Segunda-feira

VALOR ECONÔMICO

País sobe em ranking de expansão da indústria, mas fica abaixo da média

Apesar de ter interrompido uma sequência de três anos no campo negativo, o crescimento de 2,9% da produção da indústria brasileira em 2017 foi inferior ao observado na média de outros países emergentes e desenvolvidos, de acordo com levantamento do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), obtido com exclusividade pelo Valor.

Num ano de crescimento das economias pelo mundo, a produção industrial global apresentou expansão de 3,5% em 2017, frente ao ano anterior, feita a mediana dos 48 países pesquisados pelo Iedi. As nações em desenvolvimento tiveram avanço de 3,9%. As economias avançadas produziram 3,1% a mais.

O trabalho mostra que o Brasil até melhorou sua posição no ranking. Em 2016, a retração de 6,7% da produção da indústria colocou o país na vice-lanterna, à frente somente da Islândia (-9%). Em 2017, o país aparece em 30º lugar, posicionado entre Espanha (3%) e França (2,3%). Rafael Cagnin, economista-chefe do Iedi, reforça que o crescimento de 2,9% da produção brasileira (dado dessazonalizado para acompanhar a metodologia de outros países) foi positivo ao interromper três anos de queda do setor, mas precisa ser relativizado por causa da baixa base de comparação de 2016 e também de uma certa concentração do resultado no setor automotivo.

"Metade do crescimento veio do setor de automóveis. O setor provavelmente também foi responsável pela alta da produção de outras atividades da indústria, que fornecem componentes, como eletrônicos, plásticos e borracha, tecidos e metalurgia", disse Cagnin, acrescentando que o setor foi em boa medida impulsionado pelas exportações.

Cagnin chamou a atenção ao fato de o crescimento da produção brasileira ter ficado à frente dos Estados Unidos (2%) e da Coreia do Sul (0,7%), assim como de emergentes como México (-0,3%), África do Sul (-0,4%) e Rússia (0,8%). "Nosso desempenho é modesto. Mas, apesar de estarmos na parcela menos dinâmica, não estamos sozinhos".

O ranking produzido pelo Iedi foi liderado por países do Leste Europeu, com destaques para Romênia (9,2%), Letônia (8,5%), Eslovênia (8%) e Estônia (7,7%). São países que tiveram melhor desempenho econômico em uma década por uma forte demanda da zona do euro e o recebimento de recursos de fundos de desenvolvimento. Já a produção na China cresceu 6,6%.

Os analistas consultados pelo boletim Focus, do Banco Central (BC), estimam que a produção industrial brasileira vai crescer 3,76% neste ano e mais 3,35% no ano que vem. O risco desse cenário, segundo Cagnin, está atualmente nas eleições presidenciais, que pode provocar instabilidade nas cotações de câmbio e juro nos mercados financeiros.

 

Países temem que Trump peça reciprocidade tarifária

Depois da imposição por Donald Trump de sobretaxas às importações de aço e alumínio, o sentimento na cena comercial internacional é de que os EUA não vão parar por aí e adotarão novas ações unilaterais. Após o desafio de Trump aos outros países, de que "guerra comercial é boa e fácil de vencer"', negociadores identificam em twitter do presidente dos EUA o que poderá ser uma nova imposição: a exigência de "reciprocidade tarifária".

Por ela, Trump visaria forçar um país a aplicar as mesmas alíquotas pelas quais exportam para os EUA. Ou seja, se o Brasil paga tarifa baixa de 2,5% para exportar carros aos EUA, terá de permitir a entrada de carros americanos com essa mesma tarifa, em vez dos 35% cobrados atualmente pelo país.

Ocorre que as alíquotas que vigoram atualmente no comércio internacional são resultado de duras negociações, com as concessões envolvendo diferentes setores, algo que Trump visivelmente não faz questão de entender. A imposição de taxa adicional de 25% nas importações de aço e de 10% nas de alumínio tem um enorme simbolismo, mas essas importações só representam 2% do total comprado no exterior pelos EUA e envolvem apenas 0,1% do total de empregos no país.

Já "reciprocidade tarifária" poderá levar a um máximo de tensão na economia global, se Trump for adiante com a ideia. Nada disso é descartado na cena comercial em Genebra diante do comportamento de Trump, qualificado de "bullying" (intimidador). A constatação é que o presidente americano não tem limite nem constrangimento e acha que pode impor a sua vontade porque considera ser mais forte que o resto do mundo e que pode sair ileso. Se a comunidade internacional não reagir de forma unida, Trump vai fazer uma ação unilateral atrás da outra, avalia um importante negociador comercial.

Ele estima que a resposta dos países tem de ser coletiva. Ou seja, não adianta salamaleques diplomáticos nem correr a Washington para argumentar que suas exportações não prejudicam a indústria americana e que o problema é a venda de outros países. Como o Valor Pro revelou na quinta-feira, países exportadores tem discutido uma coalizão para reagir a Trump.

