Quarta-feira

VALOR ECONÔMICO

Copom não indica rumo do juro, mas vê quadro confortável para inflação

Em sua última reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) considerou que, diante do maior nível de incerteza da atual conjuntura, é importante que o colegiado tenha flexibilidade para conduzir a política monetária e, por isso, decidiu não dar indicações sobre seus próximos passos. Entretanto, os integrantes do comitê adotaram um tom levemente mais positivo, indicando que a economia pode estar superando os efeitos da greve dos caminhoneiros e da alta do dólar.

Para eles, na ausência de choques adicionais, o cenário para a inflação deve se revelar “confortável”. As informações constam da ata da reunião, divulgada nesta terça-feira, que trouxe detalhes sobre a decisão de manutenção dos juros em 6,5%, pela terceira vez seguida. Como aconteceu na reunião de junho, o comunicado publicado logo após a reunião, na última quarta-feira, não trouxe indicações claras sobre os próximos movimentos da taxa. A menção ao relativo conforto com o ambiente inflacionário foi uma novidade da ata, que apontou uma ligeira melhora no cenário de riscos para a trajetória dos preços.

De um lado, o comitê voltou a frisar que o risco de o nível baixo de inflação no passado recente se propagar por meio de mecanismos inerciais diminuiu. No entanto, chamou atenção para o “elevado grau” de ociosidade da economia como fator favorável à inflação baixa. Como possíveis fatores “altistas” para a inflação, os membros do comitê reafirmaram que permanecem mais elevados os riscos associados “à continuidade do processo de ajustes e reformas na economia brasileira” – uma referência indireta aos riscos eleitorais - e também à deterioração do cenário externo para economias emergentes.

Os membros do comitê ponderaram, contudo, que houve certa acomodação das condições financeiras nos mercados internacionais, sem deixar de reafirmar que o cenário se mantém mais desafiador, com riscos de impacto adicional para os emergentes. O Copom estima que a inflação vai fechar 2018 em 4,2%, caindo para 3,8% em 2019.

Este cenário leva em conta as projeções do mercado para os juros (que começariam a subir gradualmente apenas em maio do ano que vem, até chegar a 8% ao ano) e o câmbio (que ficaria em R$ 3,75) e contempla a continuidade do processo de recuperação da economia, mas em ritmo mais gradual do que o esperado antes da paralisação dos caminhoneiros. Ainda assim, os membros do comitê destacaram que os efeitos do movimento dos caminhoneiros sobre a inflação estão se revelando temporários, o que é corroborado pelas projeções para a inflação de julho e agosto.

Na avaliação do comitê, os núcleos de inflação estão baixos, o que na sua linguagem significa que são compatíveis com a inflação abaixo do piso da meta de inflação. O objetivo do BC para este ano é uma inflação de 4,5%, com um piso de 3%; para 2019, a meta é de 4,25%, com piso de 2,75%.

Nas duas reuniões anteriores, o Copom havia adotado uma estratégia de política monetária mais cautelosa. Em maio, deixou de cortar os juros, devido aos efeitos inflacionários da alta do dólar; em junho, retirou indicação de manutenção dos juros para as reuniões seguintes, depois de novas rodadas de alta do dólar e dos efeitos inflacionários da greve dos caminhoneiros.

Hoje, o Copom enfatizou mais uma vez a importância da aprovação de reformas, principalmente fiscais, e de ajustes na economia para a sustentabilidade do cenário de inflação reduzida e para a queda da taxa de juros estrutural. Como novidade, chamou atenção para o fato de que a percepção da continuidade dessa agenda já afeta as expectativas e projeções macroeconômicas correntes.

 

Mercado tem dia de forte nervosismo

O mercado financeiro viveu ontem uma amostra do que pode ser o período da campanha eleitoral. Um ajuste de posição no mercado de renda fixa por parte de um fundo estrangeiro detonou uma onda compradora de dólares, movimento que foi amplificado por diferentes rumores sobre pesquisas e a respeito de novas delações no âmbito da Operação Lava-Jato que circularam nas mesas de operação. Essa espiral fez os juros futuros e o dólar dispararem e derrubou o Ibovespa, na contramão do ambiente favorável a ativos de risco que se viu no exterior.

