Terça-feira

VALOR ECONÔMICO

Criação de superministério é retomada

O presidente eleito Jair Bolsonaro decidiu retomar a ideia de criar um superministério da Economia, com a fusão dos ministérios da Fazenda com Planejamento e Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic). Bolsonaro fundirá também Agricultura com Meio Ambiente. A proposta de unir as Pastas foi anunciada durante a campanha eleitoral, mas o então candidato recuou quatro dias antes do segundo turno, sob pressão de empresários do setor industrial e do agronegócio. Eleito presidente, Bolsonaro mudou de ideia novamente.

O "recuo do recuo" foi anunciado ontem depois da primeira reunião de Bolsonaro com o núcleo político da campanha, no Rio, na casa do empresário Paulo Marinho. O grupo definiu parte da equipe de transição e do futuro governo, que deve ter entre 15 e 16 ministérios. O reforço no superministério da Economia com o Mdic dará ainda mais poder ao economista Paulo Guedes, que será o responsável pela Pasta. Guedes criticou a pressão contrária de industriais. "Vamos salvar a indústria brasileira. Está havendo uma desindustrialização há mais de 30 anos. Vamos salvar a indústria brasileira apesar dos industriais brasileiros", afirmou.

"Os impostos são muito altos, os juros muito altos, [há uma] complexidade burocrática. O MDIC acabou se tornando uma trincheira da primeira guerra mundial: estão lá com arame farpado, defendendo às vezes protecionismo, subsídio, desonerações setoriais, coisas que prejudicam a indústria brasileira, em vez de defender redução de impostos, simplificação", disse o futuro ministro. "O maior símbolo de que impostos são excessivos é que quem tem lobby consegue desoneração e quem não tem, vai para o Refis. Se impostos fossem mais baixos, não precisaria nem de desoneração nem de Refis". Guedes disse ainda que o futuro governo não fará uma "abertura abrupta da economia para fragilizar a indústria brasileira".

"Pelo contrário, vamos retomar o crescimento da indústria. Faremos garantindo juros baixos, reformas fiscais". Bolsonaro ainda não anunciou quem comandará o novo ministério responsável por Agricultura e Meio Ambiente, mas o nome será indicado pela Frente Parlamentar da Agropecuária. A estrutura do governo, com os ministérios e secretarias, deve ser definida entre quinta e sexta-feira, segundo o coordenador da equipe de transição, deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), futuro ministro da Casa Civil.

Entre as propostas analisadas estão a extinção do Ministério das Cidades e a fusão de Educação com Cultura. Até o momento, apenas três ministros estão confirmados: Onyx para a Casa Civil, Paulo Guedes para Economia e o general Augusto Heleno (PRP) para Defesa. Ontem o coordenador da equipe de transição não quis confirmar o astronauta Marcos Pontes em Ciência e Tecnologia, apesar de o militar de reserva da Aeronáutica ter anunciado no Facebook que aceita participar da gestão. O vice de Bolsonaro, general Hamilton Mourão (PRTB) não deve ocupar nenhum ministério.

Apesar de Bolsonaro ter dito que gostaria de ter o juiz Sergio Moro como ministro da Justiça, o magistrado não foi procurado por aliados do presidente eleito (ver nesta página). Há indefinições sobre estatais e a equipe de Bolsonaro não divulgou ainda quem presidirá a Petrobras. Paulo Guedes foi questionado por jornalistas se o economista Roberto Castello Branco, ex-diretor do Banco Central, ex-diretor da Vale e professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) poderia comandar a petrolífera, mas desconversou e disse que ainda é "cedo" para tratar das estatais.

Ao Valor, Castello Branco afirmou que não foi procurado pela equipe de Bolsonaro. "O presidente está analisando a estrutura, a formatação do governo. Depois virão os nomes", disse Lorenzoni, ressaltando que a distribuição das estatais ainda não foi definida. Hoje, Lorenzoni deve se reunir com o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, em Brasília para apresentar a primeira lista com nomes do grupo de até 50 pessoas que participará da transição.

