Segunda-feira

VALOR ECONÔMICO

Mercado monitora decisões de política monetária e busca sinalizações futuras

As sinalizações favoráveis ao aperto monetário nos últimos meses no mundo desenvolvido têm ficado quase que exclusivamente restritas aos Estados Unidos, o que ajuda a explicar as altas recentes dos rendimentos dos Treasuries a máximas em vários anos. Porém, analistas já apontam maior probabilidade de outros mercados adotarem um tom mais "hawkish" (inclinado ao aperto) em relação a suas políticas monetárias, o que reforçaria a percepção de queda de oferta global de liquidez, com aumento de volatilidade e desvalorização de ativos de risco. Um importante teste será imposto ao mercado nesta semana, quando quatro bancos centrais de países desenvolvidos anunciarão decisões sobre juros, em meio a sinais de inflação ganhando ritmo.

Na quarta-feira, o Riksbank (banco central da Suécia) e o Banco do Canadá (BoC) anunciam decisões de política monetária. No dia seguinte, será a vez do Banco Central Europeu (BCE) e do Norges Bank (o BC da Noruega). Há duas semanas, a Suécia divulgou um aumento de 40 pontos-base na leitura anual do núcleo de seu índice de preços ao consumidor, na maior alta desde dezembro do ano passado.

Na Noruega, o núcleo do índice de inflação de setembro surpreendeu ao vir 30 pontos-base acima da previsão do banco central. Na zona do euro, os preços ao consumidor subiram em setembro 2,1% em relação a um ano antes, mantendo-se acima da meta do BCE, de pouco abaixo de 2%. "As surpresas inflacionárias na Escandinávia servem para lembrar aos investidores que esse tema [inflação] está vivo e merece discussão", afirma Zach Pandl, do Goldman Sachs.

Para Gek Teng Khoo, estrategista do Morgan Stanley, o aperto na capacidade de produção global, típica de fim de ciclo de crescimento, está elevando a inflação em todo o mundo e vai ditar mudanças na postura de outros bancos centrais além do Fed. Segundo ele, embora os mercados já tenham colocado no preço as indicações mais "hawkish" do Fed e, em menor grau, do BoC, as sinalizações pró-aperto monetário fora da América do Norte não aparecem nos preços. "O ambiente mais desafiador, combinado com redução da liquidez global, sugere que a incerteza com a política e os indicadores econômicos deve subir, injetando volatilidade nos mercados de câmbio", afirma.

Esse cenário, segundo ele, deve beneficiar sobretudo o iene japonês, considerado um ativo seguro. Mesmo nos EUA, onde o mercado espera juros mais altos há meses, as recentes indicações mais "hawkish" de membros do Fed têm surpreendido, o que explica a alta dos "yields" dos Treasuries - um dos catalisadores do "selloff" (venda generalizada) nas bolsas de valores dos últimos dias.

Na Bolsa Mercantil de Chicago (CME, na sigla em inglês), contratos futuros indicam maior probabilidade de pelo menos três altas de juros até outubro do ano que maior probabilidade de pelo menos três altas de juros até outubro do ano que vem. A chance subiu na sexta-feira para 57%, de 51% no dia anterior e 50% uma semana antes.

A probabilidade de pelo menos quatro elevações aumentou para 22%, de 17% no pregão de quinta-feira e também 17% uma semana antes. Não por acaso, o juro do Treasury de dois anos - mais associado às perspectivas para a política monetária - superou 2,91% ao ano na semana passada, maior patamar em uma década. Ao mesmo tempo, as ações em Wall Street foram alvejadas por mais volatilidade, o que levou os índices a passarem a acumular quedas entre 3,8% e 7,4% em outubro.

 

Custo de empréstimos para empresas de baixo risco recua

Um dos indicativos do aumento do apetite dos bancos para a concessão de crédito corporativo é a queda da taxa preferencial brasileira (TPB), que representa a média das taxas cobradas nos financiamentos com recursos livres para empresas com baixo risco de inadimplência. Equivalente à taxa prime nos Estados Unidos, a TPB atingiu 10,30% em junho, ficando, pela primeira vez desde 2005, abaixo da taxa média das debêntures, de 10,42%, segundo estudo do Centro de Estudos de Mercados de Capitais (Cemec).

"Esse comportamento da TPB pode ser resultado de um aumento da concorrência enfrentado pelos bancos no mercado pelas empresas com menor risco de crédito, que se utilizam cada vez mais do mercado de dívida corporativa, atraídas também pela queda das taxas de juros desses papéis", afirma Carlos Rocca, diretor do Cemec e responsável pelo estudo.

