Segunda-feira

VALOR ECONÔMICO

Focus: Mercado espera inflação de 3,06% neste ano e de 4,02% em 2018

Com as expectativas para a Selic estacionadas há cerca de um mês e meio em 7% para este e para o próximo ano, o mercado alinhou as projeções de inflação medida pelo IPCA em torno de 4% para 2018.

De acordo com o boletim Focus, A mediana das expectativas de analistas de mercado para o índice se manteve em 4,02%, mesmo patamar da semana passada. O grupo de instituições que mais acertam as previsões no levantamento organizado pelo Banco Central (Top 5) elevou de 3,91% para 4% a estimativa para o indicador no ano que vem.

Amanhã o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) inicia sua penúltima reunião do ano e a aposta majoritária do mercado é que a autoridade monetária deve promover um novo corte de 0,75 ponto na Selic. Há nove semanas, o Focus mantém a previsão de que a taxa será cortada a 7,50% ao ano na quarta-feira — quando o Copom anuncia a decisão.

Para este ano, a previsão para o IPCA subiu de 3% para 3,06%, patamar em que o BC cumpre o piso estabelecido para a meta de inflação do ano. O Top 5 também elevou a estimativa para o indicador de 3,01% para 3,05% no período. Atividade Os economistas consultados para o Focus elevaram em 0,01 ponto percentual para 0,73% a projeção para o crescimento da economia este ano.

Para o ano que vem, foi mantida a estimativa de alta de 2,5%. Para a produção industrial, a previsão de alta passou de 1,18% para 2% neste ano e de 2,50% para 2,73% no ano que vem. Em relação ao câmbio, os economistas elevaram de R$ 3,15 para R$ 3,16 a previsão para o fim deste ano e mantiveram em R$ 3,30 a projeção para 2018.

 

Cidades remaneja recursos do FGTS para o setor habitacional

A Instrução Normativa que remaneja recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) destinados ao setor habitacional foi publicada nesta segunda-feira (23) no “Diário Oficial da União”. O objetivo é destravar o crédito para o setor.

A decisão foi antecipada pelo Valor na sexta-feira (20). Ao todo, a Caixa Econômica Federal teve R$ 6 bilhões em crédito destravado a partir do remanejamento. A Caixa já tinha o valor, que estava previsto para o último trimestre, mas só poderia utilizar até R$ 2 bilhões por mês. Com a liberação, a totalidade passará a estar disponível em outubro.

Há ainda um limite de recursos por Estados, sem possibilidade de remanejamento, o que passará a ser permitido.

 

Para economistas, atividade voltou a crescer em setembro

O mês de setembro deve ter revertido a tendência de queda na atividade registrada em agosto, acreditam economistas. Indicadores antecedentes, como o tráfego de veículos nas estradas, vendas de papelão ondulado para embalagens utilizadas no comércio e na indústria, produção e venda de veículos e índices de confiança, sugerem que a economia retomou sua trajetória de recuperação gradual no mês. "Os indicadores de agosto vieram um pouco abaixo do esperado, mas avaliamos que foram fatores específicos, não uma tendência", afirma Rodrigo Nishida, economista da LCA Consultores.

"Olhando os indicadores setoriais de setembro e índices prospectivos de confiança, há uma perspectiva de evolução mais benéfica da atividade", avalia. Entre os indicadores já divulgados que antecipam o desempenho da indústria em setembro, em relação a agosto, tiveram desempenho positivo o tráfego de veículos pesados (0,73%), a produção de motocicletas (8,77%) e de veículos (6,81%), a confiança da indústria (0,65%), o consumo de energia elétrica (0,3%) e a produção de petróleo e gás pela Petrobras (1,86%).

Por outro lado, as vendas de papelão ondulado (-0,71%) e o uso de capacidade na indústria (-0,27%) registram quedas, conforme dados dessazonalizados pela LCA. Já para o comércio, trazem boas notícias o tráfego de veículos leves (3,25%), as vendas de automóveis (3,73%), a confiança do consumidor (1,73%), o indicador da Serasa de movimento no comércio (1%) e as consultas ao Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) de São Paulo (0,62%). Entre os antecedentes do setor, somente as consultas ao UseCheque têm baixa em setembro (-0,49%).

Para Mauricio Nakahodo, economista do Mitsubishi UFJ Financial Group (MUFG), os principais fatores que têm beneficiado a atividade econômica neste momento são a inflação moderada, que tem permitido reajustes salariais acima da inflação, e a recuperação da massa salarial, com o aumento da população ocupada. O efeito do corte de juros pelo Banco Central também tem chegado gradualmente ao consumidor. À luz dos indicadores já conhecidos, Sarah Bretones, economista da MCM Consultores, calcula para a indústria uma alta de 0,9% em setembro, na comparação mensal ajustada.

