Segunda-feira

VALOR ECONÔMICO

Cenário benigno não durará para sempre e exige reformas, diz Ilan

O atual cenário internacional benigno para os países emergentes não durará para sempre, alertou o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, em apresentação realizada ontem na Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos, e divulgada hoje no site do BC. Na apresentação, Ilan destacou que, nesse cenário, é hora de focar em ajustes e reformas, considerados essenciais para a sustentabilidade do crescimento econômico e da inflação baixa.

Nos apontamentos, o BC detalha os desafios da política monetária dos países emergentes, em especial do Brasil. O BC voltou a destacar a severidade da recessão enfrentada pelo Brasil. Entre 2015 e 2016, o PIB per capita real encolheu 8,7%, “tombo” menor apenas que o observado entre 1981-83 (-12,4%), entre os períodos analisados pela autoridade monetária.

A recessão, aponta o BC, foi causada também por fatores não econômicos, como a reversão de políticas “excessivamente estimulantes”, as investigações na Lava-Jato, com instabilidade política e seus efeitos sobre as empresas, bem como o processo de desalavancagem. O BC também reafirma a trajetória descendente da inflação, resistente até agosto do ano passado, quando estava em 9% ao mês, mas que desde então caiu fortemente até chegar a 2,7% em setembro deste ano.

A previsão apresentada por Ilan, com base nas projeções do Focus e já detalhada no Relatório de Inflação em setembro, é de que a inflação siga trajetória moderada de alta em 2018, fechando o ano em 4,3%, ainda abaixo da meta de 4,5% perseguida no ano pelo BC. Para explicar as altas taxas do juro neutro do Brasil, o BC apresentou o peso da pressão fiscal e dos juros subsidiados, que representam metade do crédito concedido no país.

Entre as reformas necessárias e em andamento no cenário do BC, Ilan destacou a reforma trabalhista, a da educação, a aprovação do teto para os gastos públicos, as mudanças no setor de petróleo e gás, o programa de privatizações, A substituição da TJLP pela TLP indexada ao mercado para operações no BNDES, e a proposta de cadastro positivo para todos os mutuários. “As condições benignas para emergentes não durarão para sempre; é hora de ajustes e reformas”, afirmou.

 

Atividade econômica do Brasil cresce 0,40% em setembro, aponta IBC-Br

A economia brasileira completou o terceiro trimestre consecutivo de crescimento pela métrica do Banco Central, algo que não ocorria desde 2013. Com avanço de 0,40% em setembro, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) fechou o terceiro trimestre do ano com alta de 0,58%, vindo de variações positivas de 0,39% no segundo e 1,1% no primeiro, na série com ajuste sazonal.

Em comparação com igual período de 2016, o crescimento ficou em 1,45%. A queda de 0,38% vista em agosto foi revisada para 0,37%. No ano, a variação é positiva em 0,43% (alta de 0,61% com ajuste). Nos 12 meses encerrados em setembro, a retração ainda é de 0,65% na série sem ajuste (baixa de 0,42% no dado ajustado). Devido às revisões constantes do indicador, o IBC-Br medido em 12 meses é mais estável do que a medição mensal, assim como o próprio Produto Interno Bruto (PIB). Em comparação com setembro de 2016 o índice tem alta de 1,3% na série sem ajuste (alta de 2% com ajuste).

Os números estão condizentes com a avaliação do próprio Banco Central (BC) de retomada gradual da atividade econômica. O resultado do mês ficou igual à média dos prognósticos feitos pelas 11 instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data, que sugeria alta de 0,4%. As previsões variavam entre estabilidade e alta de 0,6%.

O comportamento do indicador no mês de setembro foi influenciado pela alta de 0,2% da produção industrial, aumento de 0,5% do varejo e recuo de 0,3% do volume de serviços. Para 2017, o mercado trabalha com um crescimento de 0,73% do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto o Banco Central estima alta de 0,5%. Na média móvel trimestral, o indicador utilizado para captar tendência, o IBC-Br sem ajuste, sobe pelo terceiro mês, avançando 0,19% em setembro. Na série com ajuste, há alta de 0,15% em setembro, após avanço de 0,19% e agosto.

