Terça-feira

VALOR ECONÔMICO
 
Aumento da tensão entre EUA e China provoca queda nos mercados globais 
 
Os mercados acionários internacionais reagem nesta terça-feira ao aumento das tensões comerciais entre Estados Unidos e China, especialmente depois de o presidente americano, Donald Trump, elevar a disputa com Pequim ameaçando taxar mais bens chineses. Na Ásia, o Nikkei 225, de Tóquio, caiu 1,77%, aos 22.278,48 pontos. O Xangai Composto, de Xangai, recuou 3,78%, somando 2.907,82 pontos. 
O Hang Seng, de Hong Kong, cedeu 2,78% enquanto o Kospi, de Seul, declinou 1,52%, ficando em 2.340,11 pontos. Na Europa, o DAX, de Frankfurt, e o CAC-40, de Paris, operavam com perdas acima de 1% nesta manhã. Também estavam no campo negativo o FTSE-100, de Londres, o FTSE MIB, de Milão, e o IBEX 35, de Madri. 
O Stoxx 600 cedia quase 0,80%. Ao representante comercial dos Estados Unidos, Robert Lighthizer, Trump pediu para preparar novas tarifas sobre US$ 200 bilhões em importações da China, aprofundando a disputa que tanto empresas como investidores temem afetar o comércio global e o crescimento econômico. 
As tarifas, que podem ser de 10%, representam a última rodada de medidas punitivas em um tensão crescente sobre os desequilíbrios comerciais entre Estados Unidos e China. Recentemente, Trump ordeu tarifar sobre US$ 50 bilhões em bens chineses em retaliação sobre roubo de propriedade intelectual. A China respondeu na mesma proporção. "Aparentemente, a China não tem intenção de mudar suas práticas injustas relacionadas à aquisição de propriedade intelectual e tecnologia americanas", afirmou Trump em comunicado divulgado na segunda-feira. 
"Em vez de mudar essas práticas, agora ameaça as companhias, trabalhadores e agricultores dos Estados Unidos que não fizeram nada de errado", complementou. O presidente americano acrescentou que "as tarifas vão ser implementadas se a China se recusar a mudar suas práticas e se for adiante com as novas taxas anunciadas recentemente". 
Nesta terça-feira, o Ministério do Comércio da China criticou a última ameaça de taxação dos Estados Unidos, dizendo que é um "ato de extrema pressão e chantagem que desvia do consenso alcançado por ambos países após muitas negociações e é uma decepção para a comunidade internacional". "Se os Estados Unidos se tornarem irracionais e taxar a lista de produtos chineses, a China não terá escolha a não ser adotar fortes contrapartidas de mesmo volume e qualidade", apontou o ministério chinês em comunicado. Trump disse, por sua vez, que se a China responder à nova rodada de tarifas, terá que reagir "buscando tarifas adicionais sobre outros US$ 200 bilhões em bens".
Não está claro de imediato quando as novas tarifas podem ser implementadas uma vez que o Departamento de Comércio americano ainda tem de identificar os produtos chineses que podem ser penalizados ou sofrerem revisão. A primeira rodada de penalidades anunciados pelos EUA e pela China deve ser efetivada em 6 de julho. As sanções relacionadas à propriedade intelectual são as últimas de uma série de medidas protecionistas apresentadas por Trump nos meses recentes, que incluem taxas sobre o aço e o alumínio importados para os EUA, além de uma retórica mais dura nas negociações comerciais de Washington para Pequim.
 
 
Dólar fecha em alta de olho em exterior e Copom 
 
Faltando duas sessões para a decisão de juros no Brasil, o mercado brasileiro de moedas não conseguiu escapar da pressão externa e ainda aponta para os desafios que o Banco Central têm pela frente. Ainda assim, com as constantes intervenções da autarquia no câmbio, o real já mostra um comportamento um pouco mais ameno e alinhado aos demais emergentes. Nesta segunda-feira, o dólar fechou em alta de 0,29%, a R$ 3,7398, com alguma distância para a máxima no dia, de R$ 3,7647. 
A despeito do avanço da divisa americana, a moeda brasileira teve um desempenho mais favorável que outros pares a exemplo do peso colombiano e o rublo russo. Os riscos em torno de uma guerra comercial entre Estados Unido e China já desenham um pano de fundo mais adverso para ativos de risco. 
O aumento do protecionismo das duas maiores economias do mundo aumenta preocupações sobre o crescimento global num momento que alguns dos principais bancos centrais reduzem a liquidez, trazendo uma perspectiva mais dura para emergentes. 
Por aqui, o mercado também acaba sofrendo pelas fragilidades de uma cena política e fiscal não resolvida. Por causa dos riscos à frente, o banco Fibra não descarta uma elevação da taxa Selic ainda em 2018. A condição, entretanto, é uma depreciação cambial ou algum outro tipo de choque que seja “forte o suficiente para afetar as expectativas para a inflação no horizonte relevante da política monetária”. 
“Acreditamos que o Copom poderá endurecer moderadamente seu discurso não descartando a possibilidade de elevação da taxa de juros ainda em 2018, se as expectativas para a inflação forem impactadas pela depreciação cambial”, dizem os especialistas do Fibra. 
Diante das incertezas no radar, o Banco Central iniciou hoje a nova etapa de seu programa de swaps cambiais com a venda de 20 mil contratos novos, equivalentes a US$ 1 bilhão. Para esta semana, o BC estima oferecer cerca de US$ 10 bilhões em contratos de swaps, depois de vender US$ 24,5 bilhões entre 8 e 15 de junho. O montante poderá ser ajustado para cima ou para baixo, dependendo das condições de mercado, informou a autoridade monetária na última quinta-feira.
 
