Sexta-feira

VALOR ECONÔMICO

Secretário propõe pacto entre os três Poderes para destravar infraestrutura

O secretário especial do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Adalberto Vasconcelos, defendeu ontem que seja feito um pacto "entre os Três Poderes, incluindo o Tribunal de Contas da União, para destravar a infraestrutura". Vasconcelos foi um dos participantes do evento "E agora, Brasil?" promovido pelos jornais "O Globo" e Valor, que debateu o cenário atual de transporte e logística.

O evento foi mediado pelos jornalistas Flávia Barbosa e Daniel Rittner, respectivamente de "O Globo" e do Valor. Único representante do governo no evento, o secretário foi instado a falar sobre o chamado "apagão das canetas" nas agências reguladoras. Diante do temor de serem processados na pessoa física, muitas vezes técnicos deixam de agir, criando paralisa em projetos importantes. "Não dá para negar que existe receio de os técnicos assinarem [...] Não podemos mais ter paralisação do Executivo", disse.

Ainda de acordo com Vasconcelos, a agência reguladora é um órgão de Estado, não de governo. "A lei das agências reguladoras poderia evoluir muito mais." O PPI é por vezes alvo de críticas sobre a viabilidade do cumprimento dos prazos dos leilões. Sobretudo porque a análise prévia dos projetos pelo TCU quase sempre resulta em adiamento do cronograma inicial. Vasconcelos, contudo, rechaçou a tese de que o PPI esteja atrasado e destacou como leilões bem-sucedidos os de ativos de óleo e gás e de terminais portuários.

"Às vezes a gente tem de andar devagar para correr lá na frente", disse. Dos 191 projetos do PPI, 95 já foram transferidos à iniciativa privada, o equivalente a 49,6%. Pelas contas de Vasconcelos, a logística teria uma perda anual equivalente a R$ 54,7 bilhões se os projetos do PPI e o Programa Avançar - de finalização de obras inacabadas - não fossem feitos. Um dos debatedores, o coordenador do Núcleo de Logística da Fundação Dom Cabral, Paulo Resende, disse que a infraestrutura brasileira "é uma casa velha que está desmoronando".

Citando nomenclatura que padroniza o estado das rodovias entre A e F - A sendo a rodovia excelente -, disse que o Brasil tem hoje 45,3% de trechos federais como D, E e F -, ou seja, ruins. "Quando fazemos a projeção dos projetos já assinados, em andamento e comprometidos, em 2025 teremos uma situação de infraestrutura pior que hoje, com 50% de estradas em D, E e F chegando a 57,5% em 2035", disse.

Para Resende, o candidato à Presidência que falar que fará algo com dinheiro público "está mentindo ou quer ir para a cadeia". "Como podemos prometer algum projeto novo se o Congresso acabou de decretar falência?". O questionamento foi uma referência à "pauta bomba" da casa que aumenta gastos, pressionando as contas do próximo governo.

Ex-ministro dos Transportes, o presidente da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR), César Borges, criticou o papel que o TCU vem desempenhando. O órgão, disse, deveria apenas recomendar, mas atua como uma "agência reguladora de segunda instância, o que cria insegurança jurídica".

Borges criticou a suspensão de cobrança de pedágio dos eixos suspensos de caminhões nas rodovias sem a respectiva compensação para as concessionárias. A medida foi baixada pelo presidente Temer na barganha com caminhoneiros para suspender a greve de maio. Para o presidente da Arteris, empresa de concessões de rodovias, David Diaz, é urgente que o Brasil saia dos atuais 1,5% do PIB em investimento anual em infraestrutura para 6% do PIB.

Segundo ele, o mundo tem dinheiro, mas os recursos são drenados para projetos "de qualidade e onde existe segurança jurídica". O representante do transporte marítimo listou medidas há tempos reivindicadas a sucessivos governos, mas que ainda não tiveram eco. Segundo o vice-presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Navegação (Syndarma), Cléber Lucas, o combustível usado na navegação da cabotagem custa 20% a mais do que o da navegação de longo curso.

A despeito disso, a navegação doméstica cresce a 10% ao ano e no primeiro semestre avançou 13% na base anual. "A frota brasileira de cabotagem cresce em média de dois a três navios por ano, o que equivale a investimentos de US$ 200 milhões a US$ 250 milhões por ano", disse. A cabotagem, disse, é a solução para grande parte dos problemas da logística brasileira, ao ajudar a equilibrar a matriz de transporte e torná-la mais racional. Além disso, é economicamente mais eficiente que outros modais.