Embora seja anunciado como “PIB do BC”, o IBC-Br tem metodologia de cálculo distinta das contas nacionais calculadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O indicador do BC leva em conta a trajetória das variáveis consideradas como bons indicadores para o desempenho dos setores da economia (agropecuária, indústria e serviços). A estimativa do IBC-Br incorpora a produção estimada para os três setores acrescida dos impostos sobre produtos. O PIB calculado pelo IBGE, por sua vez, é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país durante certo período.

 

EXAME

Eleição não deve prejudicar crescimento do crédito, diz Bradesco

Está demorando mais do que o esperado, mas o total de empréstimos bancários no Brasil está prestes a se recuperar da queda provocada pela recessão.

Mesmo com país rumo a uma eleição incerta, as perspectivas para o crédito bancário em 2018 são brilhantes, de acordo com Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente do Bradesco. Isso se a recuperação da economia continuar e presidente for única grande mudança.

“Se a expansão do PIB atingir 1,5 por cento, o crédito crescerá 4 por cento com certeza nos próximos 12 meses”, disse Trabuco em entrevista na sede da Bloomberg em Nova York.

O presidente do segundo maior banco do País por valor de mercado expressou confiança no presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, e no ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Ele disse que a dupla, que chamou de “time de campeões”, ajudará a manter o país no controle durante o ano eleitoral com uma política econômica alinhada que promove taxas de câmbio flexíveis, controle de inflação e cortes nos gastos do governo.

A economia brasileira começou a crescer novamente no primeiro trimestre depois de mais de dois anos em recessão, mas a expansão do crédito ficou defasada, de acordo com dados do Banco Central. O total de empréstimos na maior economia da América Latina encolheu 2 por cento nos últimos 12 meses. Fator principal para queda foi a concessão de empréstimos a empresas, que teve contração de 8,7 por cento. No Bradesco, o crédito encolheu 6,7 por cento no terceiro trimestre na comparação anual.

“Os bancos brasileiros tiveram de fazer uma limpeza do balanço, quantos grupos econômicos importantes desapareceram nos últimos anos”, disse Trabuco, que viajou para Nova York no início desta semana para o fórum anual de CEO da instituição.

Abordagem ‘cautelosa’

A abordagem “cautelosa” sobre os empréstimos e o aumento das provisões para cobrir prejuízos com créditos ajudaram os bancos a enfrentar o aumento da inadimplência, disse ele. Ainda assim, o Bradesco foi forçado a cortar despesas. O banco fechou quase 500 agências e reduziu o número de funcionários em 8,4 por cento nos últimos 12 meses.

“Como o crédito não aumentou como esperávamos, aceleramos o processo de cortes de despesas” para tirar proveito da aquisição do HSBC, disse ele, referindo-se à compra da unidade local do HSBC, por US$ 5,2 bilhões, em julho de 2016.

As despesas com provisões para cobrir todas as perdas com inadimplência caíram no trimestre mais recente, para R$ 3,8 bilhões, e o retorno sobre o capital do banco, um indicador da rentabilidade, chegou a 18,1 por cento.

Política

Quanto à situação política, Trabuco projeta que a eleição do próximo ano trará “volatilidade” para os mercados e um debate sobre o tamanho do governo brasileiro.

“O candidato que prometer que o Estado será o provedor de mais empregos e renda perderá credibilidade, dada a crise fiscal em que estamos”, disse ele, sugerindo que a incipiente recuperação deve ser impulsionada por investimentos do setor privado, reformas, como a que abriu os mercados de petróleo às empresas internacionais, e por uma lei que limite os gastos do governo.

“Temos visto nos últimos anos a sociedade brasileira valorizando o controle da inflação, o resgate da moralidade da coisa pública, e não esperamos perder esses valores nas próximas eleições”, afirmou.

 

REVISTA ÉPOCA

O efeito positivo da queda dos juros e da retomada econômica

A temporada de balanços referentes ao terceiro trimestre, encerrada na semana passada, mostrou que a redução da taxa básica de juros, os primeiros sinais de retomada econômica e uma gestão mais atenta a custos têm tido impacto positivo para as empresas. Os lucros das companhias de capital aberto cresceram 29% no período, enquanto suas dívidas recuaram ao mesmo valor do início de 2015, segundo a consultoria Economática. Passada a enxurrada de dados financeiros, os analistas acreditam que os setores mais sensíveis à recuperação econômica poderão continuar vendo expansão de sua lucratividade e, consequentemente, reagindo positivamente na Bolsa.

