Quarta-feira

O ESTADO DE SÃO PAULO

Preço de imóvel acumula queda real de 18% em menos de quatro anos

Com a economia andando de lado e o consumidor evitando fazer dívidas, o preço dos imóveis residenciais tem variado abaixo da inflação há mais de três anos e meio, segundo a pesquisa FipeZap. Desde dezembro de 2014, a variação do preço de compra da casa própria, em 20 cidades, perde da inflação, considerando a variação em 12 meses.

A queda real dos preços dos residenciais entre o começo de 2015 e agosto deste ano é de 18,2%. Assim, um imóvel que era vendido por R$ 500 mil em janeiro de 2015 seria ofertado hoje por cerca de R$ 408,8 mil. Neste ano, até agosto, houve uma queda real de 3,14% nos preços dos imóveis prontos.

A reversão de expectativas quanto ao crescimento do País este ano e as incertezas eleitorais em outubro devem postergar a retomada do mercado imobiliário em todo o País, na visão do economista Bruno Oliva, da Fipe. “O impacto das incertezas no mercado imobiliário é duradouro, porque o consumidor vai pensar muito bem antes de se aventurar em uma dívida que pode durar até 30 anos.”

O pesquisador do Núcleo de Real Estate da Poli-USP João da Rocha Lima Júnior lembra que o mercado imobiliário, após uma onda de otimismo antes da crise, amargou uma desaceleração forte nos últimos anos. “O setor teve de se adequar, segurar preços e rever lançamentos para reduzir as perdas.”

Na virada de 2014 para 2015, a deterioração da economia começou a se refletir na alta dos distratos – como é chamada a desistência da compra de imóveis novos. Um levantamento da Fitch, feito com nove empresas do setor, apontava que de cada 100 imóveis vendidos em 2015, 41 foram devolvidos.

Para o diretor de vendas da Lello, Igor Freire, os preços de imóveis variam abaixo da inflação porque vinham de uma sobrevalorização dos anos anteriores à crise. “Na média, hoje, o vendedor tem concordado em dar descontos de 7% a 10% para não perder a venda.”

Matheus Fabricio, diretor executivo da rede de imobiliárias Lopes conta que, nas últimas 150 vendas feitas pelo grupo em São Paulo, a média de descontos que o comprador conseguiu foi de 9%. “Nos imóveis de alto padrão, chegou a 15%.”

Com o desaquecimento do mercado, o proprietário foi obrigado a ceder e fazer uma avaliação realista do preço do imóvel, diz. Ele lembra de uma propriedade na zona sul de São Paulo que ficou mais de dois anos à venda, até que o dono aceitasse baixar o preço em 39%.

Na avaliação dos especialistas ouvidos pelo Estado, a tendência é que os preços dos imóveis não tenham uma variação significativa no começo de 2019, devendo voltar a registrar aumentos reais entre o fim do ano que vem e 2020.

 

VALOR ECONÔMICO

Análise: Turbulência é ingrediente a mais para retração dos emergentes

O crescimento do PIB dos países emergentes parece ter sido mais forte no segundo trimestre do que no primeiro, levando em consideração os números já divulgados. Essa recuperação foi puxada principalmente pela Ásia emergente, compensando a perda de ritmo da América latina e a estagnação da Europa emergente.

Mas dados mensais da atividade mostram que as economias já estavam perdendo força em junho e iniciaram o terceiro trimestre em um nível mais fraco. Foi também em junho que as desvalorizações das moedas deste grupo começaram a se intensificar, com efeitos que aparecerão mais à frente se os patamares vistos hoje em divisas como a lira turca, o peso argentino, o rand sul-africano e até mesmo o real brasileiro se mantiverem ou enfraquecerem ainda mais.

Mesmo apenas considerando a forte volatilidade nos mercados cambiais, é plausível supor que algum impacto negativo sobre a confiança dos consumidores e investidores haverá, reforçando a expectativa de curva cadente na atividade nos próximos meses. Concorrem para isso questões estatísticas (as bases de comparação são mais fortes no segundo semestre em relação ao mesmo período no ano passado) e a resposta ao ciclo de alta de juros que vários países emergentes já adentraram neste ano, como Índia, Indonésia, Malásia, Turquia, Coreia do Sul, Filipinas, República Tcheca, Argentina e México.

Outras estão prestes a iniciar um aperto na política, como a África do Sul, que anunciou hoje queda de 0,7% do PIB entre abril e junho, seguida de uma contração de 2,6% no primeiro trimestre, entrando oficialmente em recessão pela primeira vez desde 2009. O aperto monetário nos emergentes não é novidade em tempos alta de juros nos Estados Unidos já que há a questão do diferencial de juros: quanto menor, mais estímulo têm os agentes para levar o capital para mercados seguros.

Dessa forma, para não haver uma saída de recursos expressiva que afete as economias, subir juros é um receituário clássico, como a China vem fazendo, não com a taxa de referência (menos influente na política do BC chinês), mas com o aumento de compulsórios aliado ao controle da tendência de desvalorização do yuan.

Assim, parece bastante possível imaginar que 2019 seja um ano de inversão mais forte de ciclo econômico, tanto nos países centrais (a maioria já em processo de normalização de suas políticas ultraacomodatícias adotadas no pós-crise) como nos emergentes.

Segundo James Swanston, economista da Capital Economcs, “um gradual abrandamento do crescimento na maior parte do leste da Ásia e da Europa emergente” é o cenário esperado daqui para frente. Já “o dramático aperto das condições financeiras na Turquia e na Argentina significa que essas economias provavelmente entrarão em recessão”, mais do que compensando a expectativa recuperação de grandes players como a Rússia, Brasil e México.

O cenário para a economia real passará, portanto, pelo que determinarem as condições financeiras nos emergentes no resto deste ano. Se um default da dívida da Argentina, por exemplo, entrar no radar, dificilmente a diferenciação dos emergentes pela qualidade de seus fundamentos será suficiente para barrar uma mudança mais forte nos portfólios globais em direção a ativos “livres de risco”, como bônus de países centrais e o ouro.

Apesar da intensa pressão sobre os ativos argentinos, o país tem o apoio do Fundo Monetário Internacional (FMI), o que em tese cobrirá suas necessidades de financiamento até o fim do ano que vem. Cálculos do Julius Baer, apontam um montante de US$ 55 bilhões em vencimentos de papeis em 2019, mas cerca de 40% são dívidas detidas por instituições públicas e pelo menos metade do restante provavelmente será rolada.

Ainda assim, os preços dos títulos públicos já embutem temores de que o país se torne novamente inadimplente nos mercados internacionais, situação da qual saiu a não muito tempo. A Turquia também pode trazer más notícias com a relutância do governo em tomar medidas mais fortes para conter a turbulência nos mercados, em controlar a inflação e em pedir ajuda a órgãos internacional.

 

Juros futuros sobem com volatilidade do dólar

A incerteza sobre uma eventual atuação do Banco Central no mercado de câmbio está interferindo no mercado de juros e ajuda a explicar a maior volatilidade das taxas. Segundo profissionais, depois que o BC fez a oferta líquida de swaps cambiais na última quinta-feira (30), em resposta à forte alta do dólar por causa da crise da Argentina, toda vez que a cotação dispara há um movimento de zeragem de posições, levando as taxas futuras para cima. Isso acontece porque muitos fundos apostavam na alta da bolsa, nas NTN-Bs e, como proteção, ficam comprados em dólar, explica David Cohen, sócio e gestor da Paineiras Investimentos.

Se o BC atua e o dólar cai, o mercado naturalmente desmonta todas essas posições. “Quando o BC interveio, ele retirou a eficiência da proteção no dólar e gerou desmanche de posições. Outros ativos, para além do dólar, também estão sendo prejudicados”, afirma. Cohen observa que, nesta terça-feira (4), o dólar chegou bem próximo do patamar quando o BC interveio na semana passada e que o mercado desmontou rapidamente parte da posição comprada em dólar com medo de uma nova intervenção.

Rogerio Braga, gestor de renda fixa e multimercados da Quantitas, vai na mesma linha ao explicar que o mercado estava com uma elevada posição comprada em dólar como hedge, e que alguns players desmontaram posição. Com isso, o fluxo técnico se sobressai aos fundamentos. Segundo ele, neste contexto, a correlação entre juros e câmbio foi alta ao longo do dia. No fechamento do pregão regular, no entanto, os DIs tinham desempenho ainda mais negativo.

Cohen, da Paineiras, lembra que os mercados estão com alta volatilidade e, na menor tendência positiva, os investidores aproveitam para zerar posições. Além disso, conforme o dólar vai se mantendo no patamar mais alto, crescem as dúvidas sobre o impacto disso na inflação e em como o BC procederá na sua estratégia de política monetária, o que gera mais prêmio na curva. Os investidores também seguem cautelosos à espera da divulgação da pesquisa nacional Ibope de intenção de voto para presidente, que será divulgada a partir das 20h30 no “Jornal Nacional”, da TV Globo. Esta será a primeira pesquisa a capturar possíveis efeitos da propaganda eleitoral gratuita, iniciada na sexta-feira (31).

A coleta dos dados acontece desde o dia 29 até o fim desta terça. Ao fim da sessão regular, ás 16h, o DI janeiro/2020 fechou com taxa de 8,83% (de 8,79% no ajuste anterior), o DI janeiro/2021 anotou 10,09% (de 9,99% no ajuste anterior) e o DI janeiro/2025 registrou taxa de 12,46% (de 12,32% no ajuste anterior).

 

FOLHA DE SÃO PAULO

Indústria registra retração e setor já prevê ano errático e sem retomada

"A expansão da produção industrial no Brasil deve se manter errática e moderada até o fim deste ano, de acordo com a avaliação de empresários e economistas.

