Quarta-feira

VALOR ECONÔMICO

Bancos terão maior liberdade em financiamento imobiliário

O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou a maior reforma nas regras do financiamento imobiliário desde a aprovação do instrumento da alienação fiduciária, há duas décadas. O governo concedeu aos bancos maior liberdade para indexação dos contratos e acabou com a destinação do funding da poupança para o Sistema Financeiro da Habitação (SFH).

Em paralelo, também voltou a permitir a utilização dos recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para o comprador de imóveis com valor de até R$ 1,5 milhão nas grandes capitais. Esse teto vigorou em quase todo o ano passado e havia sido reduzido para R$ 950 mil. Continua válido o limite de R$ 800 mil no restante do país.

As principais mudanças foram antecipadas na tarde de ontem pelo Valor PRO, serviço de notícias em tempo real do Valor. As medidas entram em vigor em 1º de janeiro de 2019. O novo regulamento mantém a exigência de que os bancos direcionem ao financiamento imobiliário 65% dos recursos captados via depósito de poupança.

No entanto, as instituições financeiras não terão mais de destinar 80% desse montante a operações feitas no âmbito do SFH. Em vez disso, terão de utilizar esses 80% para financiar imóveis residenciais. O conjunto de medidas irá injetar cerca de R$ 80 bilhões ao sistema de direcionamento da poupança e simplificar a aplicação dos recursos, afirmou o Banco Central (BC) por meio de nota.

Esse efeito será gradual e se dará ao longo dos próximos seis anos. De acordo com fonte do setor, até o fim desse período os bancos não poderão mais utilizar carteiras em prejuízo para compor o direcionamento dos recursos da poupança. A aquisição de Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI), Letras Hipotecárias (LH) e Letras de Crédito Imobiliário (LCI) também não contará mais para o cumprimento de exigibilidade.

Na prática, tudo isso representará mais recursos para o crédito habitacional. Com o objetivo de incentivar a concessão de crédito a famílias de renda mais baixa, o financiamento a imóveis de até R$ 500 mil terá peso 1,2 para os bancos na contabilização do uso dos recursos da poupança. Outra alteração relevante diz respeito à indexação dos contratos, que não precisará ficar restrita à Taxa Referencial (TR) em operações feitas no SFH que não sejam financiadas pelo comprador com dinheiro de sua conta no FGTS.

Poderão ser utilizados índices de preço como IGP-M e IPCA. Num primeiro momento, os efeitos dessa medida serão sentidos principalmente nos contratos com pessoa jurídica e em operações de estruturação de CRI, afirma um executivo de banco. "Em financiamentos à pessoa física, ainda não está claro se fará sentido adotar, na prática, outro indexador mais sujeito a volatilidade", diz.

O CMN aprovou ainda o fim da taxa máxima de 12% ao ano que pode ser cobrada pelos bancos no financiamento de imóveis. Segundo o diretor de regulação do BC, Otávio Damaso, não se espera um aumento da taxa de juros dos contratos. "As instituições financeiras praticam taxas menores na casa dos 8%. Não sugere como hipótese alguma que a taxa suba", afirmou. Damaso acrescentou que a mudança vai facilitar a securitização de contratos e poderá "oxigenar" e elevar o volume de recursos para o setor.

"Esse conjunto de aperfeiçoamentos, ao flexibilizar e simplificar as regras de direcionamento, pretende estimular a entrada de novos operadores e a melhor segmentação de mercado. Espera-se ainda uma maior compatibilidade entre a oferta e a demanda de financiamentos", destacou o BC em nota.

Para um gestor de fundos imobiliários, as mudanças são as maiores adotadas no setor em muito tempo. As novas regras abrem caminho para acabar com os direcionamentos existentes no mercado de crédito imobiliário no Brasil ao longo dos próximos anos, diz um executivo de um banco que atua no setor. "É o primeiro passo para se chegar a um mercado livre, como o que se vê em outros países", afirma essa fonte.

Segundo ela, a expectativa é que outras fontes de financiamento, como as Letras Imobiliárias Garantidas (LIG) se tornem mais atrativas nesse novo cenário. As medidas vêm num momento em que se vislumbra uma "sobra" de R$ 100 bilhões no funding imobiliário com recursos da poupança, diante de uma demanda ainda fraca. Também chegam em meio a um contexto no qual os bancos têm dado maior ênfase no crédito imobiliário à pessoa física.