Mas alguns são mais incisivos que outros: a União Europeia (UE) acena com retaliação a produtos americanos que vêm de Estados importantes para congressistas republicanos, por exemplo. Autoridades chinesas sinalizam, em conversas informais, que sabem precisamente como retaliar, principalmente para atingir o setor agrícola americano.

Também o Canadá e o México ameaçam retaliar, ainda mais porque alegam que compram mais aço dos EUA do que exportam para o mercado americano. O Brasil, segundo maior exportador de aço para os EUA (13,2% do total importado pelos EUA), diz aguardar os detalhes da decisão americana. O fato é que o país tende a sofrer prejuízos, e não apenas no mercado americano.

Na sexta-feira, a UE avisou que pode impor suas próprias restrições à importação de aço e alumínio, para "reequilibrar a situação" no mercado, depois do anúncio das tarifas dos UA. "A Comissão Europeia vai monitorar os desenvolvimentos do mercado e, se necessário, vai propor ação de salvaguarda compatível com a OMC para preservar a estabilidade do mercado europeu", afirmou a comissária europeia de Comércio, Cecilia Malmström. Um país membro da OMC pode tomar ação de "salvaguarda", como diz a comissária, para restringir a importação de um produto temporariamente, por exemplo aplicando sobretaxas.

Para os europeus, à medida que Trump fecha o mercado dos EUA, os exportadores buscarão outros mercados para exportar, baixando os preços, e podem inundar a Europa. O plano da UE reflete o efeito dominó que uma guerra comercial provoca, em que uma peça bate na outra e vai caindo sobre a seguinte -o que acaba reduzindo o fluxo de comércio e desacelerando a economia global.

 

Autonomia do BC é importante em termos de previsibilidade, diz Viana

O diretor de política econômica do Banco Central, Carlos Viana de Carvalho, disse que a aprovação da autonomia legal para a instituição é importante em termos de previsibilidade e será benéfica ao país no longo prazo. "O tópico tem estado há anos na agenda do país e a gente vê como uma reforma importante", disse Viana, respondendo a uma pergunta da plateia após discurso de encerramento do "Latin America Investment Conference", organizado pelo CFA Institute, no hotel Copacabana Palace, no Rio.

Em resposta a um outro questionamento sobre a visão do BC em relação às recentes turbulências no mercado acionário internacional, Viana disse que o assunto foi discutido na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e comunicada nos documentos oficiais.

Segundo ele, o cenário básico é de uma retomada gradual das economias avançadas, com inflação caminhando para mais próxima das metas, e normalização da política monetária nesses países de forma também gradual. "Mas comunicamos que tem riscos", disse, lembrando que o comunicado do Copom menciona a possibilidade de altas mais fortes de salários e de preços levarem a um aperto monetário mais acelerado do que o antecipado em economias como o Estados Unidos. "Mas esse não é o cenário principal."

No pronunciamento, Viana havia destacado que a inflação abaixo das metas fará com que normalização da política monetária ocorra de forma gradual nas economias maduras. "Os preços de commodities apoiam as economias emergentes", disse. Ele notou que o CDS (Credit Default Swap, indicador de risco-país) do Brasil vem caindo nos últimos meses, em linha com a tendência mais geral das economias emergentes. Sobre a economia doméstica, ele renovou a visão do Copom de que está ocorrendo uma recuperação consistente.

"Nas vendas do varejo, vemos uma recuperação desde fins de 2016, ou desde meados de 2016, dependendo do setor", afirmou. "Nos serviços, a recuperação parece mais em ziguezague", disse. Mas ele ponderou que isso pode ocorrer devido à característica do indicador de serviços. Nos dados das contas nacionais, afirmou, a recuperação do setor fica mais clara. O IBC-Br, segundo o diretor do BC, também apoia a visão do BC de que a recuperação é consistente.

Ele voltou a destacar, por outro lado, que a economia segue operando com alta ociosidade. "A utilização da capacidade ociosa é baixa em comparação aos níveis históricos", disse, referindo-se à indústria. Viana acrescentou, ainda, que o mercado de trabalho segue com alta ociosidade. Para ele, o mercado de trabalho está em recuperação. A alta no indicador registrada em janeiro, quando a taxa de desemprego subiu para 12,2%, refletiria fatores sazonais.

 

BANCO DE TALENTOS

ÁREA DO ASSOCIADO

O Sinduscon/RN pensa como você, e por isso trabalha:

NOSSA MISSÃO

Representar e promover o desenvolvimento da construção civil do Rio Grande do Norte com sustentabilidade e responsabilidade sócio-ambiental

POLÍTICA DA QUALIDADE

O SINDUSCON/RN tem o compromisso com a satisfação do cliente - a comunidade da construção civil do Rio Grande do Norte - representada por seus associados - priorizando a transparência na sua relação com a sociedade, atendimento aos requisitos, a responsabilidade socioeconômica, a preservação do meio ambiente e a melhoria contínua.

CONTATO

55 84 3206 5362

contato@sindusconrn.com.br

SOCIAL

LOCALIZAÇÃO

Rua Raimundo Chaves, 2182 - Sala 101 Empresarial Candelária - Candelária - Natal/RN

SINDUSCON/RN (C) 2012 - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS