Quarta-feira

VALOR ECONÔMICO

Banco privado avança no crédito imobiliário

O início deste ano colocou os bancos privados numa inédita dianteira no financiamento imobiliário. Bradesco e Santander lideraram o volume de contratações feitas até março, fruto de medidas que adotaram para crescer na área e do recuo estratégico da Caixa, até então um primeiro colocado inabalável.

As duas instituições de controle privado responderam por quase a metade do crédito imobiliário com recursos da poupança no primeiro trimestre. Incluindo na conta o Itaú Unibanco, quarto colocado, a fatia sobe para dois terços do total. A Caixa representou 19,5% das contratações - bem abaixo dos 42,6% que fez no mesmo período de 2017. A instituição continua à frente do mercado se somadas as operações com funding do FGTS, das quais detém praticamente o monopólio.

O banco estatal pisou no freio enquanto tentava equacionar sua posição de capital. Em abril, com essa questão resolvida, a Caixa mostrou que deve voltar à carga ao anunciar uma redução de taxas para o crédito com recursos da poupança - que a aproximou dos concorrentes. Porém, o mercado que a Caixa encontrará em sua retomada é maior e com bancos mais competitivos do que um ano atrás.

As instituições privadas se posicionaram para aproveitar uma incipiente retomada no setor imobiliário após o período desastroso da crise. "A competição vai aumentar, mas a demanda também vai", diz Fabrizio Ianelli, superintendente-executivo do Santander. O volume de financiamentos para aquisição e construção de imóveis somou R$ 11,189 bilhões no primeiro trimestre, um avanço de 11,2% ante igual período de 2017, segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).

"Desde os últimos meses do ano passado, o mercado voltou a dar sinais positivos. A velocidade ainda é cadenciada, mas está aumentando", afirma Leandro José Diniz, diretor de empréstimos e financiamentos do Bradesco. No banco, a originação de financiamento imobiliário de janeiro a março cresceu 50% se comparada ao último trimestre de 2017, para R$ 3 bilhões. Com a taxa Selic na mínima histórica, estabilidade econômica e indicadores de emprego começando a melhor, a tendência é que surja um ambiente promissor para as vendas de imóveis. Some-se a isso a disposição dos grandes bancos em priorizar operações com clientes pessoa física, especialmente aquelas com taxas melhores e prazos maiores.

Para se posicionar, os bancos têm apostado em duas frentes. Uma delas é a redução de taxas, impulsionada pela Selic mais baixa. O movimento foi encabeçado pelo Santander, que em julho deflagrou uma primeira rodada de cortes e na semana passada anunciou nova queda, desta vez para 8,99% ao ano nas operações do Sistema Financeiro de Habitação (SFH). Após reduções, o Bradesco trabalha agora com taxas a partir de 8,5% e o Itaú, de  9% ao ano. Com o corte anunciado no mês passado, a Caixa se aproximou dos demais, passando a cobrar a partir de 9% ao ano no SFH e 10% ao ano no Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI).

Nos dois casos, a queda foi de 1,25 ponto percentual. A competição, entretanto, não tem sido apenas em preço. Em outra frente, os bancos privados vêm investindo na digitalização e têm apontado esse como um fator cada vez mais importante para a atração de negócios. Na mesma época em que iniciou a redução de taxas, o Santander lançou um serviço que permite aos clientes fazer de forma eletrônica, no internet banking ou no celular, todo o processo de contratação de crédito imobiliário.

"A procura quadruplicou desde então", diz Ianelli. A estratégia levou o Santander à primeira colocação do ranking de financiamento à compra de imóveis. O banco está perto do objetivo de originar cerca de R$ 1 bilhão por mês em crédito imobiliário para pessoa física, disse o presidente da instituição, Sergio Rial, em entrevista na semana passada. O Bradesco já tem aprovação de crédito por internet ou celulares e vai oferecer a contratação completa no segundo semestre, afirma Diniz.

Segundo ele, de 5 mil cotações recebidas pelo banco a cada mês, hoje 10% são digitais, mas essa fatia é crescente. No Itaú, é possível fazer até a emissão do contrato pelo internet banking. Os clientes conseguem simular o financiamento por meio dos aparelhos móveis. "Estamos trabalhando no aplicativo", afirma Cristiane Magalhães, diretora da instituição.

Embora esteja mais comedido na digitalização e nos cortes de taxas, o Itaú aumentou seu apetite por crédito imobiliário ao subir de 75% para 82% o volume financiável de uma operação. O Bradesco se manteve em 80%. A Caixa, que chegou a recuar para 50% o limite de cota de financiamento do imóvel usado, elevou o patamar para 70% no mês passado. Na ocasião, o novo presidente da instituição, Nelson de Souza, disse que as medidas contribuem para estimular o mercado imobiliário.

Procurado, o banco não concedeu entrevista. Os bancos admitem que a recuperação da Caixa desafia a posição recémconquistada por eles, mas dizem que vão manter o reforço na concorrência. "A gente subiu de degrau. A luta agora é para segurar essa posição", afirma Diniz, do Bradesco.

 

Cenário externo explica 70% da depreciação do real, diz GO

O mercado brasileiro de câmbio não deve se livrar tão cedo das preocupações com o exterior. Após a disparada global do dólar em abril e no primeiro dia de maio, investidores tem novos motivos para assumir uma posição mais cautelosa, a começar hoje pela decisão de política monetária do Federal Reserve. Não é desta vez que o banco central americano deve voltar a elevar juros. No entanto, prevalece o risco de que, em seu comunicado, o Fed adote uma linguagem mais dura para garantir que a inflação seja mantida sob controle no futuro.

Para os profissionais de mercado, a política expansionista do governo americano, além da alta das commodities, pode ser motivo para apostar em taxas mais altas por lá. Essa perspectiva já tem sido motivo suficiente para manter a alta do dólar nas principais praças internacionais. O Dollar Index, que acompanha o desempenho da moeda contra divisas de economias desenvolvidas, subiu 2,07% em abril.

O salto foi o mais acentuado desde novembro de 2016 (3,11%), quando o mercado digeria a eleição do presidente Donald Trump e seus planos de estímulo econômico. Ontem, o indicador teve nova alta, de 0,68%. E o mercado brasileiro - assim como os emergentes, em geral - não escapa dessa estatística. O dólar avançou para R$ 3,5026 na última sessão de abril. A alta de 6,03% no mês também foi a mais acentuada nesses 18 meses.

Entre as principais divisas globais, a moeda brasileira só não se desvalorizou mais que o rublo russo, que perdeu 9,29% para o dólar. Para os próximos meses, a expectativa de alguns especialistas é que o dólar no Brasil siga rodando numa faixa ainda elevada. Um estudo da GO Associados conclui que 70% da depreciação do real brasileiro neste ano se deve à piora das condições lá fora, tanto pelas preocupações com inflação americana quanto pela queda do preço do minério de ferro.

"Dado que o cenário externo parece ainda desafiador, a tendência é que o dólar siga acima dos R$ 3,40 nos próximos meses", afirma o economista Luiz Fernando Castelli, que assina a análise. Já as incertezas da cena política no Brasil respondem por 30%, ainda conforme o estudo. O desempenho inferior do real em relação a outras moedas ocorreu em um momento bastante específico, entre os dias 6 e 16 de abril, período marcado pela prisão do ex-presidente Lula até a divulgação da última pesquisa presidencial do Datafolha.

Nesse período, diz Castelli, a sensação foi que o risco político cresceu, dado que o cenário eleitoral está cada vez mais incerto e as chamadas candidaturas reformistas não conseguem decolar. De fato, as incertezas com o quadro eleitoral vieram à tona nas últimas semanas.

Enquanto os candidatos mais alinhados à agenda de reformas patinam nas pesquisas, nomes menos tradicionais - os chamados "outsiders" - ganham projeção na corrida presidencial. Uma das principais dúvidas é a capacidade do futuro presidente, seja quem for, levar adiante o ajuste fiscal.

Agentes financeiros veem com bons olhos alguns nomes que encabeçariam as equipes econômicas, mas ainda questionam o poder de articulação com o Congresso. "Um ministro da Fazenda sozinho não faz um governo, nem uma pauta econômica. É preciso ter nomes que saibam lidar com os parlamentares, e ninguém ainda demonstrou ter esse controle", diz um economista.

 

Economistas estimam inflação mais alta em 2019, aponta Focus

Os economistas do mercado consultados para a pesquisa semanal Focus, do Banco Central, aumentaram pela quinta semana consecutiva a mediana das projeções para a inflação oficial nos próximos 12 meses, agora para 4,08%, de 4,06% na semana passada e 3,95% quatro semanas atrás. Para 2019, a mediana das estimativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) também subiu, de 4% para 4,03%.

Quatro semanas atrás, o indicador de inflação para esse prazo estava em 4,08%. Para 2018, o ponto-médio das expectativas permaneceu em 3,49%. Entre os economistas que mais acertam as previsões, os chamados Top 5, de médio prazo, as apostas ficaram no mesmo nível da semana anterior: 3,56% para 2018 e 4% para 2019.

Também não sofreram alterações em relação à última semana: as medianas das expectativas para a taxa básica de juros, Selic, mantidas em 6,25% para o fim de 2018 e 8% para o de 2019 entre os economistas em geral, e em 6,25% para este ano e 7,50% para o próximo entre os Top 5. Igualmente, as medianas das estimativas para o crescimento da economia mantiveram-se em 2,75% para 2018 e 3% para 2019.

 

FOLHA DE SÃO PAULO

Próximo presidente terá o pior caixa desde 1997

Com o teto de gastos, o próximo presidente da República terá no seu primeiro ano de mandato a menor margem para despesas em relação ao PIB (Produto Interno Bruto) desde 1997, quando começa a série histórica oficial.

As despesas não obrigatórias, formadas principalmente por investimentos e gastos com custeio da máquina pública, representarão 3,09% da atividade econômica no próximo ano, segundo projeção do PLDO (Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias).

De acordo com os dados disponíveis do Tesouro Nacional, em 1999, primeiro ano do segundo governo Fernando Henrique Cardoso, essa margem era de 3,7% do PIB.

Luiz Inácio Lula da Silva iniciou seus mandatos em 2003 e 2007 com 3,1% e 3,6%, respectivamente; Dilma Rousseff teve à disposição 4,1%, em 2011, e 4,2%, em 2015.

Do total de R$ 233,4 bilhões de gastos sobre os quais o governo terá algum nível de controle apenas em 2019, R$ 98,4 bilhões são de despesas totalmente livres de obrigação.

É um valor R$ 15,6 bilhões menor do que o disponível em 2017, quando as restrições orçamentárias provocaram demissões de terceirizados, corte de bolsas de estudo em universidades e até a paralisação de serviços, como emissão de passaportes pela Polícia Federal.

"Esse cenário é praticamente insustentável", afirma Fabio Klein, economista especializado em contas públicas da consultoria Tendências.

"Fica claro que a capacidade de cortar gastos de forma substantiva é cada vez menor", avalia.

A questão é preocupante, como explica Manoel Pires, economista da FGV (Fundação Getulio Vargas) e secretário de Política Econômica no governo Dilma.

Para Pires, não é porque a despesa não é obrigatória que é irrelevante. "Há vários gastos que não são facilmente comprimíveis. As despesas com o serviço de controle do espaço aéreo é um deles", afirma.

Outro caso delicado são os gastos com manutenção de estradas e obras em andamento. No ano passado, as despesas do governo com essa rubrica foram de R$ 47,5 bilhões, o menor valor desde 2010.

"Quando se investe pouco por muito tempo, as estradas vão ficando depreciadas. Em 2004 e 2005, após anos de baixo investimento, os acidentes dispararam", lembra Pires.

Para 2019, a programação orçamentária está apertada por causa do teto de gastos, medida que foi aprovada em 2016, por meio de PEC (proposta de emenda à Constituição) e que limita o aumento das despesas à variação da inflação do ano anterior.

O mecanismo foi pensado em conjunto com a reforma da Previdência, que o governo não conseguiu aprovar no Congresso.

As despesas com pagamento de aposentadorias aumentam expressivamente a cada ano.

Segundo maior gasto obrigatório do Orçamento, as despesas com pessoal também são crescentes e ajudam a pressionar, cada vez mais, investimentos e despesas com custeio do governo federal.

Mesmo uma reforma da Previdência aprovada logo no início do mandato do próximo presidente não solucionará o cenário para 2019, uma vez que no primeiro ano de vigência a economia seria pequena: cerca de R$ 5 bilhões, caso as mudanças fossem similares às que o governo Temer tentou implementar.

Uma alternativa, segundo especialistas, seria deixar estourar o teto e arcar com as proibições que entram em vigor se isso ocorrer.

Ficam vedados, por exemplo, reajustes salariais e aumentos nas despesas obrigatórias acima da inflação.

Em último caso, pode ficar configurado crime de responsabilidade do presidente, abrindo espaço para um pedido de impeachment.

"No limite, o governo pode fazer essa escolha. Mas isso significa uma percepção de mercado muito ruim, afetando preços de ativos, sem falar na entrada em vigor dos gatilhos do teto", diz Klein.

Outra opção seria revogar a regra, o que precisaria ser feito por meio de outra PEC, com necessidade de aprovação de três quintos do Congresso Nacional, em dois turnos.

SEM CONTROLE DE GASTOS OBRIGATÓRIOS, LIMITE CAI A R$ 52,4 BI EM 2021

Sem mudanças, a situação de investimentos comprimidos pelo aumento das despesas com a Previdência e com pessoal vai piorar ainda mais com o passar dos anos.

A equipe econômica projeta que esses quase R$ 100 bilhões de despesas livres se reduzirão a R$ 81,4 bilhões em 2020 e a R$ 52,4 bilhões em 2021.

Ninguém governa com um Orçamento tão engessado, dizem especialistas.

Somente com água, energia, telefone e aluguel de imóveis, ou seja, com o simples funcionamento da máquina pública, o governo gastou R$ 35 bilhões no ano passado.

Em outras palavras, alguma medida terá de ser tomada pelo próximo presidente.

A mais provável é a volta de um projeto de reforma da Previdência para conter o déficit das contas.

"No primeiro ano, a popularidade do presidente tende a estar maior. Ele tende a ter mais força para aprovar medidas", afirma Klein.

 

O ESTADO DE SÃO PAULO

Bradesco fecha contrato com braço da Brasil Brokers em crédito imobiliário

O Bradesco e a CrediMorar, braço do grupo Brasil Brokers, assinaram um novo contrato, com validade de três anos, para a prestação de serviços de intermediação de crédito imobiliário. No ano passado, o volume de financiamentos registrado pela empresa mais que dobrou ante 2016. A expectativa é de que a continuidade da parceria com o Bradesco proporcione um crescimento ainda mais significativo para a empresa, que já representa 12% do total de volume de crédito habitacional originado pelo banco.

 

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