Segunda-feira

VALOR

Projeção para PIB tem 2ª queda consecutiva para 2019, mostra Focus

A mediana das projeções do mercado para o crescimento da economia brasileira em 2019 teve a segunda queda consecutiva, agora de um crescimento de 2,53% para 2,50%, segundo a pesquisa semanal Focus, do Banco Central, divulgada nesta segundafeira com estimativas de economistas do mercado coletadas até o fim da semana passada.

Para 2020, o ponto-médio das estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro também recuou, voltando aos 2,50% de duas semanas atrás, após ter chegado a 2,60% na sondagem semanal anterior. Entre o fim de fevereiro e o começo de junho do ano passado, a mediana das projeções para a economia brasileira neste ano ficou praticamente parada em 3%, patamar alcançado no fim de janeiro passado, de acordo com o levantamento sistemático do BC.

Desde o fim do primeiro semestre, a estimativa permanece em torno dos 2,50%. Inflação A mediana das projeções dos economistas do mercado para a inflação oficial em 2019 teve leve ajuste para baixo, de 4,01% para 4%. Para 2020, o ponto-médio das expectativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) permaneceu em 4% (ponto em que já está há 83 semanas).

Para os próximos 12 meses, a estimativa subiu de 4,02% para 4,03%. Entre os economistas que mais acertam as previsões, os chamados Top 5, de médio prazo, a mediana para a inflação oficial manteve-se em 3,9% para o fim deste ano e 4% no próximo.

O IPCA fechou o ano de 2018 em 3,75%, abaixo do centro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) pelo segundo ano consecutivo. Em janeiro, o IPCA-15, espécie de prévia da inflação do mês divulgado na semana passada, ficou em 0,30%, levemente abaixo da média das estimativas apurada pelo Valor Data junto a 30 consultorias e instituições financeiras, de 0,34%.

Taxa de juros

A mediana das estimativas para a taxa básica de juros no fim de 2019 caiu de 6,75% para 6,50% entre os economistas que mais acertam as previsões, os chamados Top 5, de médio prazo. Entre os economistas em geral, o ponto-médio para a Selic no fim do ano manteve-se nos 7% que alcançou quatro semanas atrás. Para 2020, a taxa permaneceu em 8% nos dois grupos.

A ata da última reunião do ano do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), em dezembro -- quando a autoridade monetária manteve a Selic nos mesmos 6,50% em que está desde março --, afirma que a economia brasileira segue operando com alto nível de ociosidade dos fatores de produção, refletido nos baixos índices de utilização da capacidade da indústria e, principalmente, na taxa de desemprego. O primeiro encontro do ano do Copom para discutir a taxa básica de juros acontece nos dias 5 e 6 de fevereiro.

Dólar

As medianas das estimativas para o dólar no fim de 2019 foram mantidas em R$ 3,75 entre os economistas em geral e R$ 3,80 entre os que mais acertam as previsões, os chamados Top 5, de médio prazo. Para 2020, o ponto-médio das projeções foi mantido em R$ 3,78 tanto considerando o mercado todo quanto entre os campeões de acertos. O dólar comercial fechou a semana passada a R$ 3,7620.

 

ESTADÃO

Fator político deve mexer com os mercados esta semana

A semana que começa, a última de janeiro, emenda de bate-pronto com a largada de fevereiro. A próxima sexta-feira, 1º, pode ser dia decisivo para os mercados, porque marca o início dos trabalhos de deputados e senadores, eleitos ou reeleitos nas eleições de outubro.

O início do ano legislativo aguça a atenção de investidores sobre o andamento de planos e ações do governo do presidente Jair Bolsonaro, que completa um mês. A expectativa frustrada com o anúncio esperado de importantes medidas até agora não foi suficiente para mudar o bom humor do mercado financeiro.

A falta delas apenas fez crescer a ansiedade dos aplicadores, que continuam otimistas e com o benefício da dúvida estendido ao novo governo. Senão por outros motivos, porque seguem a lógica do calendário político, sem necessidade de corrida contra o relógio, tanto para o anúncio quanto para o envio das propostas de reformas ao Congresso.

As principais medidas de mudanças econômicas, incluída a da Previdência Social, precisam ser debatidas e aprovadas por deputados e em seguida por senadores. É natural, portanto, que cheguem ao Legislativo após o início dos trabalhos nesta sexta-feira.

Com um olho na divulgação de possíveis medidas, daqui para a frente o mercado acompanhará de perto também as articulações e movimentações para a eleição do presidente da Câmara e do Senado. A votação deverá ocorrer dia 1º.

Essa eleição atrai o interesse, especialmente, porque dos nomes escolhidos para o comando das duas Casas dependerão o andamento das propostas de reforma enviadas pelo governo – cabe aos respectivos presidentes a decisão, por exemplo, de colocar determinado projeto de lei em votação.

