Terça-feira

VALOR

Guimarães planeja R$ 100 bi em securitizações na Caixa

O novo presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, planeja a venda de até R$ 100 bilhões de sua carteira de crédito em quatro anos, principalmente por meio de securitização das carteiras do banco. Essas operações vão permitir que a Caixa siga aumentando a oferta de crédito imobiliário mesmo em um cenário de redução do funding com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e da poupança.

O objetivo, segundo Guimarães, é usar os recursos para atender prioritariamente a demanda da classe média por crédito habitacional, a juros de mercado. As taxas do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) não subirão, afirmou. Para atingir a marca dos R$ 100 bilhões de venda de carteiras, a participação de investimentos estrangeiros é essencial, disse Guimarães.

Para tanto, são necessárias mudanças regulatórias para tornar essas aplicações mais atrativas aos estrangeiros, o que depende do Banco Central. Segundo ele, apenas com os investidores nacionais, as operações devem atingir no máximo R$ 30 bilhões. "A Caixa vai passar a ser uma originadora de crédito imobiliário, mais do que reter esse crédito em balanço", afirmou o executivo, após cerimônia de posse no Palácio do Planalto.

Para os investidores pessoas físicas, essas operações oferecerão oportunidades de maiores lucros, ressaltou o executivo. Ao invés de acumularem ganhos de 3% a 4% ao ano, poderão ter rendimentos de até 8%. "Isso a gente só consegue em um país com os juros mais baixos como a gente tem agora", disse. Guimarães ressaltou que um dos principais problemas da Caixa hoje é a elevada carteira de créditos vencidos, com 60 mil imóveis retomados.

Para se livrar desse passivo, que também afeta o nível de capital do banco, a Caixa terá que estabelecer uma estratégia para a venda gradual dessas unidades habitacionais, retomadas por inadimplência principalmente dos beneficiários do Minha Casa, Minha Vida que compõem a faixa 1,5 (famílias com renda mensal de até R$ 2,6 mil). "As carteiras de crédito vencido são um problema na Caixa hoje", afirmou.

"Nada grave em relação a capital mas tem impacto no resultado", disse. Guimarães afirmou também que toda grande operação que tiver sido negociada, como a Caixa Seguridade, será revista. Outra prioridade de sua administração será estimular o microcrédito. O objetivo é chegar a 30 milhões de clientes nesse segmento. "Não me conformo com pessoas tomando crédito [pagando juros] de 22% ao mês, 25%", afirmou o presidente, em discurso.

Para alavancar o microcrédito, a Caixa vai usar a experiência de outras instituições, como o Banco do Nordeste, e sinalizou que essa atuação será feita por meio da criação de uma nova empresa privada. Guimarães ressaltou ainda que o banco precisa entrar no mercado de cartões consignáveis. A meta é atingir a marca de 22 milhões de cartões até o final do governo.

Conforme antecipado em entrevista ao Valor, Guimarães reiterou a intenção da instituição de vender empresas subsidiárias para quitar dívida de R$ 40 bilhões com o Tesouro. A dívida, em Instrumentos Híbridos e Capital e Dívida (IHCD), não tem prazo, mas a determinação do ministro da Economia, Paulo Guedes, é que o pagamento seja feitos nos próximos quatro anos.

A princípio, segundo o executivo, será possível abrir capital das subsidiárias de cartões, seguros, asset e loterias. "Pelo menos duas empresas serão vendidas este ano", afirmou. "A seguridade está mais adiantada, embora cartões também esteja pronta", disse, acrescentando que a primeira operação deve acontecer ainda no primeiro semestre.

A operação que demandaria mais tempo é a de asset, pois exige a criação de uma DTVM (distribuidora de títulos e valores mobiliários), o que requer uma autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Em um segundo discurso, feito na cerimônia de transferência de cargo, Guimarães disse aos funcionários que "não existe ingerência política" para assumir cargos e "quem trabalhar mais e melhor terá seu espaço".

"É um mantra que a gente tem", contou. "Podem ter certeza que todas as promoções serão definidas por mérito. Não existe ingerência política na Caixa. Não existe indicação por X, Y e Z", destacou. Ainda segundo ele, outro ponto prioritário é o controle de gastos. Será lançado um programa forte de controle de custos, seja de compra ou de programas de patrocínio, que é uma determinação do presidente Jair Bolsonaro e do ministro da Economia, Paulo Guedes.

"Existe obsessão por controle de custo", disse. Guimarães destacou também que na infraestrutura todos os financiamentos serão realizados se cumpridos dois mantras: se for rentável para o banco e se for bom para sociedade.

 

Guedes reforça intenção de 'desestatizar' crédito

Com a promessa de um "novo olhar" sobre os bancos públicos, o ministro da Economia, Paulo Guedes, sinalizou ontem um recuo estratégico do Estado no mercado de crédito. As declarações embutem duas mensagens principais. Uma delas é a redução do chamado crédito com recursos direcionados, que em geral conta com taxas subsidiadas. Subsídio é válido, disse Guedes, se for para quem tem baixa renda e não para os "amigos do rei".

A outra mensagem é sobre o papel dos bancos públicos em si. Para o ministro, houve uma estatização do crédito que foi danosa para o país, pois contribuiu para manter altas as taxas cobradas dos tomadores. "Quando o crédito é estatizado, sobra menos para o resto do Brasil e os juros são absurdos", afirmou na cerimônia de posse dos presidentes do BNDES, do Banco do Brasil (BB) e da Caixa. Embora não se trate de sinônimos, os bancos estatais são os grandes operadores do crédito direcionado no país - que foi impulsionado sob os governos petistas e já começou a ser reduzido nos dois anos da gestão de Michel Temer (MDB).

Os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e, especialmente, Dilma Rousseff (PT) atribuíram aos bancos públicos a tarefa de competir com os privados e forçar uma redução dos spreads (a diferença entre a taxa que uma instituição financeira paga ao captar recursos e a que cobra dos clientes).

Os estatais enveredaram por áreas em que não tinham tradição, passando a financiar o consumo e grandes empresas - caso clássico foi o empréstimo de R$ 2,6 bilhões da Caixa à J&F para a compra da Alpargatas. Ao BNDES, coube a missão de financiar com juros baixos os eleitos para a política de "campeões nacionais".

O resultado foi um salto na participação dos bancos públicos no estoque de crédito do país. De 2011 a 2015, a fatia das instituições de controle estatal passou de 43,6% para 55,8%. Essa participação recuou no governo Temer com uma forte desaceleração do BNDES e mudanças na gestão de BB e Caixa. Estava em 51,7% no fim de novembro. Com o agravamento da crise fiscal, os bancos públicos tiveram de reduzir a exposição aos riscos para suportar a estrutura de capital que tinham.

Esse recuo só não ficou mais evidente porque os bancos privados também desaceleraram no crédito diante da retração da economia. Agora, o encolhimento dos bancos públicos no crédito deve se aprofundar. Isso se dará não apenas pela diretriz do novo governo, mas também porque os concorrentes privados já vêm mostrando maior disposição para tomar risco no crédito.

Para Alberto Ramos, diretor do departamento de pesquisas econômicas do Goldman Sachs para a América Latina, a expectativa é que os bancos públicos voltem a se concentrar em áreas não tão naturais para os privados. "Em vez de competir com os privados, vão complementar", afirmou. Nos últimos dois anos, já houve mudanças importantes no mercado. Um dos marcos foi a criação da Taxa de Longo Prazo (TLP), mais próxima aos patamares de mercado, para substituir a TJLP nos financiamentos do BNDES.

A medida representa um peso menor para os cofres públicos eestimula as grandes companhias a tomar recursos no mercado de capitais. No Banco do Brasil, a gestão de Paulo Caffarelli (atual presidente da Cielo) procurou reprecificar as novas operações de crédito de com taxas de juros mais próximas às praticadas pelos bancos privados. Também foram priorizadas linhas de menor risco e margem mais elevada. Com isso, a instituição vem recuperando a rentabilidade.

