Quarta-feira

VALOR

Com securitização, Caixa pode ampliar oferta de crédito

Embora signifique taxas de juros mais altas do que as praticadas no programa Minha Casa Minha Vida, o processo de securitização de crédito anunciado pelo novo presidente da Caixa, Pedro Guimarães, deve evitar uma redução mais drástica do banco no mercado de crédito. Ao vender carteiras de crédito, a instituição também poderá gerar novas operações a taxas de mercado, ampliando a oferta de recursos.

"A sociedade terá mais funding [fonte de recursos] . Se conseguir aumentar o crédito, aumenta o emprego e o PIB", comenta uma fonte da instituição. O presidente da Cbic (Câmara Brasileira da Câmara da Construção), José Carlos Martins, aponta na mesma direção, avaliando que a securitização de carteiras ampliará a oferta de recursos e pode inclusive baratear o custo do crédito imobiliário oferecido a taxas de mercado.

Martins lembra que a decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN), tomada no fim de julho, de permitir que os financiamentos no âmbito do Sistema Financeiro de Habitação (SFH) sejam corrigidos por outros índices que não a TR a partir deste ano facilita a ampliação do mercado de securitização dessas carteiras, tanto para a Caixa como para as instituições privadas.

"Hoje, quando o banco concede crédito imobiliário, fica preso com o cliente por 30 anos porque ninguém compra papel atrelado a TR. Se for índice de preços, os fundos e empresas internacionais vão comprar, aí vai liberar espaço [nos bancos] para financiar novos", afirmou Martins. "Tendo mais recursos você vai ter mais oferta e mais concorrência, deve baixar [a taxa]". Ele disse não esperar mudanças nas taxas do Minha Casa Minha Vida, mesmo para as faixas de renda mais altas, onde os custos já são próximos aos praticados no mercado.

Guimarães, da Caixa, afirmou que os juros do programa não serão elevados. Nas cerimônias de posse e transmissão de cargos dos novos presidente dos bancos públicos, na segunda-feira, enfatizou-se a determinação dada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, de desestatizar o crédito.

Guimarães, Rubem Novaes, que preside o BB, e Joaquim Levy, do BNDES, fizeram discursos alinhados com essa visão de menor e mais focada participação dos bancos públicos no mercado de crédito. Uma das possibilidades de redução de crédito das instituições estatais é por meio de mudanças nas regras das linhas de crédito direcionado, como as destinadas aos setores imobiliário e agrícola. Isso depende de mudanças regulatórias, por exemplo do Banco Central e do Conselho Monetário Nacional (CMN).

Fontes do governo enxergam que esses mecanismos de subsídios indiretos geram distorções no mercado de crédito brasileiro. Apesar de esses direcionamentos obrigatórios terem validade para todos os bancos, a realidade é que a maior parte das operações é feita pelas instituições do setor público federal.

No caso do crédito agrícola, o presidente do BB indicou que algo pode realmente ser feito "de cima para baixo", no sentido de reduzir as operações subsidiadas (que ocorrem via orçamento, mas também via direcionamento obrigatório) e substituí-las por maior oferta de seguro de crédito rural, que ainda é muito limitado no Brasil. Já na Caixa, o programa Minha Casa Minha Vida é visto como tendo limitação de funding, por conta do FGTS. Nesse caso, a securitização compensaria pelo menos em parte a limitação da oferta de dinheiro do programa.

 

Estrangeiro evita Brasil, mas é otimista

O bom desempenho do mercado brasileiro neste começo de ano ainda carece do entusiasmo dos estrangeiros. Tanto na bolsa quanto no câmbio, os investidores não residentes dão sinais de cautela, enquanto todo o mercado aguarda a implementação das reformas prometidas pelo governo, sobretudo a da Previdência. Isso não significa, porém, que estejam apostando contra os ativos locais. Para especialistas ouvidos pelo Valor, é precisamente o contrário: o clima de otimismo prevalece em relação ao país.

A questão é que os gestores ainda estão calibrando a exposição de suas carteiras, depois que a bolsa brasileira registrou um dos melhores desempenhos globais de 2018, enquanto o mercado de câmbio é uma opção bastante utilizada para operações de proteção. A leitura, no entanto, é que nem o real ficará de fora de um rali quando a reforma começar a sair do papel. "Não se pode dizer que é uma aposta 'contra Brasil', ao contrário. O estrangeiro só não quer pagar para ver, depois dos anos de governo de divergências internas e com reformas que não se realizaram.

Ele vai aguardar ter maior certeza de que as reformas vão acontecer", diz César Mikail, da Western Asset. Dados mais recentes da B3 mostram que o estrangeiro começou 2019 ainda sem um ritmo definido na bolsa. Depois de uma retirada de mais de R$ 2 bilhões no dia 3, eles ingressaram com R$ 455,6 milhões na bolsa no pregão do dia 4. Nos primeiros três pregões do ano, o fluxo está negativo em R$ 1,76 bilhão.

Em 2018, os saques chegaram a R$ 11,5 bilhões, maior retirada anual desde 2011. Já a CM Capital Markets informa, com base em dados da Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC), que os não residentes estão com posição negativa em R$ 11,2 bilhões em contratos futuros de Ibovespa e de R$ 14,8 bilhões no índice à vista, considerando uma série que começa em novembro do ano passado.

O movimento diz muito mais respeito à necessidade dos gestores de reduzir exposição ao país para que ele tenha o mesmo tamanho nas carteiras, após a valorização das ações locais, que superou vários mercados globalmente, na avaliação de David Cohen, gestor da Paineiras Investimentos. Cohen explica que é preciso colocar a retirada de recursos estrangeiros do mercado à vista em perspectiva.

Em 2018, o Ibovespa teve uma valorização, em real, de 15% - ontem, o índice renovou recorde em 92.032 pontos, alta de 0,36%. Mas, mesmo com a queda de 5% em dólar em 2018, trata-se de um estrondoso desempenho, superior a outros emergentes e inclusive países desenvolvidos.

Em outras palavras, a participação do Brasil numa carteira dedicada a emergentes ou numa carteira global cresceu. Portanto, para que o país ocupe a mesma fatia que tinha antes, é preciso reduzir a exposição. Do contrário, ele ganha mais peso do que a alocação pretendida pelo gestor. "Isso quer dizer que é errado falar que os investidores estão saindo do Brasil", afirma Cohen. "Eles simplesmente adequam a alocação no país, porque a participação do Brasil dentro da carteira aumentou significativamente."

"Os estrangeiros têm se mostrado um pouco mais cautelosos e céticos do que os locais. Mas isso não significa que falte otimismo. O otimismo fica mais claro no Ibovespa ou nos juros futuros, enquanto o câmbio é muitas vezes usado como hedge", afirma o estrategista Mario Castro, do Nomura em Nova York. Os estrangeiros já reverteram parte de suas apostas mais defensivas no câmbio desde meados de dezembro. De acordo com dados da B3, a posição comprada em dólar (que ganha com a alta da moeda americana ante o real) saiu do recorde de US$ 42,6 bilhões para os atuais US$ 35,5 bilhões.

Nos últimos dias, o ritmo de vendas perdeu fôlego. "Para todos os mercados, os investidores estrangeiros ainda estão cautelosos à espera de uma definição maior sobre o andamento da reforma da Previdência", diz Sérgio Goldenstein, sócio e gestor da Mauá Capital. "A expectativa é positiva, mas o estrangeiro só vem quando tiver uma segurança maior sobre as diretrizes da reforma", diz.

Este começo de ano ainda é carregado de ruídos de comunicação em torno das iniciativas do novo governo. Mas, para Castro, do Nomura, as informações desencontradas não chegam a afastar os investidores estrangeiros do Brasil. "Todos sabem que não será um processo fácil. Faz parte do jogo. No fim do dia, o que importa é o que acontece na proposta final, mais do que o fluxo de notícias", diz Castro, do Nomura.

Além de algum sangue-frio, o que também deve ajudar o câmbio brasileiro daqui para frente é o alívio da pressão sobre o mercado à vista. Nos últimos meses de 2018, houve forte saída de recursos do país por causa de operações típicas de fim de ano, como remessas de lucros e dividendos para o exterior, além da cautela já presente dos estrangeiros. Isso deixou o real com um desempenho mais fraco que os pares emergentes. Mas, nas primeiras cinco sessões deste ano, o dólar caiu em quatro.

 Ontem, a baixa foi de 0,48%, aos R$ 3,7153. "Agora, a expectativa para este começo de ano é de um fluxo bem melhor para Brasil. O cenário macroeconômico mais positivo, com a evolução da reforma, deixa o Brasil como um destaque entre os emergentes. E o real passará a ser a moeda favorita entre os seus pares", conclui Goldenstein.

 

Guedes quer incluir capitalização em PEC

A proposta de reforma da Previdência que vem sendo desenhada pela equipe técnica do ministro da Economia, Paulo Guedes, pode já ser encaminhada com a previsão de um regime de capitalização. O texto ainda deve endurecer as regras de aposentadoria de regimes especiais como os que contemplam os professores, policiais militares e bombeiros. Além disso, pode fazer com que em 10 anos todos brasileiros estejam se aposentando com a idade mínima que será definida por lei.

Também quer mexer nas regras das Forças Armadas, elevando o tempo de serviço para aposentadoria para 35 anos. O objetivo é antecipar o impacto fiscal da reforma da Previdência Social, reforçando os ganhos em termos de repercussão nos mercados e nas contas públicas. A área econômica tem ao menos duas versões alternativas, uma delas que mantém direitos (ou privilégios, na visão de alguns técnicos) a algumas categorias, como indicou desejar o presidente Jair Bolsonaro na semana passada.

Ontem, o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, foi ao Ministério da Economia em mais uma tentativa de abafar os rumores de briga com Guedes. O normal é o titular da área econômica ir à Casa Civil. Na pauta, estava a reforma da Previdência Social, que havia sido discutida em reunião de secretários do ministério da Economia poucas horas antes. Onyx afirmou que os técnicos vão alinhar detalhes acerca da reforma da Previdência com objetivo de apresentar uma proposta a Bolsonaro na próxima semana.

Segundo Onyx, a partir daí o presidente escolherá os caminhos a serem tomados sobre o tema antes da viagem a Davos - daqui a duas semanas. A intenção é encaminhar o texto ao Congresso em fevereiro, até a segunda semana, quando estará definida a composição do comando das duas Casas.

Guedes disse que, além de reformar o sistema atual, a intenção é incluir na mesma proposta de emenda constitucional (PEC) o regime de capitalização (em que cada trabalhador tem conta separada) para o futuro. "A proposta de capitalização que estamos desenhando é mais robusto. É mais difícil, o custo de transição é alto, mas estamos trabalhando para as futuras gerações". Ao ser perguntado se a proposta do governo vai aproveitar a que já está na Câmara, Guedes respondeu apenas: "Aí já é estratégia política."

"O presidente Bolsonaro tem capacidade muito grande de sinalizar caminhos. E quando ele falou, e a gente comentou na última semana, ele quer mostrar o que estamos mostrando a ele, que vai ser uma reforma humana, mas que dá condições de o Brasil buscar equilíbrio fiscal", disse Onyx.

No caso das Forças Armadas, o vice-presidente Hamilton Mourão já havia admitido em entrevista ao Valor que existe uma ideia elevar o tempo de serviço militar de 30 para 35 anos. Os técnicos já começaram a conversar sobre mudanças nas regras de aposentadorias dos militares para definir qual o momento as encaminha ao Congresso Nacional. Se em fevereiro, junto com todas as mudanças que pretendem implementar, ou se mais para frente. "Ideia é que todos devem dar sua contribuição", disse uma fonte ao Valor.

Esse assunto ainda é visto como espinhoso pois enfrenta resistência do presidente Jair Bolsonaro. No caso do trabalhador rural, por enquanto o tema segue de fora da reforma. Os ajustes para esse público serão feitos pela medida provisória a ser apresentada provavelmente hoje a Bolsonaro e que tem como objetivo reduzir o elevado índice de fraudes, retirando, por exemplo, dos sindicatos o poder de emitir certificado de comprovação trabalho rural.

Uma discussão importante é sobre a regra de transição para todos trabalhadores. O texto aprovada em comissão especial da Câmara em 2017 prevê o estabelecimento de uma idade mínima de aposentadoria de 65 anos para homens e 62 anos para mulheres - idades que seriam atingidas após uma transição de 20 anos. Mas os técnicos do atual governo querem reduzir à metade esse prazo, mesmo com a fala de Bolsonaro indicando uma regra mais branda para idade mínima.

Para os professores, uma das propostas é colocar uma idade cinco anos inferior que o previsto na regra geral. Hoje um professor solicita a aposentadoria após comprovar contribuição previdenciária de 30 anos, para homens, ou 25 anos, para mulheres.

 

FOLHA

Precisamos de clareza em relação ao passado, diz Levy sobre 'caixa preta' do BNDES

O presidente do BNDES, Joaquim Levy, disse nesta terça-feira (8) que o banco vai avaliar operações feitas pelas últimas gestões como parte do processo que o presidente Jair Bolsonaro chama de "abertura da caixa preta" do banco.

Em tom mais ameno do que o do presidente, porém, ele evitou citar prazos ou dar detalhes sobre o processo, dizendo que deve ser feito "de forma institucional".

"A gente não vai ficar só olhando para o passado, mas a gente tem que ter clareza em relação ao passado", afirmou em entrevista após cerimônia de transferência de cargo na sede do banco. Ele completou dizendo que uma caixa preta "só é preta enquanto não se decripta [decodifica] o que tem ali dentro."

O termo caixa preta faz referência ao equipamento em aviões que armazena informações para serem usadas em investigações de eventuais acidentes. Desde a campanha eleitoral, Bolsonaro tem prometido investigar operações feitas pelo banco durante os governos petistas.

"Com poucos dias de governo, não só a caixa preta do BNDES, mas de outros órgãos estão sendo levantados [sic] e serão divulgados [sic]", reforçou o presidente nesta segunda (7), em suas redes sociais.

Ao nomear Levy para o BNDES, ele frisou que essa seria uma de suas missões. "Isso tem que ser feito de uma maneira institucional, principalmente, que sirva de base para a gente continuar desenvolvendo novas regras de governança", disse Levy nesta terça.

Ele reforçou que a transparência é um compromisso da gestão. "Parte importante vai ser organizar melhor os dados, que já estão disponíveis, mas de uma maneira que fica difícil para as pessoas entenderem". afirmou. Nas duas últimas gestões, o BNDES ampliou a quantidade de informações disponíveis em sua página na internet.

Em seu discurso de despedida, o ex-presidente do banco Dyogo Oliveira defendeu os funcionários da instituição e disse que os "erros" cometidos em gestões anteriores foram resultado de "orientação política". O governo Bolsonaro critica especialmente empréstimos dados a países como cuba e Venezuela e a política de eleger campeões nacionais.

DEVOLUÇÃO

Levy disse que ainda não foi definido o valor de devolução de recursos ao Tesouro Nacional em 2019. O cronograma de devolução prevê o repasse de R$ 26 bilhões, mas a área econômica gostaria de mais recursos para ajudar a reduzir o déficit fiscal.

O presidente do BNDES afirmou que o valor dependerá das perspectivas de crescimento da economia e do processo de reorganização do balanço do banco para se adequar a um cenário com menos recursos do Tesouro.

Essa reorganização envolve a redução da carteira de ações em mãos de sua subsidiária BNDESEPar. Da venda dos papeis, virá parte dos recursos para compor a nova estrutura de capital do banco.

Levy disse que o primeiro passo é estudar preços das ações e possíveis impactos da venda no mercado, já que o banco tem grandes fatias de empresas e qualquer anúncio de venda pode jogar para baixo o valor das ações.

"Acredito que o momento é bom. A gente tem visto as bolsa evoluindo bem e, na medida em que o governo for entregando as reformas, o apetite do investidor vai aumentar. Isso nos facilita a reorganizar o balanço", comentou.

PRIVATIZAÇÕES

Levy defendeu privatizações nos estados como maneira de levantar recursos para enfrentar a crise fiscal e modernizar a prestação de serviços públicos aos cidadãos e ofereceu o BNDES para ajudar a modelar os processos de venda.

Presente à cerimônia de transmissão de cargo, o governador do Rio, Wilson Witzel (PSC) disse ser contra a venda da Cedae (Companhia Estadual de Água e Esgoto), uma das contrapartidas do estado ao regime de recuperação fiscal. O processo vinha sendo modelado pelo BNDES.

Witzel argumentou que considera a companhia estratégica para o estado do Rio e que vai tentar renegociar a cláusula do programa de socorro federal que determina a privatização. Disse que um acordo poderia ajudar outros estados, que não querem ou não têm ativos para vender, a pedir recuperação.

O BNDES já atua em parcerias com estados para vender empresas de saneamento e coordenou o processo de venda das distribuidoras de eletricidade que estavam sendo operadas pela Eletrobras.

Levy disse que o bando deve participar também do processo de privatização da própria Eletrobras e que aguarda definições do governo federal sobre o tema.

Em seu discurso de posse, ele falou que os focos do banco serão médias empresas, inovação e tecnologia e infraestrutura, com apoio à modelagem de projetos para concessão pelos governos federal e estaduais.

 

Presidente da Caixa nega aumento de juros no financiamento imobiliário para a classe média

O novo presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, negou que vai haver aumento dos juros no financiamentoda casa própria para a classe média, mas destacou que eles permanecerão acima dos juros do programa Minha Casa Minha Vida, voltando para as classes mais baixas.