De acordo com o levantamento, houve uma elevação das taxas de juros das debêntures a partir de abril, resultado do aumento da aversão a risco nos mercados doméstico e externo. O ambiente menos favorável para ativos mais arriscados, com a alta dos juros americanos, tensão comercial entre EUA e China e crise em alguns emergentes, como Argentina e Turquia, foi intensificado no mercado doméstico após a greve dos caminhoneiros e o aumento da incerteza eleitoral, levando a uma alta do custo das emissões no mercado de capitais.

Nessas condições, reverteu-se a situação que prevaleceu do início de 2017 até abril de 2018, em que o juro médio das debêntures caiu a um nível igual ou inferior à taxa média do BNDES. O aumento no custo para captar recursos no mercado de capitais, contudo, foi compensado pela Selic em recorde de baixa, em 6,5% ao ano, e pelo grande interesse dos investidores por ativos de crédito privado, anulando o impacto sobre o volume de emissões.

As ofertas de títulos de dívida corporativa cresceram 27% em 12 meses encerrados em junho de 2018, ante período imediatamente anterior, atingindo R$ 206 bilhões - o maior montante desde 2005. A maior parte das emissões é de debêntures, que concentraram R$ 135,2 bilhões do total, aumento de 40% na mesma base de comparação.

No caso de notas promissórias, houve crescimento de 43%. Levando-se em conta o mercado de dívida e ações, as empresas captaram R$ 220 bilhões em 12 meses encerrados em junho, o maior valor para o período observado desde 2005. O número de empresas que acessaram o mercado de dívida corporativa também aumentou. Entre 2005 e 2017, o crescimento foi de 35 vezes, somando 1.241 companhias novas que emitiram debêntures ou notas promissórias. Em junho deste ano, esse número subiu para 1.255 empresas.

Segundo o Cemec, algumas inovações regulatórias, como o surgimento de empresas de tecnologia financeira ("fintechs"), o registro centralizado de garantias em direitos creditórios e a aprovação do cadastro positivo estão garantias em direitos creditórios e a aprovação do cadastro positivo, estão criando condições para fomentar o uso de instrumentos de mercado de capitais no financiamento do capital de giro das empresa.

Outro fator relevante para o desenvolvimento do mercado de capitais, aponta Rocca, tem sido a mudança de posicionamento do BNDES. A adoção de taxas mais próximas da realidade do mercado e a forte redução nos financiamentos com juro subsidiado contribuíram para impulsionar o mercado de capitais. O volume de desembolsos do BNDES caiu de R$ 190 bilhões em 2013 para apenas R$ 65 bilhões nos 12 meses terminados em junho deste ano.

As perspectivas para o crescimento do mercado de capitais e de sua participação no financiamento das empresas e dos investimentos em 2018 e 2019 estão, segundo o Cemec, condicionadas diretamente às expectativas em relação à política econômica a ser anunciada e praticada pelo futuro novo governo.

 

FOLHA DE SÃO PAULO

Mercado vislumbra cenário favorável para investimentos

A convicção do mercado financeiro com a vitória de Jair Bolsonaro (PSL) sobre Fernando Haddad (PT) no próximo domingo (28) retirou do radar de gestores o pior cenário para investimentos, melhorando as perspectivas inclusive para o pequeno poupador.

Esses profissionais projetam meses de maior otimismo e se posicionam para a retomada da economia, que, ponderam, tenderia a ocorrer em qualquer governo.

A diferença é que ela pode ser favorecida pela boa receptividade de investidores à agenda liberal defendida pela chapa de Bolsonaro.

Com base nessas perspectivas, gestores ouvidos pela Folha afirmam que devem aumentar aplicações em Bolsa.

Investimentos em títulos públicos com taxas prefixadas e atreladas à inflação também devem crescer, mas as oportunidades serão mais rentáveis caso as reformas defendidas pelo candidato do PSL, como a da Previdência, efetivamente saiam do papel.

“Tudo mais constante, o Brasil tem uma recuperação econômica contratada para o próximo ano. Tem espaço para volta cíclica de atividade”, diz Bruno Marques, gestor de fundos multimercados da XP Asset Management.

Para Alexandre Silvério, diretor de investimentos da Az Quest, houve uma antecipação da reação esperada para o segundo turno logo após a primeira etapa da eleição, reflexo da larga vantagem obtida pelo capitão reformado do Exército nas urnas, além da ampla gama de parlamentares e da ascensão de governadores ligados a ele. Isso explicaria o momento mais benigno para investimentos mesmo a uma semana do pleito.

“Houve a percepção de que a onda política deve ensejar a vitória do candidato. A Bolsa, em alguma medida, foi o ativo que menos refletiu isso”, afirma Silvério. Para ele, haverá ainda mais espaço para altas adicionais no mercado após a confirmação do resultado.

Corretoras têm projetado que a Bolsa brasileira pode sair dos atuais 85 mil pontos para a faixa de 100 mil no curto prazo, reflexo dessa perspectiva de melhora na economia nos resultados das empresas.

Para o pequeno investidor, no entanto, a aplicação deve ser sempre feita mirando o longo prazo: em períodos menores, os preços dos ativos estão mais sujeitos a oscilações que podem levar a perdas caso o poupador precise vender a ação.

Gestores evitam sinalizar papéis específicos como mais atrativos neste momento e destacam a necessidade de avaliar o desempenho individual de empresas e setores.

Nas últimas semanas, companhias estatais avançaram com força na Bolsa, alavancando junto o Ibovespa (o principal índice acionário do país).

Para Marques, altas adicionais podem ocorrer caso ocorram privatizações e mudanças na gestão de estatais previstas por Paulo Guedes, guru econômico de Bolsonaro já indicado como ministro da Economia num eventual governo.

Silvério é mais cauteloso; afirma que as reações em Bolsa não deveriam ser vistas de forma equivalente, mas considerando as particularidades de cada companhia —especialmente quando é feito recorte por empresas sob o controle da União ou estados.

Marcelo Giufrida, sócio da Garde Investimentos, sugere ainda a distinção dentro de setores. Ele exemplifica: empresas de varejo estão no radar de gestores, mas eventos corporativos estão poluindo o cenário, como a decisão da TAM e da Gol de incorporar suas respectivas empresas de fidelidade, Multiplus e Smiles.

Pequenos investidores devem levar em consideração ainda que apenas uma parcela muito pequena dos recursos deve ser direcionada à renda variável, o que ficaria igualmente restrito a quem está disposto a correr riscos.

A maior parte dos recursos ainda deve ser alocada em ativos de renda fixa. Nessa categoria entram os títulos públicos, que podem ser adquiridos pelo Tesouro Direto.

Nos últimos meses, o mercado absorveu incertezas sobre o futuro governo pedindo um prêmio maior pelo papel, afirma Hilton Notini, gerente de preços e índices da Anbima (associação das entidades do mercado de capitais).

“Isso levou a um incremento nas taxas e, consequentemente, a uma queda nos preços dos títulos.”

A taxa de juros de um título público é inversamente proporcional ao valor do papel: quando o juro sobe, o valor do título cai; quando o juro cai, o valor dele cresce. Por isso, o investidor que compra um título público com uma taxa de juro mais alta e vende quando a taxa cai ganha dinheiro.

Nas últimas semanas, investidores aproveitaram o alívio nos juros futuros negociados na Bolsa para negociar títulos no curto prazo e embolsar lucro. As taxas caíram no mesmo movimento de otimismo que levou a Bolsa a subir e o dólar a ceder.

Marques, da XP, considera que os juros de longo prazo já caíram bastante nas últimas semanas (veja quadro) e agora estão perto do menor patamar histórico, ao redor dos 9,5%. Na prática, isso limitaria novos ganhos para quem aplica mirando prazos menores.

Ganhos adicionais, dizem os especialistas, dependem de uma expectativa de mudança de patamar de juros na economia, o que está atrelado, na prática, ao reequilíbrio das contas públicas e da reforma.

Isso ajudaria a reduzir a taxa de juros mínima que a economia precisa ter para não gerar inflação, o chamado juro neutro. Atualmente, com a taxa Selic em 6,5%, os juros são considerados expansionistas, em níveis que estimulariam o crescimento da economia.

Mas esse tipo de investimento que aposta na queda dos juros também apresenta riscos, por isso a recomendação é comprar títulos públicos associados a objetivos financeiros no futuro.

“Se a inflação continuar baixa e não houver grande recuperação no ritmo da economia, a Selic pode ficar estável no ano que vem. Mas, se acontecer um choque e os juros subirem, quem comprou o título [a taxas prefixadas] agora se lascou”, afirma Flávio Serrano, economista-sênior do banco Haitong.

Além disso, a volatilidade do mercado deve persistir mesmo com o atual otimismo.

“O grande fator otimista é a expectativa do mercado de que vai entrar um governo conservador que vai ajeitar as contas públicas. Mas, mesmo imaginando que Bolsonaro ganhe, ainda tem muita aresta para aparar”, diz Marcelo D’Agosto, consultor de investimentos.

 

ESTADÃO

Estrangeiros já respondem por 70% do investimento em infraestrutura no País

Enquanto os dois candidatos à Presidência têm demonstrado preocupação com a participação de estrangeiros na infraestrutura, um levantamento mostra que o capital externo está avançando no setor. É o dinheiro vindo de fora que tem garantido os investimentos em petróleo e gás, eletricidade, água, transporte e comunicações no País. Os estrangeiros, que em 2010 respondiam por 27% dos investimentos privados em infraestrutura no Brasil, agora, respondem por 70%.

A crise econômica e a Operação Lava Jato, que afetou em cheio o negócio das grandes empreiteiras, fizeram os investidores nacionais perderem relevância nas obras de infraestrutura. Nesse período, o volume total de investimentos privados anunciados no setor também despencou: de US$ 142 bilhões, em 2010, para US$ 49,3 bilhões no ano passado.

Os dados são de um levantamento da Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica (Sobeet) com base nos investimentos privados anunciados para o setor e coletados pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.

Para o presidente da Sobeet, Luís Afonso Lima, o levantamento deixa claro que o novo governo não pode menosprezar os investidores estrangeiros. “É preciso estimular esse investidor, porque o nacional não está dando conta.”

Os estrangeiros, segundo o estudo, têm investido mais em projetos novos – cujo potencial para gerar emprego e renda é maior – do que os brasileiros. Desde 2004, a parcela de capital externo destinada a projetos que começaram do zero foi de 28%, ante 23% do capital nacional.

No programa de Jair Bolsonaro (PSL), a proposta é expandir ferrovias, rodovias e aeroportos, principalmente, com recursos privados. Mas o candidato já declarou restrições à presença chinesa na infraestrutura. O programa de Fernando Haddad (PT) fala em impulsionar o financiamento nacional, com a criação de um fundo constituído com reservas internacionais. A equipe do candidato considera arriscado depender do capital externo.

Para o especialista em infraestrutura Claudio Frischtak, presidente da consultoria Inter.B, o investimento estrangeiro é muito bem-vindo, desde que obedeça às leis. “Nossa infraestrutura está completamente depreciada”, diz o economista. Neste ano, o investimento público e privado na infraestrutura deve representar 1,7% do PIB. Segundo o Ipea, seriam necessários aportes de 4,15% do PIB ao ano, por duas décadas, para modernizar o setor.

"O investimento estrangeiro é uma alternativa, não sei se para sempre, mas nessa transição, enquanto o setor público estiver muito acanhado, temos de contar com ele”, diz Frischtak.

O presidente da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base, Venilton Tadini, não vê problemas no avanço do investimento estrangeiro na infraestrutura. “O importante é ter agências reguladoras devidamente estruturadas.”

 

‘Há motivo para alta, o perigo é achar que ela é consistente’, diz Perfeito

Embora não inclua uma queda brusca da Bolsa no radar, André Perfeito, economista-chefe da Spinelli, alerta que, sem encaminhar uma solução para o problema fiscal do País, o bom momento das ações pode ter perna curta. “O investidor brasileiro cai muito fácil nesse canto da sereia e me irrita a ingenuidade de parte do mercado.” A seguir, trechos da entrevista.

Como o fator Bolsonaro influencia a valorização das ações?

Acreditamos que o mercado está precificando menos um governo Bolsonaro, mas antes a derrota do PT. Sabemos pouco ainda sobre as reais intenções do governo Bolsonaro em temas-chave como privatização e reforma da Previdência. Já sobre o candidato petista temos uma maior concretude das propostas, e a possibilidade de o PT não ganhar é um forte estimulante para a Bolsa. Apesar da alta recente, ainda estamos 15% abaixo do pico registrado este ano antes da greve dos caminhoneiros. Em tese, estamos apenas corrigindo.

Há espaço para mais alta?

Tudo depende de como ele e sua equipe encaminharem certas questões. Sabemos que o desafio é grande e o governo está fazendo água faz tempo. A pergunta na mesa é como ele vai enfrentar isso. Ele vai fechar o buraco no casco diminuindo o tamanho do navio ou vai acelerar o barco para não entrar mais água? Parte do mercado não está convencido da conversão de Bolsonaro ao receituário ortodoxo.

Quais os cenários otimista e pessimista para a Bolsa?

Não deve cair muito mais, afinal a Bolsa já foi bastante penalizada nos últimos anos. Apesar do rali recente, o índice ainda está 45% mais baixo que o pico de 2011, se visto em dólares. Há bons motivos para uma correção, mas o perigo reside em acreditar que essa alta é consistente mesmo que não se faça nada.

A Bolsa está cara?

Caro ou barato são termos relativos aos olhos do comprador e o maior comprador no aquário são os estrangeiros. O Brasil está barato nesse sentido e podemos nos beneficiar com a demanda externa, mas cabe aqui muito cuidado. Geralmente, quando “gringo” entra na Bolsa, o índice sobe e cria uma euforia. Mas se entrou, ele “já comprou barato”, logo, tem de tomar cuidado para não dar saída para esse mesmo investidor estrangeiro – ou seja, comprar dele depois mais caro acreditando ainda que pode subir mais. O investidor brasileiro cai muito fácil nesse canto de sereia e me irrita a ingenuidade de parte do mercado com isso.

 

 ‘Não existe ambiente para golpe militar’, diz sócio do BR Partners

Sócio-fundador e presidente do banco de investimento BR Partners e ex-presidente do Goldman Sachs no Brasil e do Citigroup na América Latina, Ricardo Lacerda dá como certa a vitória de Jair Bolsonaro. Ele diz que ainda há pontos nebulosos sobre o futuro governo, mas não vê risco à democracia. “Não existe ambiente para um golpe ou governo militar. A sociedade não quer isso”, afirmou em entrevista ao Estado.

