Terça-feira

VALOR

Investidores retiram US$ 7,7 bi do país em 2018 e encerram ciclo de 9 anos positivos

Investidores estrangeiros tiraram do país US$ 7,682 bilhões investidos em ações e em fundos de investimento no ano eleitoral de 2018, segundo o Banco Central, o maior volume desde 2008, quando US$ 10,850 bilhões deixaram o país em meio à crise financeira global desencadeada pela quebra do banco Lehman Brothers. Dados preliminares do BC para janeiro já mostram reversão parcial desse fluxo negativo.

Até o dia 24, US$ 3,088 bilhões tinham ingressado no país para compra de ações e aplicações em fundos de investimento. Segundo o BC, essas aplicações obedecem a certa sazonalidade, com concentração de retiradas no final do ano, que tendem a voltar parcialmente em janeiro. Ainda assim, o número de 2018 chama a atenção, após nove anos consecutivos de fluxos positivos de estrangeiros para a compra de ações e cotas de fundos, com média anual de entrada de US$ 12,957 bilhões.

Ao longo de 2018, houve meses de ingresso de recursos, mas as saídas prevaleceram, principalmente ao longo do segundo semestre. Os investimentos em renda fixa, por outro lado, sofreram retiradas menores do que em 2017. A saída foi de US$ 4,348 bilhões em 2018, frente a US$ 5,066 bilhões no ano anterior. Em 2016, ano do impeachment da expresidente Dilma Rousseff, os não residentes tiraram do país US$ 26,6 bilhões em investimentos em renda fixa.

As saídas registradas em 2018 representam uma pequena fração do estoque de investimentos mantidos por estrangeiros no mercado de ações. Em dezembro, o estoque de aplicações de não residentes em ações somava US$ 301 bilhões. Ao longo do ano passado, a desvalorização do real e a queda do mercado acionário chegaram a reduzir o montante de investimentos estrangeiros a US$ 256 bilhões em junho.

Se os investimentos em carteira tiveram desempenho fraco em 2018, o mesmo não se pode dizer dos investimentos diretos, que tiveram alta de 25,7% frente a 2017 e somaram US$ 88,314 bilhões, acima da projeção de US$ 80 bilhões feita pelo BC no início do ano. O saldo foi mais do que suficiente para cobrir o déficit em transações correntes, que, apesar de ter dobrado na comparação com o ano anterior, segue em patamar historicamente baixo, a US$ 14,511 bilhões, ou 0,77% do PIB.

Em dezembro, o déficit foi de 815 milhões. Mas o crescimento nos fluxos de investimentos diretos se concentrou, sobretudo, nos empréstimos intercompanhia. As participações no capital encolheram de 2017 para 2018, de US$ 64,008 bilhões para US$ 55,994 bilhões. A queda se concentrou nas grandes operações, com valores superiores a US$ 1 bilhão. Os empréstimos intercompanhia aumentaram de US$ 6,2 bilhões para US$ 32,320 bilhões.

Em nota a clientes, o Goldman Sachs destacou que o ajuste das contas externas tem sido movido essencialmente pela demanda doméstica fraca. "Acreditamos que um ajuste fiscal profundo que elevasse a poupança do setor público é necessário para facilitar um ajuste estruturas permanente das transações correntes", afirmou o economista para economias emergentes, Aberto Ramos.

O aumento do déficit em 2018 se explica pela retomada gradual da economia, que gerou aumento da demanda por importados, afetando o resultado da balança comercial. No ano, o superávit comercial caiu 16,3%, para US$ 53,587 bilhões. A conta de serviços ficou praticamente estável, com déficit de US$ 33,95 bilhões.

A alta do dólar conteve um aumento das despesas, segundo o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha. O maior exemplo é o da conta de viagens internacionais. As despesas dos brasileiros com viagens ao exterior recuaram 3,9%, após terem crescido em 2017, para US$ 18,26 bilhões. Também houve queda nos gastos com aluguel de equipamentos (-10,9%) e com serviços de propriedade intelectual (-5,5%).

Para este ano, a projeção do BC é que a continuidade do processo de recuperação da atividade siga impactando as contas externas. A estimativa é que o saldo em transações correntes mais do que dobre e alcance US$ 35,6 bilhões, 1,8% do PIB. Já o IDP aumentará para US$ 90 bilhões. Em janeiro, até o dia 24, ingressaram no país US$ 3,3 bilhões em IDP.

 

FOLHA DE SÃO PAULO

Antes de reforma da Previdência, governo prevê piora do perfil da dívida pública

O governo está prevendo uma piora do perfil do endividamento público neste ano, com uma maior concentração da dívida em títulos de mais curto prazo e mais voláteis.

O secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, afirmou que este é "o cenário pré-reforma da Previdência" e avalia que o apetite de investidores por títulos de prazo mais longo pode aumentar, caso o país aprove a reforma, aumente o potencial de crescimento da economia e avance nas privatizações (o que abate a dívida pública).

Na previsão apresentada nesta segunda-feira (28) pelo Tesouro Nacional, a parcela da dívida atrelada à taxa flutuante deverá subir de 35,5% em 2018 para um intervalo entre 38% e 42% em 2019, a depender da reforma da Previdência que o governo conseguir aprovar no Congresso Nacional.

O cenário mais pessimista (42%), segundo o Tesouro, embute a aprovação de uma reforma aquém do discutido até o momento, cujo marco é a proposta do ex-presidente Michel Temer, aprovada em comissão especial no Congresso.

Mansueto sinalizou que os números podem ser ainda piores em caso de não aprovação de reforma alguma.

"Este cenário não existe", respondeu, questionado por jornalistas sobre qual seria a deterioração da dívida pública em caso de fracasso da reforma no Congresso.

Desde 2014, a dívida pública subiu do equivalente a 56,3% do PIB para 77%. A previsão é que ultrapasse 80% nos próximos anos, nível muito superior ao de países de renda média, semelhantes ao Brasil.

Desde então, a fatia dos títulos indexados à taxa flutuante na dívida pública também subiu. De 18,7% no fim de 2014 para 35,5% no ano passado.

A reforma da Previdência é considerada fundamental pela equipe econômica para reduzir as despesas do governo e ajustar as contas públicas, no vermelho há cinco anos.

A projeção do Tesouro também aponta que o percentual da dívida com vencimento em 12 meses deverá subir de 16,3% em 2018 para um intervalo entre 17% e 20%. Com o prazo médio do endividamento público encolhendo ainda mais, de 4,1 anos para até 3,9 anos.

O esforço do governo, como devedor, tem sido tentar esticar o prazo da dívida e direcionar seus credores para papeis com remuneração prefixada.

Em 2019, porém, haverá um volume significativo de vencimentos de títulos prefixados, e o governo espera que parte da demanda se volte aos papéis mais voláteis.

"No momento em que aprovar a reforma da Previdência e continuar com ajuste fiscal, vai abrir espaço para maior entrada de [investidores] estrangeiros, o que vai possibilitar alongamento da dívida", afirmou o secretário.

Os estrangeiros, que já responderam por 21% dos credores do país, hoje são cerca de 12%.

A taxa Selic ora em nível baixo, assim como a inflação, ajudam o governo neste momento, reduzindo o impacto de pagamentos da dívida indexada à taxa flutuante. A Selic está em 6,5% ao ano, o que reduziu o custo médio da dívida a 9,37% ao ano.

A previsão de analistas, contudo, é que a Selic volte a subir neste ano, na esteira de uma inflação mais elevada em razão de um cenário externo mais conturbado e também de uma atividade econômica doméstica mais forte.

 

 

 

 

BANCO DE TALENTOS

ÁREA DO ASSOCIADO

O Sinduscon/RN pensa como você, e por isso trabalha:

NOSSA MISSÃO

Representar e promover o desenvolvimento da construção civil do Rio Grande do Norte com sustentabilidade e responsabilidade sócio-ambiental

POLÍTICA DA QUALIDADE

O SINDUSCON/RN tem o compromisso com a satisfação do cliente - a comunidade da construção civil do Rio Grande do Norte - representada por seus associados - priorizando a transparência na sua relação com a sociedade, atendimento aos requisitos, a responsabilidade socioeconômica, a preservação do meio ambiente e a melhoria contínua.

CONTATO

55 84 3206 5362

contato@sindusconrn.com.br

SOCIAL

LOCALIZAÇÃO

Rua Raimundo Chaves, 2182 - Sala 101 Empresarial Candelária - Candelária - Natal/RN

SINDUSCON/RN (C) 2012 - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS