VALOR ECONÔMICO
Economia brasileira cresce 0,29% em outubro, aponta BC
A economia brasileira abriu o quarto trimestre de 2017 com crescimento. Em outubro, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) mostrou alta de 0,29%, vindo de variação positiva de 0,27% um mês antes (dado revisado de 0,4%). No ano, a variação é positiva em 0,75%, e em 0,85% com ajuste.
Nos 12 meses encerrados em outubro, o crescimento acumulado ficou em 0,21% na série sem ajuste e em 0,26% no dado ajustado. Devido às revisões constantes do indicador, o IBC-Br medido em 12 meses é mais estável do que a medição mensal, assim como o próprio Produto Interno Bruto (PIB).
Em comparação com outubro de 2016, o índice registrou expansão de 2,92% na série sem ajuste e de 2,33% com ajuste. Os prognósticos feitos pelas 15 instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data eram de retração de 0,15%. As previsões variavam entre queda de 0,4% e alta de 0,2%.
Com a revisão dos dados, o crescimento no terceiro trimestre, em relação aos três meses antecedentes, saiu de 0,58% para 0,47%. Em comparação com o terceiro trimestre de 2016, houve expansão de 1,16%, em vez de 1,45% como previamente divulgado. O comportamento do indicador no mês de outubro foi influenciado pela alta de 0,2% da produção industrial, queda de 0,9% do varejo e recuo de 0,8% do volume de serviços.
Na média móvel trimestral, indicador utilizado para captar tendência, o IBCBr, sem ajuste, teve baixa d 0,43% em outubro, vindo de três meses de variação positiva. Na série com ajuste, houve avanço, de 0,07% em outubro, após crescimento de 0,08% em setembro. Embora seja anunciado como “PIB do BC”, o IBC-Br tem metodologia de cálculo distinta das Contas Nacionais Trimestrais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo indicador oficial de crescimento da economua.
O indicador do BC leva em conta a trajetória das variáveis consideradas como bons indicadores para o desempenho dos setores da economia (agropecuária, indústria e serviços). A estimativa do IBC-Br incorpora a produção estimada para os três setores acrescida dos impostos sobre produtos. O PIB calculado pelo IBGE, por sua vez, é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país durante certo período.
Mercado vê inflação mais baixa e crescimento maior em 2017 e 2018
Os analistas consultados pelo Banco Central (BC) no Boletim Focus aumentaram suas estimativas para o crescimento da economia brasileira em 2017 e 2018. Os ajustes acompanham, ao menos parcialmente, a revisão das expectativas anunciada pelo Ministério da Fazenda na semana passada.
Para este ano, a mediana das apostas saiu de 0,91% para 0,96% de expansão; no caso de 2018, passou de 2,62% para 2,64% de crescimento. Na quinta-feira passada, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, informou que a Pasta espera que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça 1,1% em 2017 (de uma previsão anterior de 0,5%) e 3% em 2018 (de uma projeção de 2% antes).
Também melhoraram, com leves ajustes para baixo, as projeções para a inflação neste ano e no próximo. As medianas das expectativas para o aumento do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foram reduzidas para 2,83% em 2017 e para 4% em 2018, ante 2,88% e 4,02%, respectivamente. Entre as instituições financeiras que mais acertam as previsões, grupo chamado de Top 5, as medianas das estimativas de médio prazo para o avanço do IPCA também foram ajustadas para baixo: de 2,78% para 2,73% em 2017 e de 4,04% para 3,95% em 2018. As projeções para a taxa básica de juros, Selic, no fim do ano que vem foram mantidas em 6,50% neste grupo. Entre os economistas em geral, também ficou estável, em 7%.
FOLHA DE SÃO PAULO
'Após queda recorde da Selic, desafio é cortar juro de banco', diz economista
Após a taxa Selic atingir o seu piso histórico, a redução dos juros cobrados nos empréstimos bancários é o próximo desafio na economia.
Quem diz isso é Eduardo Loyo, 51, sócio e economista-chefe do banco BTG Pactual.
Em entrevista à Folha, o ex-diretor do Banco Central diz que a reforma da Previdência deve continuar dominando a agenda econômica e sugere que, se os congressistas temem as eleições, a votação pode ser deixada para os meses finais de 2018.
Para Loyo, o próximo governo deve mirar mudanças na dinâmica de gastos com salários, mas observa: não vale apoiar qualquer candidato, mesmo que abrace a agenda considerada correta.
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Folha - A reforma da Previdência sai?
Eduardo Loyo - Quanto mais a gente se aproxima das eleições, mais difícil fica. Mas há uma janela alternativa, ainda em 2018. Existe um pedaço do ano que não vai estar às vésperas das eleições: o período depois delas. Mas é claro que prefiro ver isso resolvido logo.
O Congresso em fim de mandato teria legitimidade para votar a reforma?
Seria mais interessante para o país fazer agora. Mas, se não conseguir, será que é melhor esperar e fazer somente em 2019? Em 2018, a janela de oportunidade em que mais acredito é o fim do ano.
