Sexta-feira

VALOR

Leilão de aeroportos tem grande disputa e ágios elevados

O leilão dos aeroportos aponta grande disputa e ágios elevados. O certame, que ocorre na B3 nesta sexta-feira e está dividido em três blocos, envolve a concessão de 12 aeroportos, que devem representar investimentos totais de R$ 3,5 bilhões conforme estimativas da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

No primeiro bloco, do Nordeste, que inclui os aeroportos de Recife (PE), Maceió (AL), Aracaju (SE), Juazeiro do Norte (CE), João Pessoa (PB) e Campina Grande (PB), as empresas Aena, Fraport, Vinci, Zurich e CCR apresentaram ofertas. Considerando o critério de classificação, passarão para a disputa viva-voz do bloco do Nordeste as empresas Aena, Zurich e o Consórcio Região Nordeste.

A Aena ofereceu outorga de R$ 1,85 bilhão, ágio de 981,47%% em relação à outorga mínima, de R$ 171 milhões. O Consórcio Região Nordeste, cuja composição não foi revelada, ofereceu R$ 1,488 bilhão, ágio de 770%. A Zurich ofereceu R$ 1,69 bilhão, ágio de 887,93%. Não se classificaram para o viva-voz as proponentes Fraport, que ofereceu R$ 850 milhões, ágio de 397,18%, a francesa Vinci, que ofereceu R$ 351 milhões, ágio de 105,19%, e a CCR que, por meio da Companhia de Participação em COncessões (CPC), ofereceu R$ 1,07 bilhão, ágio de 488,67%.

Juntos, os aeroportos do Nordeste devem ter uma movimentação de 13,2 milhões de passageiros em 2019, volume que deve chegar a 41 milhões de passageiros por ano em 2049, segundo as projeções da Anac. A outorga mínima do bloco é de R$ 171 milhões. O investimento inicial no bloco é de R$ 788 milhões, montante que precisa ser aportado nos primeiros cinco anos. No total, em 30 anos de concessão, o investimento estimado é de R$ 2,153 bilhões. A garantia da proposta é de R$ 57,8 milhões.

O investidor que levar o cluster do Nordeste precisa ter experiência de cinco anos e processamento mínimo de 5 milhões de passageiros por ano em ao menos um dos anos. No bloco do Sudeste, apresentaram ofertas as empresas ADP, CCR, Fraport e Zurich, mas passarão para a disputa viva-voz CCR, Zurich e ADP. A Zurich ofereceu outorga de R$ 437 milhões, ágio de 830,15% em relação à outorga mínima, de R$ 46,9 milhões. A CCR, por meio da Companhia de Participação em Concessões (CPC), ofereceu R$ 167 milhões, ágio de 255,47%. A ADP do Brasil ofereceu R$ 304 milhões, ágio de 547,06%. A Fraport não se classificou, ao oferecer outorga de R$ 125 milhões, ágio de 166,07%.

O bloco do Sudeste contém os terminais de Vitória (ES) e Macaé (RJ). Segundo a Anac, a movimentação dos dois aeroportos em 2019 deve ser de 3,3 milhões de passageiros, chegando a 8,2 milhões de passageiros em 2049. O valor mínimo da outorga é de R$ 46,9 milhões, chegando a R$ 435 milhões considerando também as outorgas variáveis. A partir do sexto ano, será cobrado o percentual de 1,77% da receita bruta dos terminais, subindo gradativamente até chegar a 8,85% no décimo ano, percentual que permanecerá durante o restante da concessão. O investimento inicial no bloco é de R$ 302 milhões, montante que deve ser aportado em até cinco anos. No total, o investimento estimado é de R$ 592 milhões.

A garantia da proposta era de R$ 15,7 milhões. Para operar os aeroportos do bloco do Sudeste, é necessário ter experiência de cinco anos e processamento mínimo de 1 milhão de passageiros por ano em ao menos um dos anos. No bloco do Centro-Oeste, os consórcios Aeroeste e Construcap Agunsa apresentaram ofertas e ambos vão para o viva-voz.

O consórcio Construcap Agunsa ofereceu outorga de R$ 9,92 milhões, ágio de 1.000% em relação à outorga mínima, de R$ 800 mil. O consórcio Aeroeste, cuja composição não foi revelada, ofereceu R$ 20,3 milhões, ágio de 2.355,99%. Foram as únicas propostas apresentadas. Os quatro aeroportos do bloco do Centro-Oeste ficam no Mato Grosso: Cuiabá, Sinop, Rondonópolis e Alta Floresta.

Segundo a Anac, a movimentação em 2019 deve chegar a 3,2 milhões de passageiros. Em 2049, a expectativa é de 9,1 milhões de passageiros. A outorga mínima é de R$ 800 mil. A partir do sexto ano de operação, será cobrada a contribuição variável de 0,04% da receita bruta, chegando a 0,19% da receita bruta no décimo ano de operação. Esse será o percentual cobrado até o fim da concessão. Com isso, estima-se que a outorga total chegue a R$ 9 milhões.

O investimento obrigatório nos primeiros cinco anos é de R$ 386,7 milhões, com expectativa de que chegue a R$ 711 milhões durante toda a concessão. A garantia da proposta era de R$ 14,3 milhões. Para operar os aeroportos desse bloco, é necessário ter experiência de cinco anos e processamento mínimo de 1 milhão de passageiros por ano em ao menos um dos anos.

 

Instabilidade do dólar compõe roteiro de 2019

Depois do bom desempenho do real no começo do ano, o mercado de câmbio enfrenta uma nova rodada de instabilidade que desafia as estimativas traçadas pelos economistas para 2019. Por ora, entretanto, os profissionais das instituições que mais acertam suas projeções no Boletim Focus - chamadas de Top 5 - mantêm suas estimativas para o rumo do câmbio que, em muitos casos, contemplam alguma valorização do real até o fim do ano.

O que colocou essas projeções sob risco foi o movimento recente da moeda americana, que bateu os maiores patamares do ano, de R$ 3,88, na semana passada. E, mesmo com algum alívio desde então, ainda está longe das mínimas do ano, quando ficou em R$ 3,65. Ontem, fechou em alta de 0,94%, aos R$ 3,8484.

Na avaliação de analistas dos dois grupos mais recentes do Top 5, referentes a janeiro e fevereiro, o vaivém do mercado ainda faz parte do roteiro esperado para um ano de importantes mudanças no comportamento das principais economias globais e de tramitação da tão aguardada reforma da Previdência no Brasil.

A onda mais recente de pressão contou com um forte componente externo. Os temores com a fragilidade da economia global bateu em cheio nos ativos de risco. A desaceleração se estende para a economia dos Estados Unidos, mas é vista com mais intensidade na Europa. Para Julio Cesar Barros, economista da Mongeral Aegon Investimentos, a assimetria acaba aumentando a demanda pelo dólar no curto prazo - que serve de refúgio neste momento de adversidade.

Tanto é que o Dollar Index, que mede a força da moeda contra uma lista de divisas fortes, subiu para o maior nível em quase dois anos na semana passada. Já o encaminhamento da reforma da Previdência - principal catalisador interno para este ano - ainda não deu motivos suficientes para se sobrepor ao ambiente externo mais desafiador. "Vai ter volatilidade maior em função da complexidade da reforma", diz Barros, que segue firme com sua projeção de dólar a R$ 3,70 no fim deste ano e do próximo.

É justamente a pauta fiscal que deve direcionar os negócios ao longo dos próximos meses, na avaliação de Cassiana Fernandez, economista-chefe do J.P. Morgan no Brasil, que projeta dólar a R$ 3,90 no fim de 2019 e R$ 4 em 2020. Para ela, os riscos externos parecem equilibrados agora e as atenções se concentram na cena local. "Esperamos que esse equilíbrio perdure ao longo do primeiro semestre, quando a reforma provavelmente estará bem encaminhada na Câmara dos Deputados."

