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Crédito imobiliário vai acelerar em 2019, prevê Abecip
Os financiamentos imobiliários fecharam o ano passado com o primeiro crescimento desde 2014. O volume financeiro subiu 15% em 2018, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). E, para o presidente da organização, Gilberto Duarte de Abreu Filho, o ano de 2019 será ainda melhor.
O dirigente destaca a perspectiva de ocorrer um aumento de velocidade da retomada do mercado imobiliário no ano diante de um cenário econômico mais favorável. "A macroeconomia claramente vive um momento de inflexão. Não podemos falar de economia acelerada, mas podemos falar que o PIB vai voltar a crescer e temos uma perspectiva para 2019 muito melhor."
No ano passado, os sinais de retomada do crédito foram visíveis. O volume de financiamento imobiliário, quando considerados tanto os empréstimos com recursos das cadernetas do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) quanto os provenientes do FGTS, atingiu R$ 117 bilhões em 2018, um crescimento anual de 15%. Mas, se for considerado apenas o SBPE, houve alta de 33% ante 2017, de R$ 43 bilhões para R$ 57 bilhões.
A média é puxada para baixo porque o crédito com "funding" do FGTS ficou praticamente estável com avanço de apenas 2% no período, de R$ 59 bilhões para R$ 60 bilhões. Só em dezembro de 2018, os financiamentos pelo SBPE somaram R$ 6,05 bilhões, melhor resultado em 44 meses. A expansão dos financiamentos ganhou impulso com a ação, principalmente, dos grandes bancos privados.
Os dados da Abecip apontam que o Bradesco, por exemplo, apresentou um crescimento de 91% no volume financeiro de originação de crédito para aquisição e construção em 2018 frente a 2017. Com o resultado, assumiu a ponta do mercado em termos de concessões. A antiga líder, a Caixa, manteve-se em segundo após registrar queda de quase 20% no volume financeiro de novas concessões.
As outras instituições privadas - Itaú Unibanco e Santander - mostraram apetite no segmento e cresceram, respectivamente, 42% e 64% em originações. O Banco do Brasil também teve atuação agressiva e apresentou um salto de 84% no volume de novos empréstimos. Apesar disso, o BB permaneceu em quinto em originações com metade do volume do quarto colocado, o Santander.
O crescimento da poupança ajudou a impulsionar os resultados. O saldo da aplicação subiu 10% em 2018 para R$ 618 bilhões. Foi o primeiro crescimento de dois dígitos do estoque da caderneta desde 2014. Para este ano, o cenário será ainda mais favorável. "Esperamos crescimento de 11% do saldo da poupança em 2019 para R$ 684 bilhões", afirma o presidente da Abecip.
Em termos de captação líquida, a diferença entre depósitos e saques da poupança em 2018 atingiu R$ 27,8 bilhões, quase o dobro de 2017. Segundo Abreu Filho, a tendência para 2019 é a poupança até acelerar o ritmo de captação líquida positiva diante de um cenário no qual a taxa Selic deve permanecer na mínima de 6,5% até o fim do ano.
Além da expectativa de expansão da poupança, em meio aos juros baixos e recuperação do emprego e renda, o "funding" para o mercado deve ganhar impulso nos próximos anos com a consolidação das Letras Imobiliárias Garantidas (LIG).
De acordo com o presidente da Abecip, o mercado de LIG vai se consolidar nos próximos três a cinco anos, "quando o título terá potencial para atingir centenas de bilhões de reais de saldo das operações". Segundo o dirigente, ainda neste ano, a LIG pode alcançar um patamar da dezena de bilhões de reais.
A LIG começou a ser emitida em novembro de 2018. Nos dois últimos meses do ano passado foram feitas 36 emissões e o saldo em dezembro atingiu R$ 2 bilhões. Conforme o presidente da Abecip, "o mercado de letras de crédito imobiliário [LCI] vai praticamente desaparecer nos próximos três anos e será ocupado pela LIG".
Para Abreu Filho, as novas regras definidas pelo Banco Central na metade do ano passado para o SBPE vão desidratar o mercado de LCI e "proporcionalmente a letra garantida vai crescer".
ESTADÃO
Artigo
Celso Ming
Não foram dados os primeiros passos
Pouco antes da mudança de governo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, avisou que, a partir de janeiro, novidades na política econômica seriam anunciadas quase diariamente.
Uma vez completados os primeiros 30 dias de governo Bolsonaro, ainda não temos nenhum anúncio de providências na política econômica. O que há são declarações de intenção: de levar adiante a reforma da Previdência; de reduzir a carga tributária para as empresas; de simplificar o sistema tributário; de reduzir a burocratização; de fechar novos acordos de comércio exterior; de recolocar em marcha leilões de concessão de serviços públicos; e de privatizar grande parte do setor estatal.
