Terça-feira

Selic em um dígito estende queda de juros ao médio prazo

Se a volatilidade pontual apresentada na trajetória das taxas finais restringe-se ao curtíssimo prazo, em um período de alguns anos, as perspectivas mudam completamente. "O cenário principal é que a gente volte a entrar num processo longo de redução de taxas finais e, mesmo se a Selic passar a subir em alguns anos, o juro final talvez não suba", afirma o economistachefe do Santander, Maurício Molon.

O cenário base do banco considera a permanência da taxa básica entre 6,5% e 7% ao ano até 2019. De acordo com o economista-chefe do Santander, quando se observam os comportamentos históricos da Selic e do juro ao consumidor há, pelo menos desde 2006, uma correlação forte entre os dois.

Molon explica que, se a curva da taxa básica for deslocada seis meses para frente, a aderência é grande para a das linhas para famílias. "Essa é a tendência geral da curva das taxas para pessoa física", afirma. Conforme a economista-chefe da Rosenberg, Thais Zara, a situação do emprego formal deve apresentar progresso ao longo do próximo ano e, com isso, o cenário macroeconômico pode até mesmo se sobrepor à volatilidade esperada com as eleições. "Ao longo do ano que vem a melhora no mercado de trabalho deve continuar a se intensificar e, com isso, a gente vai ter impactos positivos para as taxas de juros, mais do que algum aumento de risco por conta de eleições."

Na análise da economista, "parte dessa queda da Selic a gente ainda vai ver sendo refletida nas taxas do crédito livre nos próximos meses e, mesmo se houver um encerramento da flexibilização da taxa básica, a queda vai continuar por algum tempo". O professor de economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFR), Ernani Teixeira Torres Filho, traça cenário semelhante para a taxa básica.

"Todo mundo acha, inclusive eu, surpreendente a inflação ter caído tanto e que a redução da taxa de juros do BC seja um processo que veio para ficar e vai se manter a despeito das eleições e, desse modo, uma taxa nominal de um dígito, que perdure em um prazo, por exemplo, de três anos é uma revolução no Brasil", diz.

Além das crises econômicas e política, explicam os especialistas, há outros fatores, alguns estruturais, que pressionam as taxas de mercado para cima. Conforme o assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), Altamiro Carvalho, a necessidade de financiamento do governo impacta diretamente a oferta de crédito. O crescimento acelerado da dívida pública drena recursos do mercado, que seriam direcionados aos empréstimos.

"O governo recorreu mais intensamente ao mercado nos últimos anos e tirou recursos, tanto que o saldo de financiamentos caiu violentamente entre 2015 e 2016", afirma. A concentração bancária é outro fator a atuar contra uma queda mais rápida das taxas. Segundo o economista da LCA, Vitor Velho, "a concentração do setor é muito grande e essa falta de concorrência entra muito na questão da composição do spread no Brasil", diz.

"No Brasil são apenas cinco grandes bancos", ressalta Torres Filho, da UFRJ. Para o economista, a concorrência fora do grupo de instituições dominantes do mercado começa a reduzir os "spreads" e, aos poucos, os maiores passam a reduzir esse custo. Mas trata-se de um processo lento. "Foi assim nos 2000 e vai ser agora", diz.

 

Dólar cai abaixo de R$ 3,30 e juros aguardam IPCA-15 e relatório de inflação

Os mercados de câmbio e juros começaram a semana em ritmo de expectativa pelos eventos dos próximos dias, especialmente a divulgação de dados de índices de preços e da última comunicação oficial por escrito do Banco Central prevista para este ano. No câmbio, o dólar comercial caiu 0,31%, a R$ 3,2974, abaixo de R$ 3,30 pela primeira vez em uma semana, em linha com a maior demanda por ativos de risco no exterior.

Foi o segundo pregão consecutivo de queda da moeda americana, o que representa um alívio após a cotação ter subido 3,24% entre os dias 7 e 14 de dezembro, elevação equivalente a cerca de 10 centavos, para R$ 3,3357. E corrobora expectativas de algumas casas de que a taxa cambial varie entre patamares próximos aos atuais. O banco Morgan Stanley projeta que o dólar terminará 2017 valendo R$ 3,20, taxa que embute queda de quase 3% em relação ao fechamento de ontem.

Os cálculos de estrategistas do banco indicam que a moeda permanecerá nesse patamar até o fim de março, para depois subir a R$ 3,30 em junho e alcançar um pico de R$ 3,50 no término de setembro, às véspera das eleições presidenciais no Brasil. No fim de 2018, porém, o dólar voltará a R$ 3,25, preveem analistas do banco americano. "Continuamos neutros em real e não esperamos que a moeda tenha desempenho pior que seus pares no curto prazo", dizem os estrategistas do Morgan.

Para o segmento de juros, a quinta-feira reservará tanto o IPCA-15 de dezembro quanto o Relatório Trimestral de Inflação (RTI). Em 12 meses até novembro, o IPCA-15 acumula variação de 2,77%, bem abaixo do centro da meta definido para o IPCA, de 4,50%. A diferença entre os dois índices é o período de coleta.

A pesquisa Focus do Banco Central divulgada ontem mostrou que o mercado de forma geral prevê IPCA de 2,83% para 2017 e de 4,00% para 2018 - ambos abaixo do centro da meta para os dois anos, de 4,50%. A gestora Icatu Vanguarda acredita que a inflação continuará aquém do centro da meta em 2018. Junto com um quadro de câmbio sem maiores pressões ao longo do ano que vem, amparado por contas externas "saudáveis", a gestora acredita que o BC conseguirá manter a meta Selic "provavelmente nos níveis mais baixos da história" em 2018.

"As eleições para presidente do país podem trazer períodos pontuais de maior volatilidade dos mercados locais, mas dificilmente irão alterar de forma significativa o quadro cíclico da economia", diz a Icatu. Na curva de juros, porém, o mercado mantém importante prêmio de risco, numa postura mais defensiva diante das incertezas. A taxa média do CDI - taxa de juros que baliza empréstimos entre bancos - projetado para o primeiro trimestre de 2019 está em 8,35% ao ano, bem acima do CDI atual, de 6,89%.

Ou seja, o mercado projeta que nos três primeiros meses de 2019 a Selic média será 146 pontos-base acima da atual (7,00% ao ano). No fim do dia, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2019 marcava 6,93% ao ano, frente a 6,94% do fechamento de sexta-feira. A taxa do DI para janeiro de 2021 - mais correlacionado às expectativas para as contas públicas - tinha taxa de 9,31%, 1 ponto-base acima do encerramento anterior.

 

FOLHA DE SÃO PAULO

Com alta de 0,29%, economia do Brasil cresce acima do esperado em outubro

O indicador de atividade econômica do Banco Central (IBC-Br) surpreendeu ao subir 0,3% em outubro sobre setembro, um sinal forte, segundo analistas, de que a economia pode crescer um pouco mais de 1% em 2017.

Na média, a expectativa era que o indicador do BC registrasse estabilidade.

Em relação a outubro de 2016, a alta foi de 2,9%, o melhor resultado desde fevereiro de 2014. Em 12 meses, o índice agora está no terreno positivo (+0,2%), o que ocorre pela primeira vez em 34 meses, segundo a consultoria Rosenberg Associados.

Os especialistas foram pegos de surpresa porque alguns dos principais componentes do indicador do BC tiveram um desempenho fraco em outubro. Os serviços, por exemplo, caíram 1,4% no período). Além disso, a alta da indústria, de 0,2% naquele mês, não foi suficiente para melhorar o índice.

Como o Banco Central não abre os dados, detalhando o que estimulou o IBC-Br, economistas consideram que a agropecuária pode ter registrado um resultado atípico para o mês ou que o indicador pode ter sido favorecido pela arrecadação de impostos.

"Agro tem uma sazonalidade bem desenhada, mas é possível que a alta do IBC-Br em outubro seja explicada por aí", diz Thiago Xavier, da consultoria Tendências.

Para ele, a alta do indicador alimenta a expectativa de que o último trimestre do ano seja melhor do que o pequeno avanço de 0,1% previsto inicialmente pela média dos analistas para o período.

André Perfeito, da Gradual Corretora, lembra que o IBC-Br incorpora dados da arrecadação federal e que a alta de 14,25% sobre setembro pode ter explicado o movimento positivo.

"Se o governo está arrecadando mais, quer dizer que a atividade está mais forte."

É verdade que em outubro de 2016 os dados de arrecadação foram ainda melhores. Em compensação, diz o economista, o tombo da indústria e de serviços, dois dos principais componentes do IBC-Br, foi bem maior.

Para Marco Caruso, do Banco Pine, o fato de a atividade crescer apesar de serviços e varejo tão fracos é sinal de que a recuperação econômica é mais disseminada.

Em suas contas, se em novembro e dezembro a economia ficar estável, o índice de atividade do BC vai encerrar o quarto trimestre em alta de 0,4% –o mesmo resultado previsto para o PIB (Produto Interno Bruto) do IBGE.

"Apesar do noticiário político e fiscal, a recuperação está caminhando",diz Caruso, que espera expansão de 2,5% para o PIB de 2018.

 

Meirelles vai pedir que agências de risco aguardem votação da Previdência

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta segunda-feira (18) que conversará com as principais agências de classificação de risco nesta quinta-feira (21) para tentar convencê-las a só decidir sobre um eventual rebaixamento da nota de crédito do Brasil em fevereiro, após a votação da reforma da Previdência.

Na semana passada, as agências criticaram a decisão do governo de adiar para 19 de fevereiro a votação da proposta que muda as regras das aposentadorias, afirmando que esse é um fator que pesa para um eventual rebaixamento da nota brasileira.

De acordo com Meirelles, ele explicará na conversa, por telefone, que o governo continua trabalhando pela aprovação da reforma.

"Seria mais razoável, na minha avaliação, esperar até a aprovação", declarou o ministro durante entrevista à rádio Eldorado. "Se a reforma não for aprovada, aí sim teria um movimento de ´downgrade` [rebaixamento da nota]. Mas se as agências quiserem antecipar, é uma decisão delas. Eu faço meu trabalho, elas fazem o trabalho delas", completou.

O ministro afirmou que, se a reforma não passar, a nota do país será rebaixada. Mas avaliou que o receio das agências, de que o adiamento para fevereiro pode ser um sinal de que as novas regras não serão aprovadas, não se justifica pois o cenário será revertido.

"O fato de ser votado em fevereiro não quer dizer que não será aprovado", declarou. "Não temos a visão de que vamos morrer na praia".

 

Confiança do empresário cresce e atinge maior índice desde 2012, diz CNI

O Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) aumentou 1,8 ponto entre novembro e dezembro, alcançando 58,3 pontos. Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o resultado é o melhor resultado desde novembro de 2012, quando o índice registrou 58,4 pontos.

Desde julho, quando atingiu a marca de 50,6, o Icei entrou em trajetória de crescimento. Em dezembro, segundo a CNI, o aumento foi explicado pela combinação de melhores condições de negócios e perspectivas mais otimistas. Fábrica

Os indicadores da pesquisa variam em uma escala que vai de zero a 100 pontos. De acordo com o estudo, quando o índice fica acima de 50 pontos, os empresários estão confiantes. O Icei é composto por indicadores da situação atual da empresa e da economia brasileira e pelas expectativas dos empresários em relação a ambos.

Componentes do Icei

Entre novembro e dezembro, o Índice de Condições Atuais aumentou 1,4 ponto, chegando a 52,9 pontos, maior nível desde fevereiro de 2011, quando o índice alcançou 54,2 pontos. Acima da linha dos 50 pontos pelo quarto mês consecutivo, o índice vem se afastando dessa linha divisória, "revelando que o empresário enxerga melhora cada vez mais significativa das condições correntes de negócios", de acordo com a CNI.

Já o Índice de Expectativas mostra mais otimismo do empresário com relação ao próximo ano. O indicador subiu 2,1 pontos entre novembro e dezembro e alcançou 61 pontos. A última vez que superou os 60 pontos foi em março de 2013.

Setores

Entre os segmentos, a indústria da construção registrou o menor Icei em dezembro, com 56,7 pontos; e a indústria extrativa, o maior, com 59,4 pontos. Todos os segmentos analisados tiveram um aumento na confiança tanto em relação a novembro, quanto em relação ao final do ano passado.

Levando em consideração o porte da empresa, os grandes empresários são as mais confiantes, com um Icei de 60,2 pontos. Na outra ponta, as pequenas fecham o ano com um índice de confiança de 55,5 pontos.

A pesquisa foi feita entre 1 e 13 de dezembro, com 2.852 empresas. Dessas, 1.118 são pequenas, 1.080 são médias e 654 são de grande porte. Segundo a CNI, o Icei antecipa tendências de produção e de investimento.

 

Odebrecht confessa cartel durante governos tucanos

Documentos entregues pela Odebrecht à Superintendência-Geral do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) apontam a formação de cartel no Rodoanel e no Programa de Desenvolvimento do Sistema Viário Estratégico Metropolitano de São Paulo.

O esquema, de acordo com o material da empreiteira, operou de 2004 até 2015 em obras que custaram cerca de R$ 10 bilhões aos cofres públicos. Neste período, o Estado de São Paulo foi governado pelos tucanos Geraldo Alckmin (2004-06), José Serra (2007-2010) e Alberto Goldman (2010), além de Claudio Lembro, do DEM (2006).

Os detalhes das investigações, a que a Folha teve acesso, devem ser divulgados nesta terça (19) e são parte do acordo de leniência firmada em julho pela empreiteira, a Superintendência do Cade e o Ministério Público Federal em São Paulo.

A Superintendência não tem prazo para concluir as apurações, mas espera-se que sejam finalizadas até o final do primeiro trimestre de 2018. Depois disso, o processo é enviado para o conselho do Cade decidir se aprova o relatório e julga as empresas envolvidas. A companhia que fez a leniência não é condenada.

No acordo com o Cade, não houve menção a pagamento de propina a servidores em troca de licitações. Mas há a indicação de que pelo menos um agente público tenha sugerido a divisão de empresas nos consórcios que disputaram as obras viárias.

As investigações se referem exclusivamente aos aspectos administrativos das licitações -divisão de mercado e acerto de preços das licitações, por exemplo.

O ponto de partida foram as delações de executivos da Odebrecht. Ao Cade eles revelaram como funcionaram os cartéis do Rodoanel e o das obras viárias de São Paulo.

De acordo com eles, no Rodoanel, foi possível chegar a um esquema que envolveu pelo menos 22 empresas entre 2004 e 2007, começando com cinco grandes empreiteiras (Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, Odebrecht, OAS e Queiroz Galvão).

Essas empresas, relatam os colaboradores, começaram a fazer acertos pelas licitações em abril de 2004, quando se reuniram para combinar a formação dos consórcios da licitação do trecho sul do Rodoanel.

Outras teriam se juntando ao cartel até fecharem os últimos detalhes da licitação: vencedor, preços apresentados, condições, divisões dos cinco lotes entre os participantes do cartel e até abstenções.

O resultado saiu em abril de 2006. Andrade Gutierrez/Galvão Engenharia venceram o lote 1. Odebrecht/Constran levaram o lote 2. O terceiro ficou com a Queiroz Galvão/CR Almeida. Camargo Corrêa/Serveng assumiram o lote 4 e o quinto lote passou para a OAS/Mendes Júnior. As obras ficaram prontas em 2010 e terminaram ao custo de R$ 4,6 bilhões.

OBRAS EM SP

Nos depoimentos dos executivos da Odebrecht, também ficou evidente a formação de cartel, entre 2008 e 2015, em sete obras que fizeram parte do Programa de Desenvolvimento do Sistema Viário Estratégico Metropolitano de São Paulo, uma parceria entre o governo paulista e a Prefeitura de São Paulo.

Em 2008, quando foi lançado, o programa previa ampliação da Marginal Tietê e das avenidas Roberto Marinho, Jacú-Pêssego, Chucri Zaidan, Cruzeiro do Sul e Sena Madureira.

Também estava prevista uma obra no Córrego Ponte Baixa. Juntas, essas obras melhorariam o trânsito na capital paulista e custariam cerca de R$ 5,5 bilhões. O projeto foi dividido em lotes e as licitações ocorreram entre 2008 e 2013.

Segundo os depoentes da Odebrecht, até as obras no Córrego Ponte Baixa foram objeto do acordo -que tinha como objetivo impedir a entrada de participantes de fora do cartel e a acomodação entre as empresas envolvidas.

O processo a ser divulgado pelo Cade não menciona diretamente os governadores desde 2004, os tucanos Geraldo Alckmin, José Serra e Alberto Goldman, além de Cláudio Lembo, que governou pelo PFL entre abril de 2006 e janeiro de 2007.

Segundo os colaboradores, a formação dos consórcios foi feita conforme "sugestão do agente público" e com base na afinidade entre as empresas. Os documentos não revelam o nome desse agente.

Em reuniões entre Camargo, OAS, Odebrecht e Queiroz Galvão, por exemplo, teriam sido tratadas questões relativas aos ganhadores dos lotes da avenida Roberto Marinho.

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