"As empresas enxugaram bastante seus custos durante a crise e agora estão colhendo os frutos. Além disso, teve a queda dos juros. Esses resultados mostram que aquele cenário que era previsto está acontecendo. Há tanta gordura para queimar em termos de lucratividade, que estava muito baixa, que qualquer melhora provoca uma alta intensa", afirmou Bruno Garcia, gestor chefe da Truxt.

Na avaliação de Garcia, as ações do setor de varejo devem continuar a registrar crescimento de lucro nos próximos trimestres.

"Além disso, vemos oportunidades de ações consideradas "baratas" no setor bancário, enquanto enxergamos bom potencial no setor de saúde, que sofreu relativamente pouco na crise."

Ele ponderou, porém, que o setor de construção civil é um dos que mais têm decepcionado o mercado, apesar de a queda de juros ter trazido esperança para os seus investidores.

"O setor de construção continua passando por dificuldades porque depende do crédito, que ainda está escasso. Além disso, já se espera alguma alta de juros no ano que vem, então não consigo enxergar esse setor como aposta", afirmou Alexandre Wolwacz, do Grupo L&S.

Segundo Phillip Soares, analista da corretora Ativa, muito mais importante do que o conteúdo dos mais recentes balanços trimestrais é o cenário macroeconômico:

"Vemos uma recuperação, ainda que muito incipiente, em setores ligados ao consumo, por exemplo, como o de shopping centers, com o aumento dos gastos do consumidor e da massa salarial. No setor de bancos, por sua vez, vemos uma melhora nos números de provisões para devedores duvidosos (PDD) e um ambiente de negócios que continuará exibindo uma trajetória de melhora gradual", afirmou. "No entanto, não vislumbramos uma retomada dos indicadores de investimentos antes das eleições."

Melhora em papel e celulose

Diante desse cenário cauteloso, a principal aposta da Ativa é na recuperação gradual do consumo. Uma fatia de 35% de sua carteira recomendada está destinada a ações sensíveis a essa dinâmica. Os papéis de Via Varejo, Natura e Raia Drogasil são os principais destaques, concentrando 25% do total desse portfólio. O restante está na ação da administradora de shoppings BRMalls.

O restante da carteira está divida entre papéis ligados a commodities, ao setor bancário (Itaú Unibanco) e ao de energia (Equatorial), além de uma aposta na Ultrapar, dona das redes de postos de combustíveis Ipiranga.

"Nas commodities, vemos a Klabin como uma companhia defensiva, ligada à celulose, mas sensível ao mercado interno, como a demanda por embalagens. Também temos 5% em Petrobras, não tanto pela perspectiva para o petróleo, mas pela melhoria de gestão pela qual vem passando a companhia", explicou Soares, acrescentando que a siderúrgica Gerdau também compõe esse leque.

Na visão de Wolwacz, o setor de papel e celulose vem apresentando melhora nos resultados e pode ser interessante para ter na carteira por causa de sua correlação com o dólar, dado o fato de que todas as empresas são majoritariamente exportadoras.

"Elas funcionam bem como uma espécie de hedge (proteção) para potencial valorização do dólar. Isso pode ser contemplado em uma parcela da carteira."

Para ele, o setor de varejo é mesmo um dos que mais tendem a manter os bons números daqui para frente.

"As empresas desse setor na Bolsa devem ser as primeiras a, de fato, deixar a crise totalmente para trás", observou.

Dentro dele, Wolwacz destacou a perspectiva para Renner - uma das queridinhas do mercado em geral, com salto de 69% na Bolsa este ano - e da Grendene. O lucro da varejista gaúcha comandada por José Galló saltou 65% no 3º trimestre na comparação com o mesmo período do ano passado, para R$ 140,3 milhões, enquanto que o da fabricante de calçados cearense caiu apenas 2,8%. Ambas as companhias, porém, não registram qualquer prejuízo trimestral há pelo dez anos. Ele também citou como ações com potencial de crescimento no setor Via Varejo e Magazine Luiza.

Para Adeodato Volpi Neto, estrategista-chefe da Eleven Financial Research, um dos setores com maior potencial para aproveitar a retomada econômica é a indústria. Ele cita principalmente três companhias como destaque: Tupy, Mahle Metal Leve e Weg. No caso da primeira, que fornece componentes fundidos para o setor automotivo e sofreu durante a recessão, o lucro no terceiro trimestre saltou quase cinco vezes, para R$ 76,3 milhões, com a recuperação deste segmento. As outras duas também apresentaram melhora nos seus resultados.

 

JORNAL O ESTADO DE SÃO PAULO

Reação do consumo aquece mercado de fundos imobiliários

Para quem quer passar longe das burocracias na hora de comprar um imóvel ou não consegue juntar tanto dinheiro, uma opção que tem ganhado força neste ano são os fundos imobiliários (FIIs). O reaquecimento desse mercado tem dois motivos: queda de juros, que leva o investidor a buscar novas alternativas, e os primeiros sinais de melhora no consumo.

Os FIIs são produtos de renda variável em que cada investidor adquire cotas correspondentes ao montante aplicado - valor esse utilizado na compra de imóveis. O cotista recebe um valor mensal, que pode variar, referente ao aluguel dessas propriedades. Esses fundos são mais indicados como aplicações de longo prazo, com objetivos como a previdência, por exemplo.

Em 2017, o número de fundos voltou a crescer após três anos. Segundo relatório da B3, os registros chegaram a 132 ante 127 fundos registrados no ano passado.

A queda na taxa Selic, porém, já está contemplada no preço atual das cotas dos fundos, ou seja, não vai abrir espaço para gerar retornos muito maiores - principalmente os chamados fundos de papel, que investem em títulos de renda fixa voltados ao setor imobiliário, como Certificado de Recebíveis Imobiliário (CRI), Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e Letra Hipotecária (LH). A vantagem desse produto é que, com a taxa de juros em queda, ele ganha apelo frente às tradicionais aplicações em renda fixa por oferecer retornos melhores, especialmente pela isenção de Imposto de Renda para rendimentos mensais.

Mas, a grande promessa do mercado está relacionada aos chamados fundos de tijolos, um tipo de fundo imobiliário que representa um imóvel físico. A consolidação da retomada da economia e das expectativas de aumento do consumo das famílias influenciam diretamente na melhora do mercado de imóveis como lajes corporativas, shoppings e galpões logísticos.

Apesar de a rentabilidade obtida não garantir ganhos futuros, os fundos com maiores rentabilidades levantados pela startup Yubb, espécie de "Google" dos investimentos, estão atrelados a shoppings. Das dez maiores rentabilidades, nove são do tipo fundos de tijolos, exceto o Mérito, que é do tipo de desenvolvimento - ou seja, ele compra terrenos, constrói e vende, mas não recebe aluguéis.

"Se o consumo aumenta, principalmente o setor de galpões aumenta, porque tudo que a gente compra está estocado em algum lugar", explica o professor da Fecap e especialista em fundos imobiliários, Arthur Vieira. "Em 2012, aconteceu uma entrega grande de imóveis. Hoje ainda há muita vacância que precisa ser absorvida. Espera-se que os espaços vazios sejam ocupados e os aluguéis aumentem", diz.

Essa tese começa a ser observada com os fundos da Rio Bravo, por exemplo. No ranking de performance por segmento da gestora, os shoppings já lideram. Em outubro, eles tiveram performance de 37,17%, aumento de seis pontos porcentuais ante setembro.

Liquidez. Apesar da promessa de bons retornos, o investidor deve estar atento à liquidez. O FII não permite o resgate das cotas antes do prazo de duração do fundo, sendo que a maioria tem prazo indeterminado. Assim, o investidor, para negociar suas cotas, deve usar do mercado secundário: negociar em pregão de mercado. Por isso, há um outro tipo de FII para dar um pouco mais de liquidez a esse mercado: os fundos de fundos, que aplicam, em sua maior parte, em cotas de outros fundos imobiliários.

 

Em busca de recursos, Caixa faz 'campanha' com FGTS

Se você tem financiamento imobiliário feito pela Caixa por meio do Sistema Financeiro da Habitação (SFH) e tiver saldo do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), é possível que receba uma ligação da instituição financeira. Não se preocupe, não é trote. É que a Caixa está contactando clientes para que analisem a possibilidade de amortizar o saldo devedor do crédito imobiliário usando o saldo do FGTS. São cerca de 40 mil clientes no país.

Segundo a Caixa, a ação teve início em setembro e vai até o fim deste mês. Em nota à reportagem, a instituição financeira informou que a medida tem como objetivo alertar os mutuários da possibilidade de utilização da conta vinculada do FGTS para pagar parte da prestação, amortizar o saldo devedor ou até mesmo liquidar a dívida.

