências utilizou os microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os valores referem-se à renda fruto do trabalho, sem considerar ganhos com aposentadorias e de programas de transferência de renda de governos estaduais e federais, por exemplo.

Pitoli diz que o crescimento da massa salarial da classe D/E durante a crise - assim como a queda no primeiro semestre de 2017 - precisa ser relativizado pela mobilidade social. "Como é sabido, famílias da classe C perderam renda e foram empurradas de volta para a classe D/E. Como a massa salarial é calculada pelo número de domicílios vezes a renda, esse movimento influencia o dado", disse o economista.

De acordo com a pesquisa, o número de famílias da classe A cresceu 4,2% no primeiro semestre deste ano. São 41 mil famílias a mais na comparação aos seis primeiros meses do ano passado. Esse elite da renda representa 1,47% do total de domicílios no país. No outro extremo, as famílias das classes D/E cresceram 1,1% entre os dois semestres, o que significa uma adição de 474 mil domicílios.

O crescimento da massa de renda da classe A refletiu-se no consumo de luxo. Dados da Fenabrave (entidade que reúne os revendedores de veículos) mostram que a participação dos modelos médio e de luxo na indústria automotiva passou de 34% em 2016 para 37,5% este ano, considerando dados acumulados de janeiro a julho.

Já as vendas de imóveis de quatro quartos cresceu 44% no primeiro semestre em São Paulo, ante alta de 2,2% de dois quartos. Rupak Patitunda, gerente da Ipsos Public Affairs Brazil, diz que as pesquisas do instituto apontam queda do consumo em todas as classes sociais durante a crise. Segundo ele, porém, o padrão consumo das classes A/B estabilizou a partir de novembro do ano passado, enquanto o consumo das classes D/E permanecem em deterioração. A classe C, por sua vez, teria estabilizado em março deste ano.

"Nas compras de supermercado, as classes A/B têm mais onde cortar gastos. O consumo de essenciais dela é menor proporcionalmente menor do que nas classes D/E. A partir de agora, pelo padrão de comportamento das crises anteriores, devemos ver alguns produtos voltados ao prazer pessoal voltando a crescer, como chocolate", disse o gerente da Ipsos.

O estudo da Tendências mostra ainda que essa maior injeção de recursos via massa vai continuar nos próximos anos. A expectativa é que as classes A e B sigam com crescimento percentual mais acentuado. A classe A deve ver sua massa de renda crescer 5,1% em 2017 e 5,2% em 2018. A classe B deve ter um incremento de 1,2% em 2017 e de 2,1% no ano que vem. "A expectativa é também de retomada da migração das famílias para classes mais altas, porém em ritmo mais lento que o observado no período anterior.

Para a classe C, esse fenômeno deve ser retomado em 2017, porém em ritmo mais lento do que o observado antes de 2013", avaliam os economistas no estudo, que prevê incremento de 4,167 milhões de famílias na classe C de 2019 a 2025.

 

FOLHA DE SÃO PAULO

Economistas estimam PIB melhor para 2017 e 2018 e inflação mais baixa

Economistas consultados pelo Banco Central elevaram as estimativas para o PIB (Produto Interno Bruto) do país.

De acordo com o boletim Focus desta segunda (11), a previsão é de crescimento de 0,6% em 2017 na mediana das projeções, uma melhora de 0,10 ponto percentual ante o levantamento anterior. Para 2018, a conta também melhorou, a uma expansão de 2,10%.

Os analistas de instituições financeiras também passaram a ver a taxa básica de juros ainda mais baixa neste ano e no próximo, com inflação menor e melhora na perspectiva para o crescimento econômico.

A perspectiva para a Selic em 2017 caiu para 7% —de 7,25% anteriormente—, enquanto que para 2018 foi de 7,5% a 7,25%.

Com isso, a expectativa geral para este ano se alinha à do grupo que mais acerta as previsões, o Top 5, que continua vendo a taxa básica a 7%. Porém, o Top-5 manteve a expectativa de que a Selic terminará 2018 também nesse patamar.

Na semana passada, o BC cortou a Selic em 1 ponto percentual, a 8,25% ao ano, e indicou que vai desacelerar o ritmo de reduções de forma "gradual".

Para a reunião de política monetária de outubro, os economistas consultados pelo BC para a pesquisa semanal mantiveram a perspectiva de um corte de 0,75 ponto percentual na Selic.

Entretanto, para o encontro seguinte, em dezembro, a expectativa de redução aumentou para 0,5 ponto percentual, contra 0,25 esperado anteriormente.