Essas declarações se repetem desde as eleições e foram reafirmadas em Davos, por ocasião do Fórum Econômico Mundial. Mas, por enquanto, não há novidade, tampouco a formulação de um plano de prioridades ou detalhamento do projeto de reforma da Previdência.
O clima geral ainda é de confiança, como demonstram a redução da percepção do índice de risco (queda do CDS de 5 anos) da economia, a relativa estabilidade das cotações do dólar no câmbio interno e a alta da Bolsa, de 10,36% nestes 30 primeiros dias do mês.
Os levantamentos do Boletim Focus, do Banco Central, esperam avanço do PIB neste ano de 2,5%; retomada da produção industrial da ordem de 3,0%; inflação anual de 4,0%, abaixo da meta, que é de 4,25%; e entrada de investimentos estrangeiros diretos de US$ 80 bilhões. São números que refletem otimismo, à espera de que o novo governo anuncie seus projetos e não faça nenhuma grande besteira em política econômica.
Mas as incertezas continuam aí. Ainda não se sabe como o rombo das contas públicas e a dívida serão equacionados. Os governadores de nada menos que seis Estados decretaram estado de calamidade financeira, à espera do socorro da União. E, em alguns casos, o governo continua reforçando a percepção de que ainda não sabe o que quer. O último dos casos são as declarações de que estudava intervir na diretoria da Vale, para todos os efeitos uma empresa privada.
A privatização de empresas estatais, tal como novamente anunciada pelo secretário de Desestatização e Desinvestimento do Ministério da Economia, Salim Mattar, é providência saneadora, na medida em que, além de conter a ineficiência e a roubalheira, reduz a drenagem de recursos públicos para atividades não essenciais.
O Tesouro está quebrado e não pode seguir sustentando empresas públicas carregadas de distorções e de má governança. O Boletim de Participações Societárias da Uniãomostrou que, apenas de 2012 a 2017, o Tesouro despejou R$ 142 bilhões em empresas estatais e teve como retorno apenas R$ 96 bilhões.
No entanto, mesmo se muito bem feita, a privatização intensiva por si só não recuperará as finanças públicas. É a venda das joias da família que pode até reduzir o endividamento federal hoje de R$ 3,9 trilhões, mas não pode ser entendida como decisão estratégica de política econômica. Ela não é instrumento de alavancagem do sistema produtivo e de criação de empregos.
Enfim, sabemos, em suas grandes linhas, o que pensam os responsáveis pela política econômica. Mas ainda não temos decisões.
Bradesco ultrapassa a Caixa e lidera concessão de crédito imobiliário no Brasil
Os bancos privados assumiram as rédeas do crédito imobiliário, considerando apenas as linhas de financiamentos com recursos originados nas cadernetas de poupança, de acordo com dados divulgados pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) nesta quarta-feira, 30.
Em 2018, o Bradesco liderou a concessão de financiamentos para a compra e a construção de moradias no Brasil, com empréstimos que totalizaram R$ 15,1 bilhões, Já em 2017, o banco fechou o ano na terceira posição, com R$ desembolsos de R$ 7,8 bilhões.
A Caixa Econômica Federal – conhecida por ser o banco da habitação – ficou em segundo lugar em 2018, atingindo R$ 13,2 bilhões em financiamentos. No ano anterior, a estatal liderou o ranking, com R$ 16,4 bilhões em empréstimos nessa categoria.
O Itaú Unibanco chegou em terceiro lugar em 2018, com R$ 12,1 bilhões. No ano anterior, ficou em segundo lugar, com R$ 8,5 bilhões. O Santander Brasil se manteve na quarta colocação, com R$ 10,2 bilhões, ante R$ 6,2 bilhões. E o Banco do Brasil também manteve sua quinta colocação no ranking, com R$ 5,1 bilhões, ante R$ 2,7 bilhões.
Para 2019, a dinâmica do mercado não deve passar por mudanças significativas, estimou o presidente da Abecip, Gilberto Duarte. Ele lembrou que nos últimos anos, os bancos públicos, especialmente a Caixa, passaram a focar no mercado imobiliário destinado às pessoas de média e baixa renda. Este setor é enquadrado no Minha Casa, Minha Vida e conta com crédito subsidiado por recursos do FGTS, que não são operados pelos bancos privados. "O mercado deve continuar assim", previu.
Duarte ressaltou que, nas linhas com recursos da poupança, os bancos públicos já vêm operando dentro das condições de mercado, sem incentivos artificiais, há cerca de três a quatro anos. "Os bancos públicos não precisam de subsídio para competir. Eles têm capacidade e competência para isso", avaliou.
Nesse sentido, ele disse considerar "normal" e "nada estranho" o discurso recente do presidente da Caixa, Pedro Guimarães, de que a estatal vai praticar juros de mercado. "Na verdade, a prática já era essa. E ela tem condições de competir assim", acrescentou.
