Segunda-feira

VALOR ECONÔMICO

Mercado revê PIB para baixo pela 8ª semana e espera inflação maior

A mediana das projeções do mercado para o crescimento da economia em 2018 caiu pela oitava semana consecutiva, de 1,76% para 1,55%, segundo a pesquisa semanal Focus, do Banco Central (BC), divulgada nesta segunda-feira. Em seu auge no ano, no fim de fevereiro, o ponto médio do sistema de expectativas era de uma expansão de 2,92% no Produto Interno Bruto (PIB) neste ano.

Para 2019, a estimativa também sofreu recuo, no caso o terceiro consecutivo, para 2,60% de crescimento. No dia 30 de maio, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a economia brasileira cresceu 0,4% no primeiro trimestre de 2018, em relação aos três meses antecedentes.

Embora o número tenha vindo pouco acima das estimativas do mercado — os economistas consultados pelo Valor Data, por exemplo, tinham uma expectativa média de um crescimento de 0,3% —, a diferença parece ser insuficiente para compensar as prováveis perdas provocadas pelos mais de dez dias de paralisação dos caminhoneiros no PIB do segundo trimestre.

Isso, somado à desaceleração do investimento e ao fraco desempenho da indústria e dos serviços no começo do ano, vem provocando a revisão para baixo por parte de diversas casas de análise e instituições financeiras em suas projeções para o PIB brasileiro de uma faixa de 0,8% para próximo de zero no segundo trimestre e de mais de 2% para cerca de 1,5% em 2018 como um todo.

No caso da inflação, a mediana das projeções dos economistas do mercado passou de 3,88% para 4% em 2018. Foi a sexta elevação consecutiva. Para os próximos 12 meses, a previsão para a alta do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) saiu de 4,39% para 4,22%. Com relação a 2019, a estimativa se manteve em 4,10%. Entre os economistas que mais acertam as previsões, os chamados Top 5, de médio prazo, a mediana para a inflação de 2018 subiu de 3,83% para 3,84% e se manteve em 4% para 2019.

As estimativas para a taxa básica de juros, Selic, não sofreram alterações: ficaram em 6,50% para o fim de 2018 e 8% no encerramento de 2019 tanto entre os economistas em geral quanto entre os Top 5 de médio prazo. Câmbio Os economistas do mercado decidiram elevar suas apostas para o dólar no fim de 2018, de R$ 3,63 para R$ 3,65, segundo a mediana das estimativas. Para 2019, a projeção seguiu em R$ 3,60. Entre os economistas Top 5, de médio prazo, as apostas permaneceram em dólar a R$ 3,50 no fim de 2018 e em R$ 3,63 em dezembro de 2019.

 

Era do juro longo para baixo chega ao fim

O "bull market" secular - mercado fortemente comprador - que derrubou os juros dos Treasuries de mais de 15% ao ano no começo da década de 1980, na sequência da segunda crise do petróleo, para menos de 1,4% em 2016 tem tudo para ter chegado ao fim. As explicações variam, e alguns analistas até divergem da tese. Mas o fato é que o mercado de bônus americanos tem à frente muito mais motivos para aumento dos "yields" [taxas de rendimento] do que o contrário.

A consequência disso é um aperto das condições financeiras no mundo, que já está em curso e, mesmo em fase inicial, tem causado estragos em mercados emergentes e impulsionado o dólar de forma generalizada. Autoridades de bancos centrais têm se manifestado sobre os riscos desse novo cenário aos emergentes. Urjit Patel, presidente do BC da Índia, chegou a falar recentemente em "crise" de financiamento em dólares. "O financiamento em dólares evaporou", disse ele em artigo publicado neste mês pelo "Financial Times".

O recente aumento das tensões comerciais entre China e EUA até voltou a fortalecer a demanda por Treasuries, levando os "yields" a deixar os picos dos últimos meses. Ainda assim, o rendimento do papel de dez anos está em torno de 3% ao ano. Entre o fim de janeiro e começo de fevereiro, a simples aproximação desse patamar deflagrou uma onda de vendas nos mercados globais, que afastou Wall Street dos recordes históricos e deu início à correção de baixa em moedas emergentes.

Uma das razões para se esperar que as taxas dos Treasuries pelo menos não voltem às mínimas históricas de dois anos atrás passa pelo próprio crescimento econômico dos EUA. O atual ciclo dura quase nove anos e é o segundo mais longo já registrado. A economia tem se expandido a um ritmo de mais de 2% em termos anualizados, taxa nada desprezível quando se considera um Produto Interno Bruto (PIB) do tamanho de US$ 20 trilhões.

A atividade mais forte tem reduzido a taxa de desemprego para mínima em mais de uma década, movimento que, para o presidente do Federal Reserve (Fed, BC americano), Jerome Powell, vai redundar em salários mais elevados, dando impulso à inflação. Com preços mais altos, o Fed tem caminho livre para seguir elevando os juros, ainda que de forma gradual.

"O cenário de 'yields' mais altos se impõe quando o crescimento é robusto o suficiente para levar a economia a lidar bem com juro básico mais elevado", afirma Hans Redeker, estrategista do Morgan Stanley. O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que o PIB dos EUA crescerá 2,9% neste ano. A esse ritmo, a expansão da economia se igualaria à de 2015 e ficaria abaixo apenas da taxa de 3,3% vista em 2005.

 

PIB perde força, mas deve ser positivo no 2º tri, diz FGV

A greve dos caminhoneiros tirou força de uma economia que já vinha perdendo ritmo, mas apesar do tombo de maio, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro ainda deve ser positivo no segundo trimestre, afirma a economista Silvia Matos, coordenadora do Boletim Macro, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV). "A economia brasileira continua sobrevivendo aos choques", diz.

O Ibre ainda espera mais dados, mas vê o produto crescendo entre 0,3% e 0,4%, de uma projeção atual de 0,7% sobre o primeiro trimestre, feito o ajuste sazonal. Há quem aposte em retração. "Estamos no grupo dos mais positivos", diz Silvia.

O motivo seriam os indicadores econômicos de abril, que foram muito bons, e uma reversão da queda de maio em junho, especialmente na indústria. "As perdas devem ser revertidas na mesma medida. A prévia da sondagem [da indústria em junho] foi relevante para essa percepção", diz Silvia, que estima queda de 9% na produção industrial do mês passado, ante abril, feito o ajuste sazonal.

Outro motivo que mitiga o pessimismo é a previsão do varejo ampliado em maio, que de queda de 5% passou para recuo de 3% após a divulgação do índice Cielo, que subiu 3% sobre o mesmo período de 2017, descontada a inflação, apesar da greve. Em termos nominais o crescimento foi de 4,6%.

Segundo a Cielo, o varejo iniciou muito bem o mês, o que compensou a queda no final do período. "Os dados indicam que maio foi ruim, mas não um desastre. Abril foi muito bom e deve haver reversão em junho, então podemos ter um PIB fraco, mas positivo. Mas poderia ser melhor". Silvia espera mais dados de junho para calibrar melhor as projeções do trimestre e do ano, cuja previsão caiu de 2,3% para 1,9%, taxa também com viés de baixa. Um dos componentes do PIB que já andava mal antes da greve e deve continuar assim é o investimento.

O Ibre-FGV tinha uma visão conservadora, de crescimento de 5% no ano, e agora a projeção passou a 4%, com viés de baixa. Para o segundo trimestre, a previsão é de queda de 1,5%. "A incerteza eleitoral, o câmbio desvalorizado, a curva de juro longo em alta, mesmo antes da greve, afeta muito esse setor", afirma.

Não apenas a greve dos caminhoneiros freou as expectativas, mas a grande incerteza quanto à agenda fiscal dos candidatos mais bem colocados nas pesquisas tiram o ímpeto de investimento do setor privado. "Acho que o mercado, principalmente, antecipou o mau humor com os candidatos que estão na frente", diz a economista. É este cenário interno que tem afetado o câmbio, por exemplo, diz.

A nova edição do Boletim Macro aponta para o risco uma crise de confiança, com um aumento ainda maior do custo de financiamento do setor público, o que tornaria a dívida insustentável. Sem medidas para afastar esse risco, o ajuste seria feito via inflação. Para Silvia, o mercado anteciparia esse momento, o que obrigaria o Congresso a tomar posições que veio adiando até agora. "Isso a sociedade não tolera mais, levaria a uma perda de popularidade. O Congresso é conservador e tomaria posições" para evitar uma situação-limite como essa, acredita Silvia. "A gente gosta de flertar com o abismo, mas o Congresso é suscetível à economia".

No front externo, o Ibre não vê um cenário mais adverso do que o atual. No boletim, o economista José Júlio Senna avalia que o cenário internacional não deve evoluir para um quadro de inflação e juros mais altos, que seria pior para os emergentes. Nos EUA, as expectativas de inflação bem comportadas e a redução do poder de barganha dos trabalhadores podem amenizar o impulso fiscal dos próximos anos. "Mas estamos num período turbulento por causa da guerra comercial que é ruim para todos. De qualquer forma, não se pode ficar à espera de uma melhora no cenário externo para resolver nossos próprios problemas", diz Silvia Matos.

 

Desigualdade cresce e país busca 'salvador da pátria', diz Neri

A alta polarização política, o aumento da desigualdade social e o abandono de reformas fundamentais delineiam um quadro de "incerteza máxima e gravidade", sobre o qual, segundo o economista Marcelo Neri, diretor do FGV Social, não há uma percepção geral clara da real extensão. "Quando a sociedade se divide entre vencedores e perdedores, quem vence leva tudo. E para o outro lado, sobra pouco.

O ideal seria que todos cedessem em algo", alerta o economista, ao se referir ao atual jogo de forças, em que as pessoas, acompanhando lideranças políticas, se posicionam entre quem está à direita e à esquerda, fragmentando interesses sociais. Para ele, o brasileiro, em maioria, está confuso e compreende pouco a importância das mudanças imperativas. Entre as quais, reformas que garantirão o equilíbrio da economia, como a da Previdência: "Muitos estão à espera de um salvador da pátria".

A frustração com essa expectativa, no entanto, pode ser o próximo capítulo, já que os recursos financeiros disponíveis ao Estado estão escassos. Neste cenário, medidas populistas ficam limitadas por um lado, ganhos sociais alcançados são cada vez mais ameaçados, e medidas meramente paliativas, como a liberação recente dos saques do PIS/Pasep, não produzirão efeitos significativos para a atividade econômica, na visão do especialista.

Um dos principais estudiosos do fenômeno da ascensão das classes D e E para a classe C no período de bonança econômica que antecedeu a pior recessão já enfrentada pelo país, entre 2014 e 2018, Neri vê com desânimo a desintegração de conquistas que haviam sido feitas. "A desigualdade no Brasil aumentou muito, e entre 2015 e 2016, ainda há um elo perdido, porque o IBGE mudou a metodologia da Pnad. São dois mundos diferentes. É preciso entender que, ao cuidar dos pobres, você faz bem aos pobres, mas também à economia".

Neri deixa claro que não defende medidas populistas, mas tampouco esconde estar pessimista com o momento. "Estamos perdendo algo". "Em anos eleitorais, é fato que a economia anda mais por meio de medidas oportunistas. Desde 1982, é assim. É um ciclo político. Historicamente, a renda cresce em anos eleitorais e cai nos anos pós-eleitorais".

Para ilustrar, Neri aponta acompanhamento que faz: de oito anos eleitorais dos quais dispõe-se hoje de dados comparáveis, houve aumento de renda em todos os oito anos de pleitos. Para anos pós-eleitorais, a renda caiu em sete de oito anos eleitorais.

Ao mesmo tempo, as restrições fiscais tendem a delinear um ano eleitoral também mais atípico, embora já se vejam tentativas de uso dos poucos mecanismos ainda disponíveis, como o próprio pacote das medidas após greve dos caminhoneiros e a recente liberação dos saques do PIS/Pasep, que, lembra ele, é uma ação pontual, sem alcance de políticas públicas mais consistente.

O economista observa que, diferentemente da decisão sobre o PIS, o pacote do diesel é uma medida perene e que deixa um passivo insustentável nos sentidos social, econômico e ambiental, já que subsidia um combustível poluente. "Nem beneficiará os pobres, nem é ambientalmente correto. É quase tão ruim quanto reduzir o IPI de automóveis no meio da crise", critica.

Quanto à liberação do PIS/Pasep, o diretor do FGV Social acha que a medida não produzirá grande diferença na expansão da atividade econômica. Ao se referir especificamente ao PIS - pago a trabalhadores formais da iniciativa privada que recebem até dois salários mínimos -, Neri explica que o efeito multiplicador no PIB dessa transferência social é menos abrangente, se comparado a um incremento do Bolsa Família.

Segundo ele, o impacto do PIS - destinado aos mais pobres - é maior que o efeito da liberação do FGTS, benefício que engloba trabalhadores celetistas de todas as faixas de renda. Mas a melhor forma de "fazer a economia girar", preconiza o especialista da FGV, seria mexer no Bolsa Família: "Com o abono, abre-se acesso com dinheiro que é do próprio trabalhador".

No ano passado, o governo usou o mesmo expediente para combater a crise e aquecer a economia. Entre as alterações que fez no FGTS, a Lei 13.446 permitiu o saque de contas inativas sem a carência de três anos exigida por lei, beneficiando quem pediu demissão até 31 de dezembro de 2015 ou que não conseguiu sacar os recursos da conta vinculada no caso de demissão por justa causa.

Um gráfico fornecido por Marcelo Neri mostra os impactos das transferências sociais por bases de distribuição distintas. Para cada real gasto pelo governo, o efeito multiplicador total sobre o PIB do FGTS adiciona R$ 0,39 ao PIB; do abono do PIS, R$ 1,06; e do Bolsa Família, R$ 1,78. "O reajuste do salário mínimo neste ano foi pequeno, algo que tem relação com o ano atípico, de aperto fiscal. Mas depois, em maio, o governo fez uma expansão do Bolsa Família", uma medida populista, recorda-se Neri.

Às vésperas do Dia do Trabalho, o presidente anunciou aumento das parcelas do programa, com ganho de 5,67% (acima da inflação acumulada de julho de 2016 a março de 2018 - 4,01%) para os beneficiários. Já o salário mínimo teve seu menor reajuste em 24 anos, uma alta de apenas 1,81% (abaixo do índice de 2017 - 2,95%), passando de R$ 937, em 2017, para R$ 954, neste ano. "Tivemos o ciclo do Bolsa Família, mas não do salário mínimo", demarca o economista.

"Na minha opinião, é uma solução (a liberação do PIS) intermediária e improvisada. A Reforma da Previdência, operação que é necessária e vai ser dura, tem efeito de longo prazo e não foi feita", pontua Neri, embora não se surpreenda com a decisão e classifique a medida do governo como típica de anos que precedem sucessão. Ele vê enormes esforços a serem feitos à frente, por exemplo para que as pessoas consigam entender que os problemas do sistema previdenciário são técnicos.

A preocupação encontra correspondência em pesquisa divulgada na semana passada pela Fenaprev sobre a Reforma da Previdência no ambiente pré-eleitoral. Pela sondagem encomendada ao Instituto Ipsos - feita em 72 municípios, em abril -, 43% dos brasileiros acham que a reestruturação da aposentadoria pública é necessária, embora 51% avaliem que o modelo é sustentável e 75% associem os problemas de equilíbrio do sistema à corrupção, uma das preocupações de Neri. "Não podemos subestimar o alto grau de confusão de pensamento", diz.

Outro ponto que merece atenção, segundo o economista, são ideias que surgem para suprimir conquistas do trabalhador, como a que cogitou o fim do próprio abono do PIS/Pasep, que teve sua continuidade ameaçada como forma de pressão do governo para aprovar a reforma da Previdência: "Temos que ir com cautela para não destruir coisas que prestam serviço ao trabalhador e ao país".

Ele concorda que o quadro pré-eleitoral se agravou pelas adversidades, embora mais pela má administração delas - a greve dos caminhoneiros é o mais grave. "Mas o que me preocupa, na verdade, é que algumas políticas são adotadas sem avaliação mais aprofundada dos impactos e sem estratégia", diz Neri, ao falar do acordo fechado pelo governo para dar fim à paralisação.

O economista ressalta três aspectos que, de forma não construtiva, norteiam esse futuro. "O primeiro é que o governo estabeleceu um teto (Emenda Constitucional 95, editada para conter a expansão dos gastos públicos), mas abandonou o barco e não fez as reformas. Essa foi a primeira derrota, porque aumentou muito o nível de incerteza. Depois, tem esse ciclo político, que, neste caso, deixará consequências graves no longo prazo.