Para o varejo, a estimativa é de queda de 0,4% na margem, no conceito restrito, e avanço de 0,3% no ampliado, que inclui vendas de automóveis e de material de construção. A economista adverte porém que, como os dados da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) ainda não são conhecidos, foram usados na projeção números semelhantes aos de agosto - quando o setor teve queda de 0,4%, na base ajustada. "Se os números do setor supermercadista surpreenderem, o varejo restrito pode ter um desempenho melhor", afirma Sarah. O bom resultado da indústria e do comércio tende a influenciar positivamente os serviços em setembro.

Para o setor, a MCM projeta um incremento de 0,2% na margem, revertendo a queda registrada em agosto. Caso os dados de setembro se confirmem, indústria e varejo ampliado encerrariam o terceiro trimestre com altas de 1% e 1,8%, respectivamente. Já o setor de serviços ainda cairia 0,4% em relação ao segundo trimestre. Ao divulgarem dados de setembro, a Associação Brasileira do Papelão Ondulado (ABPO) e a Fenabrave (concessionárias de veículos) revisaram para cima as projeções de vendas para 2017.

No início do ano, a associação papeleira esperava alta de apenas 1%. Essa previsão foi elevada a 2,7% e agora chega a 3,8%, após dois anos consecutivos de quedas superiores a 2%. Apesar da retração na margem, a venda de papelão cresceu 6,21% em setembro, na base anual. A entidade que representa as concessionárias de veículos, por sua vez, elevou sua estimativa de um crescimento de 4% para 9,5% no ano.

Por ocasião da divulgação dos número de setembro, a sócia da MB Associados Tereza Fernandez da Silva, que presta consultoria para a Fenabrave, afirmou que o aumento na média diária de vendas de veículos em setembro indica que o ritmo nas linhas de produção tende a ser forte a partir de outubro. Felipe Salles, economista do Itaú Unibanco, estima altas de 0,8% para a indústria, 0,3% para o varejo restrito e 0,6% para o ampliado em setembro, em relação a agosto e feito o ajuste sazonal.

Com isso, a instituição financeira calcula que o Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre seria levemente positivo, em 0,1%. "O 'headline' [variação do PIB] não é forte, mas por trás desse número a composição parece estar melhor, pois possivelmente a formação bruta de capital fixo será positiva no terceiro trimestre", afirma.

Segundo o economista, a volta do investimento ao azul, junto à queda do desemprego, é um sinal interessante. "É cedo para dizer que a economia está forte, está voando. Ainda não. Mas ela está ganhando musculatura", avalia.

O Itaú projeta o PIB em alta de 0,8% este ano e de 3% em 2018. Para Salles, diferentemente do primeiro semestre, em que o crescimento foi puxado primeiro pela agricultura e depois pelo consumo das famílias, de agora em diante a perspectiva é de avanço mais disseminado. "Por trás dessa melhora, há os juros em patamar baixo, a desalavancagem das empresas e famílias e um mundo benigno, que significa liquidez abundante e preços de commodities estáveis", afirma.

 

Temer e Copom não ofuscam os bancos

A votação da denúncia no plenário da Câmara dos Deputados contra o presidente Michel Temer e os ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, e da Secretaria-Geral, Moreira Franco, na quarta-feira, é o ponto alto da agenda política da última semana de outubro. Ao menos por ora. Na economia, o ponto alto é a penúltima reunião deste ano do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), que anuncia, também na quarta, a próxima Selic, que deverá cair de 8,25% para 7,50%.

Pesquisa do Valor com 33 economistas de bancos e consultorias mostra que 32 projetam Selic a 7% em dezembro. Para o encerramento de 2018, parcela dos entrevistados vê a taxa abaixo de 7%. A mínima histórica, 7,25%, foi observada há cinco anos. A queda do juro à metade desde outubro do ano passado, viabilizada por recuo ainda mais expressivo da inflação, tem ao menos dois efeitos relevantes após momentos críticos da Lava-Jato e pré-eleição presidencial de 2018: aumentar o consumo e melhorar o resultado dos bancos.

