Sexta-feira

VALOR ECONÔMICO

PIB do Brasil avança 0,8% no terceiro trimestre, mostra IBGE

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 0,8% no terceiro trimestre, em relação aos três meses anteriores, quando houve expansão de 0,2%, feitos os ajustes sazonais. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado ficou acima da média apurada pelo Valor Data junto a 21 consultorias e instituições financeiras, que apontava para um crescimento de 0,7% no período.

As estimativas iam de avanço de 0,4% a 1%. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma “prévia do PIB” cresceu 1,74% entre julho e setembro, na comparação aos três meses imediatamente anteriores e feito o ajuste sazonal. Na comparação do terceiro trimestre deste ano com o mesmo período de 2017, houve crescimento de 1,3% da economia brasileira.

A média das estimativas do Valor Data apontava alta de 1,5%. Oferta Pelo lado da oferta, a indústria registrou crescimento de 0,4% entre julho e setembro, perante os três meses antecedentes, ante expectativa de alta de 0,7%. O setor de serviços teve expansão de 0,5% no período. A estimativa média apurada pelo Valor Data era de elevação de 0,7%. Já a agropecuária cresceu 0,7%, resultado abaixo da projeção média de 1,1% apurada pelo Valor Data.

Demanda

Pelo lado da demanda, o consumo das famílias aumentou 0,6% no terceiro trimestre, em comparação com os três meses anteriores, feito o ajuste sazonal. A demanda do governo registrou incremento de 0,3% e a formação bruta de capital fixo (FBCF, medida de investimentos) cresceu 6,6% entre julho e setembro.

Analistas consultados pelo Valor Data estimavam alta de 0,8% para o consumo das famílias, de 0,1% para o consumo do governo e de 3,2% para a formação bruta de capital fixo. Por fim, a taxa de investimento atingiu 16,9% do PIB no terceiro trimestre do ano.

Setor externo

As exportações aumentaram 6,7% nos três meses até setembro enquanto as importações tiveram alta de 10,2% ante o segundo trimestre. As previsões eram de alta de 7,7% em ambos casos.

 

Concessões podem puxar receita em 2019, mas zerar déficit é 'desafiador'

Com a perspectiva de aceleração do processo de concessões de infraestrutura pelo governo eleito, o crescimento das receitas para o próximo ano pode superar a previsão inserida na peça orçamentária de 2019 e contribuir para reduzir o déficit fiscal. Mesmo assim, a equipe econômica considera que o plano de "zerar" o rombo no ano que vem continuaria "desafiador".

O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, defendeu que a proposta de alcançar um superávit já em 2019 - que já foi defendida pelo futuro ministro da Economia, Paulo Guedes - é baseada em um plano agressivo de concessões. Na proposta de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2019, a receita líquida total está estimada em R$ 1,299 trilhão - sendo que a previsão de recolhimento com concessões e permissões é de R$ 3,5 bilhões, que correspondem apenas a recursos oriundos de ativos já sob as mãos da iniciativa privada. "Qualquer concessão [nova], isso sobe", contou.

Indicado por Guedes a permanecer no posto, Mansueto demonstrou ceticismo sobre o plano do futuro chefe - mas evitou ser assertivo. "Não diria que é impossível, mas é desafiador", afirmou o secretário, seguindo a linha das avaliações feitas por ele anteriormente. "Tenho que conversar com o novo ministro da Economia. Temos que sentar e ver como fazer isso", contou. A parte mais importante das receitas com concessões seria o megaleilão de excedentes de petróleo da cessão onerosa, que pode arrecadar até R$ 100 bilhões.

De qualquer forma, Mansueto ressaltou que o ajuste fiscal deve se dar por meio de um equilíbrio principalmente nas despesas. Em especial, as obrigatórias - que continuam com trajetória de crescimento. Por isso, o secretário insistiu na importância da reforma da Previdência para reduzir os gastos.

Mansueto chegou a afirmar a representantes da Standard & Poor's (S&P) nesta semana que a aprovação tem que ocorrer em 2019, dado o envelhecimento acelerado da população. Em entrevista à imprensa sobre o resultado primário, o secretário destacou também que a desvinculação das receitas e despesas orçamentárias, proposta defendida por Guedes e voltada ao ajuste fiscal, exigirá mudanças na legislação e até mesmo na Constituição.

O Valor antecipou na segunda-feira o plano da futura equipe econômica voltada a uma desvinculação ampla do Orçamento. Mas para alterar os gastos mínimos com saúde e educação, por exemplo, seria preciso alterar a Constiuição - o que exige aval do Congresso. Enquanto o próximo governo não assume, o crescimento das receitas bem acima das despesas neste ano está contribuindo para a equipe econômica entregar ao presidente eleito, Jair Bolsonaro, o país com déficit primário bem inferior ao previsto em meta.

