Terça-feira

VALOR ECONÔMICO

Sem capital, Caixa foca habitação popular

Diante da falta de capital para garantir a alavancagem de suas operações de crédito, a Caixa Econômica Federal vai se concentrar nos financiamentos imobiliários para famílias com renda bruta mensal de até R$ 4 mil e que fazem parte do Programa Minha Casa, Minha Vida.

Segundo o vice-presidente de Habitação da Caixa, Nelson Antonio de Souza, os financiamentos para os clientes de classes média e alta, assim como o crédito para desconto de duplicatas, capital de giro e crédito rotativo, serão reduzidos para que sejam realizadas as operações do Minha Casa, Minha Vida.

Com a medida, a instituição financeira espera liberar capital necessário para conseguir emprestar os R$ 8,7 bilhões remanejados recentemente de outras linhas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para a área de habitação.

Os empréstimos para famílias com renda de até R$ 4 mil também exigem aportes do capital de nível 1 (melhor qualidade) do chamado Índice Basileia. Dado o cenário atual de escassez de capital, o banco público não teria como ampliar esses empréstimos. Para resolver isso, Souza explicou que, desde o início do mês, a Caixa está fazendo uma "compensação de capital" com redução de operações, consideradas mais arriscadas, ou seja, que exigem mais capital para fazer frente à transação.

Nos últimos meses, o banco público tem desacelerado a concessão de financiamento imobiliário devido à preocupação com o atendimento de regras e exigência de capital previstas no Acordo de Basileia 3, que entrará plenamente em vigor em 2019, mas que o banco já adotará a partir de 2018. Segundo Souza, com essa saída de curto prazo, a liberação de crédito da Caixa poderá voltar ao patamar de R$ 5,7 bilhões nos meses de novembro e dezembro.

"Mas outras linhas estarão comprometidas até que seja resolvido o problema de falta de capital do banco para alavancar o crédito", reforçou o vicepresidente. "Estamos compensando capital com equalização de ativos. Não posso fechar carteira, mas não estou repassando recursos para linhas como para a classe média e alta".

A situação da concessão de crédito do banco, no entanto, só voltará à normalidade quando forem aprovadas operações para ampliação de capital da instituição financeira, como a negociação com o FGTS para transformar dívida da Caixa com o fundo com vencimento de 15 anos por bônus perpétuos. "Estamos equalizando ativos até que o problema de capital seja resolvido", contou.

O tratamento dado às operações de crédito do Programa Minha Casa, Minha Vida para o cálculo de capital necessário para cumprimento das regras prudenciais de Basileia tem sido alvo de várias discussões dentro do governo.

O entendimento é que as operações, das faixas 1,5 a 3, exigem ampliação de capital pela Caixa, por se tratar de uma operação de crédito. Mas alguns avaliam que, na prática, essa exigência de capital acaba sendo "equalizada" pois parte do financiamento é bancado por subsídios bancado pelo governo federal e, principalmente, pelo FGTS.

Para a secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, "os subsídios cobrem as despesas à vista e o capital alocado pela operação, portanto, diferentemente de outras operações de crédito, as concessões nessa linha do programa apresentam no ato de sua contratação a alocação de capital efetuada pela Caixa".

O Banco Central explicou que, nas operações de crédito contratadas na faixa 1 do Programa Minha, Casa Minha Vida, não há requerimento de capital pois a Caixa atua apenas como agente operacional, não assumindo qualquer risco de crédito. Nas demais faixas de renda, não há diferença no requerimento de capital aplicável às operações de crédito contratadas por uma instituição financeira.

"Para tais operações, a regulamentação define que as instituições financeiras devem considerar o "loan-to-value" da operação (relação entre valor financiado e o valor do imóvel) e a garantia recebida (se alienação fiduciária ou hipoteca) como parâmetros para aplicação dos fatores de ponderação de risco (FPR) de cada operação, que podem resultar em 35%, 50%, 75% ou 100%", explicou o BC.

 

Crédito de banco público cai quase R$ 100 bi sob Temer

O estoque de crédito dos bancos públicos já caiu quase R$ 100 bilhões desde o início do governo Temer, em maio de 2016. Considerando-se a posição final de 2015, ainda no governo Dilma Rousseff, a queda foi de R$ 110,6 bilhões, puxada, principalmente, pela retração do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Os dados do Banco Central mostram que o saldo de operações do sistema financeiro sob controle estatal, depois de cair pelo terceiro mês seguido, atingiu R$ 1,686 trilhão em setembro, o equivalente a cerca de 55,3% do estoque total. Durante a gestão Temer, o crédito privado também não teve um bom desempenho, mas em seu conjunto (somando bancos nacionais e sob controle estrangeiro) o estoque ficou praticamente estável em termos nominais ante a posição de maio de 2016.

Somente neste ano, a queda no estoque dos bancos públicos é de 2,5%, ou R$ 43,7 bilhões. Entre os privados, há dois comportamentos distintos: os bancos de capital nacional estão com desempenho alinhado ao do crédito público, com queda também de 2,5%, enquanto as instituições sob controle estrangeiro apresentam alta moderada no estoque, de 2,4%, recuperando um pouco do terreno perdido.

Nos últimos dois meses, tanto os bancos privados nacionais como os estrangeiros tiveram alta no estoque de crédito. A queda do financiamento público responde a uma série de fatores, como a reorientação da política econômica, que considera necessária uma redução do papel do Estado na economia, a queda na demanda por crédito derivada da grave recessão dos últimos dois anos, o aumento da inadimplência e das provisões, ajustes dos bancos estatais para se adequar às regras prudenciais de Basileia, entre outros.

O consultor econômico Alexandre Pundek Rocha explica que a queda no crédito dos bancos públicos não pode ser analisada somente olhando o período Temer. Segundo ele, que foi funcionário de carreira do Banco Central e consultor da diretoria da autoridade monetária, é preciso voltar mais no tempo e lembrar que os financiamentos mobilizados pelas instituições federais cresceram muito desde a metade do segundo governo Lula, mais claramente a partir da crise internacional de 2008.

Pundek lembra que o movimento continuou no governo Dilma, com os bancos públicos ganhando espaço do setor privado. "É um retorno de um ganho que de certa forma foi fictício, pois não foi baseado em fatores como experiência e maior eficiência", disse.

De fato, olhando-se a série histórica do BC, a partir da crise de 2008 a distância entre os bancos públicos e privados (que tinham mais presença no mercado) foi se estreitando, até que o estoque de crédito das instituições públicas superasse o dos privados, em meados de 2013. Até 2015, os bancos estatais foram ampliando sua presença no mercado, fazendo a inflexão apenas a partir de 2016.

Pundek explicou que, além de fatores como a reorientação de política econômica e o ajuste decorrente dos excessos do passado, a retração dos bancos públicos pode ser explicada por fatores técnicos também, como o aumento da inadimplência e das provisões e a necessidade de as instituições se ajustarem para poder emprestar sem deixar de cumprir os requerimentos de capital de Basileia.

Nesse sentido, ele lembra que a queda da demanda por crédito provocada pela recessão dos últimos dois anos de certa forma ajudou os bancos a fazer o ajuste técnico e ficarem preparados para a recuperação mais intensa da atividade econômica que ele acredita que deve ocorrer ao longo do próximo ano.

Para o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, o movimento de queda reflete o ambiente macroeconômico da recessão, que naturalmente leva a uma postura mais conservadora do sistema financeiro, combinado com a reorientação dos bancos públicos. "Eles estão com uma política pró-cíclica, aprofundando a desaceleração da economia", disse. Para ele, já é possível perceber uma estabilização e uma melhora no crédito para as pessoas físicas, mas o quadro para as empresas ainda é complicado. "O ideal seria que os bancos públicos entrassem mais nisso, até pela limitação dos privados", disse Perfeito.