O retorno sobre o patrimônio líquido do BB, que foi de apenas 8,8% em 2016, subiu para 13,4% nos primeiros nove meses de 2018. Ainda assim, a instituição continua longe da faixa de 19% a 22% apresentada por Santander, Bradesco e Itaú Unibanco. Para entregar a melhora de rentabilidade e o uso mais racional de recursos públicos que vêm sendo prometidos, a equipe de Guedes conta com a venda de ativos dos bancos estatais.

Estão nos planos do novo presidente da Caixa, Pedro Guimarães, abrir o capital das unidades de cartões, seguros, gestão de recursos e loterias. No BB, o recém-empossado Rubem Novaes disse que serão vendidos ativos com pouca sinergia com as atividades principais - estratégia que já vinha sendo conduzida pela gestão anterior. O novo comando dos maiores bancos públicos do país vai encontrar um cenário favorável.

A taxa Selic está em nível historicamente baixo e o mercado de crédito se encontra em franca recuperação. O estoque de saldos e financiamentos deve ter fechado 2018 com o primeiro crescimento em termos reais em quatro anos (os números só serão divulgados pelo Banco Central no fim deste mês). Os empréstimos e financiamentos para pessoas físicas e para micro, pequenas e médias empresas estão em alta desde o fim de 2017. As operações com grandes empresas continuam em ritmo lento, mas o risco de inadimplência diminuiu significativamente.

 

FOLHA

Classe média terá juro de mercado para crédito habitacional, diz presidente da Caixa

O novo presidente da Caixa afirmou nesta segunda-feira (7) que pessoas de classe média vão pagar taxas de juros de mercado, mais altas que as do Minha Casa Minha Vida, para o financiamento habitacional.

Após tomar posse no Palácio do Planalto, Guimarães explicou que as taxas para os mais pobres não serão reajustadas, mas fez a ponderação.

“O juro não vai subir para o Minha Casa Minha Vida. Se hoje você tem zero de empréstimo para pessoas de classe média, não vai ser os juros de Minha Casa Minha Vida, porque juros de Minha Casa Minha Vida é para quem é pobre”, disse.

“Para quem é classe média, tem que pagar mais, ou vai buscar no Santander, no Bradesco e no Itaú. Na Caixa, vai pagar juros maior do que o do Minha Casa Minha Vida, certamente, e vai ser juros de mercado”, ressaltou.

Guimarães afirmou que as fontes de recursos do FGTS e da poupança, que alimentam os financiamentos habitacionais do banco, estão no limite.

Para ampliar a carteira de crédito da instituição, ele anunciou um processo de securitização de parte da carteira de crédito da Caixa, ou seja, a venda no mercado de papéis lastreados a financiamentos que o banco concedeu.

De acordo com Guimarães, o objetivo é que a Caixa venda uma parte relevante do seu crédito nos próximos dez anos, podendo alcançar um total de R$ 100 bilhões.

O presidente do banco explicou que pessoas que recebem hoje até 4% ao ano com aplicações feitas na Caixa poderão ganhar no futuro até 8% investindo em papéis ligados a esses créditos imobiliários.

 

Sob Bolsonaro, Banco do Brasil e Caixa vão buscar sócios

Sob Jair Bolsonaro, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil pretendem pôr fim a ingerências políticas, democratizar a oferta de crédito e trazer sócios para suas subsidiárias mais rentáveis.

Para marcar a nova gestão, as duas instituições se comprometeram a devolver ao Tesouro quase R$ 50 bilhões emprestados pela União. Em quatro anos, voltarão para os cofres R$ 40 bilhões da Caixa e ao menos R$ 8 bilhões do BB.

Para repor esse dinheiro, ambas as instituições querem abrir o capital de seus negócios mais rentáveis.

Na Caixa, será o braço de investimento do banco, as áreas de seguros, cartões e loterias. No BB, a ideia é trazer sócios para a administração de fundos de investimentos, cartões, seguros, crédito para pessoa física e pequenas empresas.

"Trazer sócios para o banco é uma forma de proteção também", disse Pedro Guimarães, presidente da Caixa. "Se alguém tentar usar a Caixa de forma política, não vai conseguir."

Isso porque, segundo ele, a abertura de capital reforçará a governança do banco. Desde que foi alvo da Lava Jato, a Caixa vem passando por um processo de aprimoramento das regras de governança que travam desmandos e ingerências na instituição e que já levaram à substituição de quatro vice-presidentes envolvidos nas investigações.

O presidente do BB, Rubem Novaes, disse que não haverá privatização. A proposta, segundo ele, é destravar valor com a abertura de capital ou com a busca de parceiros.

"O BB Seguridade valia mais que o banco. O BB estava sentado em cima de um tesouro e não sabia", disse o ministro da Economia, Paulo Guedes, ao explicar a política de desinvestimentos que será levada adiante nos dois bancos.

Em outra frente, Caixa e BB devem acelerar a política de venda de carteiras, principalmente imobiliária. No BB, Novaes ainda estuda a melhor alternativa para monetizar os ativos imobiliários do banco. Uma ideia é criar fundos imobiliários para a venda de cotas.

Na Caixa, a venda de carteira deve gerar R$ 100 bilhões em quatro anos, caso seja possível abrir esse mercado para investidores estrangeiros. Se não, esse número pode chegar a R$ 30 bilhões. Segundo Guimarães, hoje esse mercado de securitização movimenta somente R$ 10 bilhões.

Nessas carteiras, estarão, por exemplo, recebíveis de financiamentos imobiliários, tanto de classe média quanto do Minha Casa, Minha Vida --estes com inadimplência mais elevada, especialmente na faixa que abrange clientes de menor poder aquisitivo.

Com esses recursos, Guimarães pretende fazer girar novamente o motor do crédito imobiliário que está travado diante da necessidade do banco de reforçar seu capital para fazer frente às exigências de segurança nos empréstimos.

O banco continuará cobrando juros de mercado para financiamentos da classe média. As taxas subsidiadas, quando concedidas, estarão discriminadas no Orçamento, dando mais transparência.

"Tem que ser rentável para a Caixa e bom para a sociedade", disse Guimarães.

Em discurso, Paulo Guedes reforçou essa nova política do banco. O ministro disse que não será mais tolerado o que chamou de "pirataria privada". Ele citou casos de políticos que iam à Caixa e saíam com créditos bilionários, que não chegavam aonde deveriam.

Ao mesmo tempo, segundo ele, faltavam recursos para iniciativas como a compra de barcos que funcionam como agências atendendo regiões isoladas na Amazônia, levando crédito a quem não tem acesso e ajudando no processo de bancarização do país.

A carteira de clientes da Caixa, hoje em 93 milhões de pessoas, foi tratada como um negócio em potencial pelo novo presidente, já que hoje apenas 15 milhões compram algum serviço oferecido pelo banco.

Guimarães afirmou que, com uma base desse tamanho, é inaceitável que a Caixa não ofereça hoje o serviço de cartões para oferecer crédito consignado. Ele estabeleceu a meta de conquistar 20 milhões de clientes nesse segmento em quatro anos. "Se não atingir, eu falhei", disse.

O presidente do banco também pretende levar o microcrédito a 30 milhões de pessoas. A ideia é seguir o modelo usado hoje pelo Banco do Nordeste, que tem 4,5 milhões de clientes e, segundo ele, é a maior operação da América Latina nesse ramo.

Forte nos empréstimos para o agronegócio, o BB vai rever sua política de subsídios. O banco vai trocar crédito barato pela oferta de seguro agrícola, que tem um menor custo para o governo.

O subsídio é concedido por meio da equalização da taxa de juros cobrada do produtor, que tem acesso a juros mais baixos do que os praticados no mercado porque a diferença é bancada pelo Tesouro Nacional.

oaquim Levy, que tomou posse na presidência do BNDES também nesta segunda-feira (7), disse que a instituição precisa rever seu balanço e reduzir dependência de recursos do Tesouro, que ainda é exagerada. "Estamos na antesala de um novo ciclo de investimentos, com economia mais aberta."

 

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