Durante as primeiras horas do pregão de ontem, o tom do mercado era positivo, mas com giro de negócios bastante reduzido. Por volta das 14h30, entretanto, os preços mudaram de direção de forma abrupta, o que assustou os agentes e gerou uma corrida compradora de dólares e juros e vendedora de ações. Segundo profissionais, o que detonou essa virada foi uma grande ordem de compra de juros futuros - quando o investidor assume uma posição a favor da alta da taxa - por parte de um fundo estrangeiro.

Essa operação foi concentrada nos contratos com vencimento em janeiro de 2020 e janeiro de 2021. Como resultado, o volume de negócios e as taxas desses contratos dispararam. O contrato de janeiro de 2020 movimentou R$ 39,4 bilhões, volume mais de cinco vezes superior ao observado na sessão anterior. A taxa desse contrato saiu de 7,88% e atingiu a máxima de 8,04% - fechou a 8,01% na sessão regular. Já o DI de janeiro de 2021 teve giro de R$ 29,9 bilhões, quase quatro vezes acima da véspera, e o juro saiu de 8,85% para a máxima de 9,01%, antes de fechar a 8,98%.

O dólar acompanhou esse movimento, inverteu o sinal e tocou a máxima do dia, aos R$ 3,7717. No fechamento, era cotado a R$ 3,7667, com alta de 0,91%. A correria que se instalou nesse momento alcançou também a bolsa. O Ibovespa inverteu a trajetória positiva que vinha exibindo e chegou a tocar os 79 mil pontos na mínima do dia. No fechamento, caía 0,87%, aos 80.347 pontos.

O giro financeiro superou as médias negociadas nos últimos meses e ficou em R$ 9,72 bilhões, sendo que em apenas 48 minutos, o índice teve um incremento de giro de R$ 3,7 bilhões. Nas duas horas finais de pregão, o volume cresceu em mais de R$ 6 bilhões. O que poderia ser uma correção pontual de uma posição de um grande investidor acabou ganhando força por duas razões: a menor liquidez, num momento em que o mercado opera em compasso de espera por um quadro mais definido sobre as eleições; e a incerteza sobre o que está por vir nesse processo eleitoral, ingrediente que deixa o mercado muito mais suscetível.

Ao observar esse movimento de ajuste de posição e de preços, alguns rumores passaram a circular nas mesas de operação, amplificando a piora dos ativos. Entre os rumores, o mercado comentou a possibilidade de a pesquisa eleitoral da CNT/MDA, prevista para hoje, mostrar o candidato tucano, Geraldo Alckmin, enfraquecido no Estado de São Paulo.

Também circularam boatos sobre uma possível delação envolvendo Alckmin na LavaJato. Essa informação foi desmentida em nota assinada por Eduardo Carnelós, advogado de Laurence Casagrande Lourenço, ex-executivo da Dersa e ex-secretário de Transportes no governo Alckmin. "Houve uma realização tanto de estrangeiro quanto de investidores locais em lembrando que o mercado vem de uma trajetória positiva desde meados de julho, promovida em grande medida pela leitura de que Alckmin passaria a ter chances reais de ir para o segundo turno depois de conquistar o apoio dos partidos do Centrão.

Essa sensibilidade tende a crescer, afirmam especialistas, quando o programa eleitoral começar. "A dinâmica do pleito eleitoral está contaminando os ativos brasileiros e isso vai ficar pior. O Ibovespa não vai buscar os 87 mil pontos sem cenário benigno com as eleições", afirma Fernando Barroso, diretor da CM Capital Markets. Para Barroso, o fluxo forte do Ibovespa acompanhado de um movimento de baixa deixa evidente que as apostas contra a bolsa são maiores agora.

Ainda assim, chama atenção o fato de o giro seguir modesto, com os agentes mantendo o pé no freio na renda variável. "Sem fatos, apenas com rumores, os investidores realizam lucros nas ações do 'kit Brasil', que são mais líquidas, como bancos, e estatais." Além do setor bancário, caíram ontem Petrobras ON (-0,39%) e PN (-1,57%). O fato de a ON ter oscilado menos do que a PN é uma pista de que, embora o estrangeiro tenha embarcado na realização de lucros, fundos locais têm atuado com mais intensidade na ponta vendedora.