"Se não for para isto, não tem sentido ter bancos públicos", acrescentou. Um executivo de uma instituição federal reconheceu ao Valor que os bancos, nesse período do governo Temer, podem ter exagerado um pouco na retração, depois de terem, na visão dele, subido demais o crédito no governo anterior. "É natural que em algum momento a situação se equilibre", disse. Alguns dados de concessão já apontam melhora, mas ainda em nível insuficiente para equilibrar com os retornos de empréstimos passados.

Para o economista da MCM Consultores e da Beta Capital, Alexandre Teixeira, a retração se concentra basicamente nas operações de crédito direcionado do BNDES. "Isto reflete fatores conjunturais, como a recessão, e estruturais, como o redimensionamento do papel do banco pelo governo", afirmou, considerando que a devolução de recursos ao Tesouro não é uma questão só fiscal, mas sim uma visão de que o banco precisa ser menor e ter um foco diferente do que ocorreu nos últimos anos.

De fato, o crédito do BNDES para pessoa jurídica caiu praticamente R$ 130 bilhões desde dezembro de 2015, sendo a maior parte desse recuo a partir de maio de 2016. Enquanto isso, outras linhas de crédito direcionado tiveram até elevação, como o rural e o financiamento a imóveis para pessoas físicas - ainda que essas linhas tenham também perdido espaço no caso de clientes corporativos.

 

Taxas longas de juros caem com turbulência do dólar

Os juros futuros tiveram um respiro nesta segunda-feira (6), com queda sobretudo nos vencimentos longos, os mais afetados pela turbulência no câmbio emergente nos últimos dias. O alívio foi propiciado justamente pela trégua externa, que permitiu que o dólar voltasse a cair abaixo de R$ 3,30.

O patamar das taxas, porém, segue alto comparado ao visto em semanas recentes, desenho semelhante ao de outras curvas de juros de emergentes, que reagiram à onda de venda de moedas à medida que cresceram apostas de juros mais elevados nos Estados Unidos.

No Brasil, enquanto os trechos mais longos da curva seguem contaminados pela percepção externa de risco e pelas dúvidas sobre a política fiscal interna, a ponta mais curta continua precificando corte da Selic em dezembro, mas altas da taxa ao longo de 2018. O grande debate hoje diz respeito ao espaço de mais quedas da Selic no primeiro trimestre de 2018 sem que sejam afetadas as expectativas de inflação a partir de então.

Inflação

A curva de juros embute mais de 100 pontos-base de alta da Selic em 2018. Os economistas consultados pelo Banco Central para a pesquisa Focus, porém, veem, na pior das hipóteses, estabilidade da Selic em 7% – considerando a mediana das projeções. E um grupo específico – o Top 5 de médio prazo – passou a ver o juro básico em 6,5% ao fim de 2108, apesar do recente aumento de ruídos políticos e macroeconômicos.

O IPCA de outubro, a ser divulgado nesta semana, poderá dar um norte ao mercado sobre a tendência da inflação e, portanto, sobre a capacidade de a economia suportar juros de 7% ou abaixo disso sem pressão de alta nos preços. O banco Haitong está no grupo dos que veem cenário de inflação ainda favorável.

Os economistas da instituição estimam que o IPCA em 12 meses tenha ficado em 2,77% em outubro, acima dos 2,54% de setembro. Mas argumentam que os núcleos seguem compatíveis com a meta de 4,5% para o ano que vem. “Consequentemente, não esperamos que o resultado do IPCA altere a confiança do BC de que o quadro para a inflação continua tranquilo”, dizem em nota.

Ao fim do pregão regular, às 16h, o DI janeiro/2019 – que reflete apostas para a Selic ao fim de 2018 – caía a 7,280% ao ano (7,300% no ajuste anterior). O DI cedia a 8,470% (8,540% no último ajuste). O DI janeiro/2021 recuava a 9,280% (9,410% no ajuste anterior). E o DI janeiro/2023 caía para 10,020% (10,170% no último ajuste).

 

Banco Central já tem independência de fato, sustenta Ilan

O Banco Central (BC) já tem hoje autonomia de fato, mas que espera que no futuro tenha autonomia descrita em lei. "Hoje o BC já tem autonomia de fato", disse o presidente da instituição, Ilan Goldfajn, em resposta a questionamento durante o Fórum Liberdade e Democracia, em Vitória (SP). "Precisa que essa autonomia de fato seja também de júri. Espero que em algum momento isso venha."

O dirigente da autoridade monetária acrescentou ainda que uma maior abertura da economia poderia contribuir para aumentar a produtividade e crescimento do Brasil. "O Brasil é um país relativamente fechado, mesmo para países com dimensões continentais." Segundo ele, a economia seria beneficiada com acordos comerciais e com maior integração das cadeias produtivas. "É algo que aumenta a produtividade e o crescimento econômico", disse.

Previdência

O presidente do BC disse que a aprovação da reforma da Previdência contribuiria para a queda do juro estrutural (que permite ao país crescer sem gerar pressões inflacionárias) da economia. "A aprovação da reforma da Previdência reduziria a taxa de juros estrutural da economia", afirma. Há uma convergência dos juros reais para níveis mais baixos desde a década de 1990, quando a taxa real estava na casa dos 20% ao ano, até hoje, acrescentou. "A aprovação das reformas manteria essa convergência", disse. De acordo com Ilan, o processo de reformas poderá demorar mais ou menos, mas o essencial é que agora "estamos na direção correta".

 

Ilan renova mensagem de política monetária

Num tom mais coloquial, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, renovou ontem basicamente toda a mensagem de política monetária da instituição, indicando uma desaceleração do corte de juros para 0,5 ponto percentual em dezembro e o adiamento para 2018 da decisão sobre o que fazer com a meta da taxa Selic daí por diante.

"Dissemos que, se tudo correr como o esperado, nós vemos neste momento como adequado a continuidade da flexibilização, mas com uma redução moderada no ritmo", disse Ilan, que participou de um evento, em Vitória, do Instituto Líderes do Amanhã. "Com relação ao ano que vem, colocamos um grau de liberdade maior de ação para acompanhar o que vai acontecer com a economia."

Ilan dividiu o trabalho do BC em duas etapas. A primeira delas é o ciclo de redução de juro, cuja extensão continuará a ser avaliada. A segunda etapa é o que vai acontecer com o juro mais tarde. "A segunda fase, tão ou mais importante, é se vamos conseguir manter a inflação baixa com a taxa de juros em níveis menores", disse ele.

Ilan relembrou que a taxa de juros está abaixo da taxa estrutural para estimular a economia. No futuro, disse, essas duas taxas devem se reencontrar. As hipóteses possíveis são a taxa estrutural cair, a meta da taxa Selic subir ou uma combinação desses dois movimentos.

O presidente do BC voltou a afirmar que a aprovação da reforma da Previdência reduziria a taxa estrutural. Questionado sobre a autonomia do BC, ele repetiu que ela já ocorre de fato, mas que no futuro seria importante que também fosse prevista em lei.

 

Planalto tenta destravar Minha Casa, Minha Vida

Um ano antes da disputa eleitoral, o governo tenta destravar o programa Minha Casa, Minha Vida para as famílias de menor renda. O ministro das Cidades, Bruno Araújo, anunciou ontem a contratação de 54.089 unidades habitacionais para famílias com renda mensal de até R$ 1,8 mil. Com isso, no ano, o total de contratações autorizadas somam 92.304 moradias. A meta de contratações do faixa 1 do programa em 2017 é de 170 mil.

A expectativa é fechar o ano perto desse valor pois, nos próximos dias, o governo vai anunciar a contratação de mais 70 mil unidades para entidades urbanas e rurais. Até o fim do governo do presidente Michel Temer, Araújo acredita ser possível atingir a mais 530 mil contratadas, sendo 130 mil para faixa 1 e o restante para as outras faixas de renda. No momento, cerca 500 mil unidades já estão em construção.