Segundo ele, o mercado está mais otimista do que deveria com a agenda reformista de Bolsonaro. “Não acredito nesse discurso de que vamos zerar o déficit público vendendo imóveis. Falar em R$ 1 trilhão em imóveis da União? Não é realista”. Para o banqueiro, não há possibilidade de o País voltar a ser grau de investimento ainda no primeiro mandato de Bolsonaro, mas, mesmo se o deputado for menos reformista do que o esperado, não será “o fim do mundo”.

Lacerda votará nulo e classifica como “bullying” a pressão de setores da sociedade pelo voto contrário a Bolsonaro. “Tenho condições de exercer minha cidadania não legitimando a desfaçatez de um lado nem a intolerância de outro”, disse.

Vê chance de uma virada de Fernando Haddad?

Acho que a eleição está absolutamente definida. Ela transformou-se num plebiscito sobre a eventual volta do PT ao poder e a resposta da sociedade foi muito clara: não. Bolsonaro teve votação forte com seus eleitores, beneficiou-se do voto útil anti-PT e conseguiu fazer aproximação com o centro muito mais do que Haddad.

Foi uma surpresa neste sentido?

Surpreendeu o fato de Haddad não ter buscado o centro. Atitudes simbólicas como visitar Lula no dia seguinte ao primeiro turno e dizer que não manteria nada da atual equipe econômica nem colocaria pessoas ligadas ao setor financeiro no governo colocaram o PT num discurso para a base de eleitores que ele já tem. Existe um questionamento muito grande da sociedade sobre erros do PT: de ter adotado uma política econômica equivocada e nos levado à crise, de ter se envolvido em casos notórios de corrupção, de apoiar  regimes como o da Venezuela. Mantiveram um discurso que é eficiente para a base do PT, mas que, para a média da sociedade brasileira, não serve. Não há autocrítica e a sociedade rejeitou de maneira muito inequívoca esse comportamento.

Mas o mercado poderia ser convencido a apoiar Haddad?

Tudo depende da dinâmica da eleição. Os candidatos preferidos do mercado sempre foram Geraldo Alckmin (PSDB), João Amoêdo (Novo), e Henrique Meirelles (MDB). Pessoas com discurso mais liberal e agenda reformista evidente. Eles não se tornaram competitivos e muitos votos migraram para Bolsonaro, que assumiu discurso liberal apesar de ter histórico inconsistente com isso. Não acredito que seria impossível tirar o “gap” e tampouco que foi a falta de adesão do mercado que influenciou o resultado da eleição. O definidor é a rejeição do PT junto às massas. A falta de capacidade de reconhecer onde errou, de mudar o discurso, de colocar caras novas, de colocar propostas que interessem ao País e não apenas ao partido. Erraram muito no discurso e estão colhendo o resultado nas urnas.

Fernando Haddad ficou prisioneiro do próprio partido?

Acho que Haddad não chegou a ser avaliado como um candidato em si. Ele é uma das figuras mais ponderadas dentro do PT, fez uma gestão na Prefeitura de São Paulo de razoável para boa. Mas o debate sobre as qualidades do Haddad não chegou a transparecer. A eleição toda foi conduzida como a volta do PT ou não. E a sociedade claramente refutou essa ideia. Haddad subiu rápido nas pesquisas. Mas, quando a sociedade entendeu que havia um candidato do PT competitivo, houve imediatamente um alinhamento de todas as forças antipetistas para que isso não fosse adiante. Bolsonaro conseguiu arregimentar eleitores que não são seus e o PT ficou patinando naquela conversa mole de visitar o Lula em Curitiba.

Muitos fazem paralelo dessa eleição com a de 1989. Concorda?

Tudo é melhor dentro de um ambiente democrático e de eleições. Não votei em Bolsonaro nem em Haddad, mas acho que, seja qual for o resultado, temos de respeitá-lo e, a partir daí, ver o que é possível construir. Bolsonaro tem um passado inconsistente com o que está colocando agora. Teremos de avaliar com muito cuidado qual vai ser a extensão desse movimento. Se ele vai governar para todos, inclusive para aqueles que não votaram nele.

Há inconsistências no discurso de Bolsonaro, mas o mercado reagiu bem ao seu favoritismo. Por quê?

O mercado enxergava a alternativa do PT como sendo muito ruim. Então, qualquer coisa que não fosse o PT seria melhor na visão do mercado. Bolsonaro tem dado sinais de que pode ter agenda liberal e de reformas. Mas dá sinais ainda desencontrados. Desde o primeiro turno, houve evoluções muito significativas: o compromisso de respeitar a Constituição, de ter um espírito democrático dentro do governo. Isso é louvável e tem sido reflexo da captura de votos ao centro.