Esse binômio merece atenção, uma vez que as famílias reduziram há pouco seu endividamento com o dinheiro que saiu do FGTS e não por aumento de renda em função de mais emprego. O desemprego cai, mas ainda está em níveis altíssimos. O Banco Central toma suas decisões sobre política monetária e juro a partir de fundamentos técnicos. Não há discussão sobre isso.

O juro não cai porque o Executivo assim deseja. Contudo, é inegável que o país e o governo ganham com essa redução. As razões são mais que conhecidas: o governo é o maior devedor do país, também é o responsável por um déficit orçamentário calculado em R$ 159 bilhões neste ano e no seguinte e é o acionista majoritário de duas das cinco maiores instituições do sistema financeiro: Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. Essas duas instituições têm vida própria, mas o governo não, inclusive, porque precisa do resultado de ambas para administrar seu déficit.

Menos mal, a arrecadação de tributos melhora, mas sem expansão consistente e prolongada da atividade as receitas seguem sujeitas a retrocesso. Nesse contexto, o crédito é parte de uma engrenagem que movimenta a economia por ser o lubrificante que azeita a aquisição de bens de consumo, formação de estoques, compra de máquinas e equipamentos.

Os bancos desempenham outros papéis na economia que vão além do crédito convencional. Um deles é dar suporte às políticas públicas e/ou a estripulias do governo. Um levantamento feito pela coluna nas versões impressas do Valor e dos jornais "O Globo", "Folha de S. Paulo" e "O Estado de S. Paulo" mostra que Banco do Brasil, Caixa, BNDES e bancos privados foram destaque durante a semana. Não exatamente por seus predicados até porque, no caso dos bancos públicos, eles são parentes em uma família encrencada.

Centro das atenções devido à cobrança manifestada pelo Ministério da Fazenda para que devolva ao Tesouro os bilhões de reais que recebeu para bancar juros subsidiados do crédito concedido no pós-crise de 2008/2009, o BNDES frequentou o noticiário recente por ter supostamente pago cifra acima do devido por ações da JBS, de quem é sócio; por tornar-se contraparte ainda informal da Caixa que precisa reforçar o capital para não contraparte ainda informal da Caixa, que precisa reforçar o capital para não limitar financiamentos do programa Minha Casa Minha Vida; e ter a incumbência de apresentar - na primeira quinzena de novembro - as condições de financiamento para os projetos que participarão dos leilões de linhas de transmissão de energia nova previstos para dezembro.

A Caixa Econômica Federal destacou-se pela intenção do governo de evitar constrangimentos no cumprimento de uma nova fase do Acordo de Basileia que entrará em vigor em 2019. A operação que está sendo estudada e envolve o BNDES também deve atender a essa necessidade da Caixa. O Banco do Brasil brilhou sozinho com mais uma emissão de bônus no mercado internacional de capitais e deverá usar o dinheiro para atender a compromissos no exterior.

Os bancos privados protagonizaram sessões do Congresso, que ao final aprovou o projeto de lei que estabelece regras para acordos de leniência com o Banco Central e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O projeto evitou um vácuo legal que poderia ocorrer ao expirar o prazo para a votação de uma medida provisória que tratava de acordos de leniência fechados no âmbito da Lava-Jato.

O setor bancário foi indiretamente lembrado com a autorização dada pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran) para que os pagamentos de multas de trânsito e demais débitos relativos aos veículos sejam feitos em parcelas por meio de cartões de crédito. Cartões de débito também poderão ser utilizados para pagamentos integrais.

Caso a divisão do valor em parcelas gere cobrança de juros, o acréscimo deverá ficar a cargo do titular do cartão, que deve ter acesso a informações sobre custos operacionais antes da efetivação da operação de crédito. Já as operadoras arcarão com possíveis atrasos. A resolução está em vigor. Para ser disponibilizada, os Detrans, Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) devem firmar acordos com as administradoras dos cartões.

A Prefeitura de São Paulo estuda vender, no ano que vem, 27% da antecipação de multas de trânsito. A ideia é emitir títulos de investimentos usando como garantia a receita prevista com as multas, que corresponde a cerca de R$ 1,5 bilhão por ano. Os empréstimos consignados em folhas de pagamento, um filão e tanto para os bancos por seu baixo risco, entraram em uma lista de desejos de gestores de regimes próprios de Previdência de municípios.

Durante audiência pública na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara, esses fundos, superavitários em 2016, defenderam autorização para operar em crédito consignado, da mesma forma que os de pensão e previdência complementar. Essas operações dariam maior rentabilidade para as reservas técnicas. Os gestores reagem à intenção do Ministério da Fazenda de direcionar a maioria das aplicações para títulos públicos.

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