Em relação à inflação, as contas no Focus mostraram redução tanto para 2017 quanto para 2018. Para este ano, a expectativa do IPCA passou a 3,14%, 0,24 ponto percentual a menos do que na semana anterior. Para 2018, a variação foi de 0,03 ponto percentual a menos, chegando a 4,15%.

 

O ESTADO DE SÃO PAULO

‘País tem de se diversificar para superar crise’

Para o economista britânico Jim O’Neill, criador do conceito Bric – o grupo de economias formado por Brasil, Rússia, Índia e China (a África do Sul seria incluída depois) –, o Brasil precisa parar de contar com ciclos de commodities para crescer e deve diversificar sua economia o mais rápido possível. Ele defende que a política de corte de gastos do governo brasileiro deve ser acompanhada pelo aumento dos investimentos públicos para melhorar a infraestrutura. Apesar dos desempenhos negativos das economias brasileira e russa nos últimos anos, O’Neill manteria os mesmos países no grupo. A seguir, os principais trechos da entrevista.

Com a crise no Brasil e na Rússia, o conceito de Bric ainda faz sentido? O sr. continua apostando nesses países como economias com potencial?

Sim, se tivesse de criar a sigla hoje, seria exatamente com Brasil, Rússia, Índia e China. Os dois últimos foram os que tiveram uma performance mais parecida com as minhas expectativas nos últimos 16 anos. Brasil e Rússia foram os que mais sofreram com os ciclos de commodities, mas são economias que ainda têm muito potencial, especialmente a brasileira. Um outro país emergente que eu incluiria no grupo e que deve se aproximar dos outros nos próximos 10 ou 20 anos é a Indonésia.

O que o grave caso de corrupção envolvendo a Petrobrás e seu impacto na economia brasileira têm a dizer sobre o País?

Uma das origens do problema é que o Brasil parece continuar sofrendo da chamada “doença holandesa”, em que a produção e os preços de commodities, como o petróleo, e os preços de companhias ligadas a esses produtos têm um peso grande demais na economia. Para aumentar o grau de imunidade a crises, o Brasil precisa tentar reduzir essa exposição ao ciclo de commodities e a importância de poucas grandes empresas em sua economia. Não é uma questão apenas da economia brasileira, ocorre em muitos outros países, mas o Brasil, com uma população tão grande, tem mais condições de se diversificar.

Como resolver essa equação?

Os políticos brasileiros precisam entender a importância de fazer o País parar de ser tão dependente de commodities. Tem de ser um projeto nacional. Alguns outros emergentes, como a Índia, se beneficiam bastante quando o preço desses produtos no mercado internacional sobe, mas não sofrem tanto quanto o Brasil quando eles caem. O Brasil precisa ser mais resistente e só vai conseguir isso se tiver uma economia diversificada.

As empresas também têm um papel importante na construção de uma economia mais sólida?

Sim. As empresas precisam parar de pensar apenas em seus resultados trimestrais e na remuneração dos seus executivos. Nos últimos 20 anos, muitas companhias, de diferentes partes do mundo, praticamente transformaram o capitalismo em um jogo, em que, independentemente do que acontece no mercado, elas manipulam seus balanços para mostrar resultados positivos e ganhar mais. É preciso pensar na sustentabilidade dos setores.

O Estado brasileiro é muito maior do que deveria ser?

Nas economias de sucesso, os investimentos do setor privado em negócios são fortemente incentivados. Se o governo tem espaço para investir, não deve confundir o aumento dos gastos correntes com aumento dos investimentos. O Brasil deveria pensar com mais cuidado na diferença entre gasto e investimento público.

O corte de gastos públicos é impositivo em tempos de crise?

O Brasil ainda gasta demais em atividades que não geram investimentos em infraestrutura. O ideal seria cortar os gastos públicos, o que o governo brasileiro anunciou que está fazendo, e aumentar investimentos. Os países que conseguem articular essa iniciativa, mesmo em tempos de crise, conseguem atrair investimentos.

Por que alguns países europeus que implementaram uma agenda de austeridade demoraram a sair da crise?

Porque o aperto da política fiscal gera dois efeitos: queda da inflação, pela diminuição da demanda, e força a competitividade. Se olharmos para outros países em crise, como Portugal e Espanha, eles tiveram recuperação mais robusta. A Grécia é um ponto fora da curva, na minha opinião, por não ter conseguido elevar a competitividade de suas empresas e, talvez, ter cortado gastos demais.

 

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