A proposta pode ser alterada ainda mais. O que acha disso?
Seria ruim se houvesse uma diluição adicional, e torço para que seja aprovada no formato que estava em discussão recentemente. Preservar esse formato é importante, não só em nome do ganho fiscal mas também para corrigir desigualdades de tratamento.
Qual é a agenda econômica prioritária do ano que vem?
Sem a reforma neste ano, não é difícil responder: a aprovação da Previdência.
O governo vai cumprir a meta fiscal e o teto de gastos?
No ano que vem ainda é equacionável. Em 2019 vai se tornar mais complicado. As questões associadas ao teto são mais difíceis. Vamos ter que olhar para programas que tenham perdido seu objeto, como o abono salarial. Acredito que seria razoável redirecionar parte dos recursos para outro programa mais focalizado em redução de desigualdade e pobreza.
Mas há outras coisas que poderiam ser alteradas, nas quais o lobby é bem mais forte do que o abono, não?
Essas coisas estão em segundo plano em razão da Previdência, mas todas elas precisarão ser tratadas.
Falando de eleições, o centro do espectro político está demorando demais a se definir?
Não sei se seria realista imaginar que o centro já pudesse ter se definido de maneira mais consolidada ou cooperativa. É natural que haja disputa por posições.
Não há risco de perder força?
Certamente. Quanto mais ele demora, o consenso geral é que menos chances ele terá de ter sucesso. Mas meu palpite é que o quadro não vai se definir muito rápido. Vamos continuar durante muitos meses meio sem saber sequer quem são os cavalos no páreo.
Qual é a agenda econômica dos sonhos para o sr.?
Não é dos sonhos, é da realidade. É fazer a reforma da Previdência e uma política que torne diferente a dinâmica de gastos do governo com a folha de pagamentos dos servidores. Uma readequação de vários programas de subsídios. Tornar a estrutura tributária mais eficiente e equilibrada. Há uma agenda enorme -e não é dos sonhos. Assim fica parecendo que, se a gente não fizer nada, tudo bem. E, se fizer, vai ser um mundo maravilhoso de sonhos. Não é. Se fizermos todas essas coisas, vamos ter chances razoáveis de prosperidade e ganhos de renda. Se não, o quadro é bastante ruim.
Vale apoiar qualquer candidato que tenha essa agenda?
De jeito nenhum. Acho que não se vota somente ao sabor dessa agenda [de reformas]. Se vota também ao sabor de outras questões, como costumes, regras de convivência social, ética.
O debate econômico vai definir o resultado da eleição?
Talvez não. Mas votar com a ilusão de que temos uma lista de questões e a econômica é só mais uma delas não é uma avaliação correta. Ela tem um peso maior.
A alta do PIB em 2018 pode favorecer um candidato com a agenda de reformas?
Não é favorecer um candidato, mas favorecer que os candidatos se sintam mais à vontade para abraçar essa agenda numa medida maior do que o fariam se estivessem se deparando com sacrifício, sacrifício e sacrifício em nome de benefícios só depois de amanhã. Esperamos alta de 2,7% para o PIB em 2018.
O emprego se recupera com base no mercado informal.
É verdade. Mas o desemprego está caindo mais cedo do que a gente imaginava e a renda das famílias vai se recuperando, dando sustentação à recuperação do consumo e da atividade em geral.
E mexer na tributação para reduzir desigualdade?
O histórico da tributação de grandes fortunas não é animador. Tributação sobre herança é uma discussão válida. A nossa é mais baixa do que em outros lugares. Mas acho que há na pauta uma série de medidas para melhorar a contribuição do aparato fiscal para a distribuição de renda que nem sequer dizem respeito à tributação. Sendo ela o que é, vamos pelo menos fazer com que os gastos não sejam concentradores de renda. Estou falando da Previdência, da redução de subsídios. As questões tributárias terão que ser discutidas em seguida.
A velocidade de queda do juro foi adequada?
O Banco Central foi conservador no fim de 2016, mas lá ninguém achava que a inflação ia cair do jeito que caiu.
Eu mesmo tive reparos à condução da política monetária, mas no sentido contrário, de achar que o corte estava sendo rápido demais ao longo de 2017. E reconheço que foi melhor do que eu mesmo poderia ter sugerido. Vimos uma execução magistral em termos de desinflação.
O que esperar para o juro e a inflação?
Neste ano, a inflação fecha mesmo abaixo do piso. Em 2018, a inflação deve ficar perto de 4% ou um pouquinho acima. Projetamos juro em 6,75% em fevereiro e vai ficar aí pelo restante do ano. O fato é que estamos chegando ao limite do que é adequado fazer com a taxa básica. Pode ser que ela fique em 6,5%, 6,75% ou 7%, mas já estamos agora afunilando as possibilidades.
Acho que a próxima fronteira em termos de normalização do quadro de juros no Brasil é que os juros cobrados nos empréstimos, principalmente às pessoas físicas, acompanhem toda a queda da Selic. A correlação para as pessoas jurídicas não é tão estreita quanto é para pessoas físicas.
Por que os juros não caíram?
Depende do quadro de incerteza que vigora no período em que esses financiamentos são concedidos e também depende um pouco das condições da oferta e da demanda.
Qual a expectativa?
Que isso vá se normalizando, não de um minuto para outro. Assim como não temos expectativa de que a curva futura de juros vá se convencer da noite para o dia que não tem mais aquele perigo de que os juros não precisem subir.
De que se trata esse perigo?
Sou cauteloso. Você dificilmente ouvirá de mim que, do ponto de vista da recuperação, da dinâmica própria da inflação, não há nenhum perigo. Mas não acho que seja esse o temor principal. Ele está associado à política e, em última instância, se o Brasil vai mesmo insistir e continuar fazendo progressos na agenda geral de reformas.
Existe um calendário eleitoral em 2018 do qual esse progresso vai depender. Há um fator secundário, que é o cenário externo. Ele deve continuar calmo, mas também nesse caso o temor de que não seja assim está presente.
Quando a Selic volta a subir?
É bastante provável que os juros tenham que subir um pouco em relação ao nível atual. Temos 8% em 2019, que é uma alta bem moderada. Mas temos isso anotado a lápis.
O BTG Pactual enfrentou reveses com a prisão de André Esteves em 2015. Qual foi a lição?
A maior lição foi a força de nossa "partnership" [sociedade]. Passamos por um teste de estresse sem precedentes e todo o mundo sabia o que tinha que ser feito e executou à perfeição. Estávamos todos juntos à mesa. O apoio de nossos clientes e do mercado financeiro foi fundamental.
Com votação de reforma só em 2018, governo esvazia 'pacote de bondades'
Cética da aprovação da reforma da Previdência em 2018, a equipe econômica de Michel Temer deu ordem para que o pacote de bondades anunciado -e aprovado- nas últimas semanas pelo Congresso seja esvaziado.
Segundo a Folha apurou, medidas negociadas em troca de apoio deverão sofrer alterações, como a liberação de verba a municípios, o projeto que permite o parcelamento de dívidas (Refis) de micro e pequenas empresas e o que dá aval a União, Estados e municípios para venderem ao setor privado o direito sobre créditos parcelados, a chamada securitização.
A avaliação de integrantes do Ministério da Fazenda é que, sem a reforma da Previdência, o governo não terá dinheiro para cumprir compromissos e manter a meta fiscal do ano que vem, fixada em um deficit de R$ 159 bilhões.
Prefeitos e deputados devem ser os primeiros prejudicados. Isso porque Temer havia prometido a liberação de mais R$ 3 bilhões aos municípios em 2018, caso a reforma fosse aprovada, desde que metade desses recursos fosse utilizada em projetos na área da saúde.
Além disso, o presidente remanejou R$ 5,3 bilhões do Orçamento de 2018 para repassá-los aos parlamentares às vésperas da eleição.
Integrantes da equipe econômica afirmam, em caráter reservado, que o governo terá que cortar várias dessas medidas e amenizar algumas delas, que não poderão ser totalmente suspensas.
Ao longo da semana, o ministro Henrique Meirelles (Fazenda) estava pessimista quanto à aprovação da nova Previdência neste ano -o governo sabia nunca ter chegado perto dos 308 votos necessários na Câmara. O adiamento da votação para fevereiro, anunciado na semana passada pelo presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), sacramentou as expectativas.
Meirelles espera ser candidato com apoio do Palácio do Planalto no ano que vem.
As projeções de investidores e empresários com quem o ministro conversou nas últimas semanas mostravam que as chances de aprovação em 2017 eram pequenas, mas ainda maiores do que em 2018, ano eleitoral em que os parlamentares não estarão dispostos a discutir assunto considerado impopular.
NOVA CARTADA
Apesar da estratégia montada para enfrentar o cenário ruim, o Planalto decidiu flexibilizar mais uma vez o texto da reforma com uma possível regra de transição para aqueles que ingressaram no serviço público antes de 2003.
A medida vai contra o argumento do próprio governo, que faz discurso sobre o fim dos privilégios.
A ideia foi recebida a contragosto por Meirelles, que acredita que outra mudança vai trazer ainda mais perdas para a economia da União.
Na semana passada, o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Fabio Kanczuk, afirmou que, sem a reforma da Previdência, a projeção para o PIB de 2018 cairá em 0,15 ponto porcentual, de 3% para 2,85%. No caso de aprovação, a estimativa de alta do PIB no ano que vem sobe 0,30 ponto porcentual -de 3% para 3,3%.
Representar e promover o desenvolvimento da construção civil do Rio Grande do Norte com sustentabilidade e responsabilidade sócio-ambiental
O SINDUSCON/RN tem o compromisso com a satisfação do cliente - a comunidade da construção civil do Rio Grande do Norte - representada por seus associados - priorizando a transparência na sua relação com a sociedade, atendimento aos requisitos, a responsabilidade socioeconômica, a preservação do meio ambiente e a melhoria contínua.