Terça-feira

VALOR ECONÔMICO

Mercado reduz estimativa de crescimento do PIB em 2018 para 1,40%

A mediana das projeções do mercado para o crescimento da economia em 2018 voltou a mostrar recuo, agora de 1,44% para 1,40%, segundo a pesquisa semanal Focus, do Banco Central (BC), divulgada nesta segunda-feira com estimativas coletadas até o fim da semana passada. Trata-se da terceira queda semanal consecutiva.

As estimativas para a economia brasileira neste ano estão em trajetória quase ininterrupta de queda desde o fim de fevereiro, quando a mediana do mercado atingiu um auge de 2,92% no Sistema de Expectativas de Mercado do BC, que dá origem ao boletim Focus. Para 2019, a estimativa dos analistas consultados pela autoridade monetária continua em 2,50% de crescimento, percentual em que está há 11 pesquisas agora.

No fim de agosto, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o desempenho do PIB do segundo trimestre, de 0,2% de avanço em comparação aos três primeiros meses do ano, feitos os ajustes sazonais. O dado que chamou mais atenção, no entanto, foi a revisão do dado do primeiro trimestre, de alta de 0,4% para 0,1%. A projeção atual do governo federal para a economia brasileira em 2018 é de um crescimento de 1,6%, após o corte publicado no relatório de receitas e despesas referente ao terceiro bimestre, divulgado em 20 de julho.

Antes disso, a previsão era de expansão de 2,5%. Também no fim de agosto, os ministérios da Fazenda e do Planejamento publicaram o Projeto de Lei Orçamentária Anual (Ploa) do governo federal para 2019 mantendo como premissa o crescimento de 2,50% para aquele período. Inflação A mediana das projeções dos economistas do mercado para a inflação oficial em 2018 caiu de 4,16% para 4,05%.

No caso de 2019, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve ter alta de 4,11%, sem mudança. Para os próximos 12 meses, a previsão para o aumento do IPCA saiu de 3,75% para 3,89%. Entre os economistas que mais acertam as previsões, os chamados Top 5, de médio prazo, a mediana para a inflação de 2018 também recuou, de 4,14% para 4,06%. Quanto a 2019, a expectativa foi de 4,17% para 4,10% de elevação.

Na quinta-feira passada, o IBGE mostrou que o IPCA de agosto registrou deflação de 0,09%, menor resultado para o mês desde 1998. No último dia 31, o Projeto de Lei Orçamentária Anual (Ploa) do governo federal para 2019 trouxe a perspectiva de inflação de 4,25%. Câmbio A mediana das projeções para o dólar no fim de 2018 entre os economistas que mais acertam as previsões, os chamados Top 5, de médio prazo, voltou a subir, de R$ 3,60 para R$ 3,80 no fim de 2018.

Para o ano seguinte, a previsão ficou estável em R$ 3,51. Dessa forma, a expectativa entre os economistas desse seleto grupo alinha-se com a do mercado em geral, mantida em R$ 3,80 para este calendário. Para o fim de 2019, a mediana dos economistas em geral seguiu em R$ 3,70, patamar em que está há oito semanas agora.

Selic

As medianas das estimativas para a taxa básica de juros não sofreram alterações entre os economistas em geral: ficaram em 6,50% no fim deste ano (pela 16ª semana consecutiva) e 8% no próximo calendário, patamar em que já está há 35 semanas agora. Entre os economistas Top 5 de médio prazo, a projeção para a Selic no encerramento de 2018 ficou em 6,50% pela 17ª semana seguida. Quanto ao próximo ano, a projeção passou de 7,75% para 7,63%.

 

Economia global já dá sinais de desaceleração

A economia mundial dá sinais de desaceleração neste terceiro trimestre, o que pode marcar o fim do período de dois anos de expansão mais forte. "Não é uma recessão, apenas o vento vai bater um pouco mais devagar", diz Vagner Ardeo, economista da Fundação Getúlio Vargas. "Mas a mudança pode causar problemas ao Brasil." Vice-diretor do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV, Ardeo é especialista em ciclos econômicos.

Ele teme, em particular, a vulnerabilidade de economias como Turquia e África do Sul, que podem contagiar outros emergentes, inclusive Brasil. Os dados da World Economic Survey de julho mostram que, pela primeira vez desde 2011, mais de 50% dos países na pesquisa esperam que o trimestre seguinte seja de desaceleração econômica.

Entre as causas disso, Ardeo destaca a perspectiva de retirada dos estímulos monetários em economias avançadas e a guerra comercial desencadeada pelos EUA. Ele atualizou para o Valor o panorama das economias mundiais, às vésperas da conferência do Ciret (sigla representa um organismo internacional de pesquisa de tendências econômicas), o principal fórum internacional para pesquisadores sobre ciclos econômicos, que ocorre de quarta-feira a sextafeira na FGV, no Rio.

Ardeo fez um mapa do estágio no ciclo econômico das principais economias desenvolvidas e emergentes. Só seis países (com destaque para Brasil, África do Sul, Colômbia e Reino Unido) estão operando com capacidade ociosa. Onze estão superaquecidos, entre eles os EUA e a zona do euro.

Apenas dois países - Reino Unido e México -tiveram aumento no grau de ociosidade entre o segundo trimestre de 2017 e o de 2018. Segundo Ardeo, esse quadro confirma a avaliação hoje corrente de que terá continuidade o processo de retirada de estímulos pelos bancos centrais dos países desenvolvidos. "A retirada, porém, será cautelosa", pondera. Os BCs estão cientes de que, no caso de uma nova recessão, terão menos instrumentos para estimular as economias.

Os juros nominais estão historicamente baixos, e o espaço fiscal é limitado. Ainda assim, a retirada de estímulos está afetando e deve continuar a afetar economias emergentes mais vulneráveis. "O Brasil não tem uma vulnerabilidade externa", diz Ardeo, lembrando indicadores externos positivos como volume de reservas internacionais, a posição de credor externo líquido e o baixo déficit em conta corrente.

"O que há é o risco de contágio a partir de outras economias emergentes, e o quadro fiscal complicado num período de eleições presidenciais." Exercícios feitos pelo Ibre/FGV mostram que, por ora, o grosso da alta do dólar se deve mais a fatores ligados à economia global. Esse quadro externo tende a afetar o Brasil em duas dimensões das suas contas externas. De um lado, a retirada de estímulos monetários reduz o fluxo de capitais ao Brasil; de outro, a perspectiva de desaceleração no crescimento mundial tende a reduzir a demanda pelas exportações brasileiras.

 

FOLHA DE SÃO PAULO

Empresas brasileiras já incluem nos balanços riscos com crise argentina

A crise argentina e a forte desvalorização da moeda local colocam pressão sobre companhias que exportam para o país --com destaque para as empresas brasileiras.

Segundo análise do banco JPMorgan, realizada com base em relatórios de companhias de capital aberto, as empresas brasileiras estão entre as mais afetadas pela instabilidade no país vizinho.

Na lista estão companhias como Ambev, Klabin e Braskem. A mais afetada entre as brasileiras é a Alpargatas, dona da marca Havaianas.

Segundo o banco, 19,1% de sua receita está exposta à Argentina. No balanço do segundo trimestre, a Alpargatas afirmou que o cenário no país é conturbado.

Artigos esportivos são o forte da empresa no mercado vizinho. De acordo com a Alpargatas, as vendas do segmento vinham bem até abril, mas a desvalorização do peso argentino no segundo trimestre --que teve queda de 30% ante o dólar no período-- levou a reajuste nos preços e redução nas vendas.

A empresa diz ter adotado medidas para minimizar o impacto, como reavaliação da estrutura de produção e importação de produtos acabados.

De janeiro a agosto, o valor das exportações do Brasil para a Argentina foi de US$ 11,5 bilhões (R$ 47,6 bilhões), alta de 1,1% na comparação com 2017.

Outras companhias brasileiras já apontam preocupações com a Argentina.

Em relatório, a Ambev, que tem 8,2% das vendas concentradas na Argentina, segundo o JPMorgan, se diz cautelosa com o país vizinho.

A empresa de bebidas relata que o custo (excluindo depreciação e amortização, por hectolitro) subiu 3,8% no segundo trimestre deste ano, ante 2017, por causa de pressões inflacionárias no vizinho, além de alta no valor de matérias-primas. Procurada, a Ambev disse que não comentaria.