 

Equipe econômica espera expansão acima de 1% no terceiro trimestre

A equipe econômica avalia que o crescimento no segundo trimestre do ano deve ficar próximo de zero. Porém, a recuperação verificada por alguns indicadores no mês de junho deve contribuir para que no terceiro trimestre a economia registre uma expansão acima de 1%. Na avaliação do governo, não há hipótese de o Produto Interno Bruto (PIB) crescer menos do que 1% neste ano.

A avaliação é de que a paralisação dos caminhoneiros impactou fortemente a atividade econômica, mas foi algo pontual. Tanto que indicadores antecedentes como tráfego de veículos pesados nas rodovias pedagiadas, venda de papelão ondulado e produção de veículos mostram recuperação em junho.

Para comprovar essa avaliação, os técnicos do governo fizeram, a partir do comportamento dos indicadores antecedentes em junho, alguns cenários econômicos que mostram que o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), uma espécie de prévia do PIB, tende a cair entre 0,3% e 0,9% no segundo trimestre. Porém, o desempenho em junho impactará o terceiro trimestre com uma variação positiva estimada entre 1,1% e 2,4%.

“O 2º trimestre será um número de crescimento próximo de zero. Mas o terceiro será um número acima de 1%. A volta do terceiro trimestre já garante um PIB acima do que foi apurado ano passado. Em 2018, a gente vai crescer acima de 1,3% só com essa volta do terceiro trimestre”, explicou um técnico do governo.

 

FMI pode reduzir previsões para crescimento no Brasil, diz analista

O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu recentemente as previsões para o crescimento na economia de grandes países, como o Brasil, França e a China. A expectativa é que possam ocorrer novas reduções nos próximos estudos, inclusive quanto ao Brasil, que teve a estimativa reduzida para 1,8% em análises feitas em julho.

“Quando a gente olha as previsões do Fundo, realmente, elas têm reduzido as perspectivas para a América Latina em geral. Mas, ao ver o caso do Brasil, elas são até mais otimistas do que o mercado brasileiro”, afirmou Juliana Inhasz, professora de economia da Fundação Álvares Penteado (Fecap).

Segundo ela, enquanto o Fundo reduziu para 1,8% a previsão do PIB neste ano no Brasil, a mediana dos economistas que alimentam o boletim Focus (BC) indica apenas 1,5% de crescimento no PIB em 2018. “Em maio o mercado brasileiro previa um crescimento de 2,5%. Mas os últimos acontecimentos, como os problemas domésticos e a greve dos caminhoneiros, trouxeram impactos no mercado com perda significante do produto interno bruto.” Outro problema para o Brasil é que a eleição deverá apontar para incertezas no segundo semestre deste ano além de atrasar a realização de projetos de reformas.

Inhasz mencionou ainda alguns riscos ao Brasil com fatores externos. Na avaliação dela, o país estava obtendo vantagens com demandas de outros países, com as taxas de câmbio favoráveis e taxas de juros um pouco mais altas. “E nós vendíamos commodities para o mundo inteiro. Só que agora esse ciclo está diferente”, apontou ela. “Nós temos taxas de juros bem mais baixas. Isso diminuiu o espaço para grandes ganhos.”

Na visão dela, o crescimento econômico americano tem feito com que as taxas de juros aumentem por lá, gerando pressões ao Brasil. “As importações brasileiras estão ficando mais caras”, completou. Além disso, ela mencionou que as pressões afetando o comércio entre os EUA e a China também poderão influenciar a economia em vários países. “Talvez, o Brasil possa até se beneficiar no começo, mas, no longo prazo, a impressão é que todos vão perder.”

 

Diante de incertezas, CNI piora projeções para 2018

As incertezas eleitorais e a greve dos caminhoneiros levaram a Confederação Nacional da Indústria (CNI) a piorar suas previsões para a economia brasileira neste ano. O Informe Conjuntural da entidade patronal traz números menores para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e da indústria do que os estimados no primeiro trimestre deste ano. A previsão de avanço no PIB de 2018 saiu de 2,6% para 1,6%.

“A CNI reduziu a expectativa de crescimento em função do aumento do nível de incerteza dos últimos meses e do ambiente de dúvidas sobre o rumo do país”, informa a instituição. Já o PIB industrial, cuja estimativa de alta passou de 3% para 1,8%, foi afetado pela “paralisação do transporte rodoviário de cargas”, que “afetou a atividade econômica e alterou a dinâmica de recuperação da indústria”.