Além disso, a eleição desses comandos influencia também as negociações para a escolha de nomes de parlamentares para presidir as diversas comissões. A definição do nome do presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), por onde começa a tramitação dos projetos, é uma das mais concorridas e importantes depois da presidência da Câmara, porque pode dificultar, logo na largada, o andamento dos projetos.

A ideia é que os nomes de parlamentares com maiores chances de chegar à presidência da Câmara e do Senado, no âmbito das articulações em curso, e as propostas de reforma que o governo vier a anunciar por estes dias deem boa ideia de como seriam as medidas e as perspectivas de sua aprovação pelos políticos.

A tendência, portanto, é que a partir de agora fatos na esfera política passem a engrossar o cardápio de expectativas dos investidores e a influenciar cada vem mais as decisões de posicionamento no mercado financeiro.

Se houver a percepção de que a base de apoio ao governo no Congresso dará sustentação para a aprovação de medidas consideradas consistentes pelos investidores, a tendência seria que os mercados permaneçam dando continuidade ao clima favorável e engatem nova rodada de valorização das ações e de queda do dólar.

A escalada de valorização da bolsa de valores, quem vem batendo seguidos recordes de alta nominal, e a relativa apatia do dólar podem ser atribuídas à aposta mais firme na política econômica do governo Bolsonaro. Sobretudo com a agenda liberal, de reformas econômicas, ajuste fiscal e privatizações, do ministro Paulo Guedes, da Economia, reforçada em discursos e declarações na reunião de Davos, na Suíça.

Do discurso à prática

O fato é que o mercado financeiro, que vem reagindo até agora a expectativas, passará a reagir em algum momento a medidas concretas. Sobretudo ao anúncio de propostas para o ajuste fiscal, em que as mudanças nas regras de aposentadoria aparecem como prioridade máxima e às possibilidades de sua aprovação pelo Legislativo.

Se as medidas forem avaliadas como sustentáveis e houver a percepção de que são boas as chances de sua aprovação pelos parlamentares, o mercado financeiro teria tudo para embalar em nova onda positiva, que poderia levar o Ibovespa (Índice Bovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo) para os 100 mil pontos – até a última quinta-feira estava em 97.677,19 pontos – e a cotação do dólar comercial, que fechou em R$ 3,77 nesse mesmo dia, para níveis próximos de R$ 3,60 e até R$ 3,50.

Ainda mais se esse cenário atrair e trouxer o capital estrangeiro de volta às compras no mercado de ações, de onde saiu maciçamente no fim de ano e aguarda fatos novos na economia e na política para retornar à bolsa de valores do País.

Mesmo que haja confiança nas mudanças que deverão ocorrer no País, é preciso ficar atento a possíveis percalços pelo caminho que poderiam levar a uma mudança de humor e, por tabela, a uma reviravolta na trajetória dos mercados.

No caso da bolsa de valores, não se pode esquecer que eventuais fatos negativos podem fazer o mercado embicar para baixo. Afinal, as ações ostentam vistosa valorização neste início de 2019 – de 11,14% até quinta-feira -, sem contar a alta de 15,03% acumulada do ano passado, e investidores podem aproveitar esses momentos para venda, embolsar ganhos acumulados e retomar a compra de ações por preços mais convidativos.

 

Artigo

Gustavo Franco (Ex-presidente do Banco Central)

A visão do precipício

Aprendi cedo, sem o perceber, que o Brasil é o país da procrastinação, e que, nessa terra, a lentidão é “protocolar, litúrgica, dignificante”, tanto que o Brasil “não tem problemas, apenas soluções adiadas”, conforme ensina Luís da Câmara Cascudo.

A história, quando se trata de outros países, possui múltiplas definições: “a soma das coisas que poderiam ter sido evitadas” (Konrad Adenauer), ou “um conjunto de mentiras sobre as quais se chegou a um acordo” (Napoleão). Para o Brasil, embora simpatize com a definição de Cacá Diegues – “uma senhora bêbada que tropeça em tudo que vê” –, acho mais preciso adotar a ideia de que nossa história é uma opulenta coleção de adiamentos, às vezes, interrompida pelo medo.

Lembro com certo temor do que aprendi no ginásio sobre a escravidão no Brasil: ingleses imperialistas, com o fito de destruir nossa economia doméstica, nos forçaram a abolir o tráfico, mas nós os enganamos por muitos anos, até a Lei Euzébio de Queiroz em 1850, quando, oficialmente, acolhemos a sugestão, mas inventamos a expressão “para inglês ver”.

Estranho que o “interesse nacional” se confundisse com a manutenção da escravidão, não?

Mas só em 1888, quase 30 anos depois, é que fizemos a Abolição, mas em boa medida por oportunismo político, como parte de um pacote para salvar a monarquia que também compreendia os “auxílios à lavoura”, financiamentos subsidiados às fazendas “afetadas” e que, como descreveu o Jornal do Comércio, tinham “condições de vida”. Sim, foi uma forma de “indenização”, via crédito direcionado com juros facilitados, e não foi pouco dinheiro.