 

Ajuste fiscal 'é o que está no cardápio' , diz Arminio

O ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga disse ontem que, independentemente dos resultados nas urnas, o país não poderá se esquivar de fazer o ajuste fiscal. "O maior problema hoje é não tomar decisões difíceis, o que pode acarretar sacrifícios maiores. Muitas vezes a gente ouve: 'vamos fazer o ajuste fiscal ou ser felizes?' Não tem isso no cardápio. O que está no cardápio é fazer o ajuste e não mergulhar numa crise mais profunda", afirmou o economista, após participar de debate no GovTech Brasil - evento em São Paulo para discutir o papel da inovação e tecnologia na construção de governos eficientes.

Segundo Arminio, "em passado não muito distante", o Brasil seguiu na direção oposta. "A partir de um discurso populista, tomamos o caminho das péssimas políticas públicas e deu no que deu. O país está aí quebrado, com desemprego alto, um sofrimento enorme, quando deveríamos estar crescendo", observou.

Arminio destacou que, no ambiente atual, com recrudescimento desse populismo, é preciso passar para as pessoas a sensação de que elas têm oportunidades. Estimular o sentimento de solidariedade e de contarem com uma rede de proteção. "Esse é o nosso maior desafio. O mercado fez muitos avanços, mas está perdendo no campo da felicidade geral das pessoas", disse o fundador da Gávea Investimentos. Ao abordar as perspectivas para a inovação no país, o ex-presidente do BC foi taxativo ao dizer que a parceria entre o governo e o setor privado não tem sido bem-sucedida.

O "ecossistema" brasileiro, pontuou, ainda favorece "predadores", com a captura do Estado por grupos de interesses. "Há um desequilíbrio. E, nesse campo, o terceiro setor tem estado à frente de iniciativas interessantes", ressaltou o economista. As reformas necessárias ao crescimento, segundo Arminio, dependerão da qualidade do debate político nos próximos 60 dias, período que precederá a sucessão presidencial: "Se alguém se eleger em cima de uma plataforma realista, que encare os problemas do país, as chances de algo acontecer no campo das reformas aumentarão imensamente. Não só em tecnologia, mas nas áreas básicas: educação, saúde, meio ambiente, segurança."

O ex-presidente do Banco Central disse que somente será possível ter uma visão melhor das opções entre os candidatos daqui a um mês, quando eles estiverem se posicionando melhor sobre os assuntos. "Se não conseguirem apresentar propostas concretas a partir de diagnósticos rigorosos, minha impressão é que vamos ficar sofrendo. Mas está um pouco cedo e não quero prejulgar ninguém.

As pessoas podem ter uma história de adesão a ideias ou modelos equivocados - e temos muito dos dois no Brasil -, mas de repente mudam. Vamos ver", ponderou. Presente ao debate, o economista Marcos Lisboa, ex-secretário de política econômica do Ministério da Fazenda e atual presidente do Insper, defendeu que é preciso discutir o que classifica como apego da sociedade e do mercado brasileiros a projetos mal sucedidos.

Segundo ele, a pobreza no país, em parte, tem relação com a prática de socorro financeiro aos negócios que dão errado. "O Estado tem que proteger menos indústrias atrasadas", afirmou Lisboa, ao defender o fim das atividades de empresas ineficientes: "Não deu certo? Fecha e vende os ativos. Não tem que gastar mais dinheiro", disse o economista.

 

FOLHA DE SÃO PAULO

Setor de crédito imobiliário deverá passar por desconcentração bancária

As concessões de crédito para moradia deverão passar por uma desconcentração nos próximos anos, e a Caixa, tradicionalmente quem mais atuava nesse mercado, dificilmente será um líder disparado do segmento.

O banco que mais emprestou para aquisição ou construção neste ano foi o Bradesco. A Caixa está em segundo.

“As instituições privadas se movimentam para abocanhar fatias maiores”, afirma Sérgio Cano Cortes, do MBA de gestão de negócios de incorporação imobiliária da FGV.

Medidas anunciadas pelo governo no fim do mês passado favorecem essa tendência.

