Sexta-feira

VALOR ECONÔMICO

Dólar encosta em R$ 4,20 e bate marca histórica

A probabilidade de Fernando Haddad (PT) subir nas pesquisas de intenção de votos e chegar forte no segundo turno da disputa presidencial ganhou terreno nos preços de mercado. Segundo profissionais, muitos "trackings" privados mostram o avanço do petista, o que eleva a apreensão dos agentes em relação à pesquisa Datafolha, que deve ser conhecida hoje. Diante de uma das disputas presidenciais mais imprevisíveis na história do país, o dólar bateu o maior nível de fechamento desde a criação do Plano Real, encostando no patamar de R$ 4,20.

A situação fica ainda mais complicada, na avaliação dos especialistas, por causa das condições de saúde de Jair Bolsonaro (PSL), líder das pesquisas eleitorais. O risco é que o candidato - que passou por cirurgia de emergência na quarta - não tenha condições para manter uma campanha robusta no segundo turno, o que prejudicaria sua candidatura. Ontem, o dólar fechou em alta de 1,11%, aos R$ 4,1952, deixando para trás o recorde anterior de R$ 4,1631, marcado em 21 de janeiro de 2016.

E no pior momento de nervosismo da sessão, subiu até R$ 4,2046. Por ora, em termos nominais, a escalada da moeda em 2018 só não superou a máxima intradiária, de R$ 4,2484, registrada em 24 de setembro de 2015. Para um experiente gestor de fundos, o mercado embute nos preços uma disputa acirrada entre Bolsonaro e Haddad no segundo turno. É difícil dizer qual é o potencial de alta que o dólar ainda tem, caso esse cenário se confirme. Mas, no mercado, há quem diga que os preços já contemplam uma probabilidade de vitória de Haddad superior a 50%. "A piora do mercado reflete o risco de Bolsonaro chegar no segundo turno sem condições de saúde para carregar a campanha", diz.

Com isso, aumenta a busca por proteção contra uma eventual derrota do ex-militar para um candidato de esquerda. O cientista político Ricardo Ribeiro, da MCM, aponta que existe uma chance "relevante" de um candidato de esquerda vencer Jair Bolsonaro no segundo turno. A rejeição do eleitorado representa uma grande desvantagem para o ex-militar, o que já é suficiente para acirrar a disputa. Mas a situação pode se complicar ainda mais por causa das condições de saúde do candidato do PSL.

"Ficar fora da campanha agora não é ruim para Bolsonaro e ele ganhou mais visibilidade após o atentado [...], mas se ele for impossibilitado de participar de debates, aparecer no segundo turno, sua candidatura pode ser prejudicada", diz. Para Ribeiro, o mercado mostra apreensão com cena política, já que não está se configurando uma situação ideal. O avanço de Geraldo Alckmin (PSDB) - nome mais alinhado à agenda dos investidores - é considerado "improvável" neste momento.

Segundo David Cohen, sócio e gestor da Paineiras Investimentos, a situação de saúde de Bolsonaro preocupa porque o candidato pode ficar fora das ruas na campanha do segundo turno. "Isso reduz as chances dele ganhar da esquerda", afirma. Entre os sinais de tensão no mercado, os juros futuros fecharam perto das máximas do dia. A taxa do contrato de DI para janeiro de 2021 subiu de 9,82% para 9,99% ontem.

A temperatura do mercado ainda deve ser calibrada pela pesquisa Datafolha. "E a expectativa já é de Haddad subindo bastante", diz outro gestor de um grande fundo multimercado. Para ele, o mercado está apostando num segundo turno apertado. "As pessoas ainda estão muito divididas sobre quem ganharia essa eventual disputa", diz. Isso não significa que o mercado tenha assumido o modo pânico.

O Ibovespa teve uma queda relativamente moderada, de 0,58%, aos 74.687 pontos. Esse sangue-frio demonstra que a demanda pela moeda americana é alimentada pela busca por proteção, e não por uma onda generalizada de venda de ativos brasileiros.

Para Alexandre Ulm, responsável pela área de renda variável da Canepa Asset Management, o nível do dólar acaba ajudando a bolsa, uma vez que atrai investidores globais para o mercado local. "O estrangeiro vê a bolsa em dólar e ela acaba ficando barata, isso serve como propulsor", diz Ulm, ressaltando ainda a forte participação de empresas exportadoras ou com receita em dólar - como Vale, Suzano e Gerdau, entre outras - na composição do Ibovespa.

No acumulado do ano, o Ibovespa recua 2,25%, enquanto o dólar avança 26,6%. Pelo menos por ora, esse quadro ameniza a urgência de um novo programa de intervenção do Banco Central (BC) no câmbio. A volatilidade histórica de cinco dias do câmbio - um bom termômetro da intensidade das oscilações - ficou em 16% ontem, bem abaixo do pico de quase 50% no primeiro semestre, quando a autoridade monetária teve de oferecer volumes bilionários de swap cambial para conter a busca por "hedge" no mercado.

Existe o risco, porém, de que a volatilidade ainda possa aumentar. "Acreditamos que, como nas eleições de 2002, o pico de volatilidade ocorrerá entre o primeiro e o segundo turno", dizem os economistas Tony Volpon e Fabio Ramos, do UBS, em relatório.

 

Juros futuros fecham perto das máximas com temor de avanço de Haddad

Os contratos de juros futuros aceleraram o movimento de alta e fecharam o pregão regular perto das máximas do dia. O DI janeiro/2021, o mais líquido, teve avanço de 0,19 ponto percentual e fechou cotado em 9,97%, nesta quinta-feira (13). De acordo com David Cohen, sócio e gestor da Paineiras Investimentos, a questão política continua atrapalhando os negócios. Segundo ele, muitas pesquisas privadas mostram o avanço do candidato do PT, Fernando Haddad.

A situação de saúde de Jair Bolsonaro (PSL) também preocupa, uma vez que a nova cirurgia, realizada na noite de quarta (12), pode deixar o candidato fora das ruas na campanha do segundo turno. “Isso reduz as chances dele ganhar da esquerda no segundo turno”, afirma. Em meio a esse cenário, o investidor de ativos brasileiros está muito cauteloso e isso impede que os mercados de câmbio e juros acompanhem na mesma intensidade a melhora dos pares emergentes no exterior, de acordo com Marcos de Callis, estrategista de investimento da Asset do Banco Votorantim.

“O investidor tem evitado premiar muito os ativos. Quando as notícias são boas, os ativos ficam com pouco prêmio. Quando são ruins, a intensidade é muito maior. Percebemos esta assimetria”, diz. Segundo ele, isso responde ao clima de precaução aqui no Brasil, com as inseguranças decorrentes das eleições. A situação clínica de Jair Bolsonaro (PSL) também não ajuda e, na avaliação do estrategista, o foco agora vai ser para o avanço dos candidatos de esquerda.

Segundo Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Bando Mizuho do Brasil, as pesquisas recentes mostram o eleitorado caminhando para os extremos, com Jair Bolsonaro (PSL) em uma ponta e Fernando Haddad (PT) e Ciro Gomes (PDT) na outra. Esse cenário não é positivo para o debate sobre as reformas, em sua opinião, e o mercado não vê espaço para melhora. Ao fim do pregão regular, às 16h, o DI janeiro/2020 fechou com taxa de 8,65% (de 8,47% no ajuste anterior), o DI janeiro/2021 anotou taxa de 9,97% (de 9,77% no ajuste anterior) e o DI janeiro/2025 registrou 12,47% (de 12,38% no ajuste anterior).

 

FOLHA DE SÃO PAULO

Mercado financeiro alimenta mau humor com esquerda antirreformas

Nem Ciro, nem Haddad, o mau humor do mercado que tem levado o dólar a patamares recordes não é com um nome específico, mas com a possibilidade mais ampla de um candidato da esquerda não só chegar ao segundo turno, como ainda bater o atual líder nas pesquisas, Jair Bolsonaro (PSL).

Ainda que levantamentos recentes mostrem quatro candidatos empatados na segunda posição, a última pesquisa Datafolha, divulgada na segunda-feira (10), apontou Ciro Gomes (PDT) ligeiramente à frente na disputa pela vaga, com 13% das intenções de voto, contra 10% anteriormente.

Na mesma pesquisa, Fernando Haddad (PT), que ainda não havia sido oficializado como candidato no lugar do ex-presidente Lula quando o levantamento foi realizado, saltou de 4% para 9%.

Em um eventual segundo turno, Bolsonaro perderia para Ciro e empataria com Haddad.

Na terça-feira (11), um dia após a divulgação desses resultados, a Bolsa caiu mais de 2% e o dólar subiu 1,5%.

"As políticas nem de Haddad nem de Ciro são pró-mercado e, por isso, nenhum deles é favorito entre investidores. O que fará a diferença será a sinalização que darão no dia seguinte à eleição, caso algum deles vença", diz Luis Otavio de Souza Legal, economista-chefe do banco ABC Brasil.

"Vamos ter um PT com mais responsabilidade fiscal como no primeiro governo de Lula ou vai ser como no governo de Dilma [Rousseff]? Vamos ter um Ciro pautando o lado mais fiscalista como quando governou o Ceará ou um que ataca o capital privado e pressiona a autonomia do Banco Central?", completa.

Especialistas destacam que a equipe econômica de Ciro, com nomes como Mauro Benevides Filho, até recentemente secretário de Fazenda do Ceará, demonstra ter mais "pé no chão" e reconhecimento sobre a situação fiscal apertada do Brasil.

A equipe fala, por exemplo, em mudanças na Previdência, um dos temas mais caros ao mercado. A proposta seria a criação de um sistema híbrido, de repartição e capitalização de contas individuais.

Um economista e professor que preferiu não se identificar destacou que Ciro fez uma boa gestão fiscal quando foi governador no Ceará, nos anos 1990. Mas ele afirma que o discurso de Ciro é desequilibrado e, muitas vezes, o candidato parece dizer coisas que não foram conversadas com sua equipe.

"Ciro poderia ser mais digerível ao mercado não fosse seu discurso. Claro que o agente mais vacinado sabe que aí entra um tom eleitoral, até para se segurar entre segmentos da esquerda ligados ao PT", diz Rui Tavares Maluf, coordenador da pós-graduação em Opinião Pública e Inteligência de Mercado da Fundação Escola de Sociologia e Política de SP.

O diretor executivo de uma gestora e ex-funcionário do Banco Central disse, sob condição de anonimato, que Ciro pode ser um pouco pior que Haddad devido ao que chamou de seu comportamento explosivo. O PT, ele diz, poderia obter algum ganho baseado no histórico de pragmatismo econômico da era Lula.

Embora possa ser visto como um nome até mais ortodoxo —Haddad tem formação em direito e economia— o principal entrave para o ex-prefeito de São Paulo, dizem agentes financeiros, seria carregar consigo nomes do PT que poderiam exercer pressão sobre um governo do petista.

"Para além de preferências por nomes, o que o mercado mais espera é que seja resolvida a questão fiscal, ainda que gradualmente", diz Luiz Fernando Figueiredo, sócio da Mauá Capital e ex-diretor do BC.

 

O ESTADO DE SÃO PAULO

Vendas do varejo e inadimplência expõem economia sem condições de arranque

Está difícil identificar algum sinal favorável de evolução da atividade econômica nestes últimos meses. Com ou sem efeito da parada dos caminhoneiros, o que se vê é economia fraca, praticamente sem condições de arranque. À espera do novo governo ou pelo menos à espera de indicações mais claras de como será o novo governo. Como tudo, aliás, no País.

As vendas do varejo, por exemplo, que antecipam em parte o que acontecerá mais à frente com a produção industrial, ficaram abaixo das expectativas dos analistas em julho e apontaram para baixo na comparação com junho (0,5%), pelo terceiro mês consecutivo. Em relação ao mesmo mês de 2017, caíram 1%, interrompendo uma sequência de 15 meses de resultados positivos. O IBGE classifica esse movimento do comércio como perda de ritmo de recuperação — o que, em bom português, pode ser traduzido como “paradeira”.

Reforçando o quadro desfavorável, o indicador de inadimplência do consumidor avançou em agosto pelo 11º mês seguido, de acordo com dados da Confederação Nacional dos Diretores Lojistas (CNDL)/Serviço de Proteção ao Crédito. Com uma alta de 3,63% sobre agosto de 2017, o número de consumidores com dívidas em atraso chegou a 62,9 milhões em todo o País, o que corresponde a cerca de 40% da população adulta. A maior parcela desse contingente está na faixa de 30 a 39 anos (17,9 milhões de pessoas) e, em termos proporcionais, a maior participação da inadimplência concentra-se na região Norte.

Diante desses números, fica claro que uma retomada da economia pelo lado do consumo enfrenta vários obstáculos. Não é por outro motivo que, no programa econômico de Ciro Gomes (PDT), tem destaque a polêmica proposta de refinanciamento das dívidas dos cidadãos negativados no SPC. Pelo lado do investimento, então, os obstáculos podem ser não só em maior número como também mais resistentes.

Trata-se, sem dúvida, de uma situação mais do que complicada para os candidatos à Presidência. Afinal, eles não podem se arriscar a um novo estelionato eleitoral, com promessas fantasiosas que, de antemão, já se sabe que não serão cumpridas. Mas também não podem deixar de injetar algum ânimo ao eleitorado, já desgastado principalmente com a persistência da crise no mercado de trabalho. Haja equilíbrio.

 

Economistas veem rombo primário um pouco melhor em 2018, aponta Fazenda

O mercado melhorou novamente a projeção para o rombo primário do governo central (Tesouro, Banco Central e Previdência) em 2018, com folga de quase R$ 18 bilhões em relação à meta estabelecida para o ano, apontou relatório Prisma Fiscal divulgado nesta quinta-feira, 13, pelo Ministério da Fazenda.

Segundo mediana dos dados coletados até o quinto dia útil deste mês, a estimativa agora é de déficit primário de R$ 141,039 bilhões em 2018, melhor que o saldo negativo de R$ 148,172 bilhões calculado antes.

A projeção, com isso, passa a embutir sobra ainda maior em relação à meta fixada pelo governo, de rombo de R$ 159 bilhões. Membros da própria equipe econômica vêm ressaltando que o dado deve fechar 2018 melhor que o esperado, ajudado por bilionários recursos empoçados em ministérios.

O secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, justificou que embora o dinheiro tenha sido liberado para pagamento, não está sendo executado pelas pastas por uma série de amarras e vinculações. Em agosto, ele estimou economia de R$ 14,5 bilhões nessa frente.

Para 2019, a projeção dos economistas passou a ser de déficit primário de R$ 123,808 bilhões, com pouca alteração em relação ao patamar de R$ 123,288 bilhões visto no mês anterior, informou o Prisma.

O resultado também segue dentro da meta de saldo negativo em R$ 139 bilhões para o ano, no que será o sexto consecutivo que o País não consegue economizar para pagar juros da dívida pública.

Em relação à dívida bruta, as contas ficaram praticamente estáveis. Para 2018, os economistas calcularam em 76,10% do Produto Interno Bruto (PIB), sobre 76% anteriormente. Para o ano que vem, estimaram que subirá a 78,12% do PIB, sobre 78,09 % visto antes.

 

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