O mérito de fazer, que não deve ser diminuído, não apagava o fato de termos sido o último país do Ocidente a proscrever essa abominação. Por que demoramos tanto para tomar uma medida “modernizadora” que mudava para muito melhor as bases de nossa economia, para não falar de direitos humanos?

Alguém pode ter sido enganado sobre o dinamismo econômico do Brasil Império. Que não haja dúvida: o crescimento da renda per capita do País entre 1820 e 1900 (em dólares corrigidos pela inflação) mal atingiu 5% em termos acumulados. Ou seja, foi uma estagnação de quase um século, período em que a relação entre a renda per capita americana e a brasileira triplicou, passando de 1,9 a 5,8, um atraso jamais recuperado.

A historiografia cultiva um olhar benigno sobre o Império, exaltando a estabilidade das instituições e sobretudo a preservação da unidade territorial, um contraste positivo considerando a vizinhança. Porém, é impossível dissociar o péssimo desempenho econômico do Império de uma equação política viciosa, da qual faziam parte não apenas a escravidão, como os impedimentos à livre-iniciativa ricamente resenhados na agonia do Visconde de Mauá.

Na verdade, foi o exato rompimento dessa equação que transformou a quartelada de 15 de novembro de 1889, um tanto inesperadamente, numa verdadeira revolução, nosso primeiro “choque de capitalismo”. As reformas econômicas simplesmente atrasaram demais, e a política colapsou.

Como seria o Brasil se tivéssemos nos livrado desse “modelo econômico” meio século antes?

Essa experiência fundadora é muito útil para o debate contemporâneo sobre reformas pois, segundo se alega, não estamos prontos, ou os perdedores se julgam injustiçados e pleiteiam um adiamento, para o governo seguinte ou idealmente para a próxima geração.

É sempre a mesma conversa, como se a obsolescência fosse inconstitucional e as boquinhas pudessem sempre durar mais uma década ou duas.

Novamente, o País se encontra no limiar de uma nova rodada de reformas e, coincidentemente, à beira do precipício. Na verdade, no país da procrastinação, a proximidade do precipício se mostra essencial.

Talvez não exista outra forma de romper com as amarras, senioridades e privilégios que oneram o nosso futuro que a antevisão de um gigantesco abismo cujo fundo nem se consegue vislumbrar.

 

Projeções de crescimento do Brasil consideram respeito ao teto de gastos, diz FMI

As projeções de crescimento do Brasil de 2,5% em 2019 e de 2,2% em 2020 pelo Fundo Monetário Internacional consideram que o teto de gastos federais será respeitado nestes anos, comentou Alejandro Werner, diretor do departamento de hemisfério ocidental do FMI.

"A aprovação da reforma da Previdência Social é elemento importante para o cumprimento do teto de gastos. Esta implícito em nossa avaliação a reforma da Previdência ou outras mudanças que viabilizariam o teto", afirmou, ao responder pergunta do Broadcast.

Werner ressaltou que a reforma da Previdência Social é um fator-chave para levar as finanças públicas do País para um nível sustentável. "A dívida pública no Brasil é muito alta e tende a avançar nos próximos anos", destacou.

"A administração Bolsonaro sinalizou de forma muito forte disposição para equilíbrio das finanças públicas. É bem-vinda a agenda da administração Bolsonaro para fortalecer as finanças públicas e os comentários do governo para acelerar a abertura comercial", apontou. "Vamos observar com atenção futuros anúncios do governo sobre a reforma da Previdência."

Segundo o diretor do FMI, a intenção do Poder Executivo de realizar uma abertura comercial pode ter impacto importante para elevar investimentos no Brasil. "Sustentabilidade fiscal e abertura comercial serão positivas para elevar potencial do PIB do país", disse.

O crescimento na América Latina deve acelerar de 2,0% neste ano para 2,5% em 2020 devido, em boa medida, à expansão do Brasil e recuperação da economia da Argentina, comentou Werner.

"O Brasil tem uma agenda de consolidação fiscal e abertura comercial muito importante. Os passos da implementação destas políticas vão determinar o ritmo da expansão econômica do país nos próximos anos", destacou Werner. O FMI subiu a projeção de crescimento do Brasil para este ano, de 2,4% para 2,5%, e reduziu a estimativa para o PIB de 2020, de 2,3% para 2,2%.

Para ele, a Argentina está em processo de retomada do nível de atividade com medidas adotadas pelo governo do presidente Maurício Macri e deve apresentar melhores resultados do Produto Interno Bruto em alguns meses.

De acordo com o diretor do FMI, a instituição multilateral acompanha os últimos desdobramentos políticos na Venezuela, e manifestou que "não há sinal" de reversão da queda do PIB neste ano.

Na avaliação de Werner, a América Latina está sujeita a incertezas globais como disputas comerciais e aperto de condições financeiras. "Os mercados mundiais estão com bom desempenho neste início de 2019, mas podem se repetir movimentos de volatilidade ao longo do ano, como ocorreu em 2018."

 

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