“As incertezas sobre os resultados das eleições e os rumos da política econômica do novo governo, associadas aos impactos da greve dos caminhoneiros e às mudanças do cenário internacional, comprometem o desempenho da indústria e da economia brasileiras”, afirmou a CNI.

O desemprego, por sua vez, deve ser maior do que o projetado no primeiro trimestre do ano. Agora, a CNI aponta que a taxa deve terminar 2018 em 12,4%, ante previsão de 11,8% no “Informe Conjuntural” do 1° trimestre. “A recuperação do mercado de trabalho em 2018 vem ocorrendo de forma mais lenta do que a esperada, com fraca reação do emprego formal.

O resultado deve-se à frustração da retomada da atividade, aquém do previsto para o ano”, diz o estudo. A previsão para a inflação média no ano também avançou, ao sair de 3,7% na previsão feita no primeiro trimestre para 4,2% no estudo divulgado hoje. Nessa linha, a CNI agora estima que a taxa Selic não deve mais cair e permanecerá em 6,5% até o fim do ano. Antes, a previsão era de 6,25%.

“A taxa de inflação apresentou, em junho, alta acima da habitual para o mês, em função dos efeitos da greve dos caminhoneiros”, lembrou a CNI. Mesmo assim, “o índice segue abaixo do centro da meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), atualmente em 4,5%”.

Por outro lado, melhorou a previsão de déficit primário, que passou de 2,2% do PIB para 2% do PIB. “O crescimento das receitas assegurou a melhoria de alguns indicadores fiscais nos primeiros meses de 2018. Como o aumento das receitas superou o das despesas no governo federal, o déficit primário do setor público manteve a tendência de queda, iniciada nos últimos meses do ano anterior”, diz o texto.

Já a estimativa de balança comercial melhorou. Agora a CNI espera um saldo comercial de US$ 62 bilhões, ante previsão anterior de US$ 58 bilhões. Isso se deve à revisão para cima na previsão de exportação (de US$ 230 bilhões para US$ 232 bilhões) e para baixo das importações (de US$ 172 bilhões para US$ 170 bilhões). Mesmo assim, a CNI apontou desafios no cenário internacional.

“A nova onda protecionista — com o acirramento das tensões comerciais entre os principais países e a guerra comercial dos EUA com Europa e a China — é mais um elemento perturbador do cenário. A redução do fluxo comercial entre os países desenvolvidos deverá aumentar a disponibilidade de bens industriais no mercado mundial e incentivar a penetração de produtos chineses nos mercados dos países emergentes”, disse.

A CNI também revisou para baixo suas previsões de crescimento nos investimentos, de 4% para 3,5%. Já a taxa de desemprego no fim do ano deve ser maior do que imaginada inicialmente. A CNI estima que ela será de 12,4%, ante estimativa anterior de 11,8%.

 

Crédito do BNDES para indústria é o pior da história

Os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a indústria atingiram o menor patamar da série histórica no primeiro semestre deste ano. Nos 12 meses encerrados em junho, os empréstimos para o setor fabril ficaram em R$ 13,49 bilhões. Em maio o resultado nesse tipo de comparação havia sido ainda pior, chegando a R$ 13,22 bilhões - o menor valor dos 23 anos da série histórica, em números já corrigidos pela inflação.

Economistas indicam que pelo menos parte desse financiamento vêm sendo substituído pelo setor privado, embora discordem sobre a magnitude e as consequências dessa substituição. Em boxe divulgado no último Relatório de Inflação, o Banco Central (BC) analisou empresas de todos os setores que realizaram "operações expressivas" com o BNDES nos últimos quatro anos e meio.

Segundo a autoridade monetária, o endividamento desse grupo com o órgão de fomento recuou R$ 86,3 bilhões entre dezembro de 2016 e maio deste ano. Os financiamentos com os mercados externo e de capitais, por sua vez, cresceram respectivamente R$ 101,7 bilhões e R$ 21,2 bilhões no mesmo período. "Simultaneamente, verifica-se crescimento de aproximadamente 7% dos recursos captados fora do SFN [sistema financeiro nacional, que no caso exclui os mercados externo e de capitais] pelo grupo selecionado em 2017 em relação a 2016", diz o BC.

No acumulado de 12 meses até maio deste ano, houve alta de 18,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. Para o Banco Central, o resultado pode ser explicado mais pela aproximação dos custos nos mercados de capitais e externo com os custos do BNDES do que pela "insuficiência de demanda por recursos" do órgão de fomento.

Desde o dia 1º de janeiro, a Taxa de Longo Prazo (TLP), mais próxima das condições de mercado, substituiu a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), decidida pelo governo federal, como principal balizadora dos empréstimos do BNDES. Também houve, desde a gestão de Maria Silvia Bastos, redução de outros subsídios concedidos pelo banco.

