Terça-feira

VALOR ECONÔMICO

'Crash relâmpago' assusta investidor

Uma forte correção nos preços das ações, motivada pela expectativa de que o Federal Reserve (Fed) aumente a taxa de juros além do planejado para conter o crescimento da economia americana, provocou ontem uma onda de nervosismo nos mercados. O movimento de venda de ações fez a bolsa de Nova York cair 4,6%, registrando perda de 1.175 pontos, a maior da história em um único dia. Já o índice S&P 500 recuou 4,10%.

A Nasdaq, a bolsa das empresas de tecnologia, caiu 3,78%. Os índices Dow Jones e S&P 500 anularam os ganhos do ano, operando agora em território negativo - respectivamente, quedas de 1,51% e 0,92%. Neste início de fevereiro, as empresas listadas no S&P 500 já perderam quase US$ 1 trilhão em valor de mercado.

"A velocidade disso [de venda de papéis] é como um 'crash' relâmpago no fim do pregão", disse ao "Financial Times" o estrategista Jim Paulsen, da Leuthold Investment Management. A dúvida dos analistas é como os mercados reagirão hoje. O Brasil não ficou imune. A bolsa de São Paulo, caiu 2,59%, aos 81.861 pontos, a maior queda ocorrida num único dia desde 17 de maio de 2017, quando foi divulgada a delação dos donos da JBS.

A queda ocorrida ontem acelerou nos últimos 15 minutos do pregão, quando a bolsa perdeu 664 pontos. A forte venda de ações, que em volume atingiu principalmente os papéis de Petrobras, Vale, Bradesco e Itaú, anulou todo o ganho acumulado desde 24 de janeiro, quando o ex-presidente Lula foi condenado em segunda instância na Justiça. No ano, porém, a bolsa ainda acumula ganho de 7,15%.

Em dólar, o Ibovespa caiu ontem 3,48%, um dos piores desempenhos entre as bolsas emergentes. Outro reflexo no mercado brasileiro se deu na taxa de câmbio. O dólar teve valorização de 0,99% em relação ao real, sendo cotado a R$ 3,2467. Desde 25 de janeiro, quando caiu ao menor valor em quatro meses, o dólar já subiu 3,68%. Isso levou o Banco Central a anunciar para hoje leilão de contratos de swap cambial, o que equivale a vender dólar futuro. É uma forma de dar liquidez ao mercado, o que ajuda a conter a desvalorização do real.

 

Tombo será correção normal e índices vão subir, diz Lopes

Por mais perturbadora que seja a queda acentuada das bolsas americanas, o economista Francisco Lopes, ex-presidente do Banco Central (BC) e hoje diretor da Consultoria Macrométrica, descreve as pressões que incidem sobre os preços das ações como uma conta que soma zero.

Ele diz que, se de um lado há uma pressão de baixa como consequência da elevação do juro motivada pela reativação econômica, de outro, há uma pressão de alta resultante dessa mesma recuperação. "O resultado líquido pode ser simplesmente que a bolsa vai continuar o movimento de alta, apenas com velocidade mais moderada", diz.

Lopes considera que a interrupção da valorização dos índices vai ser apenas uma correção normal típica de um processo de alta prolongada e deverá ser rapidamente revertida. A Macrométrica estima que o Dow Jones subirá para 33.400 pontos em janeiro de 2020, com uma alta de 28% como resultado de um crescimento acumulado de 10% da produção industrial no biênio 2018/2019.

Na equação econométrica da consultoria, o coeficiente de resposta da variação do Dow Jones em relação à indústria e da ordem de 2, informa Lopes para quem o crescimento acumulado do Produto Interno Bruto americano (em média anual) também no biênio 2018/2019 deverá ser da ordem de 7%.

"Para muita gente, o presidente dos Estados Unidos que parece uma mistura do velho Ted Roosevelt com um republicano moderno como Ronald Reagan, às vezes parece seguir uma trajetória tão caótica como a das bolsas de valores. Creio, porém, que nos dois casos temos um caminho aleatório com direção", disse.