O banco precisa fortalecer seu capital para atender às regras internacionais de proteção contra crises do Acordo de Basileia 3, que entram em vigor até janeiro de 2019. O índice de Basileia mostra quanto de capital dos sócios o banco deve ter em relação aos recursos emprestados. Além disso, a área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU) quer que a Caixa devolva R$ 27 bilhões para o Tesouro Nacional. Com esse aperto no banco público, quem pode ganhar é o cliente.

A oficial substituta de cartório Hellen Macieira foi uma das mutuárias procuradas pela Caixa e gostou do resultado. "Achei ótimo. Utilizei o recurso, que era de quase R$ 40 mil, e reduzi o prazo do financiamento em cerca de 20 anos. Isso me trouxe mais tranquilidade", diz. O financiamento da casa em Mateus Leme, na região metropolitana de Belo Horizonte, era de 35 anos.

Para especialistas do setor imobiliário, a ação da Caixa é boa para os mutuários. O presidente da comissão de direito imobiliário da Ordem dos Advogados do Brasil - seção Minas Gerais (OAB-MG), Kênio Pereira, afirma que a iniciativa é interessante, já que permite reduzir o prazo de pagamento ou o valor das parcelas.

Cuidados. Pereira ressalta que a decisão sobre o uso dos recursos do FGTS deve ser bem pensada, pois, em caso de demissão, não haverá saldo para o trabalhador receber. "Se a pessoa tem estabilidade no emprego, é uma ótima oportunidade, pois, matematicamente, a remuneração do FGTS é muito baixa", analisa.

Segundo Pereira, o mutuário está pagando entre 9% e 13% de juros ao ano, enquanto o dinheiro parado no FGTS rende em torno de 3% de juros ao ano mais a TR. "O mutuário pode usar o saldo, de dois em dois anos, para abater as prestações. A novidade é que a Caixa está ligando para eles para divulgar isso, o que ela nunca tinha feito antes, e está fazendo agora numa estratégia para recompor os recursos", avalia.

Números

R$ 6,17 bilhões foi o valor dos saques do FGTS de janeiro a setembro deste ano

R$ 5,26 bilhões foi o valor do saque do FGTS em igual período do ano passado

Reduzir o prazo pode ser a melhor opção

Como boa parte dos financiamentos imobiliários tem parcelas decrescentes, o presidente da Associação dos Mutuários e Moradores de Minas Gerais (AMMMG), Silvio Saldanha, recomenda a opção de reduzir o prazo. "A outra possibilidade é diminuir o valor das prestações", diz.

Ele alerta que, com o saldo do FGTS, também é possível quitar até 12 mensalidades atrasadas. "Só que nem todo mundo sabe disso", diz. Antes, só era possível com três prestações. A medida autorizada pelo conselho curador do FGTS vale até o fim deste ano.

A regra vale para quem financiou a unidade por meio do Sistema Financeiro da Habitação, sendo que o valor do imóvel não pode ultrapassar R$ 950 mil em Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal, e R$ 800 mil nos outros Estados. O mutuário também não pode ser dono de outros imóveis.

Empréstimos novos estão em ritmo lento

A iniciativa da Caixa de telefonar para os mutuários oferecendo a possibilidade de quitar prestações ou parte do saldo devedor do financiamento imobiliário com o saldo do FGTS se deve à necessidade da instituição financeira de buscar recursos, observa o presidente da Associação dos Mutuários e Moradores de Minas Gerais (AMMMG), Silvio Saldanha. Os empréstimos que usam recursos da poupança, o chamado Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) - segmento bastante usado pela classe média -, por exemplo, estão paralisados por falta de dinheiro e só devem ser retomados em 2018.

O presidente da comissão de direito imobiliário da Ordem dos Advogados do Brasil - seção Minas Gerais (OAB-MG), Kênio Pereira, afirma que, sem aumentar seu capital próprio ou receber seus créditos, não há como a Caixa realizar novos empréstimos.

De acordo com ele, a atual situação, com redução do dinheiro para financiamento na Caixa, está fazendo o banco estatal perder espaço no crédito imobiliário. "As pessoas ficam até inseguras, sem saber se vão conseguir financiamento, então muitas procuram os bancos privados e o Banco do Brasil. Antes, a Caixa era responsável por 90% de todos os financiamentos, mas essa proporção já está menor", afirma.

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