"Está mais vantajoso captar no mercado de capitais", diz Carlos Kawall, economista-chefe do Banco Safra. Nelson Rocha Augusto, presidente do Banco Ribeirão Preto, afirma que a queda de desembolsos do BNDES vem sendo "mais do que compensada pelo mercado de capitais", movimento considerado por ele "extremamente saudável".

Levando em conta todos os setores da economia, as emissões de debêntures mais do que dobraram entre o primeiro semestre deste ano e do ano passado, saltando de R$ 29,5 bilhões para R$ R$ 60,5 bilhões. Rocha Augusto calcula que a emissão de debêntures deve superar o recorde de R$ 95,9 bilhões registrado em 2007.

Dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) compilados pelo Valor mostram que a emissão de debêntures da indústria somaram R$ 4,65 bilhões no ano passado. Neste ano, esse valor já foi superado apenas no primeiro semestre, atingindo R$ 4,72 bilhões.

De acordo com Rocha Augusto, há três motivos para o crescimento recente do mercado de capitais. São eles: a implantação da TLP; a diminuição de outros subsídios do BNDES, que "empurram o mercado de capitais para fora" do financiamento às empresas, fenômeno conhecido como crowding out; e a natureza das emissões feitas pelo próprio mercado de capitais, mais "alinhadas às necessidades" das companhias do que as emissões feitas pelo próprio BNDES.

O mercado externo também vem atendendo parte dessa demanda por financiamento. No mesmo boxe, o BC destaca que, entre as indústrias de transformação acompanhadas, a captação de recursos no SFN caiu R$ 34,5 bilhões entre dezembro de 2016 e maio deste ano. Ao mesmo tempo, os financiamentos pelos mercados externo e de capitais cresceram respectivamente R$ 83,9 bilhões e R$ 2,8 bilhões.

Mesmo quem coloca na conta do BNDES alguma responsabilidade pela queda dos desembolsos admite que o setor privado vem suprindo parte da demanda por crédito. "Há sinais de que o mercado de capitais atuou nessa direção", diz Julio Gomes de Almeida, diretor-executivo do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi). "Mas essa substituição não acontece em um estalar de dados."

Ele afirma que três fatores principais vêm diminuindo a demanda por empréstimos do BNDES: o encarecimento do crédito por parte do banco de fomento; a duração e a magnitude da recessão, que deixaram as empresas em situação delicada para investir; e as incertezas eleitorais.

Espécie de termômetro para essa demanda por empréstimos, as consultas da indústria ao BNDES também estão nos menores níveis históricos. Desde o fim de 2014, elas andam praticamente juntas com os empréstimos, indicando que a retração nos desembolsos também reflete uma queda na demanda por recursos.

Em comparações mais recentes, os desembolsos para o setor mostram alguma recuperação, ainda que pouco disseminada. Entre o primeiro trimestre e o segundo trimestre, os empréstimos ao setor quase dobraram (95%). Mas esse crescimento foi puxado por dois segmentos: celulose (alta de 463%) e materiais de transporte (349%). Retirados esses dois setores, houve queda. "Já está havendo alguma melhora dos investimentos", diz Almeida, do Iedi, "principalmente" aqueles ligados ao Finame, linha para a compra de máquinas e equipamentos.

"As empresas que conseguiram se segurar depois de cinco anos de crise estão recomeçando a tirar da gaveta algum projeto." Mesmo assim, ele faz críticas "à velocidade e à intensidade" das mudanças recentes do BNDES. "Não queremos os subsídios de volta. Mas poderia haver exigências mais flexíveis de garantias, financiamentos mais rápidos para grandes empresas com ratings bons, por exemplo", diz.

 

CNI: indústria da construção enfrenta dificuldades para se recuperar

A atividade e o emprego na indústria da construção registraram nova queda em junho. A retração, entretanto, foi menos intensa do que a verificada em maio, quando o setor sentiu o impacto da paralisação dos caminhoneiros. O indicador de nível de atividade alcançou 46,7 pontos e o de número de empregados ficou em 43,4 pontos no mês passado.

Os dados estão na pesquisa Sondagem Indústria da Construção, divulgada hoje (27) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Os indicadores da pesquisa variam de zero a cem pontos. Quando estão abaixo de 50, indicam queda na produção e no emprego.