Em outubro, pela primeira vez em seis meses, o governo central registrou superávit primário, de R$ 9,451 bilhões. "Neste ano a receita líquida tem crescimento bastante expressivo, e parte expressiva vem de royalties e pagamentos especiais, que subiram R$ 20 bilhões", afirmou Mansueto.

No ano, o déficit primário do governo central chegou a R$ 73,2 bilhões (em 12 meses, está em R$ 93,7 bilhões). Nos meses de novembro e dezembro, o resultado primário do governo central deve ser pior do que o apurado no mesmo período de 2017, devido à concentração de entrada de recursos de concessão no fim do ano passado, o que não vai se repetir.

Para o fim do ano, Mansueto projeta déficit primário R$ 20 bilhões inferior à meta de R$ 159 bilhões. Um dos fatores para a melhora é o "empoçamento" de recursos já destinados aos ministérios e ainda não gastos, que em outubro somava R$ 13 bilhões e que deve fechar o ano em R$ 15 bilhões. Também deve ajudar a diminuir o déficit deste ano o cenário de gastos obrigatórios menores que os estimados em R$ 5 bilhões.

Para minimizar esse problema, Mansueto afirmou que negocia com o Tribunal de Contas da União (TCU) a possibilidade de a equipe econômica contestar os dados dos órgãos que executam e projetam os valores, como no caso de aposentadorias, pensões e abono salarial - todos obrigatórios.

Para o setor público consolidado, o secretário do Tesouro projeta um déficit de R$ 119 bilhões (1,6% a 1,7% do PIB), sendo que a meta é de um resultado positivo de R$ 161 bilhões (2,3% do PIB).

 

Economistas começam a cogitar novo corte da taxa Selic em 2019

A inflação baixa e a economia ainda parada abrem espaço para que alguns economistas comecem a levantar a possibilidade de um novo corte da taxa básica de juros, a Selic. Por trás do questionamento, estão os fundamentos de uma atividade persistentemente fraca e a dúvida de onde seria o patamar do juro neutro, aquele que proporciona o máximo de crescimento sem gerar pressão inflacionária.

A questão foi discutida ontem em São Paulo em um dos encontros trimestrais entre dirigentes do Banco Central e economistas, que servem de embasamento para a autoridade monetária formular o relatório trimestral de inflação. Um grupo reduzido de analistas defendeu a possibilidade de corte da taxa básica de juros em algum momento de 2019, com a visão de que a economia precisa de um estímulo adicional.

A maioria dos profissionais aponta, entretanto, que é cedo para mexer na política monetária e a taxa básica deve ficar estacionada por algum tempo no nível atual de 6,5%. "O juro básico está rodando muito baixo e a economia não reage, dando elementos para acreditar que o juro neutro seria menor do que acreditamos. E isso abre espaço para novos cortes de juros", diz uma fonte que participou do encontro.

Outro profissional confirma a leitura e diz que atualmente a principal dúvida não é mais quando sobe, mas a possibilidade de cair. Os índices de preço continuam surpreendendo para baixo publicação após publicação. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) de novembro, por exemplo, desacelerou para 0,19%, conforme a divulgação da semana passada. Foi o menor resultado para o mês desde 2003 e ficou abaixo da expectativa do mercado, de 0,23%.

O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) de novembro, divulgado ontem, veio com deflação de 0,49%. Mas a visão de corte da Selic não é um consenso e muitos acreditam que talvez não valha a pena assumir o risco de aceleração na inflação caso aumente o prêmio de risco no câmbio em decorrência de algum fator global ou local.

Numa das reuniões em São Paulo, a maior parte dos profissionais já considera difícil que o BC faça alguma elevação na taxa em 2019. "Apesar de esperar recuperação da economia em 2019, o hiato do produto está muito aberto e, por isso, o cenário de inflação vai continuar favorável.

O BC deve manter a taxa de juros estável por muito tempo." Enquanto os representantes de bancos e corretoras questionaram se ainda é o momento de manter estímulos monetários no Brasil ou mesmo de alterá-los, o BC não deu indicativos sobre isso, de acordo com os relatos.

Para um interlocutor, a posição da autoridade monetária ainda é de expectativas ancoradas para a inflação, conforme tem se observado em comunicações oficiais, "mas com muito pé no chão e com certa cautela". "É em linha com o que o BC já vem demonstrando atualmente, técnico e atento", diz.

Do lado do BC quem participa dos encontros são os diretores Tiago Berriel (Assuntos Internacionais) e Carlos Viana (Política Econômica), que não teriam dado ontem nenhum sinal nem feito qualquer colocação sobre política monetária. Foram dois encontros em São Paulo, um pela manhã e outro no período da tarde. Hoje, os dirigentes se reúnem com economistas no Rio de Janeiro.