O aliado de Bolsonaro começou a tratar da transição ainda no segundo turno, quando obteve dados da estrutura do governo. A partir de segunda-feira, a equipe de Bolsonaro deve despachar no Centro Cultural Banco do Brasil, na capital federal. O presidente eleito deve ir na terça-feira a Brasília. Além da transição e da estrutura do governo, Bolsonaro e seus aliados discutiram a possibilidade de votar a reforma da Previdência ainda este ano, sob o governo Michel Temer.

Antes do encontro, Paulo Guedes fez uma defesa enfática da aprovação até dezembro e disse que fará uma nova reforma no governo de Jair Bolsonaro, para implementar o regime de capitalização. Guedes afirmou que a Previdência é a prioridade do governo Bolsonaro, como medida de controle do gasto público, e disse que o déficit do atual sistema de aposentadoria é "galopante". "Trabalharam dois anos nessa reforma da Previdência. Passei dois anos dizendo para aprovar a reforma da Previdência. Aprovem a reforma da Previdência!", disse, antes da reunião com Bolsonaro.

"Vamos criar uma nova previdência com o regime de capitalização. Mas tem a previdência antiga que está aí. Além do novo regime trabalhista e previdenciário que devemos criar para as futuras gerações, temos que consertar essa que está ai", declarou. O cálculo do custo de transição para o modelo de capitalização ainda não foi finalizado pela equipe de Bolsonaro, disse o futuro ministro.

Depois do encontro, porém, Guedes ponderou que é preciso considerar o ambiente político para votar neste ano, mas reforçou que é preciso fazê-lo o mais rápido possível. "Nós estamos atrasados. Essa reforma podia ter sido feita lá atrás. Mas evidentemente existe um cálculo político. Eu acho, na parte econômica temos que avançar o mais rápido possível, mas existe um cálculo político. O nosso Onyx, corretamente, não quer que uma vitória nas urnas se transforme em uma confusão no Congresso. Se o congresso tiver condições de aprovar, vamos submeter", disse.

Guedes tentou minimizar o embate com o coordenador da equipe de transição, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), que ontem afirmou que a reforma da Previdência deveria ficar para o próximo ano. Bolsonaro e Guedes defendem que seja aprovada até dezembro.

 

Reforma da Previdência neste ano seria sinal excelente, diz Bracher

A aprovação da reforma da Previdência neste ano seria um “sinal excelente para o mercado”, afirmou o presidente do Itaú Unibanco, Candido Bracher. “É natural, que, se houver a aprovação de alguma reforma neste ano, o impacto no mercado será muito positivo”, disse o executivo em teleconferência com jornalistas.

Segundo ele, isso não impediria que o novo governo trabalhasse em aperfeiçoamentos para ser apresentados ao Congresso mais adiante. Na segunda-feira, o presidente eleito Jair Bolsonaro afirmou que vai tentar aprovar a reforma previdenciária ainda neste ano, em negociação com o Congresso e com o governo de Michel Temer.

Bracher afirmou que a reforma da Previdência precede as demais para estancar o crescimento da dívida pública, mas não é o único ajuste necessário. “Se ficar só nisso, o crescimento será medíocre, em torno de 2% ao ano, muito aquém do que o país deveria ter.” O presidente do Itaú apontou as reformas da educação e política como as outras duas que considera mais necessárias. A primeira, para equalizar oportunidades e melhorar a produtividade. A segunda, para melhorar a representatividade da sociedade no Congresso, disse.

Bracher comentou ainda declarações do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), sobre imprensa e minorias. “O posicionamento do Itaú não é novo e não mudou. A liberdade de imprensa é um princípio fundamental da democracia”, disse. O executivo afirmou ainda que o banco tem mostrado, de diversas maneiras, o respeito e a valorização da diversidade.

 

Mercado mostra dúvidas sobre a venda de reservas

A ideia do governo Jair Bolsonaro de vender parte das reservas internacionais para reduzir a dívida pública, antecipada ontem pelo Valor, provocou discussões no mercado financeiro. O futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, explicou que a venda de reservas, hoje em US$ 380 bilhões, será feita apenas em um cenário de crise especulativa sobre o câmbio no país. "Se botarem o dólar lá em cima, a R$ 4 ou R$ 5, será ótimo. Vamos reduzir dramaticamente a dívida interna". Segundo ele, seria possível vender US$ 100 bilhões com o dólar a R$ 5, o que reduziria a dívida interna em R$ 500 bilhões.

Cândido Bracher, presidente do Itaú, disse que a ideia é interessante, porque teria impacto fiscal positivo. Mas sugeriu que a venda teria de ser gradual. Carlos Kawall, economista-chefe do Banco Safra, tem a mesma opinião, com a ressalva de que antes de vender reservas é preciso aprovar as reformas e "mostrar uma trajetória de sustentabilidade fiscal". Gustavo Loyola, expresidente do BC, lembrou que essa discussão não é muito relevante no momento, porque as reservas representam "um seguro" para o país, cujo custo diminuiu em função da redução da diferença entre o juro brasileiro e o americano.

Para Luis Costa, do Citi em Londres, o ideal seria reduzir reservas apenas depois de o Banco Central zerar o estoque de swaps cambiais, hoje em US$ 68,8 bilhões. Há no mercado relativo consenso sobre o excesso de reservas no momento, em razão do custo fiscal que elas impõem. Mas entende-se que sua redução seria arriscada, porque poderia piorar a percepção de risco do investidor em relação ao país. Argumentase, também, que vender reservas num momento de ataque especulativo, com o dólar em disparada, seria o mesmo que "discutir o seguro quando a casa estiver pegando fogo". As explicações de Guedes também deixaram duas perguntas no ar: haverá no novo governo um teto para o câmbio? Qual seria essa cotação?

 

Declaração do futuro ministro deixa dúvida sobre teto do câmbio

As explicações do futuro ministro da Fazenda, Paulo Guedes, sobre a decisão do governo de vender reservas internacionais em momentos de grande especulação com o dólar deixaram uma pergunta ainda sem resposta: existe, então, um teto para o câmbio, a partir do qual o governo estaria disposto a intervir no mercado para segurar a cotação da moeda americana? Qual seria essa cotação? Em sua entrevista de ontem no Rio de Janeiro, antes de encontro com o presidente eleito, Jair Bolsonaro, o futuro ministro afirmou que o governo passaria a vender reservas se o dólar chegasse a "a R$ 4,20, a R$ 5".

Este seria o teto contra o qual o governo usaria o seu armamento pesado, a venda de reservas, que poderia chegar, de acordo com o ministro, a US$ 100 bilhões? Ou o governo adotaria um "teto informal" para o câmbio, que poderia ser diferente a cada momento da economia? Faz sentido pensar que, dependendo do quadro econômico, o limite para a cotação do dólar poderia variar.

Nesta hipótese, o governo teria um "teto informal", que não revelaria ao mercado e que só os diretores do Banco Central e Paulo Guedes saberiam. Tudo isso é muito diferente daquilo que tem sido feito no mercado de câmbio pelo Banco Central, desde que o sistema de câmbio flutuante foi instituído, lá se vão quase duas décadas. O máximo que o BC fez até hoje foi oferecer contratos de swaps cambiais ao mercado, evitando flutuações exageradas na cotação da moeda americana. Mas o uso dos swaps não impediu que a cotação chegasse a R$ 4,20, como em agosto último, cotação que, aparentemente, Paulo Guedes considerou exagerada e "especulativa".

Até aqui, o câmbio realmente flutuou, sem teto. E os swaps têm impactos fiscais, que às vezes são positivos, e outras, negativos. As explicações de Guedes parecem lançar luz sobre recentes declarações do presidente eleito, Jair Bolsonaro, ao site "Poder 360". Na entrevista, Bolsonaro defendeu a adoção de uma dupla meta para o Banco Central, que não olharia apenas para a inflação, mas também para o câmbio. "Eu falei para o Paulo Guedes: temos de estabelecer metas para dólar, inflação. Aí, a taxa de juros. O presidente do Banco Central terá liberdade para decidir dentro de parâmetros. O controle da inflação não pode ser apenas taxa de juros", disse o vitorioso do pleito de domingo ao "Poder 360".