O nível de atividade está 2,3 pontos acima do registrado em maio. Com isso, o setor continua operando com elevada ociosidade. O nível de utilização da capacidade de operação aumentou 2 pontos percentuais em relação a maio e ficou em 57% em junho. Isso significa que a indústria da construção operou com 43% das máquinas, equipamento e pessoal parados no mês passado.

De acordo com a CNI, o setor enfrenta dificuldades para sair da crise especialmente por causa do elevado custo dos financiamentos, que são um obstáculo para as empresas e para quem quer investir em imóveis. Além disso, com a crise no mercado de trabalho e o desemprego, as pessoas ficam inseguras para comprar imóveis.

Tabela do frete

Para a CNI, o fraco desempenho do setor e as dúvidas sobre os efeitos da tabela mínima do frete tiveram impacto sobre a confiança e a disposição dos empresários para investir. O Índice de Confiança do Empresário da Construção (ICEI-Construção) alcançou 48,9 pontos em julho. Mesmo com o aumento de 0,9 ponto em relação a junho, o indicador permanece abaixo da linha divisória dos 50 pontos, que separa a confiança da falta de confiança. O índice também está abaixo da média histórica que é de 52,9 pontos.

O Índice de Intenção de Investimentos aumentou 0,7 ponto frente a junho e ficou em 31,3 pontos em julho. “Apesar do crescimento, o índice segue muito baixo, indicando pouca intenção dos empresários em investir”, diz a pesquisa.

Ainda assim, a melhora dos indicadores de confiança e de intenção de investimentos é resultado das perspectivas mais positivas dos empresários, segundo a CNI. Depois da queda registrada em junho por causa da greve dos caminhoneiros, os indicadores de expectativas voltaram a ficar acima dos 50 pontos, mostrando que os empresários esperam o aumento do nível de atividade, de novos empreendimentos e serviços e da compra de insumos e matérias-primas nos próximos seis meses.

Só o indicador de expectativa do número de empregados ficou em 49,2 pontos, abaixo da linha divisória dos 50 pontos, mostrando que o setor espera a queda no emprego nos próximos seis meses.

Situação financeira

A Sondagem mostra, ainda, os principais problemas enfrentados pela indústria da construção no segundo trimestre do ano. A elevada carga tributária, com 33,7% das respostas, ficou em primeiro lugar na lista. Em seguida, com 32% das assinalações, aparece a demanda interna insuficiente. Em terceiro lugar, com 27% das menções, os empresários citam a falta de capital de giro. Em quarto, com 21,6 % das respostas, aparece a burocracia excessiva, e, em quinto, com 21,2% das menções, a inadimplência dos clientes.

Além disso, de acordo com a CNI, as empresas enfrentam uma situação financeira difícil. Mesmo com a leve melhora registra no segundo trimestre, as empresas continuam insatisfeitas com a margem de lucro e com a situação financeira. O indicador de satisfação com a situação financeira aumentou 0,9 ponto no segundo trimestre frente ao período imediatamente anterior e ficou em 40,1 pontos. O de satisfação com a margem de lucro subiu 1,2 ponto e alcançou 35,6 pontos. Ambos estão abaixo da linha divisória dos 50 pontos, que separa a satisfação da insatisfação dos empresários.

O indicador de facilidade de acesso ao crédito cresceu 0,9 ponto no segundo trimestre frente ao primeiro e ficou em 31,9 pontos, muito abaixo dos 50 pontos, o que indica dificuldade de acesso ao crédito.

A pesquisa foi feita entre 2 e 12 de julho com 549 empresas do setor. Dessas, 195 são pequenas, 242 são médias e 112 são de grande porte. Todos os detalhes da pesquisa estão disponíveis na página da Sondagem Indústria da Construção.

 

BANCO DE TALENTOS

ÁREA DO ASSOCIADO

O Sinduscon/RN pensa como você, e por isso trabalha:

NOSSA MISSÃO

Representar e promover o desenvolvimento da construção civil do Rio Grande do Norte com sustentabilidade e responsabilidade sócio-ambiental

POLÍTICA DA QUALIDADE

O SINDUSCON/RN tem o compromisso com a satisfação do cliente - a comunidade da construção civil do Rio Grande do Norte - representada por seus associados - priorizando a transparência na sua relação com a sociedade, atendimento aos requisitos, a responsabilidade socioeconômica, a preservação do meio ambiente e a melhoria contínua.

CONTATO

55 84 3206 5362

contato@sindusconrn.com.br

SOCIAL

LOCALIZAÇÃO

Rua Raimundo Chaves, 2182 - Sala 101 Empresarial Candelária - Candelária - Natal/RN

SINDUSCON/RN (C) 2012 - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS