Segunda-feira

VALOR ECONÔMICO

Projeção para IPCA em 2018 tem 5ª queda seguida, aponta Focus

A mediana das projeções dos economistas do mercado para a inflação oficial em 2018 teve a quinta queda seguida, agora de 4,13% para 3,94%, conforme a pesquisa semanal Focus, do Banco Central (BC), divulgada nesta segunda-feira. Para 2019, a expectativa para a alta do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) também foi revisada para baixo, pela terceira semana consecutiva, de 4,20% para 4,12%.

Para os próximos 12 meses, a estimativa recuou de 3,78% para 3,67%. Entre os economistas que mais acertam as previsões, os chamados Top 5, de médio prazo, a mediana para a inflação oficial passou de 4,05% para 3,91% em 2018 e de 4,10% para 3,96% em 2019. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, na última sexta-feira, o IPCA-15 de novembro.

Considerado uma prévia do chamado "IPCA cheio" do mês, o indicador desacelerou a alta para 0,19% em novembro, ante 0,58% um mês antes. Foi o menor resultado para novembro desde 2003. A equipe econômica elevou de 4,1% para 4,3% a projeção para o IPCA deste ano, segundo o relatório bimestral de receita e despesa divulgado na última quinta-feira pelo Ministério do Planejamento.

 

Exterior se torna 'âncora' para mercados locais

O ambiente no exterior virou o grande protagonista para o movimento dos mercados brasileiros - e não é para melhor. A cena externa será determinante para a trajetória dos ativos locais até o fim deste ano e já ofusca, ao menos por ora, a perspectiva positiva dos investidores com o novo governo. O ambiente lá fora já deixou suas marcas na última semana, quando a forte desvalorização do petróleo e o tombo das ações americanas pressionaram o câmbio e a bolsa.

O dólar chegou à quarta sessão consecutiva de alta contra o real, numa sequência que não era vista desde meados de agosto. O avanço na semana foi de 2,26%, deixando o mercado brasileiro entre os piores desempenhos globais no período. Só na sexta-feira, a moeda avançou 0,42%, para R$ 3,8216. Já o Ibovespa teve uma semana tão ruim que voltou a acumular baixa no mês, sobretudo com as quedas das ações de Petrobras e de Vale.

O índice cedeu 1,43% na sexta, aos 86.230, enquanto, na semana, perdeu 2,58%; no mês, a baixa já atinge 1,36%. De acordo com operadores, a saída de recursos do país - por efeitos sazonais de fim de ano e aumento das apostas mais cautelosas dos estrangeiros - tem pesado sobre o mercado brasileiro, após o rali dos ativos locais em outubro.

"Aqui no Brasil, a história continua muito positiva e com uma confiança crescente dos investidores, mas o ambiente lá fora vem piorando substancialmente. E o fator de recuperação de curto prazo [dos mercados] está lá fora, não aqui", diz Victor Candido, economista-chefe da Guide Investimentos.

Na última semana, as preocupações com o excesso de oferta de petróleo no mundo se somaram aos temores sobre o crescimento da economia global, em meio à disputa comercial entre Estados Unidos e China, enquanto o Federal Reserve (o banco central americano) segue com a elevação de juros.

Nesse contexto, a Vale ON teve um dos piores pregões recentes, encerrando a sexta em baixa de 6,83%, seguida por Bradespar PN (-5,72%) e as siderúrgicas como Usiminas PNA (-4,86%), Metalúrgica Gerdau (-4,63%) e CSN ON (-3,58%). A Vale, na semana, acumulou queda de 10,33%. Com a mesma dinâmica, a Petrobras teve um movimento de baixa firme, de 3,10% a PN e 2,34% a ON, que acompanhou o recuo do petróleo no dia. Na semana, os papéis se desvalorizaram cerca de 5%.

O contrato da commodity em Nova York, o WTI, chegou a tocar na sexta a mínima desde outubro de 2017, com a "onda de vendas" que atinge o produto pelo medo de uma sobreoferta no mundo. O efeito dessa conjunção de fatores negativos foi um retirada de recursos, até o dia 21 de novembro, de R$ 3,4 bilhões pelos investidores estrangeiros. No acumulado do ano, o fluxo de saída já atinge R$ 9,3 bilhões.

Para Jayro Rezende, gerente de tesouraria no Banco da China, um alívio significativo não deve vir tão cedo para o mercado de câmbio. "Vai ficar muito a mercê do que está acontecendo no exterior, que voltou a enfrentar um movimento forte de queda do petróleo e valorização do dólar." As perspectivas de uma gestão reformista no Brasil a partir de 2019 sustentam os preços do mercado contra uma avalanche de venda, mas não são suficientes para impedir o impacto da piora no exterior, avaliam os especialistas.

Para este fim de ano, já não se esperam grandes anúncios do governo eleito. Isso significa que a cena política só deve ser o gatilho para um rali a partir de 2019. "Temos observado a formação da equipe econômica e os sinais das primeiras propostas, mas as ações mais concretas devem ficar para o ano que vem", diz Rezende.

 

Melhora do PIB no 3º tri não entusiasma, afirmam economistas

Depois de um crescimento frustrante da atividade no segundo trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) do país deve avançar com mais força no terceiro. Não quer dizer, contudo, que a economia engatou uma recuperação mais forte. O impulso deve ser provocado essencialmente pela fraca base de comparação com o período anterior, quando a greve dos caminhoneiros parou o país por 11 dias.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgará o dado na sexta-feira, dia 30 de novembro. Na média, as estimativas de 21 consultorias e instituições financeiras consultadas pelo Valor Data apontam crescimento de 0,7% do terceiro trimestre em relação aos três meses anteriores, em que o PIB registrou alta de apenas 0,2% sobre os primeiro três meses deste ano, feitos os ajustes sazonais.

O intervalo das projeções vai de 0,4% a 1%. Na comparação com o mesmo período do ano passado, a expectativa média é de um crescimento de 1,6%. "Trata-se de um efeito compensação. Essa aceleração tem a ver com o impacto da greve, em maio, que distorceu a atividade no segundo trimestre, tanto na demanda quanto no setor externo", afirma Mauricio Oreng, economista-chefe do Rabobank no Brasil. A economia, segundo ele, continua melhorando, mas de forma gradual.

A estimativa do banco é de expansão de 0,9% no terceiro trimestre, sobre o segundo. Para o quarto trimestre, a expectativa é de uma taxa menor de crescimento, de 0,3%. Oreng observa que, anualizado, o crescimento de 0,9% implicaria avanço de 3% a 3,5%. "Mas não é a trajetória que observamos", afirma.

Combinado, o ritmo anualizado do segundo e do terceiro trimestres caminharia para 2%, ante 1,5% no primeiro trimestre. "Não é uma grande melhora", afirma o economista. O Rabobank estima expansão de 1,4% para o PIB neste ano e de 2,1% no ano que vem. Na outra ponta das projeções, a 4E Consultoria estima crescimento de 0,4% no terceiro em relação ao período de abril a junho. A casa revisou a projeção inicial, de 0,6%, depois que varejo e indústria tiveram em setembro resultados surpreendentemente negativos.

Para o economista Juan Jensen, sócio da consultoria, a atividade mostrou no período que não ganhou tração, passada a paralisação. No terceiro trimestre, a indústria e a construção civil patinaram. O consumo das famílias deve ter ido melhor, enquanto os investimentos cresceram, mas sem recuperar a forte queda anterior. "O efeito-base não foi tão positivo. Há uma retomada da indústria de transformação, com alta de 0,5% depois de queda de 0,6%, mas a extrativa teve perdas em razão da paralisação de plataformas de petróleo", diz Jensen.

A consultoria também prevê queda de 1,2% no PIB agropecuário e aumento de 0,5% nos serviços. A recuperação muito gradual, afirma o economista, está muito associada às incertezas do período pré-eleitoral, que inibiu investimentos.

Para Vagner Alves, economista da Mogno Capital, o PIB do período, que deve crescer 0,8%, representará uma correção de rota em relação aos solavancos causados pela paralisação de maio. Naquele momento, que ainda teve uma piora das condições financeiras, a Mogno chegou a calcular que a atividade cresceria apenas 0,8% neste ano. Gradualmente, a diminuição das incertezas eleitorais e uma "melhora geral na confiança" fizeram a gestora de investimentos revisar para cima a sua projeção para o PIB de 2018, atualmente em 1,3%.

O resultado deve ter, de acordo com Alves, o consumo das famílias - ajudado pela liberação dos recursos do PIS/Pasesp - e os investimentos como destaques do lado da demanda. Ele lembra que a Formação Bruta de Capital Fico (FBCF), medida do que se investe em máquinas, equipamentos, pesquisa e desenvolvimento, vinha crescendo na margem desde o segundo trimestre do ano passado. Ainda assim, seguia em um patamar "muito baixo", dada a longa sequência de quedas anteriores.

Para agravar a situação, a paralisação dos caminhoneiros causou um novo tombo da FBCF no segundo trimestre. "Então, é natural alguma recuperação", diz. Do lado da oferta, serviços, que no PIB inclui o comércio, também deve ter ajuda da recuperação cíclica da economia. A baixa base de comparação e a liberação do PIS/Pasesp também são destacadas pela economista-chefe da Rosenberg Associados, Thais Zara.

Ela calcula um crescimento de 0,7% do PIB em relação ao segundo trimestre. Do lado da oferta, esses fatores devem ajudar os serviços a crescer 1,3% em relação ao terceiro trimestre de 2017, com destaque para os transportes. No segundo trimestre, o PIB do segmento de transporte, armazenagem e correio caiu 1,4%.

Thais lembra ainda de mudanças metodológicas recentes na contabilização da importação de plataformas de petróleo, que podem elevar os investimentos. A estimativa da Rosenberg para a FBCF é de alta de 6,2% em relação ao mesmo período de 2017.

Para José Márcio Camargo, economista-chefe da Genial Investimentos, a economia está voltando relativamente rápido, "o que é uma surpresa". Ele prevê alta de 0,6% no PIB do terceiro trimestre sobre o segundo Do lado da oferta, o PIB da indústria ainda mostrou algum resquício da paralisação e por isso deve cair 0,2%, após queda de 0,6% nos três meses anteriores.

Segundo Camargo, o setor industrial depende diretamente dos transportes para fazer entregas e exportações e, por isso, é normal que os efeitos da greve tenham demorado mais para se dissipar, diferentemente dos serviços. Nos cálculos da gestora, a alta dos serviços acelerou de 0,3% para 0,6% do segundo para o terceiro trimestres. A massa salarial, ainda que em ritmo lento, está crescendo, assim como a queda da taxa de desemprego, que ocorre em velocidade igualmente morosa, mas está em curso. "É um pouco o que está garantindo a alta de 1,5% prevista para o PIB no ano."

Em sentido contrário, o setor agropecuário deve ser o único a perder força no período, ao recuar 0,5% nos três meses encerrados em setembro, após ter ficado estagnado no segundo trimestre. A piora é sazonal, já que as principais safras se concentram no começo do ano, diz. Pela ótica da demanda, o destaque no terceiro trimestre deve ser os investimentos, que nas contas da Genial avançaram 1% de julho a setembro, vindo de tombo de 1,8% nos três meses anteriores.

Para Camargo, apenas parte do bom desempenho esperado entre julho e setembro é explicada pelas mudanças no regime de tributação especial Repetro, que impulsionou as importações de plataformas de petróleo no período, elevando também o consumo doméstico de bens de capital. "A alta também reflete o fato de que a economia está crescendo, pouco, mas está. E os investimentos estão começando a reagir", afirmou o economista. Outra contribuição positiva veio do setor externo.

A Genial estima que as exportações de bens e serviços aumentaram 6%, enquanto as importações subiram 3%. Assim, o efeito líquido sobre o PIB no período seria de alta. Para Camargo, a tensão comercial entre Estados Unidos e China beneficiou o Brasil, que elevou as vendas externas para o país asiático.

O desempenho mais fraco pelo lado da demanda no terceiro trimestre deve ser registrado pelos gastos do governo, que tiveram crescimento nulo no período, calcula Camargo. "Existe um esforço para fazer ajuste fiscal pelo lado dos gastos e isso se reflete no PIB.

 

Ajustes e riscos internos e externos ainda marcarão 2019, prevê Ibre

A retomada da atividade deve ganhar força no ano que vem, mas 2019 ainda será um período de ajustes e riscos internos e externos para a economia brasileira. Nos cálculos do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), o Produto Interno Bruto (PIB) crescerá 1,5% neste ano e 2,4% no ano que vem. "Mas seria necessário um boom dos investimentos, da construção civil ou impulso que viesse de outro lugar, que não do consumo, para o crescimento ficar muito acima de 2,5%, 3%", diz Silvia Matos, coordenadora do Boletim Macro do Ibre/FGV, divulgado com exclusividade para o Valor.

Algumas das principais instituições financeiras têm estimativas na casa dos 3% para a expansão do PIB em 2019. UBS, Santander e Bank of America Merril Lynch calculam, respectivamente, 3%, 3,2% e 3,5%. A estimativa mediana do Boletim Focus, com projeções de bancos e consultorias colhidas pelo Banco Central, aponta para uma alta de 2,5%.

Para Silvia, o balanço de riscos pende, por enquanto, para o lado positivo - há mais chances de um crescimento um pouco maior do que os 2,4% projetados do que uma expansão menor. Mas a combinação de uma piora do cenário externo e dificuldades para aprovar a reforma da Previdência pode fazer com que essa situação mude. "Aí poderemos ter alguma fragilidade", diz, lembrando também da difícil situação fiscal dos Estados. Na edição de novembro do Boletim Macro, os economistas do Ibre/FGV escrevem que "o cenário internacional ainda permanece incerto e não podemos descartar novas rodadas de pessimismo".

Para eles, há uma série de turbulências externas com potencial para atrapalhar a retomada da atividade no Brasil em 2019. São elas: o aumento dos juros nos Estados Unidos, a perspectiva de menor crescimento na Europa, a possibilidade de uma guerra comercial entre os próprios Estados Unidos e a China e a "severa recessão" e os elevados déficits fiscal e em conta corrente da Argentina.

No front interno, a tendência é que o consumo das famílias cresça 2,5% em 2019, depois de uma alta de 2% neste ano. Nos cálculos de Silvia, somente uma expansão na casa dos 4% ou 5% permitiria ao PIB crescer 3,5% ou 4%. Mas o alto endividamento das famílias é um entrave à maior expansão. Apesar de recuo em outubro, o Indicador de Estresse Financeiro das Famílias calculado pelo Ibre/FGV ainda se mantém em patamares semelhantes ao do fim de 2015 e começo de 2016, no auge da crise econômica.

O índice leva em conta variáveis como a proporção de famílias que dizem estar se endividando ou usando poupanças para quitar despesas. Além disso, de acordo com o instituto, 14,3% das famílias estão com contas em atraso superior a 30 dias, "o maior nível desde 2012". "Mesmo com a taxa básica de juros no menor patamar da história, alguma queda do spread, as famílias ainda estão em uma situação frágil. Então vai demorar para elas voltarem a consumir de maneira mais expressiva", diz Silvia.

 

FOLHA DE SÃO PAULO

Fundo imobiliário da União tem falhas, dizem advogados

A licitação de um fundo de investimento imobiliário lastreado em imóveis da União é vista com bons olhos pelo setor privado, mas há fragilidades no texto colocado em consulta pública na última quarta (21), segundo advogados.

A minuta prevê que um terceiro administre uma carteira de 104 imóveis avaliados em R$ 383,161 milhões.

“A ideia de criar um fundo é extremamente válida, mas da forma como foi publicada, toda a estrutura pode se tornar inócua”, segundo Eduardo Herszkowicz, sócio do escritório Cescon Barrieu.

Entre as preocupações estão a necessidade das decisões passarem por um comitê, que deverá incluir indicados pelo governo, e o prazo de dois anos, que é considerado curto para que sejam apresentados resultados satisfatórios, diz ele.

“Os administradores do fundo vão ter de olhar cuidadosamente a lista de imóveis porque prédios públicos não necessariamente têm registro, diferentemente de particulares”, diz Ivana Coelho Bomfim, sócia do Machado Meyer.

Todos os questionamentos serão analisados e decididos após a consulta pública, segundo Sidrack Correia, à frente da SPU (Secretaria do Patrimônio da União).

“A situação dos imóveis é muito bem resolvida. Fizemos vários estudos [ao montar a lista] e eles se encontram em normalidade jurídica e documental, sem pendências com registros”, afirma.

“O governo se inspirou em estruturas existentes no mercado privado.” A SPU prepara novas medidas para reduzir o montante pago em aluguéis —há uma negociação com a Caixa para criar fundos, diz ele.

 

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