Para Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, o que afetaria o caminho esperado para o câmbio é uma ruptura, seja ela interna ou externa, algo que não parece estar acontecendo. Uma diluição da reforma da Previdência, com economia abaixo de R$ 700 bilhões, aumentaria a tensão no mercado e exigiria revisões de cenário, diz.

Eventos corriqueiros de negociação no Congresso retiram um pouco de apostas da mesa e o mercado fica mais estressado, mas isso está dentro da margem de erro", diz Silveira. "O prêmio de risco parece adequado agora, ou até um pouco esticado. As chances de aprovação da reforma da Previdência são maiores do que a não aprovação. O problema é que o impacto no mercado no pior cenário seria muito grande, por isso, não tem um alívio maior no dólar", acrescenta o economista, que vê o dólar a R$ 3,70 no fim do ano e a R$ 3,75 em 2020.

O caminho do câmbio promete mais instabilidade após um início de ano relativamente calmo. "Acho que um dólar muito fraco tem vida curta. Nossa projeção mudou marginalmente e uma eventual revisão seria para dólar forte", diz Roberto Campos, sócio e gestor da Absolute Investimentos. Atualmente, a estimativa da casa é que a moeda americana terminará 2019 em R$ 3,70, subindo para R$ 3,80 no fim do ano seguinte. "É difícil de falar que, no Brasil, o caminho será linear, acho que é mais volátil."

Para além dos riscos com reformas e o exterior, o mercado de câmbio também sofre os efeitos colaterais dos juros baixos. A nova dinâmica das taxas passou a ter impacto maior no câmbio, conforme a Selic foi se aproximando da mínima histórica, de 6,5%. Em outras palavras, uma queda dos juros de 8% para 6% tem um impacto muito maior no câmbio que uma queda de 12% para 10%.

Agora, fica mais barato montar posições de proteção, com o uso do real na contraparte do dólar. Além disso, o mercado local perde atratividade para quem busca transferir recursos de economias desenvolvidas em busca de juros elevados. "Se tivermos mais uma rodada de queda de juros, mesmo que não seja tão grande, acho que influenciaria o câmbio", afirma Campos, da Absolute.

Dada a grande liquidez no mercado de crédito local, as empresas têm conseguido se financiar a taxas baixas e usando os recursos para pagar suas dívidas lá fora, explica Bruno Marques, gestor do fundo multimercado da XP Gestão. "Outro fator é que, dado a liquidez do mercado de câmbio no Brasil e o baixo custo de carrego, os agentes têm usado o real em operações de 'hedge' para outras posições otimistas", acrescenta o especialista.

Considerando apenas fundamentos econômicos e condições de mercado, o dólar poderia estar bem mais próximo de R$ 3,50. É o que apontam os modelos de análise de Samuel Castro, estrategista do banco BNP Paribas, que destaca a situação confortável do balanço de pagamentos. "O câmbio está muito fora do valor justo, na nossa avaliação, deveria estar muito mais apreciado", diz.

Para ele, o real tem todas as condições para se tornar o destaque entre as principais moedas emergentes - a projeção no BNP é de dólar a R$ 3,25 no fim de 2019 e de R$ 3,20 em 2020. O que tende a destravar esse caminho, na avaliação de Castro, é um movimento global de dólar fraco por causa da desaceleração da economia americana, catalisador que tende a ser até mais intenso do que o andamento da reforma da Previdência. "A probabilidade de um novo ciclo de dólar forte é mais baixa", diz o especialista.

Do lado doméstico, os ativos brasileiros já têm incorporando uma perspectiva positiva sobre a reforma da Previdência. Tanto é que os fundos locais estão bastante alocados em juros, bolsa e câmbio, o que também eleva o risco de reversão de expectativas. "O primeiro semestre deve ter mais volatilidade por causa dos ruídos em torno da reforma, mas o caminho tende a ser menos instável na segunda metade do ano caso a medida seja aprovada em algum nível no Congresso."