 
Apostas em estabilidade da Selic ganham força no mercado 
 
As apostas no mercado de juros começam a convergir para um cenário em que uma alta da taxa Selic não deve vir, pelo menos, na decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) desta quarta-feira. 
As taxas futuras da B3 indicam 59% de chances de estabilidade do juro básico, a 6,50% ao ano, algo que parecia distante há algumas semanas quando se debateu, inclusive, um brusco aperto monetário. 
Boa parte do alívio é atribuída ao comportamento do dólar que se afastou do patamar de R$ 4 sob as contínuas intervenções do Banco Central. Foram injetados US$ 39,6 bilhões em contratos de swap cambial no mercado desde meados de maio, mais que dobrando o estoque do derivativo, para US$ 63,4 bilhões. 
E nesta semana, a estimativa do BC é ofertar um total de US$ 10 bilhões nessas operações, que têm efeito similar à venda de dólar no mercado futuro. Para o estrategista-chefe do banco Mizuho, Luciano Rostagno, o BC tem conseguido, mesmo que temporariamente, eliminar o movimento especulativo no câmbio. 
"A incerteza deve manter o dólar com tendência de alta, mas num ritmo bem mais gradual por causa da atuação do BC." Ontem, a divisa americana fechou em leve ganho de 0,29%, a R$ 3,7398. O avanço, entretanto, não é mais intenso do que se viu em outros mercados emergentes. E sem uma grande pressão vinda do câmbio, os juros futuros encontraram espaço para queda em quase todos os vencimentos. 
A taxa do contrato de juros DI para janeiro de 2019, que tem prazo mais curto, teve baixa de 14,5 pontos-base a 7,155%. "Se a volatilidade continuar controlada, o mercado vai ver que não terá no curtíssimo prazo motivo para uma ação emergencial do BC na taxa de juros. Até sexta-feira víamos um processo de deterioração mais forte do cenário, mas agora observamos um alívio", explica João Fernandes, economista da Quantitas.
Essa trégua, inclusive, abre oportunidades para aplicações no mercado. O Itaú estava fora das taxas brasileiras desde abril de 2018 por causa do aumento dos riscos locais e globais. "Agora, nós acreditamos que há uma oportunidade no início da curva porque o mercado precificou um ciclo de aperto [monetário], e o nosso cenário base é que o BC manterá a taxa de juros estável em 6,50% até o final deste ano", afirma a equipe do banco brasileiro. 
A expectativa de 44 dos 45 economistas ouvidos pelo Valor é de manutenção da Selic em 6,5%, sendo que a maioria (40) não espera nenhuma mudança em 2018. O risco para um prazo um pouco mais longo, entretanto, ainda não foi apaziguado entre os investidores. As taxas dos DIs projetam aperto total de 2 pontos percentuais até o fim do ano.
O mercado acaba sofrendo pelas fragilidades de uma cena política e fiscal não resolvida. Tanto é que os ativos têm revelado elevada sensibilidade a relatos vindos de Brasília, o que pode se agravar com as futuras pesquisas de intenção de votos e a proximidade com a eleição. Por causa dos riscos à frente, o banco Fibra não descarta uma elevação da taxa Selic ainda em 2018. 
A condição, entretanto, é uma depreciação cambial ou algum outro tipo de choque que seja forte o suficiente para afetar as expectativas para a inflação no horizonte relevante da política monetária do Banco Central. "Acreditamos que o Copom poderá endurecer moderadamente seu discurso não descartando a possibilidade de elevação da taxa de juros ainda em 2018", dizem os especialistas da casa.
 
