Quarta-feira

VALOR ECONÔMICO

Juros futuros caem, de olho nas reformas do próximo governo

As preocupações sobre quem vai ganhar a eleição presidencial começam a ser superadas e os investidores de juros futuros já passam a operar os contratos de olho nas perspectivas das reformas com Jair Bolsonaro (PSL), o presidenciável que é a aposta do mercado, eleito. Os juros mais longos, que refletem a percepção dos investidores com o risco país, mantiveram-se com taxas altas nos últimos meses por conta das incertezas do período eleitoral e já começam a ceder. O DI janeiro/2025, por exemplo, cedeu 0,75 ponto percentual em dois dias, e o DI janeiro/2027 recuou 0,7 ponto no mesmo período.

Carlos Eduardo Eichhorn, diretor de Gestão de Recursos da Mapfre Investimentos, conta que a curva de juros precifica uma alta probabilidade da eleição de Bolsonaro e considera que o candidato terá um perfil reformista, embora os contratos ainda tenham prêmio de risco para ser reduzido.

Ele espera que, nos próximos dias, o otimismo continue nesse mercado. "Os juros têm movimento mais intenso do que o mercado de câmbio porque, se as reformas forem feitas, é grande a perspectiva de redução das taxas. Tem mais prêmio de risco na curva de juros do que no dólar, mas o momento ainda é difícil com a inflação cada vez mais perto da meta e com as incertezas." Segundo um gestor de um grande fundo, os ativos já precificam 90% de chance de vitória do militar, em detrimento do oponente Fernando Haddad (PT).

Neste contexto, ganha importância as indicações para o possível governo a partir de 2019. O candidato do PSL e seu assessor econômico, Paulo Guedes, começam a falar sobre nomes bem aceitos pelo mercado que poderiam compor a equipe a partir do ano que vem e isso agrada os investidores. Além disso, o fortalecimento do partido no Congresso também ajuda na melhora do mercado.

O movimento seguiu basicamente a euforia dos investidores com o cenário político e os dados econômicos locais, com a tendência dos negócios no exterior não influenciando os preços. Ao fim da sessão regular, às 16h, o DI janeiro/2020 fechou a 7,610% (de 7,85% no ajuste anterior), o DI janeiro/2021 anotou taxa de 8,62% (de 8,89% no ajuste anterior) e o DI janeiro/2025 registrou10,57% (de 10,74% no ajuste anterior).

 

Pela 1ª vez no ano, política se sobrepõe a exterior em queda do dólar

A euforia dos investidores com a cena política tem revertido a dinâmica negativa que perdurou no câmbio durante boa parte do ano. De acordo com cálculos da Guide Investimentos, os ruídos locais jogaram contra a taxa de câmbio desde o começo do ano. No entanto, a tendência começou a virar a partir de 27 de setembro e foi apenas no último dia 3 de outubro que o ambiente local passou a ajudar o mercado.

Segundo modelo desenvolvido pela Guide, o dólar estaria cotado em cerca de R$ 3,95 hoje se estivesse respondendo apenas à dinâmica global. Ou seja, quase 7% acima dos R$ 3,70 registados nas mínimas do dia. "O movimento que vemos no câmbio é doméstico, lá fora não ajudou. Os investidores estão empolgados com Brasil", diz Victor Candido, economista-chefe da Guide.

O novo cenário do mercado é delineado pela aposta na eleição de Jair Bolsonaro (PSL) para a Presidência. No primeiro turno, o militar abriu 17 pontos percentuais de vantagem sobre seu adversário na disputa direta, Fernando Haddad (PT). Uma onda conservadora tomou diversos cargos no Congresso, o que animou os investidores sobre a perspectiva de reformas e uma agenda mais liberal. Com guinada à direta do quadro político, os investidores têm reduzido o prêmio de risco dos principais ativos locais e a moeda americana começa a testar níveis mais baixos de suporte, ante os cerca de R$ 4 nas últimas semanas.

Candido, da Guide, destaca que dinâmica semelhante aconteceu durante o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Roussef, quando o ambiente local serviu de âncora contra uma piora do exterior. "São momentos em que fatores locais têm um peso significativo para o câmbio", acrescenta.

 

Moody's e S&P mantêm cautela com país

A euforia que se espalhou pelos mercados não chegou a contagiar as agências de classificação de risco de crédito. Moody's e S&P mostraram cautela nos comentários após o primeiro turno das eleições brasileiras e preferiram ressaltar as incertezas que ainda pairam sobre o cenário de aprovação das reformas após a definição do novo governo. Os resultados do primeiro turno das eleições "sinalizam uma polarização política, criando desafios extras para a próxima administração", afirmou a vice-presidente e analista sênior da Moody's para o Brasil, Samar Maziad.

Já a S&P destacou que "a incerteza ainda prevalece em relação ao resultado da eleição e sobre a habilidade do próximo governo em aprovar reformas cruciais". A analista da Moody's enfatizou a importância da relação do novo governo com o Congresso como fator de mitigação de riscos. "Independentemente de quem vença, o novo presidente terá que formar alianças no Congresso que permitam a aprovação de reformas fiscais - especialmente a da Previdência - para que se encaminhe uma fragilidade fundamental no perfil de crédito do Brasil", disse Samar.

"A polarização acrescenta um prêmio relacionado à capacidade do novo presidente de estabelecer uma boa relação com os legisladores para aprovar reformas, o que vemos como necessário para a manutenção da confiança do investidor, preservação da estabilidade financeira e criação das bases para um crescimento sustentado", considerou a analista.

A S&P havia reduzido as expectativas de expansão do PIB brasileiro antes do primeiro turno, de 1,8% para 1,4% neste ano e de 2,4% para 2,2% em 2019, e reiterou a visão de uma economia com menor ímpeto, apesar da reação dos mercados no dia seguinte à primeira fase da eleição no país.

Conforme a agência, "o cenário externo mais desafiador alimenta mais preocupações sobre como o resultado da corrida presidencial pode afetar as iniciativas de consolidação fisal, como a reforma da Previdência".

 

IPCA vai fechar o ano mais perto da meta de inflação, aponta Focus

Os economistas elevaram de 4,30% para 4,40% a previsão para a inflação deste ano, segundo a mediana das projeções da pesquisa Focus, do Banco Central, realizada na semana passada e divulgada ontem. A estimativa se aproxima da meta da inflação para este ano, de 4,5%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Para o ano que vem, o ponto-médio das expectativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) manteve-se em 4,20%.

A meta de inflação é 4,25% para 2019 e 4% para 2020. Para 2021 a meta é de 3,75%. O intervalo de tolerância também é de 1,5 ponto percentual. Movimento similar ocorreu entre os economistas que mais acertam as previsões, os chamados Top 5, de médio prazo: a mediana para a inflação de 2018 subiu de 4,43% para 4,46% e manteve-se em 4,22% para 2019.

Na semana passada, o IBGE mostrou que, em 12 meses, o IPCA se acelerou para 4,53% em setembro, atingindo o centro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). O indicador fechou setembro com inflação de 0,48%, após a deflação de 0,09% em agosto. Foi o maior índice para o mês desde 2015 (0,54%).

O resultado ficou ainda acima da projeção média de 0,41% para o mês feita por 21 consultorias e instituições financeiras consultadas pelo Valor Data. No caso da Selic (taxa básica de juros), as previsões não sofreram mudanças: 6,5% no fim deste ano (pela 20ª semana consecutiva) e 8% no próximo, patamar em que já está há 39 semanas. Entre os Top 5 de médio prazo, o ponto-médio para a Selic no encerramento de 2018 ficou em 6,50% pela 21ª semana seguida e subiu dos 7,63% das últimas quatro semanas para 7,88% em 2019.

O BC destacou, na ata referente ao mais recente encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) a piora no balanço de riscos e reforçou a indicação de um possível aperto nos juros - a Selic foi mantida pela quarta vez seguida em 6,5% na reunião deste mês. O documento mostra que o BC avaliou que os riscos para a trajetória da inflação se inclinam para o lado negativo e ressaltou a importância de ter flexibilidade para subir os juros gradualmente "quando e se houver necessidade".

Já a mediana das projeções do mercado para o crescimento da economia em 2018 voltou a mostrar recuo, agora de 1,35% para 1,34%. As estimativas para a economia brasileira neste ano estão em trajetória quase ininterrupta de queda desde o fim de fevereiro, quando a mediana do mercado atingiu um auge de 2,92%. Para 2019, o ponto-médio das estimativas manteve-se pela 15ª semana consecutiva em 2,50%. O BC, no Relatório de Inflação do terceiro trimestre, reduziu a projeção de avanço do PIB deste ano de 1,6% para 1,4%. Para 2019, ele estima alta de 2,4%.

 

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