Crédito imobiliário
Os financiamentos para a compra e a construção de imóveis totalizaram R$ 117 bilhões em 2018, aumento de 15% em comparação com 2017, de acordo com dados também divulgados pela Abecip. O desempenho ficou em linha com as expectativas da associação, que previa um crescimento na ordem de 15% a 17% para os desembolsos no ano.
Os empréstimos com recursos da poupança (SBPE) alcançaram R$ 57,4 bilhões em 2018, alta de 33%, enquanto o crédito com recursos do FGTS bateu em R$ 60 bilhões em 2018, crescimento de 2%.
No caso da linha com recursos da poupança, foi registrado aumento de 35% nos empréstimos para compra de imóveis usados e alta de 26% para unidades novas. A pesquisa mostrou também que os desembolsos desta linha para financiar a construção de imóveis (crédito destinado à empresas) teve alta de 43% em 2018, e para compra de imóveis (pessoas físicas) teve expansão de 30%.
Taxas devem ficar estáveis
As taxas de juros do financiamento imobiliário tendem a permanecer estáveis ao longo do ano, com possibilidade de oscilações para cima ou para baixo de acordo com a evolução da economia brasileira, especialmente de acordo com o desfecho das reformas estruturais, como da Previdência, disse também o presidente da Abecip, Gilberto Duarte.
O executivo explicou que as taxas praticadas no financiamento imobiliário levam em consideração principalmente as expectativas econômicas de longo prazo, pois os empréstimos tem duração de até 35 anos. "A taxa de juros do longo prazo pode cair se reformas forem aprovadas. Aí, a tendência de todos os setores, inclusive dos bancos, é de maior confiança nos financiamentos, e os juros podem cair", disse. Duarte ressaltou ainda que os juros do crédito imobiliário já estão em níveis baixos e semelhantes ao do período anterior à crise.
Em relação à demanda, o presidente da Abecip disse ter a expectativa de que a indústria da construção residencial vá reagir mais fortemente neste ano. "Assim como viu em 2018, o mercado deve crescer, com mais lançamentos, e maior demanda por crédito", estimou. Já entre as pessoas físicas, também tem havido uma reação, porém gradual, de acordo com melhoria da economia e da redução do desemprego, disse.
Mudança de perfil
O mercado de crédito imobiliário deve passar por uma mudança em seu perfil de funding neste ano. Os financiamentos com recursos da caderneta de poupança devem superar os financiamentos das linhas com dinheiro proveniente do FGTS em 2019, uma situação que não ocorria desde 2015.
O crédito para a compra e a construção de imóveis no País deve atingir R$ 126 bilhões em 2019, de acordo com estimativa da Abecip.
As previsões apontam que os financiamentos com recursos originados nas cadernetas de poupança devem atingir R$ 69 bilhões, enquanto os empréstimos com dinheiro do FGTS devem somar R$ 57 bilhões, recuo de 5%.
O presidente da Abecip, Gilberto Duarte, destacou que a poupança voltou a apresentar um desempenho positivo, com mais depósitos do que saques, consolidando um cenário de captação positiva que tende a continuar ao longo dos próximos trimestres. O saldo das cadernetas chegou a R$ 618 bilhões em 2018, montante 10% maior do que em 2017.
"O ano de 2018 foi bastante forte para as cadernetas de poupança", disse Duarte. "E o cenário econômico está mais favorável, com avanço do PIB, queda do desemprego e taxa de juros baixa, o que faz a poupança ser uma aplicação mais interessante", pontuou.
Duarte afirmou que a disponibilidade de recursos para a compra e a construção de moradias é saudável e não preocupações em torno da falta de dinheiro para o setor no curto a médio prazo. "São recursos suficientes para financiar a construção".
O presidente da Abecip destacou também o início das emissões das Letras Imobiliárias Garantidas (LIGs) no último ano, formando um estoque de R$ 2 bilhões. Segundo o executivo, essa carteira pode vir a atingir "dezenas de bilhões de reais" no curto prazo, considerando a segurança do instrumento e o apetite dos bancos. "As LIGs vão crescer e ocupar uma parcela importante do mercado", estimou.
A Abecip também está conversando com o Banco Central para flexibilizar as aplicações em LIGs por estrangeiros. Hoje, investidores de fora do País precisam abrir uma conta no Brasil para a negociação das LIGs. O objetivo da Abecip é permitir que as aplicações possam ser feitas mesmo do exterior e em moeda estrangeira. Como as taxas de juros praticadas no Brasil são mais altas, a flexibilização das regras poderia abrir as portas para a entrada de um volume elevado de recursos, disse Duarte. Segundo ele, não há prazo para um desfecho dessas discussões, mas o Banco Central tem se mostrado cooperativo.
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