 
FOLHA DE SÃO PAULO
 
Crédito para casa própria cresce neste ano no Brasil, diz Moody's
 
O financiamento imobiliário residencial deve ganhar força no Brasil nos próximos 12 a 18 meses, com um declínio gradual da inadimplência nas faixas de atraso iniciais e a classe média lentamente retornando a uma situação financeira mais sólida após a recessão econômica dos últimos anos. Incertezas políticas, no entanto, são um entrave. 
A avaliação é da agência de classificação de risco Moody’s em relatório divulgado nesta segunda-feira (18) sobre financiamento imobiliário em países emergentes (Brasil, México, Rússia, Turquia e África do Sul).
"O crescimento da classe média e da urbanização impulsionará a expansão do mercado de financiamento imobiliário nos principais mercados emergentes”, afirmou Antonio Tena, vice-presidente e analista sênior da Moody's.
No Brasil, os financiamentos imobiliários com recursos do SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) totalizaram R$ 4,11 bilhões em abril, aumento de 8,1% em relação a março e avanço 31,2% na comparação com igual mês do ano passado, de acordo com a Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança). No acumulado em 12 meses, porém, o montante financiado de R$ 45,25 bilhões ainda mostra pequeno recuo, de 0,3%, em relação aos 12 meses anteriores.  
Segundo a Moody's, o mercado brasileiro de crédito imobiliário residencial se expandiu substancialmente nos últimos dez anos impulsionado pelo crescimento da classe média, baixas taxas de desemprego e maior renda disponível.
O relatório observa que, hoje, o desemprego brasileiro está em níveis altos, mas pondera que ele caiu para 12,2% em janeiro de 2018, de 13,7% em março de 2017.
"Ao mesmo tempo, os ganhos reais das famílias vêm crescendo desde junho de 2017 devido à recuperação econômica e à inflação em mínimas históricas", diz a Moody's. 
O estudo destaca também que vários mercados de habitação estão experimentando uma forte apreciação do preço dos imóveis, atribuída à alta inflação, mas o Brasil é a exceção, "dada a recente recessão em 2015 e 2016 e a subsequente deflação dos preços da habitação."
Pesquisa Focus, do Banco Central, publicada também nesta segunda mostra que economistas veem inflação de 3,88% em 2018 e de 4,1% em 2019.
Segundo a Moody's, outro recorde de baixa, dessa vez das taxas de juros em 2017, permitiram que bancos renegociassem condições com tomadores de crédito, um quadro que deve continuar apoiando o desempenho do financiamento imobiliário. 
Apesar da escalada do dólar ante o real nas últimas semanas, o mercado não alterou a visão de que a taxa básica de juros, a Selic, será mantida na atual mínima histórica de 6,5% ao ano após a reunião desta quarta (20) do Copom (Comitê de Política Monetária) e também até o fim do ano. A valorização da moeda americana, no entanto, pode elevar as taxas de juros futuros —referência para o financiamento imobiliário, em que são assumidos compromissos de longo prazo. 
Fatores demográficos também beneficiariam o crédito imobiliário no Brasil.
Segundo a agência, a taxa bruta de matrícula no ensino superior —um indicador das expectativas para o crescimento da classe média— mostra uma melhora clara em quase todos os países, especialmente na Turquia e no Brasil.
Um número maior de famílias na classe média teria mais acesso a crédito bancário para garantir os financiamentos de imóveis residenciais, aponta a agência. Na avaliação da Moody's, muitas das pessoas que chegam à classe média têm acesso ao financiamento imobiliário pela primeira vez na vida.
"O Brasil ainda tem um déficit habitacional significativo de cerca de seis milhões de moradias, com a maioria da população vivendo em áreas urbanas. Para essas famílias, um financiamento representa a oportunidade de adquirir uma residência potencialmente por toda a vida, um incentivo para os mutuários se manterem em dia com seus pagamentos", diz o relatório. 
Pesquisa da Fundação João Pinheiro mostrou que o gasto excessivo com aluguel (acima de 30% do orçamento familiar) é o fator que mais pressiona o atual déficit habitacional no Brasil.
A Moody's diz ainda que a Turquia e, em menor medida, o Brasil estão mostrando uma taxa de aceleração rápida no número de autorizações de habitação, "um indicador prospectivo de uma oferta crescente de imóveis residenciais."
O avanço do crédito imobiliário brasileiro esbarra na concessão de empréstimo à construção e na recuperação do setor. Enquanto o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil cresceu 0,4% no primeiro trimestre, a construção civil recuou 0,6%.
O saldo de crédito para financiamento imobiliário a pessoas jurídicas com recursos direcionados caiu de R$ 38,6 bilhões em abril de 2017 para R$ 32,5 bilhões, segundo o BC.
Enquanto isso, o saldo para pessoas físicas passou de R$ 478,4 bilhões em abril de 2017 para R$ 510,4 bilhões em abril deste ano. E a taxas médias de juros recuou, de 13,7% para 10,8%.
A Moody's espera um crescimento do PIB brasileiro de 2,5% para 2018 e de 2,7% em 2019, "um nível significativo de expansão diante da magnitude da última recessão econômica", disse —e acima da projeção do Focus para 2018, de 1,76%.
O relatória da agência acrescenta, no entanto, que ainda há incertezas políticas precedendo as eleições de outubro.
"Embora exista um alto grau de consenso entre os líderes políticos de que a reforma previdenciária é necessária para salvaguardar a sustentabilidade fiscal, implementá-la poderia paralisar o crescimento econômico e o ritmo da recuperação financeira dentro da classe média", afirma a Moody's, acrescentanto que poderiam ser observadas ainda desaceleração no ritmo de investimentos corporativos e na criação de novos empregos.
Entre profissionais do setor de crédito imobiliário, o entendimento é de que a aprovação de tais reformas levaria a uma queda nas taxas de juros futuros e, consequentemente, a uma redução nos juros cobrados aos consumidores.

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