Segundo ele, os juros do MCMV são subsidiados e os juros para classe média estão num patamar mais elevado.

Guimarães disse ter ficado incomodado com parte da imprensa que, segundo ele, distorceu suas palavras quando ele falou que os juros da classe média atenderiam as regras de mercado.

"O menor juros que existe no Brasil para crédito imobiliário é o do Minha Casa Minha Vida; você querer comparar Minha Casa Minha Vida com crédito imobiliário para classe média não é correto matematicamente. É óbvio que juros para classe média é maior; aí trocaram o que eu falei para dar manchete. É uma desonestidade intelectual", disse ele após a cerimônia de transmissão de cargo na presidência do BNDES.

Na segunda-feira (7),  após tomar posse no Palácio do Planalto,  Guimarães explicou que as taxas para os mais pobres não serão reajustadas, mas fez a ponderação.

“O juro não vai subir para o Minha Casa Minha Vida. Se hoje você tem zero de empréstimo para pessoas de classe média, não vai ser os juros de Minha Casa Minha Vida, porque juros de Minha Casa Minha Vida é para quem é pobre”, disse.

“Para quem é classe média, tem que pagar mais, ou vai buscar no Santander, no Bradesco e no Itaú. Na Caixa, vai pagar juros maior do que o do Minha Casa Minha Vida, certamente, e vai ser juros de mercado”, ressaltou.

Guimarães afirmou que as fontes de recursos do FGTS e da poupança, que alimentam os financiamentos habitacionais do banco, estão no limite.

Para ampliar a carteira de crédito da instituição, ele anunciou um processo de securitização de parte da carteira de crédito da Caixa, ou seja, a venda no mercado de papéis lastreados a financiamentos que o banco concedeu.

De acordo com Guimarães, o objetivo é que a Caixa venda uma parte relevante do seu crédito nos próximos dez anos, podendo alcançar um total de R$ 100 bilhões.

 

Produção industrial no Brasil sobe, mas tem pior novembro em três anos

A produção da indústria brasileira avançou em novembro e interrompeu quatro meses de queda impulsionada pelos bens intermediários, mas registrou o resultado mais fraco para o mês em três anos.

Em novembro, a produção industrial teve alta de 0,1% em relação a novembro, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta terça-feira (8).

Ainda assim, o resultado é o mais fraco para novembro desde 2015, quando houve queda de 2%.

Sobre novembro de 2017, a produção teve queda de 0,9%, leitura mais baixa para o mês desde o recuo de 1,2% registrado em 2016.

"O ano vai fechar positivo, mas com uma taxa menor do que se esperava. Será o segundo ano seguido de alta, mas não se repõe a perda acumulada de 16,7% nos anos de 2014, 2015 e 2016", avaliou o gerente da pesquisa, André Macedo.

"Isso tem a ver com a greve dos caminhoneiros, dificuldades no mercado de trabalho, crise na Argentina, instabilidade causada pelo período eleitoral", completou.

De acordo com o IBGE, entre as categorias pesquisadas, somente bens intermediárias teve avanço na produção no mês, de 0,7%, após três meses de perdas.

Por outro lado, a fabricação de bens de capital, uma medida de investimento, recuou 2,7%, enquanto bens de consumo teve perdas de 0,4%.

Entre as atividades, a principal influência positiva partiu dos produtos alimentícios, com avanço de 5,9%, interrompendo quatro meses consecutivos de queda. Também se destacaram as altas de 7,1% de produtos farmoquímicos e farmacêuticos e de 0,5% de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis.

Já entre as quedas, destacou-se a de 4,2% entre veículos automotores, reboques e carrocerias, eliminando o ganho de 2,8% de outubro.

A confiança da indústria brasileira terminou o ano registrando sua segunda alta consecutiva em dezembro, com melhora da percepção sobre a demanda interna, embora ainda sinalize um ritmo moderado de atividade do setor na virada para o próximo ano, segundo a FGV (Fundação Getulio Vargas).

A pesquisa Focus do Banco Central mais recente mostra que a expectativa dos economistas é de que a indústria tenha terminado 2018 com crescimento de 1,91%, e acelere para 3,04% em 2019.

 

ESTADÃO

Caixa tem juro maior para classe média e perde espaço para rivais privados

A Caixa Econômica Federal já pratica taxas de juros no crédito imobiliário superiores às dos concorrentes privados, o que fez com que o banco da habitação perdesse espaço nas operações com recursos da poupança, mais utilizadas pela classe média, no ano passado.