Apesar da forte restrição orçamentária pela qual passa o programa, o ministro acredita que o orçamento que chegou, após contingenciamento, a R$ 3,5 bilhões neste ano e passou para R$ 5,2 bilhão na proposta orçamentária de 2018, será suficiente para pagamento das obras selecionadas e cumprimento de metas previstas pelo governo. Além das 54.089 unidades que serão contratadas a partir de agora, outras 25.664 unidades foram autorizadas em junho, somando 79.753 residências.

Essas contratações devem beneficiar 337 municípios e envolvem investimentos que somam R$ 6,31 bilhões. As obras, a serem tocadas por 192 empresas de construção, irão gerar 140 mil empregos e aquecer a cadeia produtiva do setor. Ainda neste ano, o governo permitiu a contratação de mais 12.551 unidades em obras vinculadas a ações do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Entre janeiro e maio do ano passado, segundo informações do Ministério das Cidades, o Minha Casa, Minha Vida não realizou uma só contratação com recursos do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR).

A recuperação começou a partir de maio de 2016 e garantiu quase quatro mil unidades até o final do ano. O foco no ano passado foi retomar obras paradas e normalizar pagamentos atrasados. O ministro ressaltou que, em 2016, quando assumiu o cargo, existiam 70 mil paralisadas no país das quais já autorizamos retomada de mais de 45 mil. Ele destacou que os empreendimentos que continuam parados enfrentam problemas burocráticos como, por exemplo, distrato pelo fato de algumas construtoras terem quebrado, inadimplência e demanda judicial.

A secretária nacional de Habitação, Henriqueta Arantes, disse que para o programa possa ser ampliado é preciso mais orçamento. "Para manter programa vivo, precisamos elevar de orçamento", frisou. O Minha Casa, Minha Vida foi lançado em 2009 pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e foi utilizada como vitrine eleitoral dos governos petistas. Com a forte restrição orçamentária, a chamada faixa 1 do programa, que atende famílias com renda de até R$ 1,8 mil, ficou praticamente parado pois depende de recursos orçamentários.

As outras faixas de renda (1,5, 2 e 3) continuaram andando pois é uma forma de financiamento imobiliário. Em 2013, foram contratados 399 unidades no faixa 1; valor que recuou para 132 mil em 2014; 1.100 em 2015 e 3.976 em 2016.

 

O ESTADO DE SÃO PAULO

ARTIGO - Fernando Dantas

A charada do câmbio e do risco

Há uma charada – ou, na expressão inglesa preferida pelo mercado, um “conundrum” – no mercado das moedas emergentes, incluindo, até com certo destaque, o real. O risco país medido pelos credit default swaps (CDS) vem caindo, ao mesmo tempo em que as moedas se depreciam, o que inverte a lógica de funcionamento dos últimos anos.

No caso brasileiro, o real foi cotado em 8 de setembro a R$ 3,09, enquanto o CDS de cinco anos estava em 181,48 pontos base. No dia 3 de novembro, o câmbio tinha se desvalorizado para R$ 3,31 e o mesmo CDS havia caído para 173,21. No mesmo período, as commodities tiveram alta de 5% e a rentabilidade do título do Tesouro americano de dez anos subiu cerca de 30 pontos base, para 2,33%.

Moedas e risco de outros emergentes tiveram tendência parecida com a do Brasil, com diferentes graus de acentuação.

Não há dúvida de que esses movimentos aconteceram simultaneamente a uma apreciação do dólar em relação às outras moedas, inclusive as do mundo avançado, ligada à dinâmica da própria moeda americana. Porém, como explica um analista dos mercados cambiais globais, o fortalecimento do dólar na esteira de uma possível recuperação mais forte dos Estados Unidos, em relação a outras economias, não “mata a charada”

“O que parece estar acontecendo é uma mudança na forma como as moedas reagem aos seus fundamentos”, ele acrescenta, notando que o peso do risco na variação do câmbio dos emergentes parece ter perdido força relativa neste período recente. Além disso, o analista nota que, ao longo dos últimos anos, houve outros momentos em que havia expectativa de que os Estados Unidos se acelerassem relativamente a outros polos da economia global, sem que o tipo de descolamento atual se apresentasse.