Segundo eles, a recuperação do setor tem como um de seus principais entraves a incerteza causada pela eleição presidencial, em especial por sua polarização e pela grande quantidade de candidatos competitivos e com diferentes propostas para lidar com os problemas econômicos.

Além disso, fatores como a lenta recuperação do emprego e o reflexo moderado da queda dos juros básicos da economia nas taxas cobradas de consumidores e empresas dificultam a aceleração do setor, segundo os representantes das empresas.

Com queda de 0,2% em julho na comparação com o mês anterior, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira (4) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o segmento alterna meses de avanço e retrocesso em 2018.

Dos 26 ramos pesquisados, dez apresentaram queda, com destaque para os de veículos automotores, reboques e carrocerias (-4,5%) e os produtos alimentícios (-1,7%).

Outras contribuições negativas vieram de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos, que tiveram recuo de 7,2%.

Apesar da queda quando se considera o período imediatamente anterior, o mês registrou crescimento de 4% se comparado com o mesmo mês de 2017.

No acumulado de 2018, a produção da indústria nacional teve alta de 2,5%. Nos últimos 12 meses, o crescimento acumulado sobe para 3,2%.

Mauricio Nakahodo, economista do Banco MUFG Brasil, diz acreditar que o resto do ano será marcado por pequenas altas e quedas moderadas como essa, na comparação mês a mês.

Fatores como a crise na Argentina, mercado que compra produtos industrializados brasileiros, devem ser uma nova barreira para o segmento nos próximos meses, afirma.

O economista diz esperar que 2018 termine com avanço de 2% em relação a 2017.

Segundo Flávio Castelo Branco, gerente-executivo de políticas econômicas da CNI (Confederação Nacional da Indústria), a incerteza em relação ao futuro retrai tanto os gastos dos consumidores como também os investimentos das empresas.

"É um quadro de grande incerteza. Não sabemos quais os candidatos que irão para o segundo turno nem o que eles pensam sobre o programa de ajuste das contas do governo que a economia precisa."

Além disso, segundo Castelo Branco, a paralisação dos caminhoneiros de maio (que causou forte queda na produção do mês) deixou entraves para a indústria, como o tabelamento dos fretes (criado pelo governo para encerrar os protestos).

João Dornellas, presidente-executivo da Abia (associação da indústria de alimentos), diz que a paralisação gerou prejuízos com efeitos nos meses após o evento, como a perda de animais.

Segundo ele, a queda no segmento, que a associação calcula em 3,15% na produção de janeiro a julho em comparação com o ano anterior, também é resultado do alto índice de desemprego e da falta de confiança dos consumidores.

Dornellas diz esperar que o setor cresça 1,5% em 2018, tendo sua recuperação impulsionada pelas festas de fim de ano.

Rafael Cagnin, economista do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), pondera que a desaceleração já ocorria desde o início deste ano, mesmo antes da paralisação e da aproximação do ciclo eleitoral.

Segundo ele, em 2017 a economia se beneficiou da queda da inflação e dos juros e de uma supersafra agrícola.

Neste ano, com o fim do efeito desses incentivos, houve a perda de vigor na recuperação, diz Cagnin.

Já a Abimaq (associação da indústria de máquinas), que aponta queda de 4,9% no faturamento do setor no mercado interno neste ano, afirma que a alta taxa de juros cobrada das empresas é um entrave para a retomada.

José Velloso, presidente-executivo da associação, afirma que, mesmo que o empresário acesse juros do BNDES nas linhas mais baratas para a compra de máquinas (12% ao ano), não conseguiria que o ganho obtido com o uso do equipamento compensasse o custo.

"Não estamos nem repondo a depreciação dos ativos", diz.

Uma das atividades que está sendo prejudicada neste momento é a produção de açúcar e de álcool. O banco de investimento Itaú BBA estima que 18 usinas do setor sucroalcooleiro enfrentam dificuldades financeiras.

Os empreendimentos, localizados no centro-sul do Brasil, a principal área produtora do país, não estão gerando caixa suficiente para manter suas operações, disse o chefe de negócios em agricultura do banco, Pedro Fernandes.

A instituição avaliou a situação financeira de 75 produtores, que representam uma capacidade total de processamento de 475 milhões de toneladas de cana.

O banco estima que outras 22 empresas mal têm conseguido gerar recursos suficientes para cobrir serviços da dívida e para manter níveis adequados de renovação de canaviais.

A longa estiagem de 2018 ameaça a próxima colheita. Em algumas cidades paulistas, a seca se aproximou de 120 dias e pode resultar em uma redução na produção de cana-de-açúcar de até 40 milhões de toneladas na atual safra.

Enquanto na safra 2017/18, encerrada em março, a produção alcançou 596 milhões de toneladas moídas, no período 2018/19 o montante pode ser de até 556 milhões.

 

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