No acumulado de 2018 até novembro, a participação da instituição pública caiu de 40,43% para 22,31%, conforme dados obtidos pelo Estadão/Broadcast, como resultado de uma política mais rígida para emprestar adotada pelo banco no intuito de reforçar seus indicadores de capital.

A redução da fatia da Caixa fica ainda mais evidente considerando que o financiamento imobiliário com dinheiro da caderneta, o chamado SBPE, cresceu no ano passado. Até novembro, foram concedidos R$ 51,33 bilhões em novos financiamentos, ante R$ 39,466 bilhões de igual período do ano passado. Enquanto o banco da habitação perdeu espaço, todos os concorrentes privados avançaram. O banco que mais ganhou mercado foi o Bradesco, cuja fatia passou de 18,21% em 2017 para 26,30%, considerando dados até novembro.

Ao tomar posse na segunda-feira, o novo presidente da Caixa, Pedro Guimarães, disse que o foco “número 1” da instituição será atender a população de baixa renda e que a classe média terá de pagar mais para tomar recursos para a compra da casa própria no banco. “Não será juro do Minha Casa, Minha Vida (MCMV), que é para quem é pobre. A classe média tem de pagar mais ou vai buscar no Santander, Bradesco, Itaú. Na Caixa, vai pagar juro maior que Minha Casa, Minha Vida, certamente, e vai ser um juro de mercado. A Caixa vai respeitar acima de tudo mercado, lei da oferta e da demanda”, afirmou. Na terça-feira, no entanto, Guimarães negou que o banco vá aumentar os juros para a classe média.

Mais cara

A Caixa já diferencia juros dos financiamentos imobiliários voltados às famílias mais pobres das operações direcionadas aos clientes de classe média. Dados do Banco Central mostram que o juro praticado pelo banco estatal nas linhas que concorrem com os privados – segmento conhecido como “taxas de mercado” – é o maior entre todas as instituições financeiras.

Em novembro de 2018, a Caixa cobrou juro médio de 11,54% ao ano nos financiamentos imobiliários com juros de mercado. Foi o crédito mais caro entre os nove bancos que emprestaram recursos nessa operação naquele mês. O Banco do Brasil, por exemplo, cobrou taxa de 9,86% ao ano e o Bradesco praticou média de 9,34%. O Itaú Unibanco foi o mais barato do mercado, com 8,66%. Conforme a série histórica do BC, a Caixa é a mais cara pelo menos desde 2015, ainda no governo Dilma Rousseff.

Nas operações para baixa renda e juros regulados ocorre exatamente o contrário. Em novembro de 2018, a Caixa cobrou juro médio de 7% ao ano, o mais baixo entre as 12 casas que atuam no segmento. Nessa operação, o BB praticou juro de 7,79%, o Bradesco cobrou 8,86% e o Itaú teve média de 9,36% – a mais alta no ranking.

Preocupação

A despeito da polêmica em torno do patamar da taxa cobrada pela instituição pública no crédito imobiliário para a classe média, o que despertou a preocupação da concorrência foi o anúncio, também feito na segunda-feira, de que a Caixa vai vender até R$ 100 bilhões em operações de crédito imobiliário, em uma operação conhecida como securitização – em que os ativos são agrupados e convertidos em títulos que podem ser negociados no mercado de capitais. Isso aumentaria a capacidade do banco em fazer novas operações com recursos levantados por essas operações.

Líder no mercado de habitação, o banco público detém uma carteira de R$ 440,5 bilhões, conforme dados até setembro de 2018. Desse total, R$ 258,5 bilhões foram emprestados com recursos FGTS e R$ 182,0 bilhões com dinheiro oriundo da Caixa/SBPE. Esse montante garante ao banco 69,5% de participação no mercado de crédito imobiliário.

Procurada, a Caixa não quis fazer comentários.

 

Banco Mundial reduz projeção para PIB brasileiro este ano

O Banco Mundial (Bird) reduziu as previsões de crescimento do Brasil de 2018 e para este ano. Em junho, a instituição multilateral estimava que o País avançaria 2,4% no ano passado, mas agora prevê alta de 1,2%, numa das maiores reduções de projeção para países. Para 2019, o Bird reduziu a previsão do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil de 2,5% para 2,2% e manteve a avaliação de que a economia nacional deve registrar uma expansão de 2,4% em 2020. Estas considerações foram divulgadas no relatório Perspectivas Econômicas Globais, cujo subtítulo é “Céus Escurecendo”.

 

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