Por fim, vem a atuação do Planalto, que se comprovou fraca ao tentar colocar fim à paralisação dos caminhoneiros", conclui. Para Neri, o atual ciclo político produzirá consequências com nível de complexidade maior ou menor, no sentido de haver ambiente para a governabilidade plena, a depender do que ocorra nas eleições.

 

FOLHA DE SÃO PAULO

Com turbulência, juros podem subir mesmo com Selic baixa

A recente turbulência econômica pode fazer com que os juros bancários voltem a subir antes de um aumento da taxa Selic, hoje em 6,5%. Há chances de essa alta ser freada, no entanto, pela menor demanda por crédito caso ele fique mais caro.

São três os fatores que tendem a elevar o custo de novos empréstimos.

O primeiro é que a paralisação dos caminhoneiros na penúltima semana de maio foi o estopim de uma série de revisões nas projeções para a economia, que deve crescer menos de 2% neste ano. Menor crescimento tende a piorar as contas do governo, o que pressiona os juros.

O segundo é que a indefinição da disputa presidencial deixa a concessão de crédito mais arriscada e pode levar os bancos a aumentar taxas para cobrir esse risco.

O terceiro indício de crédito mais caro está no mercado de juros futuros, ainda que analistas do setor bancário divirjam sobre essa possibilidade no momento.

Desde maio, os contratos futuros negociados em Bolsa estão em alta.

Eles indicam a expectativa do mercado financeiro para a Selic e servem como uma referência na hora de formar a taxa de juros do crédito porque traduzem a estimativa de custo com captação do dinheiro que será emprestado.

“Quando há uma estabilidade de Selic e a tendência de juros futuros é de alta, ela é capturada na taxa de juros oferecidas ao cliente”, disse João Augusto Salles, analista da Lopes Filho Consultores.

Em relatório de economia bancária divulgado neste mês, o Banco Central disse que 37% dos custos dos bancos com crédito são na captação. Outros 24% são destinados a cobrir despesas relacionadas à inadimplência.

Quando o Banco Central considera apenas o spread (a diferença entre o custo de captação do dinheiro e a taxa cobrada do consumidor), 38% da taxa vai para a inadimplência.

Para Claudio Gallina, da Fitch Ratings, não há uma perspectiva de piora na inadimplência e, por isso, não faria sentido uma alta no custo do crédito neste momento.

 Gallina tem a avaliação de que, ao fazer a análise de risco de cada cliente, os bancos podem cobrar mais por projetarem maior chance de calote.

Isso não significaria, contudo, uma alta nas taxas para repassar o aumento do juro futuro ou uma mudança de expectativa econômica.

Luis Miguel Santacreu, da Austin Ratings, prevê que a incerteza não deve trazer juros mais elevados, mas poderá reduzir os prazos dos empréstimos que forem concedidos.

Para ele, seria contraproducente os bancos atualizarem os preços que são praticados na concessão de crédito nas agências a cada oscilação de juros futuros nesse período de volatilidade.

“O fato material seria se o Banco Central subisse os juros. Aí, possivelmente os bancos estariam mais inclinados a repassar ao consumidor”, afirma Santacreu.

Na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) da semana passada, o Banco Central abriu espaço para alta nos juros após admitir que o risco para a inflação aumentou entre os meses de maio e junho, por causa do mau momento para as economias emergentes no cenário internacional.

Os bancos descartam intenção de alta nos juros.

Paulo Caffarelli, presidente do Banco do Brasil, argumentou que a volatilidade no mercado já está se dissipando e que uma alta de juros não seria necessária neste momento.

Nos bastidores, executivos indicaram que há pouca receptividade dos consumidores a juros mais caros, além de um olhar atento do BC, que vem implementando medidas regulatórias para tentar reduzir o custo do crédito.

A mais emblemática ação do Banco Central é a mudança nas regras do rotativo do cartão de crédito.

Mas há um argumento mais forte para subir os juros nos empréstimos: a pressão de acionistas para manter a rentabilidade, diz Salles, do Lopes Filho.

Desde a metade de maio, quando a turbulência se acentuou, e investidores perceberam uma piora nas condições econômicas do país e mudanças no cenário para crédito, as ações dos grandes bancos brasileiros acumulam perdas ao redor de 20%.

 

 

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