Segundo Livio Ribeiro, pesquisador do Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), é improvável que algum segmento de exportação à Argentina fique imune.

"Claro que o sofrimento não é homogêneo. Dado o tamanho do choque, parece difícil que algum setor não seja afetado", diz Ribeiro.

Um dos mais afetados é o automotivo e, para Federico Servideo, presidente da Câmara de Comércio Argentino-Brasileira, a perspectiva é de um segundo semestre ainda mais difícil.

"Haverá queda no consumo local, por causa de medidas para controlar gastos públicos, e redução das importações, pela baixa capacidade dos argentinos em comprar produtos dolarizados."

Fabrizio Panzini, gerente de negociações internacionais da CNI (confederação da indústria), diz que, em crises anteriores, companhias brasileiras buscaram novos mercados para compensar a perda no vizinho. Entre as alternativas estão Chile, Peru e México.

Em sua avaliação, ainda é cedo para saber se o movimento se repetirá. A opção depende do setor e do investimento necessário para a mudança.

Gustavo Sousa, diretor financeiro e de relações com investidores da Klabin, do setor de papel, diz considerar pequena a exposição da empresa ao mercado argentino (7,1%, segundo o banco americano).

Ele afirma que a maior parte das vendas para o vizinho é feita em dólar, sem prejuízo cambial. Diz ainda que, caso haja redução de negócios, a empresa redireciona produtos para outros mercados.

A Braskem, com 2,6% da receita exposta à Argentina, diz que sua política de diversificação de mercados permite compensar variações da economia nos países em que atua.

Estão na lista do JPMorgan empresas baseadas no Chile, mas com operação no Brasil, como a varejista Cencosud (24,5%), a empresa de energia Enel Americas (16,7%) e a aérea Latam (11,5%).

A companhia de aviação explica que a desvalorização do peso gerou queda na demanda por viagens de argentinos, mas o país tem atraído viajantes.

A Cencosud diz ter bons resultados na Argentina quando se leva em conta a moeda local, mas a depreciação do peso impacta os resultados se valores são convertidos para peso chileno.

A varejista espera uma redução na venda de importados no país e, por isso, diz que ajustará seu mix de produtos.

A Enel afirma não ter grande preocupação com a crise na Argentina. "O objetivo é melhorar o fluxo de caixa proveniente do país até que os problemas sejam resolvidos."

 

O ESTADO DE SÃO PAULO

Santander faz ofensiva no crédito imobiliário

De olho em abocanhar uma fatia maior no crédito imobiliário, o Santander Brasil está fincando de vez os pés na linha pró-cotista, que financia imóveis com taxas menores para trabalhadores com recursos no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

Depois de ingressar neste segmento no início de agosto para obras financiadas pelo próprio banco, agora, o espanhol foi além e passou a mirar também os demais imóveis. Assim, o Santander passa a atuar na linha pró-cotista em unidades, cujas obras estão sendo financiadas pela concorrência.

As condições incluem cota máxima de até 80% do valor do imóvel, prazo máximo de 30 anos e taxa de juros de 8,4% ao ano. Procurado, o banco Santander não se manifestou sobre sua ofensiva na linha pró-cotista.

Puxou a fila. Além do banco Santander, o Bradesco também se prepara para atacar a linha pró-cotista no ano que vem, a partir de janeiro. Já o Itaú Unibanco não pretende explorar este segmento ao menos no curto prazo.

Só para novinhos. A chegada dos bancos privados à linha pró-cotista, na qual já avaliavam o ingresso desde o início do ano, ocorre em meio ao esgotamento desses recursos nos pares públicos no caso de imóveis usados.

Já para moradias novas, tanto a Caixa Econômica Federal quanto o Banco do Brasil ainda possuem recursos disponíveis. Procurado, o Bradesco confirmou a data de seu ingresso no pró-cotista. A Caixa informou que a linha para imóveis usados ainda está suspensa. O BB ressaltou que “os clientes podem financiar imóveis residenciais novos pelo pró-cotista”.

 

Mais recursos para o crédito à habitação

Agosto foi o melhor mês do ano para os depósitos de poupança, que registraram captação líquida de R$ 4,4 bilhões no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e de R$ 5,9 bilhões, se forem incluídos os depósitos na caderneta rural do Banco do Brasil. O aumento da captação permitirá que os bancos possam ampliar a oferta de crédito imobiliário para atender à demanda que, historicamente, tende a crescer nos finais de ano.

Quase a metade da captação líquida deste ano no SBPE, de cerca de R$ 9 bilhões, ocorreu no mês passado. Incluída a poupança rural, o ingresso líquido dos primeiros oito meses de 2018 atingiu quase R$ 17 bilhões.

A demanda de crédito no SBPE está em recuperação. Entre janeiro e julho, foram financiados no SBPE 118,5 mil imóveis, no montante de R$ 30,2 bilhões, incluídas as operações com mutuários finais e incorporadores. O crescimento em relação a igual período de 2017 foi de 19,7% no número de unidades e de 21,9% no montante financiado.

Um sinal positivo para a demanda de imóveis usados foi registrado em julho pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Crecisp). Após três meses negativos, as vendas de imóveis usados cresceram 38,52% na cidade de São Paulo, melhor resultado do ano. Comparando os primeiros sete meses de 2017 e de 2018, o saldo acumulado de vendas avançou 34,29%.

O crescimento da oferta de recursos traz efeitos visíveis. Por exemplo, vem estimulando a competição entre os bancos para contratar operações de crédito. As maiores instituições do setor, públicas e privadas, anunciaram nas últimas semanas reduções nas taxas de juros cobradas dos clientes. Se a tendência se sustentar favorecida pela inflação contida, mais famílias se sentirão motivadas a contratar financiamentos de longo prazo.

O estoque de recursos depositados nas cadernetas de poupança do SBPE alcançou R$ 590 bilhões em agosto, com crescimento de 4,7% em relação a dezembro de 2017 e de 10,6% em 12 meses. Haverá, assim, um colchão de recursos nas cadernetas para financiar a moradia, notadamente destinada à classe média.

Se o horizonte econômico do País se desanuviar com as eleições do mês que vem, com predomínio da racionalidade da política macroeconômica, o setor imobiliário poderá ser muito beneficiado em 2019.

 

O GLOBO

Impacto das eleições no câmbio preocupa equipe econômica

A equipe econômica está preocupada com o impacto das eleições no câmbio. Segundo fontes ouvidas pelo GLOBO, a avaliação é que o dólar, cada vez mais sensível às pesquisas de intenção de voto, tem espaço para novas disparadas caso algum candidato que não apoie reformas ganhe força. No governo, há quem veja espaço para a divisa chegar a R$ 4,40. Mas a expectativa é que ela caia depois de os planos do presidente eleito ficarem mais claros.

- O dólar já bateu nos R$ 4,20 e pode ir além disso. Pode subir uns 5% além dessa cotação, a depender das pesquisas, mas não tem fôlego para mais - afirmou um técnico ouvido pelo GLOBO.

Esse assunto foi o centro da reunião entre os principais banqueiros e o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, na semana passada. O BC quis ouvir as perspectivas das instituições sobre o assunto. A avaliação de interlocutores é que o cenário é mais conturbado do que o observado em 2002. Naquela época, Lula despontava nas pesquisas, e a moeda ultrapassou R$ 4.

- O cenário está incerto, e o BC queria saber como as instituições estão olhando para a questão - disse um dos presentes ao encontro.

AS ARMAS DO BANCO CENTRAL

Toda a cautela dos economistas está refletida na pesquisa semanal Focus, feita pelo BC. De acordo com o boletim divulgado ontem, os analistas apostam que a moeda americana encerrará 2018 cotada a R$ 3,80. Para o ano que vem, a estimativa é a de um dólar um pouco mais baixo: R$ 3,70.

Sem intenção de intervir no mercado para estipular o preço, o BC está disposto a usar seu arsenal apenas para evitar a volatilidade vista nas últimas semanas. Entre as armas do BC, estão os contratos de swap, que equivalem à venda com compromisso de recompra de dólares das reservas internacionais, e, somente em último caso, injeção direta de recursos. Por enquanto, a ordem é tomar as decisões no dia a dia, de acordo com os acontecimentos.

Na inflação, a avaliação dentro da área econômica é que o fato de a economia ainda ser muito fechada impede um contágio maior da disparada da moeda americana.

 

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