TRIBUNA DO NORTE
Construção civil acumula perdas há 51 meses, diz FGV
Um dos mais importantes setores da economia brasileira não se desvencilhou da crise. A construção civil acumula, em nível nacional, perdas há 51 meses. No Rio Grande do Norte, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor demitiu 61 mil trabalhadores entre o primeiro trimestre de 2014 e o primeiro trimestre deste ano – queda de 42,65% na força de trabalho. Desde 2016, pelo menos, nenhum novo empreendimento imobiliário é lançado no estado, conforme dados do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon/RN). As perspectivas para os últimos meses deste ano são de estagnação nas vendas.
“Não há melhoria no setor. A grande consequência da crise, e eu nem gosto desse termo, é a falta de emprego. O setor da construção civil foi o primeiro a entrar em declínio e será o último a sair”, comentou Larissa Dantas, vice-presidente para Mercado Imobiliário do Sinduscon/RN. Ela apontou que a instabilidade econômica provocada pelo atual cenário políticio provocou uma lentidão na retomada do crescimento do setor. Além disso, o número elevado de desempregados e devedores em todos os estados brasileiros impedem a liberação de crédito para possíveis compradores de imóveis.
Até o fim deste ano, podendo se prolongar por alguns meses de 2019, em decorrência das mudanças políticas que deverão ocorrer no País, principalmente, e também no Rio Grande do Norte em decorrência das eleições, as expectativas não remetem ao positivismo. “Eu não vejo, de fato, uma perspectiva positiva”, declarou Larissa Dantas. Somente de janeiro a agosto deste ano, conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho, 693 trabalhadores da construção civil potiguar foram demitidos.
Uma melhora poderá ocorrer a partir de 2019, com o início da construção de 1.236 unidades habitacionais inscritas no Programa Minha Casa Minha Vida em Natal (Residencial Planalto Privilege I, II, III, IV e V com 240 apartamentos) e Mossoró (Residencial Mossoró V e VI com 496 unidades habitacionais e Residencial João Newton da Escossia Etapas 1 e 2 com 500 apartamentos).
Estagnação
A construção civil ficou estagnada em julho em relação ao mesmo período do ano anterior. Os dados compõem o cálculo do Monitor do PIB, apurado pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
Os investimentos da construção civil só registraram expansão em abril (2,7%), considerando-se um período de 4 anos e 4 meses. Já a compra de máquinas e equipamentos, que mostra recuperação desde o início de 2017, teve crescimento de 14,1% em julho de 2018 ante julho do ano passado, a 13.ª taxa positiva consecutiva.
O empresariado brasileiro vem retomando a modernização do parque produtivo, mas a recuperação da taxa de investimentos na economia não decola por conta da paralisação nas obras de infraestrutura e do receio das famílias em comprometer a renda com financiamento imobiliário diante do cenário ainda complicado do mercado de trabalho, avaliou Claudio Considera, coordenador do Monitor do PIB da FGV.
A Formação Bruta de Capital Fixo (indicador usado para medir investimentos na economia) subiu 4,5% em julho de 2018 ante julho de 2017. A taxa de investimento em relação ao PIB foi de 17,4% no mês de julho. Em 2013, quando atingiu o auge da série histórica, essa taxa estava próxima de 21%.
VALOR ECONÔMICO
BC: Estoque de crédito sobe 1% e vai a R$ 3,1 trilhões em agosto
O crescimento do crédito em agosto foi alavancado pela desvalorização do real, que eleva o valor das operações referenciadas em dólar, afirmou o chefe do Departamento de Estatística do Banco Central (BC), Fernando Rocha. Em agosto, o saldo de crédito do sistema financeiro aumentou 1%, para R$ 3,155 trilhões, segundo dados do BC. De acordo com Rocha, a alta teria sido de 0,7% se não fosse a desvalorização cambial no mês.
O impacto da queda do real sobre o saldo foi de R$ 10 bilhões. Rocha ponderou que o valor é relativamente pequeno quando comparado ao estoque total do crédito. “O funding do mercado de crédito é feito, quase em sua quase totalidade, com recursos domésticos”, afirmou. Como proporção do Produto Interno Bruto (PIB) estimado pela autoridade monetária, o estoque de operações subiu para 46,7% em agosto, frente a 46,5% um mês antes. Em agosto de 2017, era de 47,2%.
Segundo o economista do BC, a variação cambial tem impacto principalmente sobre as operações das linhas financiamento de exportações e repasse externo. Em agosto, conforme levantamento da autoridade monetária, o saldo total do crédito livre avançou 1,5% perante julho, chegando a um total de R$ 1,663 trilhão, enquanto o crédito direcionado avançou 0,5%, para R$ 1,492 trilhão. O saldo total de crédito para as famílias aumentou 1,1% em agosto, e 6,8% em 12 meses, chegando a R$ 1,720 trilhão. Para as empresas, o avanço no mês foi de 0,9%, alcançando R$ 1,434 trilhão. Medido em 12 meses, a queda é de 0,4%.
Incerteza política impede retomada da confiança, aponta FGV
A incerteza eleitoral e a ausência de sinais mais robustos de retomada no mercado de trabalho, com impacto no poder aquisitivo do consumidor, elevou cautela entre o empresariado varejista – que mostrou em setembro o menor nível de confiança em um ano. É o que mostrou hoje a Fundação Getulio Vargas (FGV) ao divulgar recuo de 1,2 ponto no Índice de Confiança do Comércio (Icom) entre agosto e setembro, para 88,7 pontos. Foi a menor pontuação para o indicador desde agosto de 2017 (84,4 pontos).
Para Rodolpho Tobler, coordenador da Sondagem do Comércio da fundação, a confiança do setor deve continuar volátil até o fim do ano e dificilmente iniciará trajetória de recuperação antes de 2019. As expectativas em baixa conduziram ao resultado de queda do índice. O Índice de Expectativas (IE) mostrou recuo de 2,4 pontos entre agosto e setembro, para 92,2 pontos. Já o Índice de Situação Atual (ISA) permaneceu estável, em 85,7 pontos, no mesmo período.
“A queda das expectativas em setembro anulou a melhora [do IE] no mês passado”, afirmou o especialista, comentando que as expectativas em agosto subiam 2,8 pontos. Ele comentou que o cenário político, com o pleito presidencial ainda sem definição, eleva a cautela nos próximos meses em termos de negócios para o setor. Isso porque não há como saber qual seria a condução de política econômica do vencedor da disputa.
Tobler comentou, no entanto, que o indicador mostrou um sinal positivo: a avaliação sobre situação atual parou de cair, o que confere um ambiente mais de moderação ao varejo no momento presente. Mas o técnico admitiu que não há indício de melhora robusta na demanda do comércio. Isso porque, sem reação expressiva no emprego e na renda, o poder aquisitivo do consumidor acaba sendo limitado.
Então, na análise do especialista, seria difícil imaginar recuperação da confiança até o fim do ano. Ele descartou, ainda, que o Icom possa se posicionar acima de 100 pontos – limite entre o cenário favorável – até o término de 2018. “É difícil fazer um cenário claro. Agora podemos esperar volatilidade [no indicador] até o fim do ano”, completou.
ESTADÃO
Banco central dos Estados Unidos eleva taxa de juros pela terceira vez em 2018
Os membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do banco central americano (Federal Reserve) decidiram, por unanimidade, elevar a taxa básica de juros (Fed funds) em 0,25 ponto porcentual, para a faixa entre 2,00% e 2,25% nesta quarta-feira, 26. A decisão marca o terceiro aumento nos juros pela autoridade monetária dos Estados Unidos este ano.
A elevação era largamente esperada pelos economistas do mercado financeiro. De um total de 75 instituições consultadas pelo Broadcast, todas esperavam uma nova alta de 25 pontos-base na taxa dos Fed funds, que, assim, atingiu um nível não visto desde abril de 2008.
Ao justificar a decisão de dar prosseguimento ao aperto monetário iniciado em dezembro de 2015, o Fed afirmou, em comunicado, que as informações recebidas desde a reunião do início de agosto indicam que o mercado de trabalho dos EUA continuou a ganhar fôlego e que a atividade americana apresenta expansão a um ritmo "forte".
No início deste mês, o relatório de empregos do país mostrou que o salário médio por hora do trabalhador americano avançou 2,9% na comparação anual de agosto, no ritmo mais acelerado no atual ciclo de expansão econômica. Além disso, o índice de atividade industrial medido pelo Instituto para Gestão de Oferta (ISM, na sigla em inglês) alcançou o menor nível em 14 meses no dado referente a agosto.
Além disso, o Fed também pontuou que os gastos das famílias e os investimentos fixos das empresas cresceram fortemente desde agosto e que a inflação permanece próxima da meta de 2% estabelecida pelo banco central. O indicador de preços acompanhado de perto pelo banco central atingiu o maior nível em seis anos na leitura referente a julho, ao subir 2,0% em relação ao mesmo mês do ano anterior, alcançando a marca desejada pela autoridade monetária.
Ainda no documento, o Federal Reserve reiterou que espera aumentar as taxas de juros de maneira gradual, o que seria "consistente com a expansão sustentada da atividade econômica, condições fortes do mercado de trabalho e inflação próxima da meta de 2%". Além disso, de acordo com o banco central, os riscos para a perspectiva econômica parecem "mais ou menos equilibrados".
O Fed também retirou a expressão "acomodatícia" do comunicado. Já havia uma discussão entre analistas de que o banco central poderia retirar essa palavra em meio às elevações nas taxas de juros que vem promovendo desde 2015. Desde então, os juros americanos foram elevados em oito ocasiões, levando em consideração a reunião desta quarta-feira.
Dirigentes do Fed elevam projeção para crescimento do PIB
Os 16 dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) elevaram a projeção do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos para este e para o próximo ano e mantiveram a estimativa para 2020 inalterada em relação às estimativas divulgadas após a reunião de política monetária de junho.
Para 2018, a mediana das estimativas de crescimento da economia americana subiu de 2,8% em junho para 3,1% agora. Para 2019, a projeção avançou de 2,4% para 2,5%. Em 2020, as estimativas dos dirigentes do Fed permaneceram em 2,0% e, para 2021, o banco central prevê um crescimento de 1,8% do PIB dos EUA.
Na projeção de longo prazo, a mediana das projeções dos dirigentes aponta para expansão de 1,8% do PIB americano, o mesmo valor estimado nas reuniões de março e de junho.
Incertezas ameaçam abrir crise cambial no Brasil, alerta agência da ONU
Diante de um cenário de incertezas domésticas e internacional, o Brasil pode ser afetado pela falta de confiança na moeda brasileira. O alerta é da Conferência da ONU para o Comércio e Desenvolvimento, Unctad. Em seu informe anual publicado nesta quarta-feira, 26, a entidade alerta que a depreciação do real pode levar a falências e uma crise cambial. A organização também constata que, hoje, o Brasil não tem uma estratégia industrial e, assim como o restante da região, vem perdendo espaço no cenário internacional.
Para 2018, a projeção da entidade da ONU é de que o Brasil terá um crescimento de apenas 1,4%, o mais baixo entre todos os BRICs e metade da taxa média do mundo, de 3,1%. Nesse mesmo período, a China crescerá 6,7%, contra 7% na Índia e 1,7% na Rússia. Entre os emergentes, a média será de uma expansão de 4,6%.
O levantamento também revela que, entre as maiores economias do mundo, o Brasil foi quem mostrou o pior desempenho entre 2011 e 2017, com uma expansão de apenas 0,5% por ano. Na China, a expansão foi em média de 7,6%, contra uma média mundial de 2,1% por ano, quatro vezes a taxa brasileira.
O crescimento médio brasileiro ficou abaixo inclusive das taxas europeias, mesmo diante da pior crise econômica no continente e uma ameaça de colapso da zona do euro.
De acordo com a Unctad, a recuperação dos preços de commodities permitiu que as economias latino-americanas registrassem uma leve alta em 2015, depois de dois anos de desaceleração. A recuperação do continente deve continuar em 2018, com uma expansão de 1,7%, depois de uma taxa de 1,1% em 2017.
No caso do Brasil, a projeção é também de expansão, depois de um crescimento de apenas 1% em 2017 e uma contração de 7% nos dois anos anteriores.
Mas essa recuperação já deu “sinais de desaceleração”, em parte precipitada pela greve dos caminhoneiros no segundo trimestre. Na avaliação da Unctad, isso criou “incertezas sobre o ritmo da recuperação para o restante do ano”.
Mas é a volatilidade da moeda que deixa os técnicos em estado de alerta. “Até recentemente, o Brasil abriu atenção por conta da fraqueza de sua moeda”, escreveu. “O real depreciou significativamente nos primeiros seis meses de 2018. O ritmo da depreciação só foi moderado pela emissão de swaps pelo Baco Central”, explicou.
A queda da volatilidade levou o BC a reduzir suas emissões de US$ 100 bilhões para menos de US$ 25 bilhões. O governo ainda trouxe a Selic de 14,25% em 2016 para 6,5% em março de 2018.
Segundo a Unctad, porém, o real não segurou e “até mesmo passou a ser alvo de um ataque especulativo”. “A queda da moeda só parou quando o presidente do BC declarou que iria intensificar o uso de swaps”, lembrou a entidade.
“Uma profunda depreciação do real pode gerar uma crise da moeda e desestabilizar os mercados financeiros com efeitos externos negativos na economia real”, alertou a Unctad. Quem mais sofreria seriam as empresas com dívidas denominadas em moedas estrangeiras, com falências e queda nos preços de apões que iriam frear investimentos.
“Se o BC decide aumentar as taxas de juros de forma repentina para evitar a saída de investidores estrangeiros e fuga de capital, o clima de investimentos pode piorar ainda mais”, indicou. Na avaliação da entidade, a dívida externa em patamares não tão elevados e reservas externas significativa de US$ 380 bilhões “dão ao Brasil alguma munição para enfrentar uma possível turbulência externa na segunda metade do ano”.
Ainda assim, a entidade alerta que, diante das incertezas, o Brasil “seguiria o destino da falta de confiança no real e uma pressão cada vez maior para economia”. “A depreciação é resultado de temores que emergentes enfrentam em diferentes setores da economia”, avalia.
Sem estratégia - Para a Unctad, os números e a vulnerabilidade da economia brasileira mostram que o País não tem uma estratégia de desenvolvimento industrial, o mesmo problema que enfrenta o restante da região. Sem isso, avalia a entidade, governos apenas conseguem fazer promessas de curto prazo e continuam perdendo espaço no mercado global e no desenvolvimento de novas tecnologias.
Outra constatação da Unctad é o baixo investimento existente no País em infra-estrutura. Na avaliação da entidade, o mundo precisaria de um aporte de US$ 4,6 trilhões a US$ 7,9 trilhões em novas estruturas a cada ano. Nos países emergentes, a conta chega a US$ 2,5 trilhões por ano até 2030. Hoje, esses investimentos não passam de US$ 870 bilhões.
Na América Latina, esses investimentos teriam de chegar a 6,2% do PIB para que a população e a economia fossem atendidas. Em 2015, ela era de apenas 3,2%. Naquele ano, porém, o Brasil destinou menos de 2% de seu PIB para infra-estrutura, uma das taxas mais baixas entre os países em desenvolvimento. Os dados se contrastam com os 6,8% do PIB que a China destina para essas obras.
O GLOBO
Investidor estrangeiro aproveita preço baixo para adquirir ações no Brasil
Os investidores estrangeiros voltaram a comprar ações no mercado brasileiro. A alta do dólar, um maior otimismo com o desempenho das economias emergentes e a interpretação de parte dos agentes do mercado de que as eleições não devem provocar uma mudança radical na condução da política econômica brasileira contribuíram para que a entrada de recursos estrangeiros na Bolsa voltasse ao azul.
De julho até agora, esses investidores compraram R$ 8,2 bilhões em papéis de empresas nacionais. Na primeira metade do ano, foi retirado o equivalente a R$ 9,9 bilhões. No mercado futuro, eles apostam na valorização do principal índice do mercado acionário do país. Esse movimento tem sido determinante para a alta do Ibovespa em setembro, que já chega a 2,6%.
Na avaliação de Ricardo Peretti, estrategista da Santander Corretora, esse fluxo de recursos para o Brasil ocorre dentro de um contexto de melhora dos emergentes, em especial nas últimas semanas. Outro fator é a desvalorização do real. Com o dólar a R$ 4, fica mais barato para quem é de fora comprar ações brasileiras.
— Vários emergentes apresentaram melhora, e com o Brasil não foi diferente. Vejo como uma entrada pontual, com os fundos globais ou dedicados aos emergentes fazendo ajustes — explica Peretti.
De fato, os principais mercados emergentes operam com ganhos. Em dólar, o Ibovespa registra uma alta de 3,14% no mês até ontem, acima dos ganhos das Bolsas do México (1,36%) e da China (1,78%).
O desempenho brasileiro, no entanto, é inferior ao registrado pelo índice acionário russo, que teve ganhos de 6,27%. Já o índice brasileiro, em dólar, está em torno de 19,5 mil pontos, abaixo dos cerca de 24 mil pontos nessa mesma época nas últimas eleições, em 2014.
CURTÍSSIMO PRAZO
A última rodada de sobretaxas dos Estados Unidos sobre produtos da China e a confirmação de que o Federal Reserve (Fed), o banco central americano, deve manter o gradualismo na alta dos juros são fatores que beneficiaram os emergentes nas últimas semanas.
Na avaliação de Peretti, os estrangeiros, por enquanto, estão olhando os ganhos de curtíssimo prazo. Embora avaliem como está o andamento das eleições, querem tirar proveito dessa oportunidade de ganhos.
— O estrangeiro, neste momento, está olhando que o dólar se valorizou muito e deixou a Bolsa atraente. É mais especulativo do que uma melhora dos fundamentos. Não é um sinal de que estão engolindo qualquer resultado nas eleições.
James Gulbrandsen, sócio da gestora de recursos americana NCH Capital, confirma que tem crescido a exposição de estrangeiros em ações no Brasil:
— O estrangeiro, americano pelo menos, faz uma analogia com o que aconteceu nos Estados Unidos. O Dow Jones bateu recordes consecutivos após a eleição de Donald Trump.
Um outro fator justifica a “aposta” mesmo em meio a um cenário eleitoral indefinido. Se, por um lado, há uma preferência por um candidato que seja considerado mais comprometido com as reformas econômicas, parte do mercado tem a expectativa de adoção de um discurso mais moderado do candidato do PT num eventual segundo turno.
ACENDENDO VELAS
Mesmo que isso não ocorra, a tendência é de uma alta do dólar, o que protege o investidor estrangeiro de uma queda na Bolsa no cenário considerado mais adverso.
— Esses números estão refletindo que cada lado tem 50% de chance. É mais ponderado acender uma vela para cada santo. Fica “comprado” em Bolsa, não perde tanto devido à variação do dólar — avalia Fernando Araújo, diretor de Investimentos da gestora FCL Capital.
A visão mais otimista dos estrangeiros em relação ao Brasil se reflete ainda na negociação de contratos futuros do Ibovespa. Esse grupo de investidores está com um saldo líquido de 187 mil contratos na posição comprada, o que significa que esperam que a Bolsa suba. No fim do primeiro semestre, essa posição era de 110 mil contratos.
Raphael Figueredo, analista da Eleven Financial, também vê um movimento direcional (ou seja, apostando na alta) por parte dos estrangeiros, mas reforça que esse é um dinheiro altamente especulativo:
— É um fluxo que entra e sai muito rápido. Só será possível ter uma leitura de definição de tendência após as eleições.
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A queda do volume financeiro da Bolsa também é, segundo Figueredo, um dos indicativos de que esse é um fluxo mais especulativo. Ele lembra que, até junho, a média diária de negociação na B3 (antiga Bovespa) estava em torno de R$ 12 bilhões. Atualmente, está perto de R$ 9 bilhões.
— Com menor volume, fica mais fácil especular. Os investidores de longo prazo ficam acuados com a indefinição eleitoral. Mais observam do que atuam. O grande fluxo acaba sendo o de curto prazo — diz Figueredo.
O que irá determinar se esse fluxo considerado especulativo vai se tornar uma entrada mais consistente de recursos na Bolsa é a sinalização do futuro presidente sobre as reformas econômicas, dizem analistas. Em nota a clientes, o Rabobank ressalta que, devido ao desafio de fazer uma reforma bem-sucedida, os riscos para os ativos locais continuam elevados.
Representar e promover o desenvolvimento da construção civil do Rio Grande do Norte com sustentabilidade e responsabilidade sócio-ambiental
O SINDUSCON/RN tem o compromisso com a satisfação do cliente - a comunidade da construção civil do Rio Grande do Norte - representada por seus associados - priorizando a transparência na sua relação com a sociedade, atendimento aos requisitos, a responsabilidade socioeconômica, a preservação do meio ambiente e a melhoria contínua.