E do lado econômico?

É muito positiva a posição de não aumentar impostos e a confirmação do Paulo Guedes como ministro da Fazenda. Ele é um economista muito preparado do ponto de vista acadêmico e tem visão muito clara sobre o que precisa ser feito no Brasil. Agora, o Paulo Guedes não tem emitido opinião desde o primeiro turno. E as opiniões do lado do Bolsonaro têm sido desencontradas. Houve coisas positivas como a sinalização de manter membros da atual equipe econômica. Acho que seria fundamental manter a secretária-executiva (Ana Paula Vescovi), o secretário do Tesouro (Mansueto Almeida), o presidente do Banco Central (Ilan Goldfajn), o presidente da Petrobrás (Ivan Monteiro). Agora há sinais negativos como a defesa de décimo terceiro para o Bolsa Família, o veto à privatização da Petrobrás, as declarações desencontradas sobre reforma da Previdência. Não está claro o grau de liberalismo que vamos trabalhar. Será o Bolsonaro de Paulo Guedes ou o Bolsonaro do discurso historicamente populista e estatista?

O mercado não reage a isso?

Minha leitura é que o mercado está excessivamente otimista com a agenda liberal e reformista de Bolsonaro. Mas também não acho que, se ele for menos reformista, será o fim do mundo. O mercado vai se ajustar e nós vamos ter uma mudança na curva da dívida começando um pouco mais a frente do que teríamos se houvesse reformas ideais.

O que será essencial fazer?

Há três maneiras de resolver a crise fiscal. Uma delas é aumento de impostos, que seria a pior opção possível e ele já disse que não irá fazer. A segunda seria com corte de gastos, principalmente com reforma da Previdência. Tome a forma que ela tomar, ela é essencial. E a terceira é a venda de ativos, um processo de privatização realmente agressivo que foi o que o Paulo Guedes prometeu no começo. Vamos precisar ver. Não acredito nesse discurso de que vamos zerar o déficit público vendendo imóveis da União. Falar em R$ 1 trilhão em imóveis da União? Não é realista. Esses imóveis não têm valor, não há compradores. Há três ativos com valor: Petrobrás, Banco do Brasil e Caixa Econômica. E hoje está menos claro de que entrarão (no pacote de privatização).

Como os mercados devem se comportar nos próximos meses?

Vamos ver a continuidade desse rally de alívio no mercado, que vinha de uma incerteza muito grande em relação ao processo eleitoral e da possibilidade de haver um candidato radical de esquerda eleito. Boa parte da correção já está no preço, com a expectativa de vitória do Bolsonaro. O que não está no preço ainda é o grau de liberalismo e reformismo na equipe de Bolsonaro. Se ele for por um lado mais populista, veremos o mercado azedando um pouco mais.

Se vier um governo de fato reformista, há caminho para o País recuperar o grau de investimento?

Está muito longe. Não vejo nenhuma possibilidade de recuperar o grau de investimento dentro desse primeiro mandato de Bolsonaro. A não ser que seja um governo ultra reformista e que faça privatizações muito expressivas. Se tudo for bem feito, da maneira como tem de ser feita, é algo para quatro, cinco anos.

 

O plano de Bolsonaro para infraestrutura conta quase que exclusivamente com investimentos privados. É factível?

É a cabeça correta. O diagnóstico é esse. Não existe outro caminho. Agora, o passo seguinte é reformar o sistema regulatório para dar segurança para atrair esse capital. Nesse sentido, o PT fez um desserviço muito grande com todo o discurso ideológico, mudando regras e criando coisa estapafúrdias. Quando Dilma começou a fazer essas mudanças era um momento de muito interesse do capital estrangeiro pelo Brasil. A postura era de que estávamos fazendo um favor ao estrangeiros ao deixá-los virem para cá. Só que essas coisas mudam rápido e, depois disso, veio um cenário onde os mercados emergentes perderam atratividade.

A imagem negativa de Bolsonaro no exterior pode atrapalhar a atração de investimentos?

O nível de investimento segue muito alto. O interesse é grande. No BR Partners, teremos recorde esse ano em volume e em número de operações fechadas. Mas obviamente o discurso agressivo de direita do Bolsonaro que chegou até o exterior assusta as pessoas. Elas estão tentando entender que tipo de governo teremos, se será um governo de inspiração democrática, se será reformista. Tudo isso ainda está nebuloso.

Vê risco à democracia?

Os dois candidatos iniciaram a campanha com discursos radicais. Há muito no discurso deles que assusta. Do lado do Bolsonaro, em relação a minorias e ao respeito às instituições democráticas. De Haddad, em relação ao apoio a regimes totalitários. Não acredito que nenhum deles coloque em risco à democracia. Não existe ambiente para ter um golpe ou um governo militar. A sociedade não quer isso.

Em quem o senhor votará?

Sou filiado ao Novo, que teve desempenho excelente para uma primeira eleição. Como meu  partido, vou me manter neutro no segundo turno.Tenho condições de exercer minha cidadania não legitimando a desfaçatez de um lado nem a intolerância de outro. É importante depois ajudar no que for possível. Não tenho preconceito em relação ao Bolsonaro nem ao Haddad se eles colocarem propostas boas para o País.

Eleitores contrários a Bolsonaro dizem que o voto nulo referenda o discurso do deputado.

É um bullying que tem sido feito desde o início ora por parte dos eleitores do Haddad, ora pelos de Bolsonaro. Sinto-me perfeitamente confortável de participar da eleição e da democracia sem necessariamente escolher um candidato, porque sinto que nenhum dos dois está alinhado com aquilo que espero. A quantidade nominal de votos com a qual um candidato é eleito também é importante no sentido de dar respaldo (ao seu governo). É um comportamento muito interesseiro por parte dos partidários de Haddad ou de Bolsonaro de achar que as pessoas são obrigadas a se manifestar a favor de um ou outro. Uma eleição que reflete a vontade da população tem de ser respeitada e temos de trabalhar em cima disso. Muito pior do que não votar num candidato ou em outro é, a partir do primeiro dia, combater quem for eleito. Não terei essa atitude.

O senhor afirmou pelo Twitter que a postura de “insanidade” de Janaína Paschoal, agora deputada eleita pelo PSL, desmoralizava completamente o impeachment de Dilma Rousseff.

O impeachment foi a solução política encontrada para resolver aquele impasse de governabilidade. Infelizmente, foi desmoralizado pelo comportamento de pessoas que participaram, pela corrupção do governo Michel Temer e pela inépcia do PSDB. Mas acho que, com essa eleição, o impeachment é um caso superado. A eleição restaura a normalidade democrática que foi, de certa maneira, interrompida com o processo de impeachment.

 

O GLOBO

‘Sem as reformas, crise de 2014 vai parecer garoa’, diz presidente do Insper

O economista Marcos Lisboa, presidente do Insper, observa com preocupação a superficialidade do debate sobre as contas públicas na campanha eleitoral. Não se discute, por exemplo, como as reformas estão ligadas ao cotidiano das pessoas. Afinal, se o Estado não controla suas contas, faltam recursos para leitos em hospitais ou mais policiais nas ruas. Para ele, o país precisa de um controle estrutural de gastos, sob pena de mergulhar numa crise ainda pior que a vivida entre 2014 e 2016, quando o PIB recuou mais de 8%. Uma nova recessão, alerta, faria aquela parecer uma “garoa”, com mais desemprego, inflação, juros altos. Lisboa, que foi secretário de Política Econômica no início do governo Lula — quando o Brasil passou por um ajuste fiscal —, vê situação mais grave hoje, mas ressalta que o mercado tem dado o “benefício da dúvida”, diante de propostas pouco claras dos candidatos.

O senhor participou do início de um governo (o de Lula, em 2003). Qual é o espaço para negociar ajustes necessários? Que paralelo há entre hoje e aquele momento?

A situação hoje é muito mais grave, não tem comparação. O Brasil foi irresponsável. Se tivesse feito as reformas lá atrás, a gente não estaria vivendo o que está vivendo hoje. Naquela época, o ajuste fiscal foi de 0,5% do PIB. Agora é de pelo menos seis vezes mais, 3%, 4% do PIB. Na época das vacas gordas, anos 2000, o Brasil descobriu o pré-sal, mas deu desoneração, crédito subsidiado a rodo. Todos os gastos obrigatórios estão amarrados em lei, e vários, em emendas constitucionais. (O novo governo) vai precisar de uma grande maioria no Congresso.

Quais os riscos de não se fazer um ajuste no início de governo?

Se não fizermos as reformas, (teremos) uma crise que vai tornar a de 2014 a 2017 uma garoa, chuvinha leve. Se não fizermos na janela de oportunidade de 2019, a coisa vai ficar realmente grave, com desemprego e inflação. Na Argentina, vemos o preço que estão pagando por não ter aproveitado o começo de governo para fazer as reformas. O início do governo Macri tinha um problema fiscal grande, herança da era Kirchner. Com grave problema inflacionário. Resolveu fazer uma agenda moderada de ajustes. O resultado é o que estamos assistindo.

O senhor já vê risco de recessão no próximo ano?

Os investidores estão dando o benefício da dúvida a favor de que as reformas serão feitas. Isso ajuda. O receio é que, se não vierem as reformas, esse benefício vá embora. Fico preocupado com a superficialidade da discussão que temos visto. Se não fizermos (o ajuste), vai reverter (a expectativa). Se no fim do ano que vem, se em 2020, aí vamos ver.

Que medidas de ajuste fiscal vê como necessárias?

O que interessa para o país funcionar bem é conseguir estabilizar e reduzir o déficit recorrente (sem contar com receitas extraordinárias, como vendas de estatais). Teremos no ano que vem algumas receitas extraordinárias que poderiam reduzir bastante o déficit. Por exemplo, a cessão onerosa (revisão de contrato entre a União e a Petrobras, que pode render receita extra ao governo com um novo leilão de áreas do pré-sal). É algo de dezenas de bilhões de reais. Se vender outros ativos públicos, também podem-se criar receitas extraordinárias. Mas o (déficit) recorrente vai continuar acima de R$ 110 bilhões. Isso aconteceu nos estados. O Rio usou royalties do petróleo para pagar despesas e mascarou o problema.

Como fazer controle de gastos estrutural sem aumentar os impostos?

Nosso gasto está fixado em lei. O gasto obrigatório consome quase toda a receita. Se nada for feito, o gasto público vai crescer acima da renda. Em primeiro lugar, tem que fazer a reforma da Previdência. A que está no Congresso era bastante modesta, os pontos polêmicos tinham saído. Era para ser o ponto de partida. Quanto mais a reforma demorar, mais o problema se agrava. Em segundo, tem que rever as distorções de incentivos setoriais. E mais: uma agenda para interromper o crescimento do gasto. Aí sim, com uma casa um pouco mais arrumada, é possível reduzir a carga tributária.

Qual é a consequência, na vida da população, de não fazermos um ajuste?

Nos governos locais, o problema é folha de pagamento de ativos e inativos. Ela consome a receita, não sobra dinheiro para gastar com saúde, com segurança... Além disso, há as regras da Previdência. Oficiais da PM se aposentam com 50 anos. Professores, idem. Com essas aposentadorias muito precoces e benefício integral, a folha continua custando o mesmo. E não há dinheiro para contratar novas pessoas. O efetivo policial se reduz, assim como o de professores, o de médicos. E a máquina vai se estrangulando por falta de gente. Leitos são fechados, faltam remédios.

Que outros problemas surgem?

Tem um problema mais grave, invisível durante um tempo: você reduz investimento em manutenção, água, saneamento. Com o passar do tempo, a infraestrutura pública começa a se degradar: falta energia, falta água. No limite, a queda do viaduto, como ocorreu em Brasília. É como uma casa: se você para de pintar, de cuidar da fiação, tem uma hora em que ela para de funcionar. Começa a queimar luz, não funciona encanamento, pode dar curto-circuito.

Qual a viabilidade de propostas que têm sido debatidas na campanha, como corte de cargos comissionados?

É quase nada. Não é relevante nem de longe. Tem um pouco de desconhecimento dos assessores, pelo visto. Sem fazer reformas legais, não se resolvem problemas. Além disso, é preciso muita gestão da máquina pública. Os programas estão focalizados direito? Como está a gestão do BPC (Benefício de Prestação Continuada, pago a idosos e pessoas com deficiência)? E os benefícios tributários? Cadê a avaliação de impacto? É surpreendente como o Brasil tem pouca avaliação de impacto dos programas. O que mais me surpreende é a superficialidade das propostas. Parece que não é gente do ramo.

Os dois candidatos no segundo turno falam em uma reforma da Previdência focada nos servidores. Ficaria aquém do necessário?

Completamente. Tem que fazer a dos servidores, claro. Se não fizer de servidores e militares, não sei como vai se resolver isso. Agora, o gasto com INSS é imenso e crescente. Se não fizer, os problemas serão severos. O risco (das propostas) parece alto. Um lado fala que talvez não precise, outro fala de capitalização. Nunca vi uma agenda mais atrapalhada e superficial do que a dessa campanha.

O teto de gastos prejudica as despesas com educação?

Esse argumento não é correto. Pelo contrário, a PEC (do teto de gastos) protegeu os gastos da educação. O que não se pode fazer é aumentar esses gastos para além do mínimo constitucional, sem dizer onde vai cortar. Isso significa que, se quiser aumentar o gasto com educação e saúde, sem cortar em outros lugares, fere o teto. Isso significa tomar dívida para pagar o aumento do gasto. Aumentar o gasto se endividando é como usar o cartão de crédito para pagar o aluguel. Não vai dar certo.

Mas o senhor vê necessidade de elevar o gasto com educação?

A decisão de aumentar o gasto com educação para além do limite constitucional é uma decisão legítima da sociedade. Nós não gastamos pouco com educação, na comparação com os demais emergentes. Pelo contrário: gastamos mais do que Chile, Turquia. Em geral, os países gastam 4% do PIB com educação e têm resultados melhores do que os do Brasil. Quais são as razões? A primeira é onde você gasta. O Brasil gasta muito com ensino superior e menos no básico e fundamental. Temos educação de pior qualidade do que os demais países, apesar de gastarmos mais.

 

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