Se a flutuação do câmbio no governo Bolsonaro pressupõe a existência de um teto para a cotação do dólar, é possível especular se ela poderá também ter um piso. Afinal, se a ideia for dar previsibilidade aos agentes econômicos, evitando flutuações excessivas, apenas um teto não bastará. Todas as interrogações que surgiram no mercado a partir das declarações de Bolsonaro e de Guedes indicam que pode estar em curso uma mudança na política cambial do governo. O sistema de câmbio flutuante daria lugar a uma política de "banda cambial" ou de "flutuação suja", como os economistas costumam denominar as flutuações que estão sujeitas a intervenções do governo.

 

Consumo e construção devem se destacar mais em cenário de retomada

A melhora da confiança nos mercados deve favorecer um cenário de retomada econômica e, consequentemente, mais valorização da bolsa. Esse esperado movimento positivo tende a ser liderado por setores que estavam “represados”, caso de, segundo analistas, ações ligadas à economia doméstica, em especial consumo, construção e infraestrutura. Nesta terça, papéis representantes desses segmentos já deram o tom que pode ditar as performances daqui para frente: ficaram entre os destaques do pregão e subiram em bloco.

Tal movimento ajudou a dar impulso ao Ibovespa, que foi aos 86.886 pontos, em alta de 3,69%. Com a trégua no exterior para favorecer o movimento, o índice ficou a cerca de 800 pontos do recorde de fevereiro, de 87.653 pontos. “Consumo está represado e o balanço dos bancos está bem conservador então, com a retomada da confiança, o consumo tem condições de se recuperar mais rapidamente”, diz Marcelo Faria, gestor de fundos de renda variável da Porto Seguro Investimentos.

A aposta em papéis atrelados à atividade doméstica já havia crescido conforme o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), se fortalecia nas pesquisas de intenção de voto. Agora, à medida que as propostas do novo governo saiam do papel, o espaço que a bolsa ainda tem para subir deve se refletir sobretudo nesses ativos, dizem analistas. No pregão na B3, B2W teve forte valorização, de 9,39%, seguida por Lojas Renner (8,49%), Via Varejo (6,69%), Iguatemi (6,54%), Multiplan (6,53%), Localiza (5,59%), Lojas Americanas (5,59%) e Cyrela (5,34%). Para Faria, com sinalizações adequadas do novo governo em direção a um comprometimento real com as reformas, “dificilmente o desemprego piora”.

No caso de construção civil, uma das apostas da Porto Seguro é na média e alta renda, caso de EZTec, e na baixa renda também, com nomes de “boa execução”, como MRV. No segmento de vestuário, Lojas Renner é a preferida. “Na renda variável, o componente doméstico terá uma dominância maior e, se forem entregues as reformas esperadas, teremos uma injeção de confiança que vai se traduzir em expansão econômica”, diz José Pena, economistachefe da Porto Seguro Investimentos.

Os profissionais da Porto Seguro afirmam ainda que, nos últimos anos de recessão, os lucros das companhias caíram bastante, mas as empresas que compõem o Ibovespa buscaram manter qualidade e eficiência. Isso renova a confiança na continuidade da expansão neste ano e também em 2019. “Pegando essa expectativa de resultado vis-à-vis o preço da bolsa, ela está historicamente na média, ou um pouco abaixo”, diz Faria. “Com a melhora do ambiente de negócios, a bolsa deveria estar negociando acima da média.”

O contexto brasileiro também será mais importante com a recente piora no ambiente internacional de risco, que pesou recentemente sobre os emergentes. “A agenda de responsabilidade fiscal é fundamental nesse contexto global mais adverso que estamos vendo”, diz Pena.

Em relatório, o Morgan Stanley recomendou que os investidores “comprem Brasil” e gradualmente alterem as carteiras para substituir estatais por ações ligadas ao ciclo doméstico. A preferência do banco é, no momento, por BB Seguridade, Ecorodovias, Estácio e Usiminas — ações que fecharam em alta forte ontem. “O Brasil pode ter uma narrativa positiva nos próximos cinco a seis meses, algo que outros emergentes grandes como China, Índia, Rússia e África do Sul não têm”, diz.

 “Com capital político e vontade de fazer reformas, o novo governo poderá trazer um reflexo positivo no curto e longo prazo no crescimento da economia.” Entre os sinais que o banco espera estão a retirada do subsídio fiscal para o diesel e a priorização da reforma da Previdência — ontem Paulo Guedes, que deve ser o ministro da Economia do novo governo, voltou a declarar a prioridade da pauta. “Após março, com a volta do recesso parlamentar do Carnaval, os sonhos têm que virar realidade”, diz o Morgan.

“Nosso argumento é que, se estivermos certos na nossa tese, então o crescimento da atividade deve se fortalecer ao longo de 2019”, destaca o Morgan Stanley, ao justificar a recomendação para ações do ciclo doméstico e uma gradual redução a estatais. Na XP Investimentos, a ordem do dia também é priorizar na bolsa o setor de varejo, além de aviação, bancos, siderúrgicas e locadoras. Com a retomada da economia, câmbio apreciado e juros baixos, são preferidas as ações de B2W, Lojas Americanas, Gol, Bradesco, Banco do Brasil, Usiminas e Localiza.

A Petrobras entra nesta lista, e a corretora já recomenda a compra das ações — ambas subiram ontem, 5,53% (ON) e 5,98% a (PN). Em relatório recente, o Citi destaca que mantém sua recomendação “acima do neutro” (“overweight”) em Brasil, de olho na eleição, mas que há uma perspectiva de ganhos das empresas da bolsa que já justifica apostas em setores de construção e incorporação, matérias-primas e instituições financeiras. “O PIB [Produto Interno Bruto], vendas no varejo, produção industrial e capacidade utilizada da maioria das indústrias ainda está em níveis précrise”, diz.

“Mas a alavancagem operacional tem sido um tema ao longo do ano e a capacidade ociosa sugere que ela pode continuar crescendo.” Na Porto Seguro, algumas carteiras também têm alocações em estatais, embora o setor de infraestrutura e consumo tenham mais a ganhar. Faria conta que uma das carteiras administradas por ele tem 30% de posição em companhias controladas pelo governo, desde federais até estaduais. “Não temos restrições a estatais, mas a questão da qualidade tem aí outra dimensão, porque o controle estatal muda conforme o governo muda, então o prêmio de risco é sempre um pouco maior.”

 

Paulo Guedes reitera que votar Previdência é prioridade

Futuro ministro da Economia (atual Fazenda), o economista Paulo Guedes voltou a defender que a aprovação da reforma da Previdência seja aprovada o mais rápido possível. Guedes afirmou que essa reforma já deveria ter sido aprovada e ponderou que é preciso ver se há ambiente político para votar o texto na atual gestão do presidente Michel Temer. Guedes falou com a imprensa depois de participar da primeira reunião do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) com sua equipe para tratar da transição e da estrutura do futuro governo. Questionado se a reforma deveria ser aprovada ainda este ano, disse que “do ponto de vista econômico, quanto mais rápido melhor”.

“Nós estamos atrasados. Essa reforma podia ter sido feita lá atrás. Mas evidentemente existe um cálculo político. Eu acho, na parte econômica, temos que avançar o mais rápido possível, mas existe um cálculo político. O nosso Onyx, corretamente, não quer que uma vitória nas urnas se transforme em uma confusão no Congresso. Se o Congresso tiver condições de aprovar, vamos submeter”, disse. Guedes tentou minimizar o embate com o coordenador da equipe de transição, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), que ontem afirmou que a reforma da Previdência deveria ficar para o próximo ano.

Bolsonaro e Guedes defendem que seja aprovada até dezembro. Em entrevista à imprensa, Onyx disse que Bolsonaro vai a Brasília na terçafeira – e não mais na segunda-feira, como estava previsto.

 

FOLHA DE SÃO PAULO

Bolsa fecha no maior patamar desde março com fusão de ministérios sob Bolsonaro

O anúncio dos superministérios do governo de Jair Bolsonaro e a afirmação do novo presidente de que gostaria de ver o atual governo aprovar ainda neste ano a reforma da Previdência levaram a Bolsa brasileira ao maior patamar de fechamento desde março. O dólar encerrou o dia em pequena queda.

O Ibovespa, principal índice acionário do Brasil, avançou 3,68%, a 86.885 pontos. O giro financeiro foi de R$ 20,6 bilhões. No exterior, as Bolsas americanas avançaram mais de 1%, em dia de trégua no exterior.

A alta do Ibovespa foi puxada pelas ações da Petrobras, que avançaram quase 5%, assim como o setor bancário também registrou alta expressiva nesta terça. A Vivo, que divulgou lucro 160% maior no terceiro trimestre, se valorizou quase 15%.

Durante a tarde, dois dos ministros confirmados de Bolsonaro, Paulo Guedes e Onyx Lorenzoni, afirmaram que o presidente eleito decidiu manter o plano de criar o superministério da Economia, junção de Fazenda, Planejamento e Indústria e Comércio Exterior. A pasta será comandada por Paulo Guedes.

Além disso, foi confirmada a junção do ministério da Agricultura com o Meio Ambiente.

“Essa fusão dos ministérios, com a Agricultura comendo o Meio Ambiente, e com o superministério da economia, é um sinal bem visto pelo mercado financeiro”, diz José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do banco Fator.

O mercado viu também com otimismo a afirmação de Jair Bolsonaro de que trabalharia pela aprovação da reforma da Previdência do governo Temer ainda neste ano. Durante a campanha, Bolsonaro e Lorenzoni disseram que isso não deveria ocorrer.

“Além de reconhecer a importância de se fazer uma reforma rapidamente, o fato [a fala de Bolsonaro] indica uma vitória política do guru econômico Paulo Guedes sobre outro nome importante na equipe de Bolsonaro, o deputado Onyx Lorenzoni, que disse mais de uma vez que é contra aprovar a reforma de Temer ainda em 2018”, escreveu a Guide em relatório.

Para a equipe da XP, a sinalização positiva é o ponto principal. “O comprometimento com a agenda econômica e priorização da mesma é um forte sinal na direção do mercado, mesmo que a execução disso ainda seja complexa em 2018”.

Enquanto a Bolsa subiu com força, o dólar teve mais um dia de forte volatilidade, indo da mínima de R$ 3,6790 à máxima de R$ 3,7370. A moeda americana fechou em queda de 0,37%, a R$ 3,6920 –de uma cesta de 24 emergentes, o real foi a segunda que mais ganhou força sobre o dólar.

O mercado acompanhou as declarações de Guedes sobre o uso das reservas internacionais, que somam US$ 380 bilhões. Segundo o jornal Valor Econômico, o futuro ministro da Economia planeja reduzir essas reservas. Nesta terça, porém, Guedes negou o plano e disse que elas seriam utilizadas apenas se o dólar chegasse a R$ 5.

 

EXAME

Por que o Banco Central deve manter os juros mais uma vez

O Banco Central anuncia hoje sua decisão para a taxa básica de juros da economia, a Selic. A expectativa é que seja mantida em 6,5% ao ano pela quinta vez consecutiva. A Selic está nesse patamar desde março deste ano.

Ainda que a inflação tenha subido nos últimos meses – a previsão é de que feche o ano em 4,4%, próxima da meta de 4,5% –, o fato de a economia ainda estar cambaleando deve levar o BC a manter os juros, segundo os economistas.

Além disso, a valorização do real, motivada pelo otimismo gerado pela vitória de Jair Bolsonaro, contribui para tirar a pressão sobre os preços de produtos importados. Dizem os analistas do banco UBS num relatório recente: “Dada a reação positiva do mercado ao resultado da eleição presidencial, com a apreciação do real e o nivelamento da curva de juros no mercado local, o Banco Central deve manter os juros constantes”.

Para 2019, porém, é esperado um aumento dos juros, motivado pela recuperação da economia. Um maior crescimento do PIB, se acontecer de fato, deve permitir que as empresas repassem o aumento de custos, gerado pela alta da inflação, para os preços de seus produtos. Na média, os analistas do mercado financeiro esperam que a Selic feche o próximo ano em 8%. Para o UBS, a taxa pode chegar a 8,5%.

 

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