O Itaú Unibanco informou, por meio da assessoria de imprensa, que ainda estuda as medidas, mas "apoia todas as ações que contribuam para fomentar o mercado de crédito imobiliário". O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, comemorou as mudanças nas regras de direcionamento.

Segundo ele, as alterações eram uma demanda antiga do setor e simplificam o cumprimento das exigências. Para ele, o governo estimula a competitividade, o que pode contribuir até para a redução dos juros nos contratos. Uma das demandas da CBIC era a proibição do uso de CRI para cumprimento da exigibilidade na aplicação de recursos da poupança pelos bancos. Incorporadoras também elogiaram as medidas.

O aumento, para até R$ 1,5 milhão, no valor dos imóveis financiáveis com recursos do FGTS "será um grande impulsionador para o crédito imobiliário", destacou o presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Rio (Ademi-Rio), Cláudio Hermolin.

Segundo ele, não só um número maior de potenciais consumidores poderá utilizar recursos do FGTS para dar entrada na aquisição do imóvel, como deve haver mais concorrência entre os bancos para financiar unidades entre R$ 950 mil - teto anterior para São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília - a R$ 1,5 milhão. Isso poderá resultar em redução da taxa de juros na disputa por clientes de imóveis dessa faixa.

"Muita gente não comprava imóveis com valor pouco acima de R$ 1 milhão porque não podia usar o FGTS como entrada", afirmou o presidente da Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), Luiz Antônio França. Não há expectativa, segundo Hermolin, que o aumento do valor máximo dos imóveis que poderão utilizar o FGTS se reflita em alta de preços porque a atual relação entre oferta e demanda não permite elevações. O anúncio pelo CMN de que os bancos que concederem financiamento a imóveis com valor até R$ 500 mil poderão aplicar fator de multiplicação de 1 2 para cálculo de exigibilidade foi outra mudança celebrada pelo setor.

No entendimento do presidente da Abrainc, isso vai estimular que mais instituições financeiras tenham interesse em oferecer crédito para unidades com esse perfil, o qual concentra boa parte da demanda dos consumidores. A maior parte do estoque de imóveis da EZTec, por exemplo, está na faixa de R$ 500 mil. "O maior benefício para os bancos que financiam imóveis até esse valor poderá se refletir em melhores condições de crédito", afirmou o diretor financeiro e de relações com investidores da companhia, Emilio Fugazza.

A EZTec também tem imóveis de média e alta renda que passam a se enquadrar no teto maior para uso do FGTS como entrada. "As mudanças são positivas para o setor de construção num contexto de "início de retomada", disse o o economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci. Em especial, ele destacou o incentivo para o financiamento de imóveis com valor de até R$ 500 mil.

A mudança contribui, na avaliação do economista, para que haja menos pressão sobre os recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), pois a tendência é que os bancos se interessem mais em destinar funding da poupança para financiar unidades da faixa de R$ 240 mil até esse valor.

 

Caixa reduz em até 2 pontos crédito imobiliário a pessoa jurídica

A Caixa Econômica Federal reduziu as taxas de juros do crédito imobiliário para pessoa jurídica com recursos da poupança. O corte foi de um a dois pontos percentuais, em média. Com isso, a taxa mínima oferecida pela instituição passou a ser de 9% ao ano.

Em comunicado, a Caixa afirma que há crescente demanda em análise para o segundo semestre, o que reflete reposicionamento e melhoria das condições para a contratação de crédito à construção civil. O objetivo, de acordo com o banco, é fomentar a “retomada dos lançamentos de empreendimentos para geração de emprego, renda e acesso a moradia”. A taxa de cada cliente vai depender do porte, rating, nível de relacionamento das empresas com a Caixa e sustentabilidade do projeto, diz a instituição.

A Caixa fez R$ 1,81 bilhão em financiamentos à construção com recursos da poupança entre janeiro e junho deste ano, segundo a Abecip, associação que reúne as instituições que atuam com crédito imobiliário. O banco ficou atrás do Bradesco, que fez R$ 1,861 bilhão em operações no período.