Os bancos poderão, a partir de 2019, escolher a qual taxa indexar o crédito concedido, e a porcentagem do dinheiro que eles precisarão direcionar ao Sistema Financeiro Habitacional será menor.

Se a taxa Selic seguir baixa, os privados terão outra vantagem sobre a Caixa, diz Alexandre Chaia, professor do Insper.

“O dinheiro para imóveis era quase que só o da poupança, onde a Caixa tinha um diferencial. Agora, o natural é que os juros caminhem para um nível mais baixo, e os privados deverão conseguir captar a um custo menor.”

O Bradesco planeja ter atuação agressiva no setor, diz Romero Albuquerque, diretor do segmento no banco.

“Nosso apetite continuará a existir. Esse cliente é interessante porque fica fidelizado por décadas.”

O Santander, em nota, afirma que tem planos para fortalecer a atuação no setor. Já a Caixa informa à coluna que pretende “aperfeiçoar, ainda mais, o tradicional modelo de crédito direcionado”.

 

Senado deve engavetar projetos prioritários do governo até as eleições

O Senado deve colocar na gaveta, ao menos até as eleições de outubro, projetos prioritários do governo Michel Temer, como o que viabiliza a venda de distribuidoras da Eletrobras e o que autoriza a Petrobras a negociar áreas do pré-sal.

Nesta terça-feira (7), líderes partidários se reuniram com o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), para discutir o que será colocado em pauta no plenário no esforço concentrado para votar projetos antes das eleições.

A conclusão do encontro, relataram senadores, foi que apenas serão colocadas em votação propostas que têm consenso absoluto na Casa. Projetos que tiverem qualquer divergência entre os parlamentares não serão votados.

“Nada que tenha polêmica —e esses temas são polêmicos— será submetido a votação no Senado. Acredito que há um sentimento muito semelhante na Câmara”, afirmou o vice-presidente do Senado, Cássio Cunha Lima (PSDB-PB). “Não tem clima, nem quórum”, disse.

Líder da minoria na Casa, o senador Humberto Costa (PT-PE) afirmou que deve ficar para o presidente que vencer nas urnas em outubro a definição sobre qual será a pauta prioritária do Congresso.

“Nada mais justo que o Congresso Nacional deixe que o presidente eleito possa externar suas opiniões”, disse.

Com a decisão, deve ficar travado o processo de privatização de distribuidoras da Eletrobras em seis estados do Norte e Nordeste. O projeto, que foi aprovado pela Câmara e aguarda deliberação do Senado, equaciona pendências judiciais e débitos das distribuidoras.

A medida é considerada essencial para atrair investidores para a compra dessas empresas-- o que também destravaria a venda da Eletrobras. Sem a privatização, o governo afirma que as distribuidoras podem ser liquidadas.

O texto sofre com resistência não só da oposição. Parlamentares do partido de Temer, como Eduardo Braga (MDB-AM) e Renan Calheiros (MDB-AL) são críticos à proposta.

Para Braga, o governo precisa recuperar as empresas para depois vendê-las. Calheiros argumenta que as distribuidoras serão vendidas a preços muito baixos.

“Eu, sinceramente, acho que não tem sentido o governo correndo contra o tempo na reta final para se desfazer do patrimônio público a preço de banana”, criticou Renan Calheiros em fala à Rádio Senado.

Outro projeto que deve ficar parado é o que altera as regras do pré-sal e permite que outras empresas possam operar nos blocos hoje controlados pela Petrobras, no acordo conhecido como cessão onerosa.

A proposta tem o objetivo de abrir caminho para que o governo faça um leilão de blocos que, pelos cálculos da equipe econômica, pode levantar mais de R$ 100 bilhões para o caixa da União.

Até as eleições, o presidente do Senado disse que pretende fazer três semanas de esforço concentrado, mas admitiu que será mais fácil colocar em votação projetos demandados por senadores nas áreas de segurança, saúde e educação.

Eunício ressaltou que os líderes partidários não apresentaram assinaturas suficientes para colocar os projetos sobre as distribuidoras e a cessão onerosa em regime de urgência.

“É natural que em matérias dessa magnitude a gente tenha que fazer o mínimo de debate. […] Elas precisam ser preparadas para vir à pauta, são matérias polêmicas que terão um debate mais amplo”, disse.

 

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