O mercado futuro de juros, no entanto, ainda tem muito prêmio e não projeta nem manutenção da taxa em 2019 nem queda. De acordo com cálculo da Quantitas, a curva a termo precifica alta de cerca de 0,5 ponto percentual no primeiro semestre do ano que vem e 0,9 ponto na segunda metade de 2019. Ontem, as taxas futuras encerraram o pregão perto da estabilidade.

A taxa do contrato de DI para janeiro de 2021 foi de 7,93% para 7,95%. A principal novidade foi o adiamento da votação do projeto que trata da cessão onerosa do pré-sal para a semana que vem. A aprovação significaria alívio para a situação fiscal do governo e influencia a curva a termo, mas gera ansiedade enquanto não sai do papel.

Em geral, o viés dos economistas é positivo para a atividade econômica, alguns falando de expansão de 2% e outros de 3% no ano que vem. A grande dúvida para os profissionais é como fica a reforma da Previdência quando o próximo governo assumir. Enquanto o risco da eleição passou, ninguém sabe ao certo o que vai acontecer em relação às reformas. Mas todos esperam que exista algum avanço no ano que vem, segundo um profissional. "O espaço de tolerância vai até meados do ano que vem com alguma tranquilidade", completa.

 

Crédito recua, mas recuperação continua

O estoque de crédito do sistema financeiro caiu 0,2% entre setembro e outubro, somando R$ 3,165 trilhões, em movimento que o Banco Central atribuiu a fatores sazonais e ao impacto da valorização cambial ocorrida no mês sobre algumas linhas com peso importante no saldo total. As concessões também sofreram queda no mês, de 5,7%, quando considerada a média por dia útil.

Para o chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, o recuo do crédito foi "pontual" e não sinaliza mudança de tendência de recuperação desse mercado. Segundo ele, a apreciação de 7,1% do real no mês contribuiu para reduzir o estoque de crédito, em reais, de operações denominadas em moeda estrangeira, como linhas de repasse externo, financiamentos de exportação e importação e empréstimos do BNDES vinculados a moeda estrangeira.

O cálculo do BC é que o impacto cambial provocou uma queda de R$ 8,5 bilhões no estoque de crédito. Se excluído esse efeito da taxa de câmbio, o volume de crédito teria crescido 0,1% em outubro. Fatores sazonais também contribuíram para o menor volume de crédito. Segundo Rocha, nos meses finais de trimestre (março, junho, setembro e dezembro) há uma elevação das operações de desconto de duplicatas.

No mês seguinte, os volumes são mais fracos, por isso há uma queda. "Parece que outubro não interrompeu a tendência de crescimento do crédito observada desde fevereiro", disse Rocha ao divulgar os números, ponderando que será necessário observar os dados dos próximos meses para se certificar de que o crédito segue em expansão.

Em 12 meses, o saldo do crédito acumula um crescimento de 3,5%. Em outubro, o spread bancário, que segue em trajetória de queda desde o início do ano passado, teve alta de 0,6 ponto frente a setembro, chegando a 18,0 pontos percentuais.

Os dados do BC mostram que o aumento foi resultado principalmente da queda da taxa de captação dos bancos, que passou de 7,0% ao ano em setembro para 6,6% ao ano, em meio à melhora das condições de mercado verificada no mês passado. No período, a taxa média de aplicação dos bancos, cobradas nas concessões de crédito, não acompanhou a queda do custo de captação e apresentou alta de 0,2 ponto, chegando a 24% ao ano em média.

Rocha afirmou que diversas linhas bancárias têm tido redução de taxas e a avaliação é que há espaço para novas quedas, ainda que seja difícil prever esses movimentos à frente. Mais cedo, em entrevista a jornalistas para comentar o balanço da agenda de reformas do Banco Central, o presidente da autarquia, Ilan Goldfajn, chamou atenção para a queda do spread verificada nos últimos dois anos.

Em janeiro de 2017, o indicador estava em 23,9% em média. Em 12 meses, o recuo foi de 2 6 pontos na taxa média. Ilan afirmou que, ainda que os patamares atuais não sejam os ideais, as quedas foram importantes e parte do movimento já reflete medidas adotadas pelo BC para estimular a concorrência bancária e aumentar a eficiência do sistema financeiro. Ilan disse esperar novos recuos à frente, mas frisou a importância de continuidade de ajustes estruturais para que a queda do custo de crédito se mantenha no tempo. "Queremos quedas sustentáveis, tanto na taxa básica como no custo do crédito", afirmou o presidente do BC.

 

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