 

Governo eleva valor do imóvel financiado no SFH para R$ 1,5 milhão

O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou mudanças nas regras do financiamento imobiliário que concedem aos bancos maior liberdade para indexação dos contratos e acabam com o limite existente para destinação de recursos da caderneta de poupança para operações feitas no âmbito do Sistema Financeiro de Habitação (SFH). Em paralelo, também voltou a permitir a utilização dos recursos do FGTS, no âmbito do SFH, para o comprador de imóveis com valor de até R$ 1,5 milhão nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.

Esse teto vigorou em quase todo o ano passado e havia sido reduzido para R$ 950 mil nas maiores capitais e R$ 800 mil no restante do país (limite este que se mantém). O diretor de Regulação do Banco Central (BC), Otávio Damaso, explica que, quando o financiamento for feito nas condições do SFH, se o trabalhador tiver conta no FGTS poderá utilizar os recursos para amortização.

O novo regulamento mantém a exigência de que os bancos direcionem ao financiamento imobiliário 65% dos recursos captados via depósito de poupança. No entanto, as instituições financeiras não terão mais de destinar 80% desse montante a operações feitas no âmbito do SFH. Em vez disso, terão de utilizar esses 80% para financiar imóveis residenciais. Todos os ajustes entram em vigor a partir de 1º de janeiro de 2019.

O conjunto de medidas irá injetar cerca de R$ 80 bilhões ao sistema de direcionamento da poupança e simplificar a aplicação dos recursos, afirmou o Banco Central (BC) por meio de nota. Esse efeito será gradual e se dará ao longo dos próximos seis anos. As iniciativas têm por objetivo estimular o setor de construção civil, um dos com mais dificuldade para recuperação na economia brasileira.

As estimativas de crescimento do segmento foram fortemente reduzidas nos últimos meses e hoje estão em torno de 1,6%, dentro do governo. Além disso, o estímulo nesse setor favorece diretamente a classe média, a poucos meses da eleição presidencial de outubro. Os principais objetivos, segundo a autoridade monetária, são aumentar a efetividade do direcionamento da poupança e simplificar sua aplicação, além de tornar mais flexíveis, eficientes e abrangentes as condições das operações de crédito imobiliário contratadas com recursos de poupança e fomentar o desenvolvimento de novas estruturas de captação.

Com o objetivo de incentivar a concessão de crédito a famílias de renda mais baixa, o financiamento e imóveis de até R$ 500 mil terá peso 1,2 para os bancos na contabilização do uso dos recursos da poupança, ante o fator 1 atual. Outra alteração relevante diz respeito à indexação dos contratos, que não precisará ficar restrita à Taxa Referencial (TR) em operações prefixadas feitas no SFH.

Poderão ser utilizados índices de preço como IGP-M e IPCA. O diretor Otávio Damaso disse não esperar um aumento da taxa de juros dos financiamentos imobiliários com a possibilidade de utilização de outros índices de correção nos contratos. “Observando hoje as regras de direcionamento (TR mais 12%) mas as instituições financeiras praticam taxas menores na casa dos 8%. Não sugere como hipótese alguma que a taxa suba”, afirmou Damaso, acrescentando que a mudança vai facilitar a securitização de contratos e poderá “oxigenar” e captar mais recursos para financiamentos imobiliários.

O BC reforçou que, exceto nos casos das operações prefixadas, o SFH continua se sujeitando as mesmas regras anteriores, como o limite de custo efetivo de 12% ao ano e a atualização do saldo devedor pela TR.

 

Spreads vão cair no mercado local, diz presidente do Itaú

Os spreads de crédito no Brasil devem cair com a tendência de melhora nas condições de crédito e medidas como o cadastro positivo. A afirmação é do presidente do Itaú Unibanco, Candido Bracher. “A tendência geral é que o crédito fique mais barato”, afirmou. O spread médio nas operações do Itaú no mercado brasileiro apresentou alta de 0,2 ponto percentual no trimestre, para 12,2%. Em 12 meses, houve queda de 0,4 ponto na taxa.

“Estamos felizes por ver que as margens se mostraram resilientes. Há um ano havia dúvidas [no mercado] sobre o impacto da queda da Selic”, afirmou Bracher, em teleconferência com analistas. Questionado sobre o índice de cobertura do banco, o executivo disse que o indicador — que representa o total de provisões em relação às operações em atraso — deve continuar a apresentar volatilidade, mas há potencial para o índice cair, em especial na carteira de grandes empresas. Bracher explicou que o lucro do segundo trimestre ficou praticamente estável, com uma maior margem com clientes e menor custo de crédito. Ele apontou ainda que um efeito fiscal temporário afetou os resultados do segundo trimestre.

O Itaú registrou lucro líquido recorrente de R$ 6,382 bilhões no segundo trimestre, alta de 3,5% em relação ao mesmo período de 2017. Na comparação com o primeiro trimestre, o resultado ficou 0,6% menor. No crédito, segundo Bracher, a carteira cresceu 3,7% e a originação continua mostrando evolução, apesar de a demanda por parte de grandes empresas ainda estar baixa.

“No corporate, a demanda está moderada, mas continuamos assessorando empresas em operações no mercado de capitais”, disse. O executivo disse que que a originação de crédito poderia estar mais forte se a economia estivesse melhor e as perspectivas eleitorais, mais claras. “Não diria que não vemos um impacto na originação”, disse, em teleconferência com analistas. Isso é especialmente válido, segundo Bracher, para o segmento de grandes empresas.

Bracher também disse que se pode esperar um desempenho melhor para o crédito se a economia melhorar, mas ponderou que não há volatilidade no resultado do banco por causa da conjuntura atual. “Nos concentramos nas áreas menos arriscadas e que não são tão afetadas pelo menor crescimento”, afirmou.

O executivo observou que o custo do crédito pode cair mais porque as novas safras de operações têm vindo melhores. De acordo com ele, as provisões para devedores duvidosos vão crescer acompanhando a carteira de crédito, mas o Itaú ainda vê espaço para melhora.

Bracher também ressaltou que, se o desempenho das empresas melhorar, o banco poderá reverter provisões. “Devemos ver volatilidade no índice de cobertura, mas há potencial para cair”, afirmou.

Segundo Bracher, a inadimplência no segmento corporate caiu 0,8 ponto no trimestre, com a renegociação de um financiamento concedido para uma grande empresa. Já a inadimplência de 15 a 90 dias para o corporate subiu, mas não é creditada a nenhum caso específico e está devidamente provisionada. No caso da margem financeira com clientes, houve alta de 2,9%, com mais dias úteis e uma mudança no mix de crédito. Já a margem com o mercado (tesouraria) recuou com menos ganhos nas operações de tesouraria.

Em relação à desvalorização cambial no segundo trimestre, o presidente do Itaú disse que os instrumentos de hedge protegem o balanço quando há movimentos desse tipo. Ele acrescentou que a instituição gerencia ativamente seus investimentos para evitar o consumo de capital normalmente criado pela depreciação do real.

Bracher disse ainda que o banco está confortável com as projeções (guidances) para este ano, mesmo tendo revisado a projeção para o crescimento do PIB brasileiro de 3% para 1,3%. Ainda assim, ele não quis indicar em que ponto do guidance os resultados devem ficar. Questionado sobre o assunto, o presidente do Itaú não quis fazer comentários sobre a aquisição de participação na XP Investimentos, que aguarda aprovação do Banco Central.

Ele comentou ainda que no primeiro semestre o Itaú atingiu 10,3 milhões em correntistas digitais. As transações realizadas pelas agências digitais representaram 30% no produto bancário no varejo, segundo Bracher. O executivo ponderou, contudo, que o Itaú ainda tem um caminho a percorrer nessa área.

 

Anbima corta projeção de alta do PIB pela 3ª vez

A Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) reduziu marginalmente a sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, de 1,6% para 1,5%. Este é o terceiro corte realizado pelo Comitê de Acompanhamento Macroeconômico da entidade neste ano. Em maio, o número caiu de 3% para 2,4%. No mês seguinte, foi revisado para 1,6%.

"A economia brasileira continua apresentando baixo dinamismo e grande ociosidade. Além disso, enxergamos poucos fatores que podem estimular uma recuperação no curto prazo. As melhoras na construção civil e no mercado de trabalho não mostraram continuidade, o que nos fez ajustar para baixo a previsão de crescimento deste ano", afirma Marcelo Carvalho, presidente do Comitê, em comunicado.

Houve um ligeiro aumento na projeção para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 3,9% para 4%. A estimativa para o câmbio também foi alterada, de R$ 3,63 para R$ 3,68. Já a Selic deve ficar nos atuais 6,5% até o fim do ano. Mesmo assim, há diversas projeções entre os membros do grupo, variando de 6,5% a 8,5%, "o que indica diferenças nas percepções de alguns participantes quanto à trajetória dos juros após o período de eleições", segundo o comunicado.

Por fim, o grupo, formado por 25 economistas, espera que o Federal Reserve (banco central americano) eleve a taxa básica de juros mais três vezes neste ano e outras quatro em 2019.

 

FOLHA DE SÃO PAULO

Desemprego cai, mas total de pessoas que não trabalham nem procuram vaga é recorde

O número de pessoas que não trabalham e nem procuram emprego bateu recorde no país. Apesar da taxa de desemprego ter desacelerado no segundo trimestre do ano, o contingente fora da força de trabalho chegou a 65,6 milhões, alta de 1,2% sobre o período anterior e o mais alto da série histórica do IBGE, iniciada em 2012, informou o órgão nesta terça-feira (31).

As pessoas fora da força de trabalho são indivíduos em idade para trabalhar, mas que não estão em busca de oportunidade. Isso ocorre, geralmente, por conta do desalento, que é quando a pessoa desiste de procurar emprego depois de tentar sem sucesso.

A taxa oficial de desemprego do país ficou em 12,4% no segundo trimestre. Segundo analistas da Bloomberg a expectativa era de uma taxa de desemprego de 12,6%. O resultado representa queda em relação ao verificado no primeiro trimestre do ano, quando a taxa foi 13,1%. Os dados são da Pnad Contínua.

Na comparação dos três meses encerrados em junho com igual período do ano passado, o emprego caiu também. Na ocasião, a taxa esteve em 13%. O contingente de desocupados, que são as pessoas que estão sem emprego, mas em busca de oportunidade, somou 12,9 milhões no segundo trimestre deste ano.

O indicador registrou queda frente ao apurado no trimestre encerrado em março, quando 13,6 milhões estavam nessa condição. No total, 723 mil pessoas deixaram a fila do emprego na passagem do primeiro para o segundo trimestre deste ano

Já o número de ocupados, que são pessoas que de fato estão em algum emprego, somou 91,2 milhões em junho, alta de 0,7% em relação ao trimestre imediatamente anterior. Na passagem dos trimestres, 675 mil vagas foram geradas no país.

A queda no emprego está relacionada ao movimento que tem se repedido no mercado de trabalho brasileiro. O aumento de vagas registrado no período esteve baseado principalmente na geração de vagas informais.

Segundo o IBGE, dos 91,2 milhões de ocupados, ao menos 40,6% (ou 37,060 milhões) estão no mercado informal, em posições como trabalho no setor privado sem carteira assinada, trabalhador doméstico sem carteira, empregador sem CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) e trabalhador por conta própria sem CNPJ.

O número de empregados no setor privado com carteira de trabalho assinada atingiu o menor nível da série histórica iniciada em 2012, ao registrar contingente de 32,8 milhões de pessoas.

Já o contingente de pessoas no setor privado sem carteira assinada somou 10,9 milhões. Na passagem do trimestre encerrado em março para o trimestre encerrado em junho, 276 mil pessoas passaram a trabalhar sem carteira. No mesmo período, 113 mil pessoas passaram a trabalhar por conta própria.

"Aumento da população ocupada, baseada na informalidade e na geração de vagas no setor público, ajudou na queda do desemprego. Por outro lado, o aumento das pessoas que deixaram de procurar emprego, por motivos que desconhecemos ainda, também ajudou a baixar a taxa", afirmou o coordenador de Trabalho e Renda do IBGE, Cimar Azeredo.

O emprego no setor público somou 11,6 milhões de pessoas, alta de 392 mil pessoas no período. Desse total, contudo, 289 mil não tinham carteira assinada, em modelos de contratação que podem ser por meio de cargos comissionados ou consultorias. "É um aumento sazonal. É comum as prefeituras dispensarem trabalhadores no fim do ano e recontratá-los no início do ano seguinte", explicou Azeredo.

FORA DA FORÇA DE TRABALHO 

O aumento do número de pessoas fora da força de trabalho– que são as pessoas em idade para trabalhar mas que não estão procurando emprego– fez cair a taxa de desemprego.

Na passagem dos trimestres, 774 mil pessoas ficaram fora da força, num contingente que somou 65,6 milhões no período. Parte das pessoas fora da força de trabalho estão nessa condição em razão do desalento, que é quando a pessoa desiste de procurar emprego depois de tentar se inserir no mercado sem sucesso.

O contingente de pessoas fora da força atingiu o maior nível da série histórica, iniciada em 2012.

CONTA PRÓPRIA

O IBGE divulgou pela primeira vez o nível da formalização dos grupos de trabalhadores por conta própria e empregadores, que são indivíduos que têm pelo menos um funcionário.

Os dados mostraram que 80% dos 3,4 milhões empregadores no país tinham um CNPJ no segundo trimestre . Apenas 911 mil empregadores não possuíam o cadastro de pessoa jurídica.

Já no trabalho por conta própria, a relação se inverte: 80% não tinham CNPJ, o que pode denotar que os trabalhadores por conta própria costumam ser pequenos empreendedores que decidiram abrir seus negócios após perder empregos formais. Dos 23 milhões de trabalhadores por conta própria no trimestre encerrado em junho, 18,6 milhões não tinham CNPJ.

"Ao possuir CNPJ, a empresa têm acesso mais facilitado ao crédito e também abre a possibilidade de ser contratada por uma segunda empresa. A Pnad mostrou informalidade grande entre os trabalhadores por conta própria", disse Cimar.

 

O ESTADO DE SÃO PAULO

EXAME

Expectativa de manutenção dos juros, aqui e nos EUA

O Banco Central brasileiro e seu equivalente americano, o Federal Reserve, anunciam hoje suas decisões sobre as taxas de juros. Por razões diferentes, a expectativa é que os juros sejam mantidos nos dois países.

Por aqui, a avaliação geral é que, com a economia patinando, não há pressão sobre os preços. O aumento recente da inflação – o IPCA de junho ficou em 1,26%, o maior índice para o mês desde 1995 – foi causado, na opinião da maioria dos analistas, pelo desabastecimento provocado pela greve dos caminhoneiros e não deve persistir. Não haveria, portanto, por que aumentar os juros.

A projeção média do mercado financeiro indica que a taxa Selic deve continuar em 6,5% até dezembro. Poderia subir apenas em 2019 – por motivos bons ou ruins. Se o próximo presidente acertar a mão, a economia poderia voltar a crescer, pressionando os preços, o que justificaria a elevação dos juros. Caso o novo governo seja uma decepção, o real tende a desvalorizar, pressionando os preços, o que justificaria a elevação dos juros.

Nos Estados Unidos, a economia está crescendo, mas a inflação está sob controle, ao menos por enquanto. O Fed elevou os juros em março e junho, e os analistas consideram uma nova alta improvável agora. Ontem, foi divulgado o índice de inflação PCE, que é monitorado pelo Fed e serve de subsídio para suas decisões de política monetária. O núcleo do índice ficou em 1,9% em junho, enquanto a meta do Fed é de 2%. “Ou seja, no curto prazo, não vemos grandes pressões inflacionárias”, diz um relatório da empresa de investimentos Guide.

A reunião do Fed acontece pouco depois de o presidente Donald Trump ter dado mais uma escorregada ao falar sobre a condição da política monetária americana. Ele criticou a atuação do Fed, dizendo que o aumento de juros valorizava demais o dólar e tornava as exportações do país menos competitivas.

É pouco provável que a insatisfação de Trump tenha alguma influência sobre as decisões do Fed. Os economistas esperam ao menos mais uma elevação dos juros até o fim do ano, já que a retomada da economia deve acabar provocando aumentos de preços.

 

BANCO DE TALENTOS

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