Uma possível explicação seria o projeto de reforma tributária de Donald Trump, que visa justamente manter ou atrair capitais, como lucros auferidos por multinacionais em outros países. É possível que, de forma antecipada, capitais já estejam saindo de países emergentes, mas evidentemente isto é apenas uma hipótese.

De qualquer forma, esse novo quadro traz algumas notícias boas e outras mais preocupantes para o Brasil. Pelo lado positivo, está o fato de que a tendência recente de depreciação do real parece ter um forte componente internacional. Assim, não se deve exagerar a influência, nesse movimento específico de depreciação, da não resolução do impasse fiscal e da complicada situação do campo centrista nas eleições de 2018.

Não é que esses fatores já não possam estar entrando na composição de preços, mas sim que há uma nítida tendência geral dos emergentes que, de forma evidente, está respondendo por parte significativa da história cambial que se desenrola neste momento.

O viés mais preocupante desse descolamento entre a relação habitual do câmbio e do risco é justamente o de que se trata de uma possível mudança para um regime novo e, por enquanto, difícil de decifrar. É sabido que o cenário externo que vem prevalecendo desde o ano passado é positivo para o Brasil, com a temporada de sol, quando se deveria fazer o conserto do telhado, estendendo-se mais do que o previsto inicialmente. Agora, há sinais de mudança no ar.

Em princípio, é positivo que o risco caia, mas spreads de risco muito comprimidos já compuseram no passado calmarias que precederam tempestades. Na dúvida, o ideal seria acelerar as reformas enquanto o tempo ainda é favorável, mas o Brasil tem a tradição de fazer justamente o contrário.

 

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NOTÍCIAS COOPERATIVAS – SICREDI

SITE OCEPAR

Fóruns regionais discutem aplicação da nova lei trabalhista

A Federação e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Fecoopar) está realizando, a partir desta terça-feira (07/11), uma série de Fóruns Regionais para debater a Lei nº 13.467/2017, que altera a Consolidação das Legislações de Trabalho (CLT), e que entra em vigor no dia 11 de novembro. O primeiro ocorre hoje na sala de treinamento da Cooperativa Coamo, em Campo Mourão. Os demais estão programados para os dias 21 de novembro, em São João; 22 de novembro, em Cascavel, e 29 de novembro, em Carambeí.

Debate - O evento visa discutir a aplicabilidade da nova lei trabalhista e as transformações que podem ocorrer na rotina dos departamentos de pessoal das cooperativas paranaenses. A ideia é apresentar respostas aos questionamentos dos participantes, preparar as pessoas responsáveis e que atuam nos departamentos de RH sobre a nova legislação e coletar dados e sugestões para as capacitações que deverão ser realizadas sobre o tema em 2018.

Público-alvo - Os fóruns são destinados a gerentes de RH, analistas e auxiliares de administração de pessoal das cooperativas do Paraná de todos os ramos. Cada evento tem carga horária de 8h. Estão atuando como facilitadores os especialistas em Direito do Trabalho, Luciana Sbrissia e Silva, e Edwin Lindbeck Mathias dos Santos. As atividades estão sendo acompanhadas pelo assessor jurídico e sindical da Fecoopar, Graziel Pedrozo de Abreu.

 

Atuação é ampliada com lançamento de máquina de cartões

Poupança, linhas de crédito, consórcios e investimentos são serviços que estão na rotina dos associados do Sicredi. Agora, a instituição financeira cooperativa – que possui mais de 3,6 milhões de associados – inova e lança a Paguecom, uma máquina de cartões que passa a viabilizar a atuação do Sicredi como credenciadora.

Novo segmento - “Este é um segmento relativamente novo para o Sicredi, visto que já fazemos parte desta cadeia como instituição financeira cooperativa que oferece conta bancária para o recebimento dos pagamentos. Agora, nos tornamos também uma credenciadora, no chamado mercado de adquirência”, explica Cidmar Stoffel, diretor executivo do Produtos e Negócios do Banco Cooperativo Sicredi.

Parceria - A iniciativa é uma parceria com a First Data, líder global em soluções de processamento de pagamentos e comércio eletrônico. A First Data está por trás da maioria das inovações do mercado em meios de pagamento tais como: autosserviço no checkout, programas de fidelidade, cuponagem, gift card, pagamentos móveis via celular, armazenamento seguro de dados, entre outros.

Funcionalidades - A Paguecom chega com todas as funcionalidades de uma máquina de cartões: crédito, débito e voucher. Mantendo o lema de estar sempre perto do associado e da sua rede de contatos, o atendimento deste serviço estará disponível via telefone e também nas agências do Sicredi – atualmente, são mais de 1.500, em 21 estados brasileiros.

Compromisso - “O Sicredi tem o compromisso de sempre oferecer mais para os seus associados. O lançamento da Paguecom atende também às necessidades das cooperativas de crédito filiadas ao Sicredi, de forma simples e ativa, contemplando alguns pontos, como gestão de preços, melhoria do nível de serviço e maior controle da operação”, ressalta Stoffel.

Expansão - Para o country manager da First Data, Henrique Capdeville, a parceria é uma oportunidade de expandir as operações no Brasil. “Nosso papel é fazer com que as conexões entre comerciantes, instituições e clientes sejam simplificadas, promovendo maior conveniência e segurança para os usuários de meios de pagamento”, afirma.

Associados - Qualquer associado ou pessoa que queira se associar às cooperativas de crédito filiadas ao Sicredi pode adquirir a máquina e utilizar em seu negócio. Os interessados poderão solicitar a Paguecom em qualquer agência do Sicredi. A expectativa é que a novidade traga autonomia e flexibilidade ao Sicredi, favorecendo aos associados Pessoa Jurídica (PJ) ou Microempreendedores Individuais (MEIs). O público da Paguecom é majoritariamente de PJ, porém atenderá também a Pessoa Física (PF), como profissionais liberais: médicos, advogados, taxistas e microempresários, por exemplo.

 

Cartilha orienta cooperativas sobre a reforma trabalhista

A partir do próximo dia 11 deste mês, as relações de trabalho entre empregador e empregado vão passar por mudanças. É que entrará em vigor a Lei nº 13.467/2017, que altera a Consolidação das Legislações de Trabalho (CLT), editada em 1943. As mudanças trazidas pela reforma trabalhista valem tanto para quem já está empregado quanto para aqueles que ainda serão contratados.

Cartilha - E, para responder às perguntas que envolvem essa relação no âmbito do movimento cooperativista brasileiro, o Sistema OCB, por meio da Confederação Nacional das Cooperativas (CNCoop), disponibiliza uma cartilha, com as principais alterações na CLT e que impactam diretamente na rotina das cooperativas e de seus empregados.

Harmonia - “No cooperativismo, o maior capital são as pessoas e, por isso, é tão essencial manter em harmonia a relação entre quem contrata e quem é contratado. Até porque, alguns pontos dessa nova legislação merecem atenção especial, por parte das nossas cooperativas. É esse é o motivo fundamental de elaboramos esta cartilha, pois nossa intenção é auxiliar a nossa base nesse processo de adequação”, explica Márcio Lopes de Freitas, presidente do Sistema OCB.

Cuidado - Para o líder cooperativo, esse cuidado com as relações, sejam elas de emprego ou não, faz parte do DNA cooperativista. “As cooperativas sempre estiveram à frente de seu tempo quando se fala em relacionamento, afinal isso corrobora com o nosso sétimo princípio, o interesse pela comunidade. Para nós, contribuir para o desenvolvimento das comunidades, por meio de uma relação clara, harmônica e bem definida, é algo natural”, comenta Márcio Freitas.

Relações de emprego - Por fim, o cooperativista destacou que a reforma trabalhista trata apenas das relações de emprego, ou seja, entre cooperativas na qualidade de empregadoras, e seus empregados (CLT) e que, com relação aos cooperados, há regras específicas, como as que estão previstas na Lei nº 5.764/1971.

 

 Encontros com cooperados e família reforçam os relacionamentos

Família e as relações com a cooperativa, estes foram os assuntos abordados nas palestras realizadas pela Capal em Taquarituba e Taquarivaí (SP), ministradas pelo professor Ney de Almeida Guimarães.

Base - Na abertura, o presidente da Capal, Erik Bosch, ressaltou a importância de momentos em que podemos reunir a família, que é a base da sociedade e também da cooperativa. Também falou sobre o crescimento da cooperativa, lembrando os primeiros passos naquelas cidades, admirando o tamanho que alcançamos hoje. “Lembro exatamente como começamos nestas cidades e hoje olho com orgulho para nossas Unidades, grandes, modernas e principalmente com muitos associados entregando a produção. É bom ver como avançamos pelo caminho certo”, afirmou Erik.

Preocupação - Em seguida, o superintendente Adilson Roberto Fuga, saudou os participantes e falou sobre a preocupação da Capal em manter um relacionamento saudável com seus associados, através de encontros, palestras, e também no dia a dia, através dos gestores e técnicos.

Temas - Na palestra, os 300 participantes puderam ouvir, dentre vários assuntos que fortalecem o vínculo familiar, sobre respeito e troca mútua de amor entre os cônjuges e pais e filhos. Também, sobre a importância do relacionamento próximo entre o cooperado e a sua cooperativa, lembrando a diferença em relação às sociedades de capital O professor também reforçou a competência e a seriedade dos administradores da Capal, fazendo com que ela se destaque na preservação dos valores cooperativistas, sendo isso um ponto que deve ser valorizado por seus cooperados.

Positiva - Para Adauto Ferreira de Souza, cooperado da filial de Taquarituba, a palestra foi muito positiva, “espero ser um cooperado fiel”, afirmou. “Foi motivador e nos fez olhar as questões abordadas com outros olhos”, disse Thaís de Melo, da cidade de Taquarivaí.

Confraternização - Além de fortalecer a relação entre cooperado e a Capal, os encontros deram oportunidade de os cooperados confraternizarem, fortalecendo os laços de amizade e favorecendo a troca de experiências. “Ótimo encontro para fortalecimento dos vínculos familiares. Também gostei da interatividade com demais participantes”. Afirmou Renata de Barros Cardoso, da cidade de Taquarituba.

Atuação - A Capal atua no estado de São Paulo desde 1976, quando iniciou as atividades na cidade de Itararé. Hoje, naquele estado, conta com filiais também em Taquarituba, Taquarivaí e Fartura.

 

Financiamentos com taxas atrativas para construção e reforma

Se aproximando das festas de fim de ano, a reforma da casa fica muito mais fácil com uma linha de crédito do Sicredi, que oferece condições facilitadas e taxas de juros que ficaram bem atrativas para financiamentos ou reformas habitacionais. Com isto, a Sicredi Fronteiras PR/SC/SP apresenta a linha de crédito para construção e mão de obra com taxas juros bem atrativas.

Intensificação - “Neste final de ano se intensificam as atividades do Sicredi junto à comunidade, para que aquela pessoa que busca recursos para construir, reformar ou ampliar sua casa, pode contar conosco. Através do Sicredi, a pessoa pode, inclusive, obter recursos para pagar a mão de obra da reforma ou construção”, explicou Fernando De Conti, assessor de crédito comercial da Sicredi Fronteiras PR/SC/SP.

Feirão - A Sicredi Fronteiras PR/SC/SP realiza Feirão da Construção em Pérola D’Oeste, entre os dias 13 e 24 de novembro, com uma equipe pronta para oferecer e prestar os melhores serviços para todos que buscam recursos para melhorar sua casa neste final de ano.

Convite - “Convidamos a comunidade de Pérola D’Oeste para que venha nos visitar e conhecer nossas taxas de juros e condições de pagamento. A reforma ou a construção fica muito mais fácil através do Sicredi”, concluiu Fernando De Conti.

 

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