 

Juros futuros médios e longos sobem, com exterior e Previdência

A continuidade do ajuste de baixa internacionalmente voltou a pesar sobre o mercado doméstico de renda fixa. Os juros de prazos médio e longos tornaram a subir nesta segunda-feira. Poucos analistas, porém, arriscam dizer que o mau humor externo veio para ficar. Assim, haveria menor risco de contágio aos juros locais, também porque o mercado evita projetar disparada do dólar. Isso não invalida, contudo, visões de que o Banco Central poderia decretar nesta semana o fim do ciclo de afrouxamento monetário.

“Com toda essa questão da política monetária americana deixando dúvidas, não duvido que o BC deixe claro que, mantido o status quo, manterá o juro em 6,75%”, diz um profissional de banco que preferiu não ser identificado. As apostas dos investidores projetam 100% de probabilidade de redução de 0,25 ponto percentual da Selic na próxima quarta-feira. Para a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de março, as investidas apomtam 24% de chance de corte na mesma magnitude, contra 26% na sexta-feira passada.

Se os juros mais curtos têm reação limitada aos desdobramentos externos, as taxas de médio e longo prazos capturam com mais força o ambiente arisco. Isso explica as altas dos DIs de vencimentos a partir de 2021, justamente os que mais atraíram demanda de investidores recentemente. Esses contratos foram os que mais se valorizaram após a condenação de Lula pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).

Com isso, têm mais “gordura” para queimar neste momento de ajuste de preços. Mas são também mais vulneráveis ao noticiário fiscal. Com as dificuldades do governo em fechar votos a favor da reforma da Previdência, o receio é que as medidas de correção das contas públicas fiquem mais enxutas à medida que se aproximam as eleições. “Não vejo o movimento dos juros hoje como anormal. O mercado reage ao exterior. Mas sem dúvida entram na conta as últimas notícias sobre a Previdência”, diz Luis Laudísio, da Renascença.

A diferença entre as taxas de DI com vencimento em janeiro de 2023 e janeiro de 2019 - uma medida do juro “extra” demandado pelo mercado para alongar posições - subia hoje a 283,5 pontos-base, 4 pontos-base acima do nível de sexta-feira. É o maior patamar desde o último dia 23 de janeiro, véspera da condenação de Lula na segunda instância. Desde a mínima de 267 pontos-base atingida na quinta-feira passada (1º de fevereiro), a alta já é de 16,5 pontos-base.

Esse movimento foi puxado sobretudo pelo DI janeiro/2023, que às 16h desta segunda-feira estava em 9,650%, de 9,6% do ajuste anterior. O DI janeiro/2021 - outro contrato bastante negociado pelo mercado - ia a 8,940% (8,92% no último ajuste). Entre as taxas curtas, mais sensíveis às expectativas para a política monetária, o DI janeiro/2019 indicava 6,815% (6,83% no ajuste anterior).

 

EXAME

Copom inicia reunião com expectativa de redução da taxa Selic

A primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) neste ano começará na manhã de hoje (6), com expectativa de nova redução da taxa básica de juros, a Selic.

Hoje será realizada a primeira parte da reunião e amanhã (7), por volta das 18h20, será divulgada decisão da diretoria do BC.

No menor nível da história desde dezembro, a taxa básica de juros, a Selic, deverá ser reduzida de 7% para 6,75% ao ano, segundo a expectativa de instituições financeiras. Se a expectativa se confirmar, será o 11º corte seguido na taxa básica.

De outubro de 2012 a abril de 2013, a taxa foi mantida em 7,25% ao ano, até então o menor nível da história, e passou a ser reajustada gradualmente até alcançar 14,25% ao ano em julho de 2015, patamar mantido nos meses seguintes. Somente em outubro de 2016, o Copom voltou a reduzir os juros básicos da economia.

A expectativa do mercado financeiro é de que a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), termine este ano em 3,94%, abaixo do centro da meta, de 4,5%.

Para 2019, a previsão é de que a inflação fique um pouco maior, mas ainda abaixo do centro da meta, em 4,25%.

A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros da economia.

Ao reajustar a Selic para cima, o Banco Central segura o excesso de demanda que pressiona os preços, porque juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

Ao reduzir os juros básicos, a tendência do Copom é baratear o crédito e incentivar a produção e o consumo, mas enfraquece o controle da inflação.

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