 

Campos quer tornar o real uma moeda conversível

O novo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse ontem em discurso de transmissão de cargo que quer "tornar o mercado mais aberto para os estrangeiros, com uma eventual moeda conversível que sirva de referência para a região". Esse é um projeto ambicioso - ainda em fase embrionária e que depende de estudos complementares - que, no limite, criaria condições para que nossa moeda possa ser livremente trocada em qualquer lugar do mundo.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, definiu o projeto de Campos como a criação de "um euro da região" da América do Sul, ou seja, uma moeda com credibilidade forte o suficiente para ser aceita em países vizinhos em transações e como reserva de valor. Ontem, o ex-presidente do BC Ilan Goldfajn transmitiu formalmente o cargo para Campos, em uma cerimônia que, além de Guedes, reuniu banqueiros, economistas e especialistas nas áreas de fiscalização e regulação.

A cerimônia teve, ainda, a presença do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente da República. No seu discurso, Campos defendeu "reduzir o papel do governo, hoje um grande ator no sistema financeiro", ter a autonomia do Banco Central "registrada em lei", manter a inflação baixa e controlada e aprimorar os mecanismos de comunicação de política monetária. Ilan destacou como legado de sua gestão a recuperação da credibilidade da política monetária, com ancoragem das expectativas, que possibilitou baixar os juros de forma sustentada e atravessar um ano turbulento de 2018 em situação mais favorável do que outras economias emergentes.

A plena conversibilidade da moeda é uma ambição que, no Banco Central, remonta ao início da década de 1990, quando foram sendo retirados controles nos fluxos das contas de transações correntes e de capitais. Um dos passos mais importantes foi a unificação do mercado de câmbio no governo Lula, que antes era dividido entre livre e flutuante.

Campos traz para o BC a experiência de ex-tesoureiro do Santander na América Latina, que operou em diversos países que lidam com níveis menores de restrição a circulação de moeda estrangeira que o Brasil.

O professor Márcio Garcia, do Departamento de Econômica do PUC-Rio, diz que, conceitualmente, para que o real seja conversível é preciso que sejam criadas as condições para que exista oferta e a demanda pela moeda. Isso envolve destrinchar um emaranhado de normas tributárias e cambiais que taxam ou limitam a movimentação de capitais estrangeiros no país.

A demanda pelo real no exterior, explica, tem a ver com a credibilidade da moeda o que, por sua vez, reflete a credibilidade da própria economia brasileira, incluída a qualidade das políticas monetária e fiscal. "A demanda pelo real cresceu bastante, por exemplo, por volta de 2010, mas não chegamos à conversibilidade", afirma.

Uma das coisas que ficou faltando foi derrubar limites à oferta de reais, como a legislação que impede a circulação de reais fora do país. "O peso mexicano pode ser usado em contratos financeiros em Nova York, mas o real não." Campos fez um discurso alinhado com a orientação liberal da política econômica. "É preciso abrir espaço para que haja mais empreendedores e menos atravessadores", disse Campos.

"Pois como foi corretamente colocado por Ronald Reagan [ex-presidente dos Estados Unidos]: 'quando o governo aumenta, a liberdade individual diminui'". Campos dividiu sua agenda para o desenvolvimento do mercado financeiro brasileiro em quatro dimensões: inclusão, precificação, transparência e educação financeira.

Ele pregou avanços em iniciativas como pagamentos instantâneos, fintechs, "open banking", tecnologia de blockchain e centrais de garantia. Também citou a importância da oferta de ferramentas de hedge cambial voltadas a investimentos de mais longo prazo para garantir a inserção do país no mercado internacional.

No quesito transparência, Campos afirmou que o governo deve explicitar os subsídios implícitos nos direcionamentos de crédito, o que passa pela criação de um novo modelo de fomento à atividade rural e pela modernização dos mecanismos de captação de recursos destinados à construção civil.

Para acompanhar a evolução de suas ações nessas quatro áreas, disse, o BC precisará criar índices que possam medir a evolução de processos como o da capitalização de mercado proveniente de fontes privadas e a penetração do microcrédito.

 

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